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üí¬í¸í·üí±

Square root

 
Roooooooooots
square roots …

00000001010101010101010100100101011001001010100101010101010

eu sou o número
que multiplicado por mim mesmo me compõe
00000001010101010101010100100101011001001010100101010101010
 
enquanto na matriz um novo mapa de primos se elege
       
    .
o vértice   
    .
aqui

        .eu
   
           
       
.você

 
operando

 operando operando
 
operando operando
 operando operando
  operando
 operando
   operando
  
operando
  operando

 

Ã?â?? BIENNALE ãÃ?Â¥Ã?â??çáÃ?ŸÃ?Ã?â??ã Ã?¤Ã?â?¢çÃ?Ã?â??ã Ã?Ë?Ã?â?¢ããÃ?â??Ã?â?ºÃ?ŸÃ?Ã?â?¢Ã?Å¡Ã?â??ã

 Ïâ??õí»õÏâ?¦Ãâ??í±í¯í± ÏÆ?Ïâ?¦í½í¬í½Ãâ??í·ÃÆ?í· Ãâ??Ïâ?°í½ Ã?â?õí¹Ãâ?¬í½í¿ÃÆ?í¿Ãâ? í¹ÃÆ?Ïâ??ÃÅ½í½ óí¹í± Ïâ??í·í½ Ïâ? õÏâ??í¹í½í® í±úí±ôí·üí±ÃÅ úí® Ãâ?¡ÃÂí¿í½í¹í¬ 2006-2007 Ïâ?¬ÃÂí¿óρí±üüí±Ãâ??í¯ÃÆ?Ïâ??í·úõ óí¹í± Ïâ??í·í½ õρÏâ?¡ÃÅ?üõí½í· í¤õÏâ??í¬ÃÂÃâ??í· 30-05-2007. í¤í¿ í±ÃÂÃâ?¡í¹úÏÅ? í¸í­üí± ÃÆ?Ïâ?¦í¶í®Ãâ??í·ÃÆ?í·Ãâ?? í®Ãâ??í±í½ í¿ íí¯úí¿Ãâ?? Úí±í¶í±í½Ãâ??í¶í¬úí·Ãâ?? úí±í¹ í· í­í½í½í¿í¹í± Ïâ??í·Ãâ?? õí»õÏâ?¦í¸õρí¯í±Ãâ??< . Ã?Å?üÏâ?°Ãâ?? õÏâ?¬õí¹ôí® í¿í¹ Ã?â?õí¹Ãâ?¬í½í¿ÃÆ?í¿Ãâ? í¹ÃÆ?Ïâ??í±í¯ ôõí½ üÏâ?¬í¿ÃÂí¿ÃÂí½ í½í± í±Ãâ? í®í½í¿Ãâ?¦í½ õÏâ?¦úí±í¹ÃÂí¯õÏâ?? ôí¹í±üí¬í½Ãâ??í¹í± í½í± í¾õÏâ? õύóí¿Ãâ?¦í½ í±Ãâ?¬ÃÅ? Ïâ??í± Ãâ?¡í­ÃÂí¹í± Ïâ??í¿Ãâ?¦Ãâ??, ÏÆ?í±Ãâ?? õÏâ??í¿í¯üí±ÃÆ?í±í½ úí±í¹ üí¯í± Ïâ?¬í¿í»ÃÂ õÏâ?¦Ãâ?¡í¬ÃÂí¹ÃÆ?Ïâ??í· í­úÏâ?¬í»í·í¾í·!!! í¤í¿ Ïâ?¬ÃÂÃÅ?óρí±üüí± Ãâ??