“Somzala” no Quintal da Goiabeira, 12/03/06

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Aconteceu no domingo 12/03 no Quintal da Goiabeira (Rua Atí­lio Bório, 1832, Curitiba-PR) a última edição do projeto Somzala, projeto voltado para a difusão da cultura black em suas vertentes musicais e gráficas, coordenado pela publicitária e produtora Brenda Santos.

O evento contou com a discotecagem de: Jeff Bass [pré-lançamento do projeto Samba Semi-Novo], Os Irmãos Brothers [groove e funkera sem compromisso], Discotecário Bob [áfrica-brasil] e Lady Dapnhe [fusion e cosa nostra].

O ‘prato principal’ da noite foi o quarteto de virtuoses Bluishman (Marcelo Oliveira – clarinete e flauta transversal, Lí­lian Nakahodo – piano, João Marcelo Gomes – contrabaixo acústico e Denis Mariano – bateria e percussão), que prestou uma homenagem ao compositor Moacir Santos.

Esta edição do projeto contou também com micro- exposições de Jairo Rodrigues (ilustrações de í­cones negros), Ges Braga (fotografia) e Celestino (stencils).

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Maiores informações sobre o projeto ‘Somzala’ podem ser obtidas aqui ou pelo telefone (41) 9905.3836.

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Brenda Santos, coordenadora do projeto.

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Desenhos de Jairo Rodrigues.


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Quintal da Goiabeira, 12/03/06

O Neto do King Kong

O neto de King Kong
Dante Mendonça [08/03/2006]
do Paraná-Online (para usuários cadastrados)

Com King Kong não há quem possa, pelo menos em termos de Oscar de efeitos especiais. No filme original de 1933, King Kong sobe no Empire State Building. Na versão de 1976, o gorila foge com sua amada e vai se refugiar naquele que foi o World Trade Center. Quando esta refilmagem estreou no Brasil, em 1977, foi lançado em Curitiba “O neto de King Kong”, quando o macaco trepou na torre da Telepar.

Foi um espanto. Naquele ano de 1977, eu merecia o Oscar de “defeitos especiais”. No meu roteiro e direção, King Kong tem uma amante no Alto da Rua XV. Quando o marido chega em casa, a mulher revela que está apaixonada por outro, abre o armário, e eis a assustadora paixão: o neto do King Kong. A fera toma a bela nos braços e primeiro sobe na Caixa dââ?¬â?¢ígua do Alto da XV. King Kong foge do cerco da polí­cia e do marido, toma o ônibus Rua XV – Vicente Machado, desce na Praça Osório e, sempre com a morena nos ombros, escala a torre da Telepar, onde foram felizes para sempre.

Enquanto o King Kong de Jessica Lang formava filas no Cine Vitória,

“O neto de King Kong” teve estréia exclusiva para os leitores deste O Estado do Paraná numa fotonovela de página inteira. Interpretando a fera, Moisés (Mussão) Assis; no papel de Jessica Lang, uma bela morena que na época namorava um conhecido jornalista; quem fazia o marido traí­do era o ex-ator e jornalista Fernando Alexandre, hoje escritor e editor em Florianópolis; as fotografias eram do repórter fotográfico Irmo Celso.

A máscara do neto do King Kong foi emprestada pelos divulgadores do filme e, depois de uma noite de “filmagens” na minha própria casa, o cuecão branco do neto de King Kong foi editado e montado numa página inteira, em preto e branco, com ajuda de tesoura, cola, guache e tinta nanquim.

Tempos divertidos aqueles, quando a computação gráfica não existia nem na imaginação do Flash Gordon.

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Feet of Iron & Clay

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Desvendando a estratégia da Microsoft
Paraná-Online (para usuários cadastrados)
Diogo Dreyer [08/03/2006]

2006 promete ser um ano e tanto para a gigante Microsoft. Além do aguardado Windows Vista – o sucessor do XP, que deve ser lançado até o fim do ano – a empresa inaugura também seu setor de “Web 2.0″, o Office Live. O jargão, criado para designar os serviços onde o usuário utiliza programas via internet, na prática significa que as empresas de software irão gradativamente deixar de vender seus produtos em caixas e nas lojas para disponibilizá-los na internet, onde o usuário irá pagar pelo serviço toda a vez que precisar utilizar.

“A vantagem do Office Live é que a pessoa não precisará mais pagar quantias elevadas pelos softwares e irá utilizar sempre a versão mais atualizada”, explica Roberto Prado, gerente de estratégias de mercado da Microsoft Brasil. O executivo deu uma entrevista exclusiva a O Estado para contar um pouco da estratégia da empresa para esses aguardados lançamentos, sobre a profissionalização dos setores de TI no meio empresarial e sobre software livre.

Sobre o Vista, Prado afirma que o novo sistema operacional terá foco na facilidade e segurança. “O usuário vai deixar de ser o administrador de sua máquina, para evitar que as pessoas executem programas maliciosos. Evidentemente, será possí­vel tomar as rédeas do sistema, mas estamos preparando algo menos traumático, que não exija muito conhecimento técnico para ser usado com segurança”. Além disso, explica o executivo, o tempo de inicialização será dramaticamente reduzido e a maneira que o usuário lidará com a interface será muito mais intuitiva.

Ficando para trás

Prado admitiu que grande fatia do mercado, principalmente corporativo, ainda não acompanha essas inovações. É o panorama diário de diversas empresas no Paí­s que ainda utilizam computadores rodando Windows 98. “É claro que a Microsoft espera que os programas obsoletos sejam atualizados, mas nem por isso deixamos de lado esses clientes”, afirma. Tanto é assim que a empresa está realizando um roadshow pelas principais cidades do Brasil apenas para mostrar para seus grandes clientes maneiras de utilizar melhor as ferramentas de programas como o Word ou o Excel.

“Mesmo falando nos últimos lançamentos, como o Vista e o Live, ainda tem muita gente que não conhece funcionalidades que podem ajudar muito a melhorar o rendimento nas empresas em programas mais antigos que ainda são muito utilizados”, explica.

Prado também é um entusiasta da tecnologia no meio corporativo. “No ano passado, a Harvard Business Review publicou um dos textos mais provocadores já escritos sobre tecnologia da informação, intitulado “TI não importa mais”. Ali afirmavam a TI se tornou uma commodity como eletricidade. Como seu uso se generalizou, deixou de ter importância estratégica”, diz Prado. “Mas discordo totalmente disso. Um outro estudo do MIT provou que as empresas que utilizam de forma adequada a tecnologia em seus processos têm lucratividade 17% maior que as concorrentes que não utilizam a tecnologia.” O raciocí­nio é que mesmo que sua empresa tenha softwares ultrapassados, caso bem utilizados, eles representam maior lucratividade.

Software livre

Um dos maiores questionamentos dos usuários é que, se existem programas e plataformas gratuitas, por que usar os produtos Microsoft? “Estudos mostram que, no final, a estrutura Linux (mais conhecido sistema operacional livre) é mais onerosa para o usuário”, contrapõe o executivo. “Nosso cliente paga a licença de utilização, mas tem acesso a uma rede de suporte e a uma famí­lia de programas e ferramentas que não vai encontrar se utilizar somente software livre”, diz.

