Um satélite na mão e blablabla cabeça

De nasa a Gaza ou De Debord a MTV ou onde você estava em 77:

BREVE CRONOLOGIA

1977

“¢ Com a intenção de fazer a conexão entre artistas através de meios eletrônicos,Willoughby Sharp, Liza Bear e Keith Sonnier criaram em Nova York, o Send/Receive Satellite Network . O “nó” da rede de artistas em São Francisco foi coordenado por Sharon Grace e Carl Loeffler. Nesse mesmo ano eles produziram 15 horas de transmissão entre as duas cidades . O primeiro trabalho do Send/Receive Satellite Network: í«Two-Way Demoí» ligou artistas de Nova York e São Francisco, durante três horas, em 11 setembro de 1977. Foi a primeira comunicação bidirecional por satélite entre artistas. As imagens foram transmitidas por redes de televisão de São Francisco e de Nova York. Segundo W. Sharp , transmissões como Two-Way Demo eram eventos muito complexos, muito caros e faltavam pessoas especializadas para coordenar os intercâmbios.
“¢ Também em 1977, Douglas Davis em colaboração com Nam June Paik e Joseph Beuys, realiza na inauguração da Documenta 6, em Kassel na Alemanha, um programa de televisão em direto que foi transmitido via satélite para mais de trinta paí­ses. No final, o autor convidava os espectadores a passar através da tela para se juntar aos outros participantes .
“¢ Igualmente em 1977, Kit Galloway e Sherry Rabinowitz apresentaram pela primeira vez uma imagem composta interativamente por satélite: uma performance entre dançarinos das duas Costas dos Estados Unidos (Maryland e California), onde graças a uma mixagem de imagens puderam dançar “juntos”, em direto. O projeto Satellite Arts Projets foi feito em colaboração com a agência espacial americana N.A.S.A.

Enquanto isso numa republiqueta da América do sul, articulando a tentativa de levar geisel para um porrete de scotch com Tarcí­sio Meira chapado de diamba:

A IDADE DA TERRA: SINOPSE

No princí­pio era o Verbo / versão Bí­blica da Origem do Mundo / Gênesis / montagem verso materialista / precipitação de imagens contraditórias, Cosmos, Planetarium, Terra, tí­tulos
fusão ——- ARTE TER AR ARTER

John Brahms, o Presidente dos Estados Unidos, e sua mulher Margarida Madalena: Futuro/crise total do imperialismo: Brahms tenta preservar seu Poder e para isto tentará todos os tipos de aliança. A um dado momento rompe com seu Partido e assume posição revolucionária. Margarida Madalena não o apóia, o trai, conspirando contra ele, aliada a Generais e Polí­ticos.

Um golpe de Estado liderado pelo General Philiph Brooks, amante de Margarida Madalena, depõe Brahms que resiste mas é assassinado no Palácio.

Uma junta toma o poder. O General Douglas Taylor Fernandes, o mais jovem, nomeia o Senador Ricardo Viacharelli Primeiro Ministro e o General Philiph Brooks Comandante Geral das Tropas de Intervenção Africana, sediada em Ogalagadan, paí­s de origem de Margarida Madalena.

Em Ogalaganda camponeses e proletários estão divididos por questões tribalistas: religião, cultura, etc. impedem uma unidade. Representantes da China, URSS e outros paí­ses socialistas e capitalistas disputam os movimentos de massa em Ogalagadan. Surge um lí­der camponês, profético, espécie de reencarnação de Cristo, que contesta as velhas leis e anuncia Novas Visões do Futuro. Em torno dele organizam-se grupos que ameaçam a estabilidade do paí­s sob intervenção militar do general Brooks. As insurreições lideradas tanto por Cristo quanto por outros lí­deres despertam a simpatia de Madalena que consegue adesão de Brooks, submetido í s orgias que o paralisam. O General Douglas chama Brooks a Washington. Douglas necessita de intervenção urgente na República Latino-Americana de Santa Cruz, em rebelião. Brooks executa a operação e coloca um Governo controlado por Washington. O Senador Ricardo Viacharelli vem denunciado por Brooks como implicado na insurreição de Santa Cruz. Viacharelli se suicida. Devido a rebeliões na Europa, Douglas obriga Brooks a se casar com sua irmã, Elizabeth, e o nomeia Comandante da Nato.

