Desvendando a estratégia da Microsoft
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Diogo Dreyer [08/03/2006]
2006 promete ser um ano e tanto para a gigante Microsoft. Além do aguardado Windows Vista – o sucessor do XP, que deve ser lançado até o fim do ano – a empresa inaugura também seu setor de “Web 2.0″, o Office Live. O jargão, criado para designar os serviços onde o usuário utiliza programas via internet, na prática significa que as empresas de software irão gradativamente deixar de vender seus produtos em caixas e nas lojas para disponibilizá-los na internet, onde o usuário irá pagar pelo serviço toda a vez que precisar utilizar.
“A vantagem do Office Live é que a pessoa não precisará mais pagar quantias elevadas pelos softwares e irá utilizar sempre a versão mais atualizada”, explica Roberto Prado, gerente de estratégias de mercado da Microsoft Brasil. O executivo deu uma entrevista exclusiva a O Estado para contar um pouco da estratégia da empresa para esses aguardados lançamentos, sobre a profissionalização dos setores de TI no meio empresarial e sobre software livre.
Sobre o Vista, Prado afirma que o novo sistema operacional terá foco na facilidade e segurança. “O usuário vai deixar de ser o administrador de sua máquina, para evitar que as pessoas executem programas maliciosos. Evidentemente, será possível tomar as rédeas do sistema, mas estamos preparando algo menos traumático, que não exija muito conhecimento técnico para ser usado com segurança”. Além disso, explica o executivo, o tempo de inicialização será dramaticamente reduzido e a maneira que o usuário lidará com a interface será muito mais intuitiva.
Ficando para trás
Prado admitiu que grande fatia do mercado, principalmente corporativo, ainda não acompanha essas inovações. É o panorama diário de diversas empresas no País que ainda utilizam computadores rodando Windows 98. “É claro que a Microsoft espera que os programas obsoletos sejam atualizados, mas nem por isso deixamos de lado esses clientes”, afirma. Tanto é assim que a empresa está realizando um roadshow pelas principais cidades do Brasil apenas para mostrar para seus grandes clientes maneiras de utilizar melhor as ferramentas de programas como o Word ou o Excel.
“Mesmo falando nos últimos lançamentos, como o Vista e o Live, ainda tem muita gente que não conhece funcionalidades que podem ajudar muito a melhorar o rendimento nas empresas em programas mais antigos que ainda são muito utilizados”, explica.
Prado também é um entusiasta da tecnologia no meio corporativo. “No ano passado, a Harvard Business Review publicou um dos textos mais provocadores já escritos sobre tecnologia da informação, intitulado “TI não importa mais”. Ali afirmavam a TI se tornou uma commodity como eletricidade. Como seu uso se generalizou, deixou de ter importância estratégica”, diz Prado. “Mas discordo totalmente disso. Um outro estudo do MIT provou que as empresas que utilizam de forma adequada a tecnologia em seus processos têm lucratividade 17% maior que as concorrentes que não utilizam a tecnologia.” O raciocínio é que mesmo que sua empresa tenha softwares ultrapassados, caso bem utilizados, eles representam maior lucratividade.
Software livre
Um dos maiores questionamentos dos usuários é que, se existem programas e plataformas gratuitas, por que usar os produtos Microsoft? “Estudos mostram que, no final, a estrutura Linux (mais conhecido sistema operacional livre) é mais onerosa para o usuário”, contrapõe o executivo. “Nosso cliente paga a licença de utilização, mas tem acesso a uma rede de suporte e a uma família de programas e ferramentas que não vai encontrar se utilizar somente software livre”, diz.
Prado também afirma que a Microsoft oferece uma série de programas para download gratuito, além de ferramentas para o desenvolvimento de novas aplicações, que podem ser distribuídas para outros usuários. “Além disso, é um erro pensar que software livre é gratuito. Poucas versões são livres de licença. A maioria é melhorada por alguma empresa que passa a cobrar por isso.”
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O Sonho do Rei
Há mais de dois mil anos que aconteceu esta história ou outra parecida com a que eu vou contar. Mais de dois mil de anos depois, vai-se lá saber.
O rei Nabucodonosor, imperador dos caldeus, senhor da Babilônia, conquistador do Líbano, dominador da Fenícia, protector da Judéia, cobria com o seu manto e mando meio mundo. Ou quase…
Os muitos escravos, que trouxera das suas expedições guerreiras, eram a sua ostentação, quando o cortejo real percorria as ruas e alamedas da Babilónia, ladeadas de lanças, ramos de palmeiras e aclamações. Escolhera-os um por um, de entre os mais jovens, nobres e bem apanhados. Vestidos com túnicas debruadas a ouro, pareciam príncipes. Mas eram escravos.