Prado também afirma que a Microsoft oferece uma série de programas para download gratuito, além de ferramentas para o desenvolvimento de novas aplicações, que podem ser distribuí­das para outros usuários. “Além disso, é um erro pensar que software livre é gratuito. Poucas versões são livres de licença. A maioria é melhorada por alguma empresa que passa a cobrar por isso.”

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O Sonho do Rei

Há mais de dois mil anos que aconteceu esta história ou outra parecida com a que eu vou contar. Mais de dois mil de anos depois, vai-se lá saber.

O rei Nabucodonosor, imperador dos caldeus, senhor da Babilônia, conquistador do Lí­bano, dominador da Fení­cia, protector da Judéia, cobria com o seu manto e mando meio mundo. Ou quase…

Os muitos escravos, que trouxera das suas expedições guerreiras, eram a sua ostentação, quando o cortejo real percorria as ruas e alamedas da Babilónia, ladeadas de lanças, ramos de palmeiras e aclamações. Escolhera-os um por um, de entre os mais jovens, nobres e bem apanhados. Vestidos com túnicas debruadas a ouro, pareciam prí­ncipes. Mas eram escravos.

Um deles, proveniente da Judeia, chamava-se Daniel. Os companheiros devotavam-lhe uma grande amizade e respeitavam-no como o melhor de todos, porque ele era o mais inteligente e o mais generoso.

Aconteceu que, numa manhã tempestuosa, o rei acordou em cólera. Tinha tido um sonho esquisito e apavorante, que se desvanecera, í  luz do dia. Do que se tratava? Donde viera? Como findara? Do que se tratava? Donde viera? Como findara? O rei tentava a todo o custo recordar-se, mas sem sucesso.

Estava convencido que o sonho lhe trazia um aviso urgente. Mas qual? Por mais esforços que fizesse, o rei não conseguia lembrar-se.

Mandou chamar os sábios do reino e exigiu-lhes:

– Digam-me que sonho sonhei, na noite passada, e o que significa.

Por mais sábio que se seja, ninguém pode adivinhar os sonhos alheios. Foi isto, tal e qual, o que disseram os sábios.

Enfureceu-se o rei:

– Mando cortar-vos a cabeça se até amanhã, ao raiar do sol, não descobrirem a charada do meu sonho.

Os sábios saí­ram dos aposentos do rei, de cabeça baixa, como se já a oferecessem ao machado do carrasco.

Durante o dia, não se falou de outra coisa no palácio.

Daniel, condoí­do com os velhos sábios, pediu ao Deus da sua crença que lhe iluminasse o sono com um sonho igual ao do rei.

Na madrugada seguinte, Daniel, mal acordou, pediu para ser recebido por Nabucodonosor. Trazia-lhe o sonho para contar.

– Vós vistes no vosso sonho uma estátua colossal – começou Daniel.

– Sim, agora me recordo que era uma estátua de um tamanho nunca visto – reconheceu o rei, cheio de atenção.

Daniel prosseguiu:

– O colosso tinha a cabeça moldada em ouro maciço, os braços e o peito eram de prata, o ventre e as coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés…

– … de barro! – exclamou o rei, dando uma pancada na testa. – Agora me lembro que atiraram uma pedra í  estátua.

A pedra caiu nos pés de barro, que se partiram em cacos. A estátua vacilou e desmoronou-se no chão. E depois?

Daniel concluiu o sonho:

– Depois, o ouro, a prata, o ferro e o bronze despedaçaram-se e desfizeram-se em pó, que o vento varreu.

Nada valeu í  gigantesca estátua, porque tinha pés de barro…

– O que é que me quis anunciar o sonho? – indagou, com voz trémula, Nabucodonosor.

– Grande e nobre rei, senhor de um império colossal, o sonho anunciou-te o que tu já pressentiste. Todo o poder tem pés de barro. Toda a grandeza é perecí­vel. Toda a majestade há-de transformar-se em pó.

Nabucodonosor despediu com um gesto o escravo Daniel e escondeu a cabeça debaixo do manto, apavorado. Pela primeira vez na vida teve medo de ser rei.

(A partir de Dn 2)

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Suspenderam os jardins da Babilônia
E eu prá não ficar por baixo
Resolvi botar as asas prá fora, porque
Quem não chora dali, não mama daqui, diz o ditado
Quem pode, pode, deixa os acomodados que se incomodem
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro, prá fazer barulho eu mesma faço, ou não
Mas pegar fogo nunca foi atração de circo
Mas de qualquer maneira
Pode ser um caloroso espetáculo, então
O palhaço ri dali, o povo chora daqui, e o show não pára
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra

(Rita Lee, Babilônia, 1978)

Em Teto de Zinco Quente…

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Gatos egí­pcios mumificados em louvor í  Deusa Bastet

íustria detecta ví­rus da gripe aviária em gatos

Mais de 150 gatos estão vivendo no abrigo na íustria
A íustria informou que detectou o ví­rus H5N1, causador da gripe aviária, em vários gatos vivos.

A descoberta no estado de Styria, no sul do paí­s, ocorre depois da confirmação da presença do ví­rus em um gato morto na Alemanha, na semana passada.

O caso era considerado o primeiro exemplo, fora da ísia, do ví­rus sendo transmitido de uma espécie para infectar um mamí­fero.

Mas, segundo a correspondente da BBC Ania Lichtarowicz, é pouco provável que o ví­rus esteja se espalhando entre gatos e a chance de ser transmitido para humanos é insignificante.

Abrigo

Autoridades da íustria afirmaram que os três gatos com o ví­rus H5N1 estavam em um abrigo para animais, perto de Graz, que também abrigou aves infectadas em fevereiro, quando o ví­rus foi detectado pela primeira vez no paí­s.

Todos os gatos no abrigo Arca de Noé foram colocados em quarentena e o abrigo foi fechado até segunda ordem.

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Got a cat? No need for bird flu panic
By Philippe Naughton

The news that a German cat has died after contracting the H5N1 bird flu virus should not unduly worry pet-owners in the UK or elsewhere.

A virologist recently tested 629 village dogs in a province in central Thailand and found that 160 of them showed H5N1 antibodies, suggesting either that they were infected by the virus or had been infected.

That study is continuing, but there has not been any evidence that dogs or cats in Thailand or other countries where the virus is endemic have been acting as vectors in transmitting the disease to humans – although they may be passing it on between bird populations and among themselves.

Mark Johnson, spokesman for the British Small Animal Veterinary Association, described as “worrying” the news that a cat found dead on the Baltic island of Ruegen had been infected with the H5N1 virus, blamed for more than 90 deaths in Asia and Turkey.

But he stressed that given the number of cats that eat wild birds thoughout the world, the incidence of cats becoming infected is “extremely low”.