Em Ogalaganda um grupo de militares comandados pelo Coronel Rassam Mahjoux depõe Madalena, toma o poder e reprime os adeptos de Cristo, que se refugia nas montanhas com colunas guerrilheiras. O Coronel Rassam tem petróleo em Ogalaganda, é contra os Estados Unidos e a União Soviética. Mas é um fascista religioso. Tomando conhecimento do golpe, o General Brooks levanta vôo na mesma noite em direção a Ogalaganda, e lá chegando bombardeia o Palácio de Rassam e lança pára-quedistas pra salvar Madalena. Explode a Guerra Civil.

Rassam pede ajuda aos EUA. Douglas envia mariners. Brooks, Madalena encontram Cristo nas montanhas. A Guerra continua. Com o tempo os americanos são derrotados. Brooks e Madalena tomam o poder, Cristo é o Comandante dos Exércitos.

No Poder Madalena, Cristo e Brooks. Um Partido pede a organização burocaryoca, o outro a liberdade anárquica. Conflito. Contradições do processo no desenvolvimento de uma nova sociedade em Ogalaganda sob constante ameaça dos EUA.

Brooks dá a Cristo a missão de assassinar Douglas no Banquete Oriental com Farawaya e Pomenarov, na ONU.

A travessia de Cristo até a cidade grande, a prisão, a morte, a ressurreição. Ainda viverá por muito tempo o demônio. Velho, em Ogalaganda, Cristo dá suas lições aos emissários que partem, enquanto Brooks e Madalena anunciam novos tempos.

——

Estados Unidos / São Paulo
Ogalaganda / Amazonas
Santa Cruz – Rio de Janeiro
Nato / Rio Grande do Sul
Via Cristika / Bahia / Minas..

Personagens:
Brahms
Douglas
Brooks
Madalena
Ricardo
Cristo
Farawaya
Pomenorov
Maria
Marta
Maria II
Madalena
12 apóstolos / Guerrilheiros / Poteas / Cientistas / Mágicos / Afrodite / Diana / Ateneia / Ariane / Punalua / Jenny / José
Coronel Rassam Nahlou
Zumbi Lao / o lí­der negro
O Papa
A imperatriz…

(Obs.: As partes em azul foram escritas í  mão por cima ou ao lado do material datilografado)

sinopse original de IDADE DA TERRA – filmado de 77 a 80 por Glauber Rocha.

Hacking In Progress

I’m sorry, you’re a few years too late… HIP was in 1997, and all that remains are memories (and a tombstone). But not all is lost! There’s still an opportunity to enjoy a festival like HIP… as you may have noticed, the year is 2001 and that means it’s time for HIP’s succesor. It is called “Hackers at Large” (HAL 2001), and of course there’s a website!

http://www.hip97.nl/

SE LIGA NA MISSÃO: Não existe governo só existe parabólica.

Se não abrir o satélite nóis rrraqueia! Democracia é só o mí­nimo…

Baixe Aqui:

Debate gravado com Antonio Albuquerque, Diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital do MC, na Casa de Cultura Tainã, durante o encontro Pajelança Quilombólica Digital um dia após sua exoneração, uma importante visão sobre a ação de Hélio Costa, novo Ministro das Comunicações.

para ver o video: http://estudiolivre.org/videos/papucaia/relpi.htm

Domingão do Ogg – Mini{mi)stério das comunicações

Poizé bloguistas, se liguem no espaço que tá na mão:
Ferramentas livres – Cultura livre. Pra subir ví­deos e áudios no Estúdio Livre basta cadastrar-se e deixar fluir a recombinação pra uma nova cultura…

Baixem os videos que tão rolando por lá: http://estudiolivre.org/videos/

Não percam:

Debate gravado com Antonio Albuquerque, Diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital do MC, na Casa de Cultura Tainã, durante o encontro Pajelança Quilombólica Digital um dia após sua exoneração, uma importante visão sobre a ação de Hélio Costa, novo Ministro das Comunicações.

