Muito além da Família Folha

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Urban Cluster
Blocos de prédios conectados por passarelas. Centro de Curitiba-PR, imediações da Rua Cruz Machado.

Uma só palavra

– Ai, querido. Só mais uma vez. A palavra que eu tanto gosto. Diga.

– ?

– Uma doce palavrinha.

– Ah, minha cadelinha querida. Sua putinha safada. Cabriti…

– Ei, pára. Não é por aí­.

– Mas o que…

– Se você já esqueceu: Amor. Eu te amo. Só isso.

drying in the breeze
Drying in the breeze
Calcinhas secam na brisa de sábado nas Mercês, Curitiba-PR. Pouco antes do anoitecer.

Os noivos

– Foi um triste casamento. Os noivos decerto menores de 18 anos. Pareciam dois meninos perdidos. Dois lindos meninos.

Para surpresa geral, a noiva chega chorando. Entra na igreja chorando. E chora até o fim da cerimônia.

Quando os dois caminham para o altar, í  medida que passam, todos entendem o pranto da garota.

Ele tinha raspado a cabeça. E atrás, na sobra da cabeleira, estão recortadas quatro letras: R-O-S-A,

– E daí­? O nome da noiva. Um belo gesto de amor.

– Só que o nome da noiva era outro.

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Edifí­cios na Barão do Serro Azul, centro de Curitiba-PR, vistos das imediações.

Diante do túmulo

Diante do túmulo do velho bem-querido. Cabeça trêmula, a velhinha:

– E você? Por que ainda não me enterrou?

Silêncio do velho. Ela, zangada:

– Mas o que você está esperando?

(Trechos do livro Arara Bêbada, de Dalton Trevisan)

Photos: Mathieu Bertrand Struck
Creative Commons License

2 comments

  1. obrigado pela visita e coment�¡rio.

    de todo modo, nÃ?£o Ã?© “meu” blog e sim da Orquestra Organismo e de um maluco (que de vez em quando aparece) chamado Occam 🙂

    abra�§os,

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