He said: “There is no reason for cat owners to start having their cats put to sleep. The virus has not jumped from poultry to humans in western Europe and it is not likely to do so with cats.

“But if a cat has flu symptoms owners should consult a vet. Cats do get flu but it is a different strain from H5N1. Cats are vaccinated against flu but there are still a few cases each year.”

Vets have already been warned to step up surveillance of cats and dogs and to be on the lookout for any unusual flu symptoms. Cats can already suffer from an entirely separate feline influenza, although this is covered by vaccinations and is rare.

In a letter to the Veterinary Record this week, two British researchers point out that there are a wide range of mammal species that can contract the H5N1 virus, including not just cats and dogs but pigs, mice, rabbits and ferrets too.

In fact it is the risk of transmission to pigs that most worries public health experts. Pigs, much closer to humans in their susceptibility to disease, have proven in the past to the “mixing vessels” when avian flu mutates.

Dr Freda Scott-Park, president of the British Veterinary Association, said: “The virus has been in Asia since 1997 and to our knowledge there hasn’t been much evidence of dogs and cats being killed by it. That gives us some hope that it will not happen in this country.

“When the bird flu arrives, we will then need to be looking at our advice to pet owners. But it’s a difficult one because you can’t really keep pets indoors all the time. It may well be that if the disease is diagnosed and you’re in a protectin zone, pet owners will have to take care and only let their pets out on leads.

“But the last thing we want to happen is for pet-owners to say, ‘Right, I want my cat or my dog put down now because it might have bird flu.’ We have to keep a sense of perspective: we haven’t got the disease in the UK, it’s a disease of birds and it really does seem to be inefficient at infecting non-bird species.”

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NYC: 24_08_05
Photo by corvid73 – é All rights reserved

Egídio Rocci no MAC

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Egí­dio Rocci, Caçapava-SP, 1960
Sem Tí­tulo, Escultura, 2005

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Egí­dio Rocci, Caçapava-SP, 1960
Sem Tí­tulo, Escultura, 2005

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Egí­dio Rocci, Caçapava-SP, 1960
Sem Tí­tulo, Escultura, 2005

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Museu de Arte Contemporânea do Paraná

Rua Desembargador Westphalen, 16
Centro, Curitiba-PR
www.pr.gov.br/mac

Fotos: Mathieu Bertrand Struck

procura-se – wanted – аÃкÃ?â? ÃÂ¸ÃÂ¾ÃÂ½ – auction – enchÃ?¨res – leilão – subasta – mastak – gebot – ?o de Leil – veiling – dali – monet – picasso – matisse – chácara do céu – carnaval – santa tereza – rio de janeiro – e-bay – martelo – bazaar – butler – mordomo – lance – dou-lhe uma – dou-lhe duas – vendido

I Leilão de Artes Organismo, 04/03/06

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Salvador Dalí­
Homme d’une complexion malsaine, écontant le bruit de la mar
1929, Âleo s/ Madeira, 23,5 x 34,5 cm
Lance Inicial: 1.000 (hum mil) dracmas

Winner’s curse
From Wikipedia, the free encyclopedia

The Winner’s curse is a phenomenon akin to a Pyrrhic victory that occurs in common value auctions with incomplete information. In such an auction, the goods being sold have a similar value for all bidders, but players are uncertain of this value when they bid. Each player independently estimates the value of the good before bidding.

The winner of an auction is, of course, the bidder who submits the highest bid. When each bidder is estimating the good’s value and bidding accordingly, that will probably be the bidder whose estimate was largest. If we assume that on average the bidders are estimating accurately, then the person whose bid is highest has almost certainly overestimated the good’s value. Thus, a bidder who wins after bidding what they thought the good was worth has almost certainly overpaid.

More formally, this result is obtained using conditional probability. We are interested in a bidder’s expected value from the auction (the expected value of the good, less the expected price) conditioned on the assumption that the bidder won the auction. It turns out that for a bidder bidding their true estimate, this expected value is negative, meaning that on average the winning bidder is overpaying.

Savvy bidders will avoid the winner’s curse by bid shading, or placing a bid that is below what they believe the good is worth. This may make it less likely that the bidder will win the auction, but it also protects them from overpaying in the cases where they do win. A savvy bidder knows that they don’t want to win if it means they will pay more than a good is worth. To minimize bid shading, many auctions such as eBay have the bidder pay the price of the highest losing bid. (Note, however, that this lessens but does not necessarily eliminate the winner’s curse, because the highest losing bid may still be above the good’s value.)

The severity of the winner’s curse gets stronger as the number of bidders increases. This is because the more bidders there are, the more likely it is that some of them have greatly overestimated the good’s value. In technical terms, the winner’s expected estimate is the value of the first order statistic, which increases as the number of bidders increases.

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Claude Monet
Marine França
1880-1890, Âleo s/ Tela, 65 x 91 cm
Lance Inicial Organismo: 1 (um) talento de prata

A Terceira Margem do Rio, João Guimarães Rosa

Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente ââ?¬â? minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí­ se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.

Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: ââ?¬â? “Cê vai, ocê fique, você nunca volte!” Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: ââ?¬â? “Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?” Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo ââ?¬â? a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.

Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu para. estarrecer de todo a gente. Aquilo que não havia, acontecia.

(continue a ler aqui “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa)

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Henri Matisse
Le Jardin de Luxembourg França
1903
Âleo s/ Tela
Lance Inicial Organismo: 5.000 (cinco mil) sestércios

Determinacy from elementary considerations

Familiar real-world games of perfect information, such as chess or tic-tac-toe, are always finished in a finite number of moves. (It is an instructive exercise to figure out how to represent such games as games in the context of this article.)

If such a game is modified to assign a draw to a particular player (for example, if we say that Black wins draws at chess), such games are always determined. The condition that the game is always over in a finite number of moves (“over” in the sense that all possible extensions of the finite position result in a win for the same player) corresponds to the topological condition that the set A giving the winning condition for GA is clopen in the topology of Baire space.

The proof that such games are determined is rather simple: Player I simply plays not to lose; that is, he plays to make sure that player II does not have a winning strategy after I’s move. If player I cannot do this, then it means player II had a winning strategy from the beginning. On the other hand, if player I can play in this way, then he must win, because the game will be over after some finite number of moves, and he can’t have lost at that point.

This proof does not actually require that the game always be over in a finite number of moves, only that it be over in a finite number of moves whenever II wins. That condition, topologically, is that the set A is closed. This fact–that all closed games are determined–is called the Gale-Stewart theorem. Note that by symmetry, all open games are determined as well. (A game is open if I can win only by winning in a finite number of moves.)

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Pablo Picasso
La Dance
1956, Âleo s/ Tela, 100 x 81 cm
Lance Inicial: 50.000 (cinqüenta mil) pedras de mó da Melanésia, com furo ou sem furo (sortida).

Axiom of choice

In mathematics, the axiom of choice, or AC, is an axiom of set theory. It was formulated in 1904 by Ernst Zermelo. While it was originally controversial, it is now used without embarrassment by most mathematicians. However, there are still schools of mathematical thought, primarily within set theory, that either reject the axiom of choice, or even investigate consequences of axioms inconsistent with AC.