E estreando a bateria de mí­dias que Orquestra Organismo vai estar publicando no estudiolivre.org na próxima semana nada melhor que o genesis de ORGANISMO, lido por Octávio Camargo e seu cyber parceiro 312: (Estreando também o “diretório raiz” do Octavio no Organismo.art.br ): http://www.organismo.art.br/octavio

Quem ainda não usa sistema operacional de código aberto, para ouvir ogg baixe o Winamp aqui: http://www.winamp.com/player/free.php

para ver os videos: http://estudiolivre.org/videos/papucaia/relpi.htm

Espanhol sem mestre

MÉTODO RíPIDO PARA APRENDER
A BELA LíNGUA DE CERVANTES

por Aparí­cio Torelly

hackeado de novomilenio.inf.br

Para que os povos possam se entender, precisam, antes de tudo, conhecer as lí­nguas dos outros paí­ses.
O Paraguai compreendeu bem o problema, decretando o ensino obrigatório do português.
Antes que venha um decreto do Brasil tornando obrigatório o ensino do espanhol, nós, dando uma prova espontânea do nosso vivo desejo de confraternização sulamericana, propomo-nos a ensinar a lí­ngua espanhola í s pessoas de boa vontade que desejam visitar o Paraguai, ou, pelo menos, lavar as mãos na bacia do Prata.
O espanhol é um idioma que não oferece nenhuma dificuldade para os brasileiros, porque é muito parecido com o português. Há muitos vocábulos que são até completamente iguais.
Por exemplo: a palavra “surdo” é tanto português como espanhol. Em português, “surdo” é um indiví­duo que não ouve. Em espanhol, porém, um “surdo” pode ouvir perfeitamente porque “surdo” no Paraguai é um sujeito “canhoto”. Mas isto não quer dizer nada, porque também em português um canhoto pode ser “surdo”, como uma porta.
Como se vê, o espanhol é uma lí­ngua fací­lima e pode, portanto, ser dominada completamente ao fim de meia dúzia de lições, dependendo tudo de um pouco de paciência.
Prometemos oferecer gratuitamente esse serviço e iremos até o fim, febrilmente, se os distintos leitores se comprometerem a prestar atenção e a serem bonzinhos, como convém, durante as aulas.
Atenção, pois! Vamos começar! Quem quiser ir lá fora que levante o dedo! E, agora, silêncio! Ouçam!

EXERCíCIO DE CONVERSAÇÃO PORTUGUÃ?Å S ESPANHOL

1 – Senhora, quer uma ameixa?
2 – Não, senhor. As suas ameixas são más, porque estão embrulhadas com as ceroulas na mala, mas aceito uma pera.
3 – Quer café?
4 – Não, quero chá.
5 – Não te amo.

1 – Seí±orita, quiere una ciruela?
2 – No, seí±or. Sus ciruelas son malas, porque están envueltas con los calzoncillos en el bahul, pero acepto una pera.
3 – Quiere usted café?
4 – No, quiero té.
5 – No te quiero.

Extraí­do de Almanhaque para 1955 – Segundo semestre, “super-tele-visionado na sua parte cientí­fica, astronômica e profética pelo Exmo. Sr. Barão de Itararé, o Brando – marechal-almirante e brigadeiro do ar condicionado, que o escreveu todinho, em grande estilo e vertiginosa velocidade, com a sua nova caneta de propulsão a jato, comandando um exército de esteno-datilógrafas mecanizadas e sob a carinhosa e permanente vigilância das exmas. autoridades federais e internacionais da ordem polí­tica e social”. “Copyright by Baron of Itararé – Sob o patrocí­nio da SOciedade GRAfica Ltda. (SOGRA)”

Até tú Barão?

Tubarão é o senhor. Eu sou o Barão de Itararé!
Aparí­cio Torelly para Getúlio Vargas em 1945

hackeado da Câmara Rio home page

Quando a violência da ditadura torna-se intolerável, í s vezes uma das poucas armas de resistência popular é o humor. E disso entendia muito bem o jornalista Aparí­cio Torelly, autonomeado com o pseudônimo de Barão de Itararé, vereador eleito e cassado em 1947 pelo Partido Comunista, para enfrentar tanto a polí­cia secreta do Estado Novo, como a democracia pós-45 que colocou seu partido na ilegalidade. Uma das suas máximas é que, cansado de apanhar ao ser preso, inventou a famosa frase “Entre sem bater”, que acabou se tornando um corriqueiro lembrete de cortesia nas portas dos escritórios.

