Lúcio de Araújo no Pedro Macedo

Dia 30 de novembro o Lúcio esteve no Colégio Estadual Pedro Macedo, colaborando com o I Simpósio de Informática. Ele falou sobre o software livre e quebrou alguns tabus quanto a rejeição inicial que o software pode causar. Levando seu “laptop” (computador reciclado), demonstrou como é viável rodar programas pesados e de ponta numa máquina antiga. O mais interessante é que o Lúcio foi bastante aberto í s questões do grupo (alunos do ensino médio integrado e subseqüente de informática) e suas considerações suscitaram novas perspectivas de uso do software no colégio.
No dia seguinte, fiquei sabendo que esta palestra foi uma das mais elogiadas, sendo sugerido que se faça uma oficina básica para o uso do software livre.
Esta já era a proposta inicial, quando fiz alguns dos contatos para que esse simpósio acontecesse. Pro ano que vem, com a instalação de dois novos laboratórios de informática – rodando linux – vamos nos organizar e fazer uma semana de oficinas. Agradeço ao Glerm, Simone, Octávio, Rodrigo e a todos que se propuseram em participar. Mas esse ano não tí­nhamos possibilidades de viabilizar o projeto.
Lúcio, foi muito legal tê-lo conosco. Obrigada, também em nome da Jussara e de todos os meninos da informática.

ESPETíCULOS

QUARTA-FEIRA, 26 de Outubro
19 horas – Os Lusí­adas e Bach
Octávio Camargo
– Solenidade de Abertura
20 horas – Ballet Coppelia

QUINTA-FEIRA, 27 de Outubro
Oficinas, Exposições, Instalações, Música, Dança, Teatro, Cinema, Literatura e Poesia das 8h í s 22h.
18h30 – Orquestra de Violões da Escola de Música e Belas Artes do Paraná
Regência: Orlando Fraga

SEXTA-FEIRA, 28 de Outubro
Oficinas, Exposições, Instalações, Música, Dança, Teatro, Cinema, Literatura e Poesia das 8h í s 22h.
19h – Coral Bate-Papo – Colégio Marista Santa Maria
Regência: Carlos Todeschini

SíBADO, 29 de Outubro
Oficinas, Exposições, Instalações, Música, Dança, Teatro, Cinema, Literatura e Poesia das 8h í s 20h.
18 horas – A Ilí­ada de Homero
Direção: Patrí­cia Reis Braga e Sálvio Nienkí¶tter
18h30 – Aconteceu lá na Grécia – livre adaptação de mitos gregos
Direção: Sálvio Nienkí¶tter e Patrí­cia Reis Braga

A SOCIEDADE

“Mito e rito são portanto, dentro da ontologia que estamos agora defendendo, os primeiros resultados da realidade social em sua tentativa de articular-se. A civilização e todos os seus produtos materiais e espirituais são realidades produzidas por mitos e ritos. São reais esses Fenômenos, porque são ligados, pelos mitos e ritos, í  realidade primordial da sociedade. O mundo das nossas mentes é outra camada da realidade, porque são, pelo “id”, ligados í  camada fundamental da realidade. O problema mais complexo que essa ontologia oferece é aquele proposto pela natureza. Como está ligada a natureza í  sociedade? É ela inteiramente fictí­cia, como é para a gula, ou está ela oposta í  sociedade, como o foi para a ira?
Uma análise paciente revela que a natureza é produto da sociedade.
Um produto, portanto de grau de realidade inferior í  civilização, mas não obstante produto. Tentemos ilustrar essa afirmativa tão contrária ao senso comum, mas não obstante conseqüência lógica do argumento: Consideremos, como único exemplo da nossa tese, os astros celestes. São objetos representativos da natureza. Como surgiram os astros e como têm evoluí­do? Mitos primordiais estabeleceram um “mundo” , digamos o mundo da civilização do Ocidente. Essa civilização realizou o projeto contido nesses mitos, e parte dessa realização eram deuses que caminhavam, masculinos ou femininos, mas
sempre representando a força viril, por cima da terra, essa representante da feminilidade. Esse princí­pio masculino era o que atualmente chamamos de “astros”. Novas irrupções da inveja criaram novos mitos que modificaram esse mundo. Surgiu, como ritualização desses mitos o céu estrelado dos pitagoréus e dos ptolomaios, nos
quais os astros atuais eram algo como sí­mbolos da perfeição petrificados. No renascimento e no barraco surgiram novos mitos. Os astros eram pedras. No século 18 e 19 transformaram-se em conjunto de bolinhas, as moléculas, que se ligaram entre si pelos elásticos chamados “gravitação”, cujo comportamento era matematicamente
ritualizado. Atualmente são os astros entalhes no campo gravitacional e eletromagnético curvo. O que são os astros “em si”? Pergunta falsa. Os astros não são “em si”, mas são “para a sociedade”. E assim é toda a natureza. Ela não passa de um produto da sociedade, um produto histórico que se modifica de acordo com a tensão dialética que
informa a sociedade. Natureza é produto da inveja e avareza. É realidade em grau subalterno. Voltamos a nossa atenção para uma realidade mais imediata, a saber para a civilização, que é o campo mais tangí­vel da inveja e avareza.