Intuitively speaking, AC says that given a collection of bins, each containing at least one object, then exactly one object from each bin can be picked and gathered in another bin – even if there are infinitely many bins, and there is no “rule” for which object to pick from each.

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Druga obala.
Misli lako prelaze
ostatke mosta.

The other bank.
thoughts easily cross
the remains of the bridge.

L’ autre rive.
Les pensées facilement
franchissent les ruines du pont.

Das andere Ufer.
Gedanke überschreiten leicht
die Reste der Brücke.

Milan Pokrajac

“Quero falar mas a Tempestade não deixa” – Curitiba, Teatro José Maria Santos, 22/02/2006

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Quero falar mas a Tempestade não deixa

Adaptação de Pagu Leal para o texto “A Tempestade” de William Shakespeare.

Texto – Pagu Leal
Direção – Silvia Monteiro
Elenco – Luiz Carlos Pazello, Pagu Leal, Adriano Petermann e Carol Mammarella

Data: 22/02/2006 (estréia) a 12/03/2006
Horário: Quarta a Sábado í s 21h e Domingo í s 19h
Ingressos: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia)
Local: Teatro José Maria Santos – Rua Treze de Maio, 655 – 3322.7150

Fotos: Mathieu Bertrand Struck

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(Pagu Leal)

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ââ?¬Å?O axônio é o pai da mentiraââ?¬Â?

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Fotografia dos mentirosos patológicos
José Domingos Fontana
Paraná-Online [19/02/2006], para usuários registrados.

É da Universidade do Sul da Califórnia (USC) a primeira prova experimental em anormalidades estruturais do cérebro em pessoas que habitualmente mentem, enganam e manipulam os outros. O resultado comentado por Usha Sutliff é tido como uma fotografia confiável dos mentirosos patológicos. Os resultados estão publicados na edição de outubro de 2005 do Britisch Journal of Psychiatry e estão encabeçados pelos pesquisadores Yaling Yang e Adrian Raine da Faculdade de Letras, Artes e Ciências da USC.

Pesquisas anteriores já indicavam que quando uma pessoa mente, aparece uma atividade elevada no córtex prefrontal, ou seja, na área do cérebro que permite que uma pessoa também tenha remorsos ou aprenda comportamentos morais.

A amostragem humana foi de 108 voluntários atuando como empregados temporários. Uma bateria de testes psicológicos e entrevistas selecionou 12 dos voluntários na categoria dos que têm uma história de mentiras repetitivas (11 homens e uma mulher). Outros 16 exibiam sinais de desordem anti-social da personalidade mas isenta da patologia da mentira constante (15 homens e uma mulher). Outros 21 selecionados, (15 homens e 6 mulheres) foram selecionados como controles (normais).

Os entrevistadores fizeram foco em inconsistências, tais como estórias a respeito da ocupação, educação, crimes e perfil familiar. Os mentirosos patológicos foram altamente contraditórios durante a entrevista. São imprudentes em termos de seu modo de ser, mas igualmente frios quando falam a respeito disso. Além das histórias de enganação de outrem ou de uso de nomes falsos, os mentirosos habituais admitem o hábito da “fofoca” ou de contar falsidades para obter benefí­cios doentios.

Uma vez completa a seleção dos voluntários, os pesquisadores os submeteram ao Imageamento por Ressonância Magnética do cérebro para explorar diferenças entre os grupos. Nesta análise, o corpo (no caso, a cabeça) do paciente é submetida í  ação de um potente magneto (até 2 Tesla ou 20.000 gauss), combinado a magnetos de gradiente de muito menor potência (18 a 27 miliTesla; que permitirão o “fatiamento” das imagens) mais pulsos de energia de ondas de rádio dirigidos aos átomos de hidrogênio das proteí­nas, gorduras e carboidratos que vão gerar mapas (depois convertidos em imagens) biou tridimensionais.

O que se encontrou é que os mentirosos têm significativamente muito mais “matéria branca” e levemente menos “matéria cinza” em relação aos controles. Mais especificamente, os mentirosos mostraram um incremento médio de 22% de “matéria branca” na região prefrontal . A “matéria cinza” do cérebro é dominada por corpos celulares e não tem cobertura de mielina. A mielina é um esfingolipí­dio que recobre e isola os axônios dos neurônios e incrementa a velocidade de condução dos impulsos nervosos. A “matéria branca”, ao contrário, é uma camada reluzente debaixo do córtex, que consiste principalmente de axônios com revestimento de mielina esbranquiçada.

O decréscimo de “matéria cinza”, dentro da mesma comparação, foi em média de 14%. Mais matéria-prima de conexão (a mentira exige um esforço cerebral extra) ajuda o mentiroso a exercitar a arte da fraude. Menos matéria-prima para o freio de ordem moral deixa o mentiroso mais í  vontade para a sua arte de enganar. Quando as pessoas tomam decisões de ordem moral elas dependem do desempenho do córtex prefrontal, razão pela qual esta região está excepcionalmente ativada. Com o decréscimo de matéria-cinza nesta área cerebral, o mentiroso costumeiro está menos sujeito í s restrições ou menos propenso a processar alguma frenagem de ordem moral.

Os autores admitem que seu estudo carece de aprofundamento (incluindo outras regiões do cérebro), mas já o admitem de futura utilidade para o sistema de justiça criminal e mesmo no mundo dos negócios. Interessantemente crianças autistas têm sabida dificuldade em articular mentiras e harmonicamente com os achados da pesquisa da USC a relação quantitativa entre “matéria cinza/matéria branca” nos autistas está em pleno acordo. É de se especular o avanço que as CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) experimentariam se o relator Osmar Serraglio, na próxima aterrisagem nos EUA, resolver firmar algum convênio com a USC.

José Domingos Fontana (jfontana@ufpr.br) é professor emérito na UFPR junto ao Departamento de Farmácia, pesquisador do CNPq e prêmio paranaense em C&T.

mentiroso-partitura

Flags & Volts

O Binômio de Newton é tão belo como a Vênus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.

óóóó ââ?¬â? óóóóóóóóó ââ?¬â? óóóóóóóóóóóóóóó

(O vento lá fora.)

íLVARO DE CAMPOS

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Bandeira
(Ribeirão da Ilha, Florianópolis)
Foto: Felipe Nascimento

Ode Triunfal
6-1914

à dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
 rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruí­dos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical –
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força –
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgí­lio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgí­lio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
ítomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carí­cias ao corpo numa só carí­cia í  alma.

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!

Fraternidade com todas as dinâmicas!
Promí­scua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
Dos comboios estrénuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios,
Do giro lúbrico e lento dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas,
E do quase-silêncio ciciante e monótono das correias de transmissão!