Aparí­cio, gaúcho nascido em 29 de janeiro de 1895, veio para o Rio de Janeiro em 1925, após abandonar a faculdade de Medicina. Aqui, ele se tornou jornalista polí­tico e mestre e “pai” do humor, tanto que podemos considerar seus “filhos e netos” gente como a turma do Pasquim, Sérgio Porto – o saudoso Stanislaw Ponte Preta -, Jô Soares, Luí­s Fernando Verí­ssimo, os redatores do programa de tevê Casseta e Planeta, da revista Bundas.
O apelido Barão de Itararé, inventado por ele, foi criado para gozar a famosa batalha de Itararé, que nunca houve. Nesta cidade, os revoltosos constitucionalistas de São Paulo se concentraram para barrar as forças do Governo Provisório de Getúlio Vargas, as quais apenas passaram ao largo, ignorando completamente os valentes combatentes paulistas.

A história profissional do Barão começou no jornal O Globo, ainda em 1925. Logo a seguir, foi para o jornal A Manhã, de Mário Rodrigues, pai de Nelson Rodrigues, assinando a coluna Amanhã tem mais. Em maio de 1926, fundou seu próprio jornal, A Manha, na qual inovou tanto na forma como no conteúdo. Sua linha editorial desmontava a falsa seriedade dos jornais da época e durou até 1960. Era chamado o “órgão de ataque de risos”, mas foi censurado e fechado várias vezes durante o Estado Novo, só voltando a circular em 1945

Ainda assim, Getúlio Vargas, cujo governo o prendeu e perseguiu, mostrava afeição pelo Barão. Um exemplo do bom-humor de ambos foi seu reencontro no Senado, naquele mesmo ano de 1945, quando Getúlio, eleito senador, reconheceu o repórter polí­tico e diretor de A Manha, Aparí­cio Torelly. Vargas, ao vê-lo entre os jornalistas, disse: “Até tu, Barão?” Resposta imediata: “Tubarão é o senhor, eu sou o Barão de Itararé

Vilém Flusser

“O filósofo que mais me entusiasmou, (se me lembro bem), foi Schopenhauer, o que mais me inquietou foi Wittgenstein, com o qual gostaria de poder concordar foi Kant, e com o qual concordo mais é Camus. Heidegger é sem dúvida, (com Husserl e com Dilthey) aquele que mais gostaria de ultrapassar, e é, neste sentido, o mais importante.” V. Flusser

Nascido em 1920 em Praga, escritor, filósofo da comunicação e crí­tico da mí­dia. Flusser é considerado no mundo inteiro como um dos mais influentes filósofos da mí­dia no século 20. Em 1949, ele e sua futura esposa, Edith, imigraram para o Brasil via Londres. Em 1963 publicou no Brasil seu primeiro livro em português: “Lí­ngua e Realidade”. De 1964 a 1970, foi professor de Teoria da Comunicação na FAAP em São Paulo. Sua obra foi publicada em várias lí­nguas. Seu primeiro livro em alemão “para uma filosofia da fotografia” foi publicado em 1983. Flusser morreu em 1991 num acidente automobilí­stico. Seu legado no “Flusser Archive” da Academia de Arte e Mí­dias de Colônia (Alemanha), contém cerca de 2.500 manuscritos.

Agosto

2005/dia 18 – madrugado de sábado.

Lua
Tão cheia
Apenas pra lembrar este vazio de amor que me completa agora.
Só, sozinha pelo céu que em outras vezes
Seu passeio e meus amores assistiu.
Redonda tanto quanto
As lembranças
Que ficaram em rolando em minha mente
Úmida lua
Pelo céu noturno baço
Escorre sussurrando: “amas?”.