Um deles, proveniente da Judeia, chamava-se Daniel. Os companheiros devotavam-lhe uma grande amizade e respeitavam-no como o melhor de todos, porque ele era o mais inteligente e o mais generoso.
Aconteceu que, numa manhã tempestuosa, o rei acordou em cólera. Tinha tido um sonho esquisito e apavorante, que se desvanecera, í luz do dia. Do que se tratava? Donde viera? Como findara? Do que se tratava? Donde viera? Como findara? O rei tentava a todo o custo recordar-se, mas sem sucesso.
Estava convencido que o sonho lhe trazia um aviso urgente. Mas qual? Por mais esforços que fizesse, o rei não conseguia lembrar-se.
Mandou chamar os sábios do reino e exigiu-lhes:
– Digam-me que sonho sonhei, na noite passada, e o que significa.
Por mais sábio que se seja, ninguém pode adivinhar os sonhos alheios. Foi isto, tal e qual, o que disseram os sábios.
Enfureceu-se o rei:
– Mando cortar-vos a cabeça se até amanhã, ao raiar do sol, não descobrirem a charada do meu sonho.
Os sábios saíram dos aposentos do rei, de cabeça baixa, como se já a oferecessem ao machado do carrasco.
Durante o dia, não se falou de outra coisa no palácio.
Daniel, condoído com os velhos sábios, pediu ao Deus da sua crença que lhe iluminasse o sono com um sonho igual ao do rei.
Na madrugada seguinte, Daniel, mal acordou, pediu para ser recebido por Nabucodonosor. Trazia-lhe o sonho para contar.
– Vós vistes no vosso sonho uma estátua colossal – começou Daniel.
– Sim, agora me recordo que era uma estátua de um tamanho nunca visto – reconheceu o rei, cheio de atenção.
Daniel prosseguiu:
– O colosso tinha a cabeça moldada em ouro maciço, os braços e o peito eram de prata, o ventre e as coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés…
– … de barro! – exclamou o rei, dando uma pancada na testa. – Agora me lembro que atiraram uma pedra í estátua.
A pedra caiu nos pés de barro, que se partiram em cacos. A estátua vacilou e desmoronou-se no chão. E depois?
Daniel concluiu o sonho:
– Depois, o ouro, a prata, o ferro e o bronze despedaçaram-se e desfizeram-se em pó, que o vento varreu.
Nada valeu í gigantesca estátua, porque tinha pés de barro…
– O que é que me quis anunciar o sonho? – indagou, com voz trémula, Nabucodonosor.
– Grande e nobre rei, senhor de um império colossal, o sonho anunciou-te o que tu já pressentiste. Todo o poder tem pés de barro. Toda a grandeza é perecível. Toda a majestade há-de transformar-se em pó.
Nabucodonosor despediu com um gesto o escravo Daniel e escondeu a cabeça debaixo do manto, apavorado. Pela primeira vez na vida teve medo de ser rei.
(A partir de Dn 2)
Suspenderam os jardins da Babilônia
E eu prá não ficar por baixo
Resolvi botar as asas prá fora, porque
Quem não chora dali, não mama daqui, diz o ditado
Quem pode, pode, deixa os acomodados que se incomodem
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro, prá fazer barulho eu mesma faço, ou não
Mas pegar fogo nunca foi atração de circo
Mas de qualquer maneira
Pode ser um caloroso espetáculo, então
O palhaço ri dali, o povo chora daqui, e o show não pára
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra
(Rita Lee, Babilônia, 1978)
Neste post de janeiro de 2006 o assunto j�¡ vinha sendo discutido:
http://organismo.art.br/blog/?p=1254#comments
As imagens de BabilÃ?´nia sÃ?£o meramente ilustrativas e indicam apenas um futuro possÃ?Âvel. Repito aqui o que comentei naquele post:
“Acredito que, realmente, uma mudanÃ?§a de rumos para a Microsoft Ã?© uma tendÃ?ªncia absolutamente previsÃ?Âvel para o curto prazo. Se vÃ?£o, graÃ?§as Ã? grana, comprar estabilidade para a mudanÃ?§a de ramo ou se vÃ?£o se espatifar, nÃ?£o hÃ?¡ como saber. A histÃ?³ria tem exemplos dos dois lados. A General Eletric Ã?© um mutante, que existe desde o fundador Thomas Edison e quando todo mundo pensa que estÃ?¡ morta, bufa de vitalidade. Rockfeller, Morgan, Matarazzo (um exemplo local) se esfacelaram quando seus ciclos se encerraram. NÃ?£o passam de signos, hoje em dia. SerÃ?¡ esse o futuro das quatro janelinhas?”
interessante a notÃ?Âcia. mas essa mÃ?ºsica Ã?© terrÃ?Âvel. 🙂
qto a microsoft, s�³ lamento quem ainda usa. pra algu�©m que l�ª coments de blogs eu direi que �© praticamente por pregui�§a.