Um dia eu vou morar numa América Saudita,
longinqua, cruzando o Golfo Lisérgico,
entre montanhas rochosas e mares de púrpura.
Deus queira que eu não morra
entre as armas e os sultões mancomunados,
na pressa de passar copacabana.
Caubói, coberto de um turbante,
com sorte, engenho, gana e arte,
haxixe, uísque, tamarindo e chocolate,
vou vasculhar por toda parte
a parte que me cabe
nesse rabo de boa esperança.
Entre cedros, sequóias e palmeiras,
quem sabe o sabiá ainda cantasse.
João Carlos Machado
inverno / 2005