O neto de King Kong
Dante Mendonça [08/03/2006]
do Paraná-Online (para usuários cadastrados)
Com King Kong não há quem possa, pelo menos em termos de Oscar de efeitos especiais. No filme original de 1933, King Kong sobe no Empire State Building. Na versão de 1976, o gorila foge com sua amada e vai se refugiar naquele que foi o World Trade Center. Quando esta refilmagem estreou no Brasil, em 1977, foi lançado em Curitiba “O neto de King Kong”, quando o macaco trepou na torre da Telepar.
Foi um espanto. Naquele ano de 1977, eu merecia o Oscar de “defeitos especiais”. No meu roteiro e direção, King Kong tem uma amante no Alto da Rua XV. Quando o marido chega em casa, a mulher revela que está apaixonada por outro, abre o armário, e eis a assustadora paixão: o neto do King Kong. A fera toma a bela nos braços e primeiro sobe na Caixa dââ?¬â?¢ígua do Alto da XV. King Kong foge do cerco da polícia e do marido, toma o ônibus Rua XV – Vicente Machado, desce na Praça Osório e, sempre com a morena nos ombros, escala a torre da Telepar, onde foram felizes para sempre.
Enquanto o King Kong de Jessica Lang formava filas no Cine Vitória,
“O neto de King Kong” teve estréia exclusiva para os leitores deste O Estado do Paraná numa fotonovela de página inteira. Interpretando a fera, Moisés (Mussão) Assis; no papel de Jessica Lang, uma bela morena que na época namorava um conhecido jornalista; quem fazia o marido traído era o ex-ator e jornalista Fernando Alexandre, hoje escritor e editor em Florianópolis; as fotografias eram do repórter fotográfico Irmo Celso.
A máscara do neto do King Kong foi emprestada pelos divulgadores do filme e, depois de uma noite de “filmagens” na minha própria casa, o cuecão branco do neto de King Kong foi editado e montado numa página inteira, em preto e branco, com ajuda de tesoura, cola, guache e tinta nanquim.
Tempos divertidos aqueles, quando a computação gráfica não existia nem na imaginação do Flash Gordon.
Ha!Ha!Ha! �³timo!
Ha!ha!Hi!Hi! …
E agora Mathieu Lombardi?
Qual �© a pr�³xima atra�§�£o?