Horas europeias, produtoras, entaladas
Entre maquinismos e afazeres úteis!
Grandes cidades paradas nos cafés,
Nos cafés – oásis de inutilidades ruidosas
Onde se cristalizam e se precipitam
Os rumores e os gestos do Útil
E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo!
Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares!
Novos entusiasmos de estatura do Momento!
Quilhas de chapas de ferro sorrindo encostadas í s docas,
Ou a seco, erguidas, nos planos-inclinados dos portos!
Actividade internacional, transatlântica, Canadian-Pacific!
Luzes e febris perdas de tempo nos bares, nos hotéis,
Nos Longchamps e nos Derbies e nos Ascots,
E Piccadillies e Avenues de L’Opéra que entram
Pela minh’alma dentro! Hé-lá as ruas, hé-lá as praças, hé-lá-hô la foule!
Tudo o que passa, tudo o que pára í s montras!
Comerciantes; vários; escrocs exageradamente bem-vestidos;
Membros evidentes de clubes aristocráticos;
Esquálidas figuras dúbias; chefes de famí­lia vagamente felizes
E paternais até na corrente de oiro que atravessa o colete
De algibeira a algibeira!
Tudo o que passa, tudo o que passa e nunca passa!
Presença demasiadamente acentuada das cocotes
Banalidade interessante (e quem sabe o quê por dentro?)
Das burguesinhas, mãe e filha geralmente,
Que andam na rua com um fim qualquer;
A graça feminil e falsa dos pederastas que passam, lentos;
E toda a gente simplesmente elegante que passeia e se mostra
E afinal tem alma lá dentro! (Ah, como eu desejaria ser o souteneur disto tudo!)


vila4web

Vila da Glória
Foto: Gilson Camargo

A maravilhosa beleza das corrupções polí­ticas,
Deliciosos escândalos financeiros e diplomáticos,
Agressões polí­ticas nas ruas,
E de vez em quando o cometa dum regicí­dio
Que ilumina de Prodí­gio e Fanfarra os céus
Usuais e lúcidos da Civilização quotidiana!

Notí­cias desmentidas dos jornais,
Artigos polí­ticos insinceramente sinceros,
Notí­cias passez í -la-caisse, grandes crimes –
Duas colunas deles passando para a segunda página!
O cheiro fresco a tinta de tipografia!
Os cartazes postos há pouco, molhados!
Vients-de-paraí®tre amarelos como uma cinta branca!
Como eu vos amo a todos, a todos, a todos,
Como eu vos amo de todas as maneiras,
Com os olhos e com os ouvidos e com o olfacto
E com o tacto (o que palpar-vos representa para mim!)
E com a inteligência como uma antena que fazeis vibrar!
Ah, como todos os meus sentidos têm cio de vós!

Adubos, debulhadoras a vapor, progressos da agricultura!
Quí­mica agrí­cola, e o comércio quase uma ciência!
 mostruários dos caixeiros-viajantes,
Dos caixeiros-viajantes, cavaleiros-andantes da Indústria,
Prolongamentos humanos das fábricas e dos calmos escritórios!

 fazendas nas montras!  manequins!  últimos figurinos!
 artigos inúteis que toda a gente quer comprar!
Olá grandes armazéns com várias secções!
Olá anúncios eléctricos que vêm e estão e desaparecem!
Olá tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de ontem!
Eh, cimento armado, beton de cimento, novos processos!
Progressos dos armamentos gloriosamente mortí­feros!
Couraças, canhões, metralhadoras, submarinos, aeroplanos!
Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera.
Amo-vos carnivoramente.
Pervertidamente e enroscando a minha vista
Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,
 coisas todas modernas,
 minhas contemporâneas, forma actual e próxima
Do sistema imediato do Universo!
Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!

 fábricas, ó laboratórios, ó music-halls, ó Luna-Parks,
 couraçados, ó pontes, ó docas flutuantes –
Na minha mente turbulenta e encandescida
Possuo-vos como a uma mulher bela,
Completamente vos possuo como a uma mulher bela que não se ama,
Que se encontra casualmente e se acha interessantí­ssima. Eh-lá-hô fachadas das grandes lojas!
Eh-lá-hô elevadores dos grandes edifí­cios!
Eh-lá-hô recomposições ministeriais!
Parlamentos, polí­ticas, relatores de orçamentos,
Orçamentos falsificados!
(Um orçamento é tão natural como uma árvore
E um parlamento tão belo como uma borboleta).

Eh-lá o interesse por tudo na vida,
Porque tudo é a vida, desde os brilhantes nas montras
Até í  noite ponte misteriosa entre os astros
E o mar antigo e solene, lavando as costas
E sendo misericordiosamente o mesmo
Que era quando Platão era realmente Platão
Na sua presença real e na sua carne com a alma dentro,
E falava com Aristóteles, que havia de não ser discí­pulo dele.

Eu podia morrer triturado por um motor
Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuí­da.
Atirem-me para dentro das fornalhas!
Metam-me debaixo dos comboios!
Espanquem-me a bordo de navios!
Masoquismo através de maquinismos!
Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!

jesus-eletric
Jesus of the Electric
Foto: striatic

Up-lá hô jockey que ganhaste o Derby,
Morder entre dentes o teu cap de duas cores!
(Ser tão alto que não pudesse entrar por nenhuma porta!
Ah, olhar é em mim uma perversão sexual!)

Eh-lá, eh-lá, eh-lá, catedrais!
Deixai-me partir a cabeça de encontro í s vossas esquinas. E ser levado da rua cheio de sangue
Sem ninguém saber quem eu sou!

 tramways, funiculares, metropolitanos,
Roçai-vos por mim até ao espasmo!
Hilla! hilla! hilla-hô!
Dai-me gargalhadas em plena cara,
 automóveis apinhados de pândegos e de…,
 multidões quotidianas nem alegres nem tristes das ruas,
Rio multicolor anónimo e onde eu me posso banhar como quereria!
Ah, que vidas complexas, que coisas lá pelas casas de tudo isto!
Ah, saber-lhes as vidas a todos, as dificuldades de dinheiro,
As dissensões domésticas, os deboches que não se suspeitam,
Os pensamentos que cada um tem a sós consigo no seu quarto
E os gestos que faz quando ninguém pode ver!
Não saber tudo isto é ignorar tudo, ó raiva,
 raiva que como uma febre e um cio e uma fome
Me põe a magro o rosto e me agita í s vezes as mãos
Em crispações absurdas em pleno meio das turbas
Nas ruas cheias de encontrões!

Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,
Que emprega palavrões como palavras usuais,
Cujos filhos roubam í s portas das mercearias
E cujas filhas aos oito anos – e eu acho isto belo e amo-o! –
Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.
A gentalha que anda pelos andaimes e que vai para casa
Por vielas quase irreais de estreiteza e podridão.
Maravilhosamente gente humana que vive como os cães
Que está abaixo de todos os sistemas morais,
Para quem nenhuma religião foi feita,
Nenhuma arte criada,
Nenhuma polí­tica destinada para eles!
Como eu vos amo a todos, porque sois assim,
Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus,
Inatingí­veis por todos os progressos,
Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida!

