O Pano

“A ação do dia 30/09 se deu em duas partes: a primeira em pleno dia – 12h00 – dentro do cemitério água-verde –
Comento a segunda: esta aconteceu durante a noite – marcada para í s 19h00 nos encontramos aproximadamente 19h40 em frente í  estátua de Cristo – Eu, o Glerm e o Nillo. Levei comigo o pano – Sudário do Organismo e a caixa do finado fósforo (com ele dentro), além de uma enxadinha e uma máquina fotográfica. Nos deslocamos pela calçada até a divisa entre os dois cemitérios, calculamos uma linha imaginária que segue o muro até a calçada e na parte da grama começamos a cavar um buraco 7 dedos do chão. Enterramos o coitado. Em seguida desenrrolamos o sudário e realizamos algumas ações como andar e deitar sobre ele, penduramos no muro, deixamos uma placa de rede pendurada no arame farpado do muro. As imagens acima foram feitas pelo celular do Nillo. Logo em seguida percebemos que ainda na linha imaginária do muro havia um poste, então enrolamos o sudário no poste, cortamos sua assinatura e lá ele permanece, creio eu que até hoje.

que todos os muros caiam”
– Lúcio de Araújo – Finn de Desafiatlux


O Palito de Fósforo em vida sobre a cadeira-cordão-umbilcal de organismo, interligando o fio terra do pai ao coração de boi-galinha blindado no vidro com a chave.

O Sacerdote do Rio

Talvez o grande ponto de diferenciação entre a antiga religiosidade pagã e a teologia cristã pós renascentista seja a dessacralização da natureza. Um giro completo das concepções platônicas panteí­stas para o núcleo abstrato do Big Bang da era dos megatons. Em nome do deus único abstrato, o “deus de todos” depurado pela teologia cristã medieval, O Sol deixou de ser uma divindade, a Lua, a Terra, os Mares, e também os Rios. Se por um lado isto permitiu o tão celebrado “avanço” da ciência contra as trevas da superstição, e possibilitou a Galileu tratar a terra como uma bola e colocar o sol no centro do sistema planetário (já que os planetas passaram a ser apenas pedras enormes ou massas gigantescas de gases), abriu também espaço para as ações mais í­mpias de desrespeito ao “fácies” do ecossistema em nome das comodidades da vida urbana moderna e dos ideais da nova sociedade “esclarecida” pela ilustração. O gesto do Frei Luí­z é heróico no sentido mais puro da palavra. Que surjam também os sacerdotes do Belém, do Ivo, e do Iguaçu, enquanto há tempo!

Segue a carta do Sacerdote do Rio São Francisco ao Presidente da República

DECLARAÇÂO

Em nome de Jesus Ressuscitado que vence a morte pela Vida plena, faço saber a todos:

1. De livre e espontânea vontade assumo o propósito de entregar minha vida pela vida do Rio São Francisco e de seu povo contra o Projeto de Transposição, a favor do Projeto de Revitalização.
2. Permanecerei em greve de fome, até a morte, caso não haja uma reversão da decisão do Projeto de Transposição.
3. A greve de fome só será suspensa mediante documento assinado pelo Exmo. Sr. Presidente da República, revogando e arquivando o Projeto de Transposição.
4. Caso o documento de revogação, devidamente assinado pelo Exmo. Sr. Presidente, chegue quando já não for mais senhor dos meus atos e decisões, peço, por caridade, que me prestem socorro, pois não desejo morrer.
5. Caso venha a falecer, gostaria que meus restos mortais descansassem junto ao Bom Jesus dos Navegantes, meu eterno irmão e amigo, a quem, com muito amor, doei toda minha vida, em Barra, minha querida diocese.
6. Peço, encarecidamente, que haja um profundo respeito por essa decisão e que ela seja observada até o fim.

Barra, Bahia, domingo de Páscoa de 2005

Dom Frei Luiz Flávio Cappio, OFM
R.G.: 3.609.650
C.P.F.: 291.828.835-72

“Quando a razão se extingue, a loucura é o caminho”.

Frei Luiz

CARTA AO PRESIDENTE LULA

Barra, 26 de setembro de 2005

Senhor Presidente
Paz e Bem!
Quem lhe escreve é Dom Frei Luiz Flávio Cappio, OFM, bispo diocesano de Barra, na Bahia.

Tive a oportunidade de conhecê-lo por ocasião da passagem do senhor por Bom Jesus da Lapa, na Caravana da Cidadania pelo São Francisco, em 1994. Isto aconteceu pouco tempo depois que fizemos uma Peregrinação pelo Rio São Francisco, da nascente í  foz, com objetivo de conscientizar o povo ribeirinho sobre a importância do rio para a vida de todos e a necessidade de preservá-lo. Fui-lhe apresentado por meu professor de teologia, Frei Leonardo Boff.
Sempre fui seu admirador. Participei ativamente em todas as campanhas eleitorais do PT, alimentando o sonho de ver o povo no poder.
Desde que o Governo Fernando Henrique apresentou a proposta de transposição do Rio São Francisco, fomos crí­ticos acirrados deste projeto. Desde então acentuamos a necessidade urgente de revitalização do rio e de ações que garantam o verdadeiro desenvolvimento para as populações pobres do Nordeste: uma polí­tica de convivência com o semi-árido, para todos, próximos e distantes do rio.
Esperávamos do senhor um apoio maior em favor da vida do rio e do seu povo. Esperávamos que, diante de tantos e consistentes questionamentos de ordem polí­tica, ambiental, econômica e jurí­dica, o governo revisse sua disposição de levar a cabo este projeto que carece de verdade e de transparência.
Quando cessa o entendimento e a razão, a loucura fala mais alto. Em meu gesto não existe nenhuma atitude anti-Lula neste momento delicado da vida nacional. Pelo contrário. Quem sabe seja uma maneira extrema de ajudá-lo a entender pelo coração aquilo que a razão não alcança.