A RETRIBUIÇÃO
A civilização consiste de seres humanos que procuram realizar os projetos existenciais que a sociedade lhes impôs e dentro dos quais estão jogados. Esses projetos existenciais formam um multidão de flechas que se cruzam caoticamente. Quanto mais desenvolvida a civilização, tanto maior o número de projetos que oferece aos seres
humanos que dela participam. O número de projetos oferecidos pela civilização
está diretamente proporcionado com aquilo chamamos de “liberdade polí­tica, economia e social”, porque oferece escolha entre projetos. Os seres humanos participam de mais de um projeto. Todo o projeto do qual um ser humano participa é uma máscara e um
personagem que ele desempenha no palco da sociedade.
Na fonte de cada um desses projetos se esconde um mito. E a vida humana na sociedade é a tentativa, (geralmente inconsciente) de realizar os mitos que escolheu.”

FLUSSER, Vilém. A história do diabo. São Paulo: Martins, 1965.

LUSKO.FUSKO – movimento celular colaborativo duvidoso
João Debs-Giselle

O organismo

Num dado momento da vida, células individuais não mais se separam, depois de terem se dividido. Assim surgiu um super ser que não é mais famí­lia de seres, (como algas, primeiras tentativas na direção apontada) mas um novo Eu. Dizem os biólogos que são processos bio-quí­micos que produzem essa ligação intercelular nova. Mas a nossa imaginação se recusa a imaginar processos “bioquí­micos” que resultam, por assim dizer exotermicamente, em novo Eu. Na transição dos protozoários para os metazoários houve, evidentemente, um novo saldo de camada de realidade. As sociedades que assim surgiram estão em estado de equilí­brio ainda muito mais precário que os protozoários. São seres mortais, justamente poque é precário o equilí­brio no qual se encontram. As células que formam o organismo contribuem para o seu funcionamento na base de uma divisão de trabalho. Assumem papéis variados da economia do organismo. É por isto que épocas mais otimistas encararam o organismo como uma espécie de cooperativa. Mas o nosso conhecimento mais exato não admite essa descrição otimista. A divisão de trabalho entre as células no organismo é muito imprecisa, e há, além disso, uma constante luta entre elas. A inexatidão da divisão de trabalho, e a luta entre as células chama-se “doença”. Devemos portanto dizer que, mais que cooperativa, é o organismo um campo de luta. Quando o governo do organismo, a “alma” perde o controle da luta, surge a morte. Os organismos são portanto, pelo seu projeto, não somente seres mortais mas ainda seres doentes.

FLUSSER, Vilém. A história do diabo. São Paulo: Martins, 1965.