Roque

Dos “muros” da Biblioteca Pública do Paraná

à Paulo Leminski, Vilém Flusser faz um resumo vivencial das suas
relações filosóficas, enfatizando a obra de Heidegger: “O
filósofo que mais me entusiasmou foi Shopenhauer, o que mais me
inquietou foi Wittgentein (…)”
Este pequeno fragmento da carta é datado de 02/09/1964, e nos dá uma
pista desta amizade. Penso que este fragamento colabora efetivamente para
a construção do “blog”. O que se depreende neste tipo de pesquisa
Octavio, é a riqueza de conexões, “links”, que o Leminski estabelecia
com o pensamento filosófico contemporâneo. É possí­vel que a Alice
tenha esta carta, não sei…
Eu em particular estou vigorosamente surpreso com o livro: “Caixa Preta”
– Ensaios para uma futura filosofia da fotografia –
O cara manda muito bem!
.

Desafiatlux-gaMeTas ~ Lucida Sans – Ludica Sans – A colisão e os silêncios ~ venus IN mars AS Virgo

nao sonhei.
ou quase.

colisão
silêncio
perfeitamente elástico
no bar da esquina

nostálgica –

lucida hesitava

(…)

(…)

e agora que eu soube

é simples ficar olhando.

tivesse umas cinco
ou cinco chances de me cancelar
demitida do espaço entre racionais e números reais
tal que todos passos de uma dança
a gente pudesse chamar de ainda

como este mapa de toques
do que não era isto

acontece –
que um isto que não era foi visitado
nesta rua
neste endereço

um dia que fosse
nesse lugar

e estaria entregue a você meu idioma
desperto pelos baixos meios em nome de meu nome

e a descoberta
sem jeito e de circo
cortante por dentro e sem sapatos
não passa de estilhaço de terra
eu quis dizer céu eu quis dizer sabia
eu edito: asteriscos*de*céus*do*sul

(você pergunta. qualquer coisa.
não passo de um sintoma. qualquer)

quanto a ir até chegar ou criar mais
ou não conceber distância – – –
estou por perto afinal.

esquecer a lei de ping-pong
tudo sempre como agora em diante
menos para não lugar segredo
surpresa sem quedas
– brinquedo sob vontade

eu que não vestia simples olhos ar puro
desde um dia aí­ em que o café acabou
{eu não digo
[controle (não sei bem) eu não entendo]
o que é próprio} monomania,
monodia. nenhum mais do que nenhum mais do que isso.

destreza em função (aplicação) dos parênteses.
sem tinta sobre branco eles dissecaram amarelo
verdade sob a luz fria variáveis ocultas
as cartas como gravuras carmim
em jogos
não meus.

lixo o anjo
para me esquecer hoje eu não cruzei a rua para onde essa memória vai eu lembro
de onde vim.
eu posso continuar crescendo
amanhã
sob a mesma natureza apaixonada
primogênita

em si

sinto o gostinho,
a não-hora, o tempo recorde em que droguei meus origamis

lí­citos

(e te amo)

que caiam então todas as chaves.

Marina Ribatski no Polavra

Confirmado, a escritora Marina Ribatski estará no SESC dia 02 de setembro no evento Polavra, que acontence dentro do DesafiatLux, onde lançará texto inédito. Também fará a leitura do texto aos presentes.

Uma poesia por favor

Metamorfose da Gorda!

Não amanhece o dia enquanto estamos presos.
Confinado, não existem estrelas.
Se é que elas existem
Se não são apenas luzes viajando,
morrendo devagar e eternamente.
Quando se está preso,
Confinado, você olha a mão
relembra-a pequena…
e chora.

Por ver que esta não brinca mais.
Não há vida algemado
Ancorado, não vamos as Indias
É preciso ser livre de verdades
É preciso esquecer o homem para ser humano.

Rafael Carlleto
Por Gerson (Pereló)

RABO DE BOA ESPERANÇA

Um dia eu vou morar numa América Saudita,
longinqua, cruzando o Golfo Lisérgico,
entre montanhas rochosas e mares de púrpura.

Deus queira que eu não morra
entre as armas e os sultões mancomunados,
na pressa de passar copacabana.

Caubói, coberto de um turbante,
com sorte, engenho, gana e arte,
haxixe, uí­sque, tamarindo e chocolate,
vou vasculhar por toda parte
a parte que me cabe
nesse rabo de boa esperança.

Entre cedros, sequóias e palmeiras,
quem sabe o sabiá ainda cantasse.

João Carlos Machado
inverno / 2005