Tenha certeza, é um profundo testemunho de amor í  vida.
Minha vida está em suas mãos.
Receba minha saudação fraterna e amiga,

Dom Frei Luiz Flávio Cappio, OFM

Cas Mões no POLAVRA

Octávio Camargo recitará Camões executando Bach no POLAVRA
dia 07 de outubro na Reitoria da UFPR Anfiteatro 1100 í s 19:00 hs.

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Revista Eletrônica

Desde o iní­cio acostumamo-nos ao nome “Blog”. Entrei no Blog do Organismo, Bloguei… etc. Realmente este meio aqui tem muitas similaridades com um Blog. Na maneira de postar, na editoração do formato etc.

Não obstante, o todo mais em nada se parece com esse meio no qual, o que se encontra regularmente, são: confissões de adolescentes ou uma série de poesias, de crônicas ou de contos de UM AUTOR DETERMINADO etc.

As potencialidades aqui são outras e essas potencialidades não têm sido mal aproveitadas. Embora haja ainda um conceito de Blog-art na Internet- conceito intermediário – o que se faz por aqui excede em muito essa concepção. Acresce que – no nosso caso- a palavra ‘Blog’ neste meio só aparece no endereço organismo.art.br/blog.

Existe uma tradição, desde os gregos arcaicos, que diz que o nome é que dá a existência í s coisas (é por essa razão que algumas pessoas, mesmo hoje, nem pronunciam palavras como ‘câncer’, ‘diabo’ etc.). De fato, tudo que para nós existe tem um nome. Enquanto a coisa não tem nome não existe. O contrário acontece regularmente. Têm coisas que talvez não existam, mas têm nome como: Deus, Ciclope, Mula-sem-cabeça, Centauro etc.

Portanto, quando nomeamos o meio no qual dizemos e fazemos, estamos também dizendo o que fazemos e o que dizemos. E, o que fazemos aqui é uma Revista Eletrônica.

Conclamo o pessoal para que referende essa posição para então pedir ao patrão que mude – sem perda dos dados – nosso endereço para organismo.art.br/revistaeletronica ou, mais simples: organismo.art.br/re.

revisto glermo

licença poética pi


corro de mim
fujo do tempo,
e do fio do tempo e dos senhores todos que vim a ser.
ou mesmo o piá voador e seus sonhos diurnos,
durmo com os segredos da acústica em mãos
acordo em desespero juntando papéis
pra compor um papel de portfólio;
devolvam-me as asas e aerofólio:
como numa rima óbvia
em órbita em voltas do quarto-
encontro a tua foto
só mais uma imagem corro giro encontro o aparelho
os números pra tua voz, então me diz:
quando posso encarnar?
minha’lma quer a ti onde me escondo a mim e ofereço a mim a quem
sabe o que fazer com isso.

glerm agosto 2003

Canetas Derrubam Muros

set -> pela_paz_de_todos_os povos_na_vida_e_a_morte


um muro separa o cemitério “israelita” do “católico”. todos iguais perante a morte?

{

Vai ficar aqui a caneta em cima deste muro
em ato simbólico a todos aqueles que escreveram,
disseram e tentaram fazer algo melhor da sua vida
do que simplesmente usar os DENTES com os quais nasceram…
fica aqui neste cemitério então ( e os mortos sabem disso melhor do que ninguém )
de que nada adiantam muros…
e que não é possí­vel dividir…

-> PELA PAZ NO MUNDO

assinado:
Octavio Camargo, Simone Azevedo e Guilherme Soares
(em performance web-site specific )

}

Canetas Derrubam Muros -> mp3

Canetas Derrubam Muros -> ogg



Borges Jazzzzzzz :


E Breve, renascendo das cinzas: O BARDO

A morte da palavra ORGANISMO – strictu sensu ma non troppo

Hoje quando a turma do 4 periodo de psicologia da UFPR, fizer a prova de Psicanálise ( sobre transformações da puberdade), Simone Azeveda irá usar a palavra na prova dentro deste contexto, porém, subjetivamente com o significado de ORGANISMO que conhecemos. Seu mestre não terá este fator comum, e o SIGNIFICADO deste SIGNO irá MORRER.


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Este evento faz parte dos primeiros hackeamentos de POLAVRA na UFPR. “Hackeando o Prédio Histórico”

A morte da palavra ORGANISMO – strictu sensu ma non troppo

Hoje quando a turma do 4 periodo de psicologia da UFPR, fizer a prova de Psicanálise ( sobre transformações da puberdade), Simone Azeveda irá usar a palavra na prova dentro deste contexto, porém, subjetivamente com o significado de ORGANISMO que conhecemos. Seu mestre não tera este fator comum, e o SIGNIFICADO deste SIGNO irá MORRER.

POLAVRA na FEDERAL

HACKEANDO A FEDERAL

POLAVRA – Encontro poético-literário com a intervenção de ferramentas eletrônicas de software-livre. As performances serão captadas em arquivos de áudio e ví­deo para posterior edição e manipulação

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Sexta-feira, 07 de Outubro 19:00 hs no prédio Reitoria