(Na nora do quintal da minha casa
O burro anda í  roda, anda í  roda,
E o mistério do mundo é do tamanho disto.
Limpa o suor com o braço, trabalhador descontente.
A luz do sol abafa o silêncio das esferas
E havemos todos de morrer,
 pinheirais sombrios ao crepúsculo,
Pinheirais onde a minha infância era outra coisa
Do que eu sou hoje…)

Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante!
Outra vez a obsessão movimentada dos ónibus.
E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos os comboios
De todas as partes do mundo,
De estar dizendo adeus de bordo de todos os navios,
Que a estas horas estão levantando ferro ou afastando-se das docas.
 ferro, ó aço, ó alumí­nio, ó chapas de ferro ondulado!
 cais, ó portos, ó comboios, ó guindastes, ó rebocadores!

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The Brain
Foto: scottwills

Eh-lá grandes desastres de comboios!
Eh-lá desabamentos de galerias de minas!
Eh-lá naufrágios deliciosos dos grandes transatlânticos!
Eh-lá-hô revoluções aqui, ali, acolá,
Alterações de constituições, guerras, tratados, invasões,
Ruí­do, injustiças, violências, e talvez para breve o fim,
A grande invasão dos bárbaros amarelos pela Europa,
E outro Sol no novo Horizonte!

Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto
Ao fúlgido e rubro ruí­do contemporâneo,
Ao ruí­do cruel e delicioso da civilização de hoje?
Tudo isso apaga tudo, salvo o Momento,
O Momento de tronco nu e quente como um fogueiro,
O Momento estridentemente ruidoso e mecânico,
O Momento dinâmico passagem de todas as bacantes
Do ferro e do bronze e da bebedeira dos metais.

Eia comboios, eia pontes, eia hotéis í  hora do jantar,
Eia aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, mí­nimos,
Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar,
Engenhos brocas, máquinas rotativas! Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô! eia!
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!

Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!

Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá! Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!

Londres, 1914 – Junho.

Mais do mesmo – Charges de Maomé – Compilação de Opiniões

maomé23
(William Blake)

Dante, Inferno XXVIII, 19-42

The poets are in the ninth
chasm of the eighth circle, that of the Sowers of
Discord, whose punishment is to be mutilated.
Mahomet shows his entrails to Dante and Virgil
while on the left stands his son Ali, his head cleft
from chin to forelock.

Veja nos comentários deste post uma descompromissada compilação das opiniões de intelectuais e articulistas brasileiros sobre a controvérsia envolvendo a publicação, em diversos periódicos, das charges do Profeta Maomé.

Leitor: enriqueça tal compilação com outros posicionamentos porventura encontrados (ou com os seus próprios), inclusive oriundos de entidades religiosas islâmicas.

maomé21
(Salvador Dali, retratando o Profeta exibindo suas entranhas)

Insults are mysteries. What seems to the bystander to be the cruelest, most destructive sledgehammer of an assault, whore! slut! tart!, can leave its target undamaged, while an apparently lesser gibe, thank god you’re not my child, can fatally penetrate the finest suits of armour, you’re nothing to me, you’re less than the dirt on the soles of my shoes, and strike directly at the heart.” (Salman Rushdie, The Ground Beneath Her Feet, 1999)

maomé25

Sutilezas do Dogma: Esta imagem foi pintada pela artista iraniana Oranous (muçulmana que vive em Teerã) e retrata Maomé, quando este ainda era um simples pastor de carneiros. Embora se trate de um retrato – tal qual as caricaturas criticadas – ele não é profano ou viola as leis corânicas. Sim, pois a imagem retrata o jovem Maomé, antes de ser visitado pelo Arcanjo Gabriel (quando recebeu a Revelação). Ou seja, tecnicamente, este rapazola ainda não era o Profeta e pode ser retratado, sem maiores problemas (v.g. incêndios de embaixadas, boicote de iogurtes, fatwas diversas etc).

“Thou shall not pass!” – Discussing Net Neutrality

pipes

Why the net should stay neutral
by Bill Thompson, BBC News

Is it time to let internet companies provide premium access to paying websites and services? No, says technology commentator Bill Thompson.

One of those loud and angry debates that seems to have nothing to do with the rest of the world is currently playing out in the US.

The Senate Committee on Commerce, Science and Transportation is considering making changes to the 1996 Telecommunications Act, and one of the ideas being floated is that network providers should be allowed to offer preferential service to some of their customers instead of providing a neutral data carrier service.

Back in 2004, Michael Powell, at the time chairman of the Federal Communications Commission, said that net service firms should support “network freedom” and ensure that their users could access all lawful content and attach whatever devices they want to their network connection without any discrimination.

Now some of the big telecoms companies want to be able to sell premium services for things like streaming video or voice over IP, and some people are worried that this will eventually lead to a segregated internet.

They include Lawrence Lessig, law professor at Stanford University, founder of the Creative Commons and one of the most significant and influential thinkers about the future of the network we have been building for the past 30 years.

It’s a big issue.

After all, once we get away from the idea that the pipes just move bits around without really caring what data is being transmitted, it’s a small step to discriminating against some forms of content and then targeting specific sites, services or users.

Instead of an “end-to-end” network, we would end up with something more like the phone network, along with a complicated array of charging schemes for “0800”, “0845” and “0871” sites.

Those in favour of “network neutrality” and keeping the current model of the internet as just a data conduit include big hitters such as Google, eBay, Amazon and even Microsoft.

They know it will cost them more if they have to pay to get their video delivered to users.

The phone and cable companies want to be free to charge for new services and make more money, and they argue that it’s not up to the government what they do with their networks.

bell-kite
A “Bell kite”, designed by telephone inventor Graham Bell. Aviation Museum in Garden City N.Y. According to this site, “two fascinations marked Bell’s whole life. One was his concern for the deaf. The other was flight. First he made a series of exotic kites formed out of tetrahedonal elements”.

Policy echo

This might not seem to matter to the rest of us, since the US no longer has the majority of network users, but of course business practices, technologies and even laws made over there tend to have a disproportionate impact on the rest of the world so we should pay attention.

We’ve already seen how the Digital Millennium Copyright Act, a US law designed to protect the interests of large media organisations, resulted in the appallingly restrictive EU Copyright Directive. We don’t want anything like that to happen this time.

This debate is happening now largely thanks to the internet’s astonishing success.

The earliest packet-switched network connections, the ones that made up the early Arpanet back in the late 1960s, used telephone lines to transmit data between university campuses in California and Ohio.

But they used the network in the way that canal boats use water. A canal has no idea what is being carried in the narrow boats, and it doesn’t really care. Until the 1990’s the phone companies didn’t really know or care what data was going over the leased lines they sold.

When dial-up access started to take off, there was a flurry of activity and attempts at control, all of which failed.

However, now all the telcos run their own networks using internet technologies and internet protocols and they want a piece of the action.

Charging differently for different content is not the same as turning the net into a toll road, open to all for a fee.

We already have that: if you choose to pay more you can have a fast broadband connection to your home; if you choose to pay vast amounts of money you can stream large amounts of data like Google or the BBC does.

