O prurido (coceira) da pele em torno do ânus pode ser devido a muitas causas:
“¢ Distúrbios cutâneos (p.ex., psoríase e dermatite atópica)
“¢ Reações alérgicas (p.ex., dermatite de contato causada por preparações anestésicas aplicadas sobre a pele, várias pomadas ou substâncias químicas contidas no sabonete)
“¢ Certos alimentos (p.ex., condimentos, frutas cítricas, café, cerveja e refrigerantes do tipo cola) e comprimidos de vitamina C
“¢ Microrganismos (p.ex., fungos e bactérias)
“¢ Infestação por parasitas (p.ex., oxiúros) e, menos comumente, infestação por sarna (escabiose) ou piolhos (pediculose)
“¢ Antibióticos, especialmente a tetraciclina
“¢ Doenças como, por exemplo, o diabetes ou doenças hepáticas, distúrbios anais (p.ex., acrocórdons, criptite, fístulas secretantes) e cânceres (p.ex., doença de Bowen)
“¢ Higiene deficiente, o que permite que as fezes irritem a pele, ou o uso abusivo de sabonete e a fricção excessiva
“¢ Calor e sudorese excessivos, devidos ao uso de de meias-calças e roupas íntimas apertadas (especialmente as que não são de algodão), í obesidade ou ao tempo quente
“¢ Ciclo ansiedade-prurido-ansiedade Os indivíduos com hemorróidas externas volumosas podem apresentar prurido devido í dificuldade de manutenção da área limpa.
Tratamento
Após a evacuação, a região anal deve ser limpa com algodão hidrófilo umedecido com água aquecida. O uso freqüente de talco para bebês ou de amido de milho combate a umidade. Os cremes de corticosteróides, os cremes antifúngicos (p.ex., de miconazol) ou os supositórios emolientes também podem ser úteis. Os alimentos que podem causar prurido anal devem ser evitados durante algum tempo, para se verificar se o quadro melhora. A roupa deve ser confortável (larga) e a roupa de cama deve ser limpa e leve. No caso do problema não melhorar e se o médico suspeitar de câncer, deve ser realizada a coleta de uma amostra de pele para exame.
Objetos engolidos (p.ex., palitos de dentes, ossos de galinha ou espinhas de peixe), cálculos biliares ou uma massa de fezes duras podem permanecer alojados na junção entre o ânus e o reto. Além disso, objetos podem ser inseridos intencionalmente. Cânulas de enema, termômetros e objetos inseridos para a estimulação sexual podem ficar alojados no reto. Esses objetos maiores comumente alojam-se no terço médio do reto.
Uma dor súbita e intensa durante a evacuação sugere a presença de um corpo estranho, quase sempre na junção anorretal, o qual está penetrando no revestimento interno do reto ou do ânus. Outros sintomas dependerão do tamanho e da forma do objeto, do seu tempo de permanência no local e se ele causou infecção ou perfuração. O médico pode sentir o objeto ao examinar o local com um dedo enluvado. Para certificar-se que não houve perfuração do intestino grosso, pode ser necessária a realização de uma investigação abdominal, de uma sigmoidoscopia e de radiografias.
Tratamento
Se o médico conseguir palpar o objeto, um anestésico local normalmente é injetado sob a pele e o revestimento do ânus para tornar a área insensível. O ânus pode então ser dilatado com um espéculo retal e o objeto é pinçado e removido. Os movimentos naturais da parede do intestino grosso (peristaltismo) geralmente fazem com que o corpo estranho desça, permitindo a sua remoção.
Ocasionalmente, quando o médico não consegue palpar o objeto ou quando o objeto não pode ser removido através do reto, a cirurgia exploradora é necessária. O indivíduo é submetido a uma anestesia regional ou geral, de modo que o objeto possa ser delicadamente movido em direção ao ânus ou que o intestino grosso possa ser aberto para a remoção do objeto. Após a remoção, o médico realiza uma sigmoidoscopia para verificar se houve perfuração ou qualquer outro tipo de lesão retal.