Célula-Colaborativa João Debs-Giselle

Ataque ao sete de setembro

“Desgraçado e miserável rapaz.” “Rapazinho.” Nas cortes de Lisboa, era assim que o chamavam. Corria o ano de 1822, e os dois Portugal, o de cima e o de baixo, o Portugal europeu e o outro, também chamado Brasil, eram sacudidos por idéias de reforma, agitação, impulsos contraditórios de libertarismo e autoritarismo, descentralização e centralismo. (…) Rapazinho, no sentido próprio, ele era mesmo – um menino de 23 anos, criado meio ao abandono, entre os escravos e as pessoas do povo do Rio de Janeiro.
No dia sete de setembro ele voltava de Santos para São Paulo, alvoroçado por dois motivos. Um era uma disenteria que lhe carcomia as entranhas. Outro era a pressa de encontrar dois emissários que sabia estarem chegando [sic] do Rio de Janeiro com más notí­cias. [Traziam papéis que] davam conta de resoluções das cortes que avançavam no propósito de fazer o Brasil regressar í  condição de colônia.
O que se seguiu, (…) segundo Canto e Melo; o prí­ncipe, depois de um “momento de reflexão”, afirmou: “É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!” Segundo Belchior, dom Pedro, terminada a leitura dos documentos, perguntou: “E agora, padre Belchior?” O padre respondeu que, se dom Pedro não se fizesse logo rei do Brasil, “seria prisioneiro das Cortes e talvez deserdado por elas.” Dom Pedro caminhou alguns passos silenciosamente, prossegue Belchior, (…). De repente parou e disse: “Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de ââ?¬Ë?Rapazinhoââ?¬â?¢ e ââ?¬Ë?Brasileiroââ?¬â?¢. Pois verão agora quanto vale o Rapazinho. De hoje em diante nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal.”
Roberto Pompeu de Toledo (Ataque ao sete de setembro, Veja, 13/09/95)


Na í­ntegra: http://www.doutrina.linear.nom.br/artigos/artigos.htm#ant

No Polavra

Empresto as palavras da linda Lí­gia…
Dedico-as í  amiga Cristiane Manne (*11/11/1965 – +01/09/2005).

E pelo exí­guo tempo que me resta,
E com as tantas mas tão poucas coisas que conheço
Só por si só e pelos mais desejos que desejo intensamente
Nas renúncias que povoam o meu dia a dia
Ano após ano
E sempre mais profundamente eu renuncio
Quem sabe um dia
Em total repouso
Fique eu apaziguada
E apaziguado o meu corpo.

No Polavra

Empresto as palavras da linda Lí­gia…
Dedico-as í  amiga Cristiane Manne (*11/11/1965 – +01/09/2005).

E pelo exí­guo tempo que me resta,
E com as tantas mas tão poucas coisas que conheço
Só por si só e pelos mais desejos que desejo intensamente
Nas renúncias que povoam o meu dia a dia
Ano após ano
E sempre mais profundamente eu renuncio
Quem sabe um dia
Em total repouso
Fique eu apaziguada
E apaziguado o meu corpo.

Marina Ribatski no Polavra

Confirmado, a escritora Marina Ribatski estará no SESC dia 02 de setembro no evento Polavra, que acontence dentro do DesafiatLux, onde lançará texto inédito. Também fará a leitura do texto aos presentes.

Choveu…

o pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique

Choveu…

o pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique

Desafiatlux – Perda da Virgindade – 26 de agosto

Animai-vos!

XII [SONETO DO PRAZER MAIOR]

Amar dentro do peito uma donzela;
Jurar-lhe pelos céus a fé mais pura;
Falar-lhe, conseguindo alta ventura,
Depois da meia-noite na janela:

Fazê-la vir abaixo, e com cautela
Sentir abrir a porta, que murmura;
Entrar pé ante pé, e com ternura
Apertá-la nos braços casta e bela:

Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de leve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;
Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.

Bocage

Desafiatlux – Perda da Virgindade – 26 de agosto

Animai-vos!

XII [SONETO DO PRAZER MAIOR]

Amar dentro do peito uma donzela;
Jurar-lhe pelos céus a fé mais pura;
Falar-lhe, conseguindo alta ventura,
Depois da meia-noite na janela:

Fazê-la vir abaixo, e com cautela
Sentir abrir a porta, que murmura;
Entrar pé ante pé, e com ternura
Apertá-la nos braços casta e bela:

Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de leve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;
Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.
Bocage

Desafiatlux – Perda da Virgindade – 26 de agosto

Animai-vos!

XII [SONETO DO PRAZER MAIOR]

Amar dentro do peito uma donzela;
Jurar-lhe pelos céus a fé mais pura;
Falar-lhe, conseguindo alta ventura,
Depois da meia-noite na janela:

Fazê-la vir abaixo, e com cautela
Sentir abrir a porta, que murmura;
Entrar pé ante pé, e com ternura
Apertá-la nos braços casta e bela:

Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de leve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;
Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.
Bocage