What is being proposed is more like building two roads into every town and up to every house, one smooth and well-maintained tarmac and the other a dirt track, and then letting Tesco and Waitrose bid for the right to use the good road.

This issue just the latest round of a long-running debate about how much government – of whatever type, in whatever country – should be involved in the growth and development of the internet.

Some, mostly libertarian conservative thinkers like those at the Cato Institute, instinctively oppose any and all regulation and want the free market to determine what services are offered, at what price and to whom.

Even those who remember that the net emerged from a publicly-funded attempt to build a high-speed data network choose to claim that the days of subsidy are now over and that only deregulation can offer real benefits, both to companies and to the wider society.

For them, any attempt to restrict the telephone companies’ freedom to offer preferential service is tantamount to state socialism and one step away from a communist revolution.

Of course they are wrong, and badly so.

I’m a market socialist, and I believe that regulated markets are the best way to create social value. I have also been using the net since 1985 and I have seen it evolve and grow thanks to the balance between regulation and market forces. That balance has to be maintained.

Social justice is best served by ensuring that public utilities, of which the network is surely one, are regulated in the public interest.

Markets fail, and they do so in ways that any humane society must address. Ensuring that network access is available to all and that the network itself carries all lawful traffic is the only way forward.

We must just hope that the US government recognises that this is the case, and sets a good example to the rest of the world.

(Bill Thompson is a regular commentator on the BBC World Service programme Go Digital)

H5N1 – The Secret Language of Birds

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The Eye of Horus

Desde sua eclosão, a gripe aviária (avian influenza) já matou cerca de 80 pessoas e um sem-número de aves, predominantemente silvestres. Teria tudo para ser mais uma das inúmeras viroses que podemos adquirir dos animais, com maior ou menor grau de mortalidade. Mas ultimamente, a influenza aviária anda rotineiramente nos jornais, não mais restrita í s editorias de ciências.

A razão é que, nos últimos meses, houve um recrudescimento violento da patologia, com milhares de aves morrendo em diversos paí­ses (na maioria dos casos, seus destinos instintivos de migração). A caça e o contágio dos animais do meio rural (com a posterior ingestão da sua carne) é que têm gerado a maioria dos casos de contaminação humana (pouco mais de uma centena de pessoas, na ísia, Rússia e Oriente Médio, mas com elevadí­ssima taxa de mortalidade (cerca de 80%). Aos anúncios de novos casos seguem-se abates em massa em criadouros próximos, mas ninguém sabe ao certo se isso resolve.

Um caso africano (Nigéria, paí­s com controles sanitários quase que inexistentes e imensa população) foi recentemente anunciado. Teme-se um alastramento pelo continente. E há poucas horas, descobriram-se focos simultâneos em cisnes de diversas regiões italianas e gregas. A curva de casos é nitidamente exponencial.

Os virologistas e epidemiologistas se dividem. Teoriza-se que um incremento nas contaminações humanas pode gerar uma mutação que espalhe o H5N1 (ou um de seus derivados) de humano para humano, por via respiratória, em pandêmica proporção. Ou seja, quanto mais casos aves-homem, maior o risco da mutação. Outros especialistas sustentam que não há o que temer, pois a cepa H5 é normal em aves silvestres e nada prova que a tal mutação ocorrerá, servindo o clima de paranóia instalado unicamente para enriquecer os laboratórios farmacêuticos, notadamente a Roche, com seu Tamiflu.

De qualquer forma, é óbvio e ululante que o H5N1 está se espalhando rapidamente entre aves de todo mundo. Se a epidemia se restringirá a elas, ninguém sabe.

Não custa lembrar que a Peste Negra, indubitavelmente a maior praga já vista pela humanidade, conseguiu se espalhar violentamente (matando 2/3 da população ativa em certos locais) em um mundo com tecnologia precária, transportes quase que inexistentes e com comunidades muito isoladas umas das outras. Realidade muito distinta da presente.

A essa altura do campeonato, só resta perguntar: qual pássaro trará o H5N1 ao Brasil?

Este?
batuíra-de-bando
Batuí­ra-de-Bando

Ou este?
lufthansa2

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Ozymandias

I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command,
Tell that its sculptor well those passions read,
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed,
And on the pedestal these words appear:
“My name is Ozymandias, King of Kings:
Look upon my works, ye Mighty, and despair!”
Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.

Percy Bysshe Shelley
1792-1822

After arriving in Brazil in 1899 by the Santos seaport, State of São Paulo, the plague dispersed in rural zones, exhibiting periodicity as a wild enzootic and rural zoonosis due to the persistence in natural foci in the northeast and southeast Brazilian regions (Freitas 1969). Within the southeast region there is a focus located in the Serra dos Ârgãos mountain range which, although not being the most important focus in Brazil, has been of great scientific interest due to its geographic location.

Due to two human plague deaths recorded, studies in this focus have been intensified since 1967. Serologic surveys by hemaglutination demonstrated the circulation of Yersinia pestis among small rodents and dogs (Almeida et al. 1985, Vieira et al. 1994). Excepting the reports of fleas in Teresópolis, State of Rio de Janeiro (Gomes 1969), the potential vectors of the plague in this area have been poorly studied and fleas have been misidentified. The present study reviews the flea fauna and verify the abundance of fleas on hosts from the focus of Serra dos Ârgãos mountain range, State of Rio de Janeiro.

brueghel-plague
O Triunfo da Morte, Peter Brueghel

Este site disponibiliza a seqüencia genética completa de diversas cepas do ví­rus da gripe, dentre elas a da Gripe Espanhola (de sigla H1N1, responsável por 50 milhões de mortes em epidemia iniciada em 1918 e que matou até Rodrigues Alves, presidente do Brasil).

Recipe for a Plague:

AACACCGATCTTGAGGCTCTCATGGAATGGCTAAAGACAAGACCGATCCTGTCACCTCTGACTAAGGGGATTTTA
GGATTTGTGTTCACGCTCACCGTGCCCAGTGAGCGAGGACTGCAGCGTAGACGCTTTGTCCAAAATGCCCTTAAT
GGGAATGGGGATCCAAACAACATGGACAGAGCAGTTAAACTGTATAGAAAGCTTAAGAGGGAGATAACATTCCAT
GGGGCCAAAGAAATAGCACTCAGTTATTCTGCTGGTGCACTTGCCAGTTGTATGGGCCTCATATACAACAGGATG
GGGGCTGTGACCACCGAATCAGCATTTGGCCTGATATGCGCAACCTGTGAACAGATTGCTGACTCCCAGCATAAG
TCTCATAGGCAAATGGTAACAACAACCAATCCATTAATAAGACATGAGAACAGAATGGTTCTGGCCAGCACTACA
GCTAAGGCTATGGAGCAAATGGCTGGATCGAGTGAACAAGCAGCTGAGGCCATGGAGGTTGCTAGTCAGGCCAGG
CAAATGGTGCAGGCAATGAGAGCCATTGGG

Cortina de Fé(rro)

caldo-carne-maomé
Figurinha alemã retratando a subida de Maomé aos céus, guiado pelo Arcanjo Gabriel (entidade comum aos três grandes Monoteí­smos da Civilização Humana). Parte de um álbum lançado pela Liebig, inventora do Caldo de Carne. Data: 1928.

