H5N1 – The Secret Language of Birds

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The Eye of Horus

Desde sua eclosão, a gripe aviária (avian influenza) já matou cerca de 80 pessoas e um sem-número de aves, predominantemente silvestres. Teria tudo para ser mais uma das inúmeras viroses que podemos adquirir dos animais, com maior ou menor grau de mortalidade. Mas ultimamente, a influenza aviária anda rotineiramente nos jornais, não mais restrita í s editorias de ciências.

A razão é que, nos últimos meses, houve um recrudescimento violento da patologia, com milhares de aves morrendo em diversos paí­ses (na maioria dos casos, seus destinos instintivos de migração). A caça e o contágio dos animais do meio rural (com a posterior ingestão da sua carne) é que têm gerado a maioria dos casos de contaminação humana (pouco mais de uma centena de pessoas, na ísia, Rússia e Oriente Médio, mas com elevadí­ssima taxa de mortalidade (cerca de 80%). Aos anúncios de novos casos seguem-se abates em massa em criadouros próximos, mas ninguém sabe ao certo se isso resolve.

Um caso africano (Nigéria, paí­s com controles sanitários quase que inexistentes e imensa população) foi recentemente anunciado. Teme-se um alastramento pelo continente. E há poucas horas, descobriram-se focos simultâneos em cisnes de diversas regiões italianas e gregas. A curva de casos é nitidamente exponencial.

Os virologistas e epidemiologistas se dividem. Teoriza-se que um incremento nas contaminações humanas pode gerar uma mutação que espalhe o H5N1 (ou um de seus derivados) de humano para humano, por via respiratória, em pandêmica proporção. Ou seja, quanto mais casos aves-homem, maior o risco da mutação. Outros especialistas sustentam que não há o que temer, pois a cepa H5 é normal em aves silvestres e nada prova que a tal mutação ocorrerá, servindo o clima de paranóia instalado unicamente para enriquecer os laboratórios farmacêuticos, notadamente a Roche, com seu Tamiflu.

De qualquer forma, é óbvio e ululante que o H5N1 está se espalhando rapidamente entre aves de todo mundo. Se a epidemia se restringirá a elas, ninguém sabe.

Não custa lembrar que a Peste Negra, indubitavelmente a maior praga já vista pela humanidade, conseguiu se espalhar violentamente (matando 2/3 da população ativa em certos locais) em um mundo com tecnologia precária, transportes quase que inexistentes e com comunidades muito isoladas umas das outras. Realidade muito distinta da presente.

A essa altura do campeonato, só resta perguntar: qual pássaro trará o H5N1 ao Brasil?

Este?
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Batuí­ra-de-Bando

Ou este?
lufthansa2

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Ozymandias

I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command,
Tell that its sculptor well those passions read,
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed,
And on the pedestal these words appear:
“My name is Ozymandias, King of Kings:
Look upon my works, ye Mighty, and despair!”
Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.

Percy Bysshe Shelley
1792-1822

After arriving in Brazil in 1899 by the Santos seaport, State of São Paulo, the plague dispersed in rural zones, exhibiting periodicity as a wild enzootic and rural zoonosis due to the persistence in natural foci in the northeast and southeast Brazilian regions (Freitas 1969). Within the southeast region there is a focus located in the Serra dos Ârgãos mountain range which, although not being the most important focus in Brazil, has been of great scientific interest due to its geographic location.

Due to two human plague deaths recorded, studies in this focus have been intensified since 1967. Serologic surveys by hemaglutination demonstrated the circulation of Yersinia pestis among small rodents and dogs (Almeida et al. 1985, Vieira et al. 1994). Excepting the reports of fleas in Teresópolis, State of Rio de Janeiro (Gomes 1969), the potential vectors of the plague in this area have been poorly studied and fleas have been misidentified. The present study reviews the flea fauna and verify the abundance of fleas on hosts from the focus of Serra dos Ârgãos mountain range, State of Rio de Janeiro.

brueghel-plague
O Triunfo da Morte, Peter Brueghel

Este site disponibiliza a seqüencia genética completa de diversas cepas do ví­rus da gripe, dentre elas a da Gripe Espanhola (de sigla H1N1, responsável por 50 milhões de mortes em epidemia iniciada em 1918 e que matou até Rodrigues Alves, presidente do Brasil).

Recipe for a Plague:

AACACCGATCTTGAGGCTCTCATGGAATGGCTAAAGACAAGACCGATCCTGTCACCTCTGACTAAGGGGATTTTA
GGATTTGTGTTCACGCTCACCGTGCCCAGTGAGCGAGGACTGCAGCGTAGACGCTTTGTCCAAAATGCCCTTAAT
GGGAATGGGGATCCAAACAACATGGACAGAGCAGTTAAACTGTATAGAAAGCTTAAGAGGGAGATAACATTCCAT
GGGGCCAAAGAAATAGCACTCAGTTATTCTGCTGGTGCACTTGCCAGTTGTATGGGCCTCATATACAACAGGATG
GGGGCTGTGACCACCGAATCAGCATTTGGCCTGATATGCGCAACCTGTGAACAGATTGCTGACTCCCAGCATAAG
TCTCATAGGCAAATGGTAACAACAACCAATCCATTAATAAGACATGAGAACAGAATGGTTCTGGCCAGCACTACA
GCTAAGGCTATGGAGCAAATGGCTGGATCGAGTGAACAAGCAGCTGAGGCCATGGAGGTTGCTAGTCAGGCCAGG
CAAATGGTGCAGGCAATGAGAGCCATTGGG

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