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A controvérsia a respeito das caricaturas retratando Maomé no jornal dinamarquês Jyllands-Posten irrompeu em violentos protestos internacionais. Neste exato instante, os principais jornais noticiam a invasão e o incêndio, por milhares de manifestantes, do consulado da Dinamarca em Beirute. Outros edifí­cios diplomáticos ocidentais foram ou estão sendo destruí­dos nas principais capitais do mundo islâmico.

Enquanto as nações muçulmanas estão exigindo um boicote internacional í  Dinamarca e seus produtos (deliciosos iogurtes, em sua maioria) e a qualquer outro paí­s que “ouse” veicular novamente as caricaturas, algumas nações européias insistem – contra a corrente, inclusive dos principais articulistas do beautiful people midiático ocidental – que a liberdade de expressão está acima das imposições de um relativismo cultural cada vez mais auto-imposto e que nos coloca cada vez mais violentamente na auto-censura.

É bom que se diga que não há nada mais insano e insensato do que exigir que nações inteiras peçam desculpas ao Islã pela publicação das caricaturas por um jornal privado, em um paí­s onde vigora a livre iniciativa.

O episódio revela em que medida o totalitarismo muçulmano (que nada tem a ver com a beleza teológica de que se reveste o Corão, mas resulta da degenerescência polí­tica de certas leituras deste) é nefasto, especialmente nos paí­ses que acolhem os imigrantes dos paí­ses onde se professa a revelação islâmica.

Se a representação pictorial da figura do Profeta é considerada idolatria pela fé islâmica, isso certamente não se aplica fora das suas fronteiras, especialmente em paí­ses onde impera a liberdade de culto. “Em Roma, como os Romanos”.
denmark

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Seguem as caricaturas publicadas pelo Jyllands-Posten:

maome1

maomé11

maomé12

maomé13

maomé14

maomé15

maomé16

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Clique aqui para ver uma retrospectiva iconográfica do Profeta Maomé, ao longo dos séculos. Há desde representações feitas dentro da própria cultura islâmica, com e sem representação do rosto, passando por representações feitas fora do Islã (Gustave Doré, Dali, Rodin, William Blake etc.) e até mesmo algumas mais recentes, de duvidoso gosto.
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Alguns outros cartoons que foram publicados após a polêmica:

billy-maomé

maomé3

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france-soir
Capa do France Soir: “Sim, temos o direito de caricaturar Deus“. A capa e a republicação das caricaturas, custou o pescoço do editor-chefe Jacques Lefranc. O balão diz: “Não amole, Maomé. Aqui, todos foram caricaturizados”.

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rushdie

“Acho que já vi esse filme…”

Uróboros Teóricos

escher-drawing-hand1
M.C. Escher – Drawing Hand

Nenhum sistema consistente pode ser utilizado para provar a sua própria consistência (2.ú Teorema de Gí¶del)

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cravos

Falsear

A falseabilidade foi desenvolvida inicialmente por Karl Popper nos anos 30 do século XX. Popper reparou que dois tipos de enunciados são de particular valor para os cientistas. O primeiro são enunciados de observações, tais como “este cisne é branco”. Na teoria da lógica chamamos a estes enunciados existenciais singulares, uma vez que afirmam a existência de uma coisa em particular. Eles podem ser analisados na forma: existe um x que é cisne e é branco.

O segundo tipo de enunciado de interesse para os cientistas categoriza todas as instâncias de alguma coisa, por exemplo “todos os cisnes são brancos”. Na lógica chamamos a estes enunciados universais. Eles são normalmente analisados na forma para todos os x, se x é um cisne então x é branco.

“Leis” cientí­ficas (mais corretamente chamadas teorias) são normalmente tidas como sendo desta forma. Talvez a questão mais difí­cil na metodologia cientí­fica é, como é que podemos chegar í s teorias partindo das observações? Como podemos inferir de forma válida um enunciado universal a partir de enunciados existenciais (por muitos que sejam)?

A metodologia indutivista supunha que se pode passar de uma série de enunciados singulares para um enunciado universal. Ou seja, que se pode passar de um “este é um cisne branco”, “ali está outro cisne branco”, e por aí­ em diante, para um enunciado universal como “todos os cisnes são brancos”. Este método é claramente inválido em lógica, uma vez que será sempre possí­vel que exista um cisne não-branco que por algum motivo não tenha sido observado.

Este era o Problema da indução, identificado por David Hume no século XVIII e cuja resolução é proposta por Popper.

Popper defendeu que a ciência não poderia ser baseada em tal inferência. Ele propôs a falseabilidade como a solução do problema da indução. Popper viu que apesar de um enunciado existencial singular como “este cisne é branco” não pode ser usado para afirmar um enunciado universal, ele pode ser usado para mostrar que um determinado enunciado universal é falso: a observação existencial singular de um cisne negro serve para mostrar que o enunciado universal “todos os cisnes são brancos” é falso. Em lógica chamamos a isto de modus tollens.

Fonte: Wikipedia

Muito além da Família Folha

three-bridges
Urban Cluster
Blocos de prédios conectados por passarelas. Centro de Curitiba-PR, imediações da Rua Cruz Machado.

Uma só palavra

– Ai, querido. Só mais uma vez. A palavra que eu tanto gosto. Diga.

– ?

– Uma doce palavrinha.

– Ah, minha cadelinha querida. Sua putinha safada. Cabriti…

– Ei, pára. Não é por aí­.

– Mas o que…

– Se você já esqueceu: Amor. Eu te amo. Só isso.

drying in the breeze
Drying in the breeze
Calcinhas secam na brisa de sábado nas Mercês, Curitiba-PR. Pouco antes do anoitecer.

Os noivos

– Foi um triste casamento. Os noivos decerto menores de 18 anos. Pareciam dois meninos perdidos. Dois lindos meninos.

Para surpresa geral, a noiva chega chorando. Entra na igreja chorando. E chora até o fim da cerimônia.

Quando os dois caminham para o altar, í  medida que passam, todos entendem o pranto da garota.

Ele tinha raspado a cabeça. E atrás, na sobra da cabeleira, estão recortadas quatro letras: R-O-S-A,

– E daí­? O nome da noiva. Um belo gesto de amor.

– Só que o nome da noiva era outro.

serro-azul
Edifí­cios na Barão do Serro Azul, centro de Curitiba-PR, vistos das imediações.

Diante do túmulo

Diante do túmulo do velho bem-querido. Cabeça trêmula, a velhinha:

– E você? Por que ainda não me enterrou?

Silêncio do velho. Ela, zangada:

– Mas o que você está esperando?

(Trechos do livro Arara Bêbada, de Dalton Trevisan)

Photos: Mathieu Bertrand Struck
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