í·Ãâ?? ÏÆ?Ïâ?¦í½í¬í½Ãâ??í·ÃÆ?í·Ãâ?? í¸í± õí¯í½í±í¹ ôí¹üõρí­Ãâ??. ãÏâ??í¿ ôõύÏâ??õÃÂí¿ üí­ÃÂí¿Ãâ?? í¿ í±í½í±Ãâ?¬í»í·ÃÂÃâ?°Ãâ??í®Ãâ?? úí±í¸í·óí·Ãâ??í®Ãâ?? Ïâ??í·Ãâ?? í½í­í±Ãâ?? õí»í»í·í½í¹úí®Ãâ?? Ïâ? í¹í»í¿í»í¿óí¯í±Ãâ?? ú. Ã?â?.ç. Âí¿Ãâ?¦í½õí»í¬Ãâ?? í¸í± ÏÆ?Ïâ?¦í¶í·Ãâ??í®ÃÆ?õí¹ üõ Ïâ??í¿ úí¿í¹í½ÃÅ? Ïâ??í± Ãâ?¬õÃÂí¯ íí¯úí¿Ãâ?¦ Úí±í¶í±í½Ãâ??í¶í¬úí·. ãÏâ??í¿ Ãâ?¬ÃÂÃÅ½Ãâ??í¿ ÃÅ?üÏâ?°Ãâ?? üí­ÃÂí¿Ãâ?? óí¹í± Ïâ?¬ÃÂÃÅ½Ãâ??í· Ãâ? í¿ÃÂí¬ ÏÆ?Ïâ??í·í½ Ã?â?¢í»í»í¬ôí± úí±í¹ ÏÆ?õ ÏÆ?Ïâ?¦í½õρóí±ÃÆ?í¯í± üõ Ïâ??í¿ University of Music and Fine Arts Of PARANA (EMBAP) Ïâ??í·Ãâ?? Âρí±í¶í¹í»í¯í±Ãâ??, í¸í± Ïâ?¬í±ÃÂí¿Ãâ?¦ÃÆ?í¹í¬ÃÆ?í¿Ãâ?¦üõ Ïâ??í·í½ Â' ρí±ÃË?Ïâ?°ôí¯í± Ïâ??í·Ãâ?? Ã?â?¢í»í¹í¬ôí±Ãâ?? Ïâ??í¿Ãâ?¦ Ã?Ÿüí®ÃÂí¿Ãâ?¦.  Ïâ?¬í±ÃÂí¬ÃÆ?Ïâ??í±ÃÆ?í· í¸í± óí¯í½õí¹ Ãâ?¦Ãâ?¬ÃÅ? Ïâ??í·í½ õÏâ?¬í¯í²í»õÏË?í· Ãâ??í¿Ãâ?¦ Ïâ?¬í±í½õÏâ?¬í¹ÃÆ?Ïâ??í·üí¹í±úí¿ÃÂ úí±í¸í·óí·Ãâ??í® üí¿Ãâ?¦ÃÆ?í¹úí¿í»í¿óí¯í±Ãâ?? úí±í¹ ÏÆ?ύí½í¸õÏÆ?í·Ãâ?? ú. Octavio Camargo, üõ Ïâ?¬ÃÂÃâ?°Ãâ??í±óÏâ?°í½í¯ÃÆ?Ïâ??ρí¹í± Ïâ??í·í½ úÏâ?¦ÃÂí¯í± Claudete Pereira Jorge, üí¯í± í±Ãâ?¬ÃÅ? Ïâ??í¹Ãâ?? Ïâ??ρõí¹Ãâ?? ôí¹í±úõúρí¹üí­í½õÏâ?? í·í¸í¿Ãâ?¬í¿í¹í¿ÃÂÃâ?? ÏÆ?Ïâ??í·í½ Âρí±í¶í¹í»í¯í±.  üí¿í½ÃÅ?Ïâ?¬ÃÂí±úÏâ??í· í¸õí±Ãâ??ρí¹úí® Ãâ?¬í±ÃÂí¬ÃÆ?Ïâ??í±ÃÆ?í· í¸í± óí¯í½õí¹ ÃÆ?Ïâ??í± í í¿ÃÂÃâ??í¿óí±í»í¹úí¬.  Ïâ?¬ÃÂÃÅ?ÏÆ?úí»í·ÃÆ?í· õí¯í½í±í¹ í±í½í¿í¹úÏâ??í® ÃÆ?õ ÏÅ?í»í¿Ãâ?¦Ãâ??!  ÏÆ?Ïâ?¦í½í¬í½Ãâ??í·ÃÆ?í· í¸í± í±ÃÂÃâ?¡í¯ÃÆ?õí¹ ÃÆ?Ïâ??í¹Ãâ?? 19:15 ÏÆ?Ïâ??í¿ í±üÏâ? í¹í¸í­í±Ãâ??ÃÂí¿ í½í­í±Ãâ?? Ïâ?¬Ãâ??í­ÃÂÃâ?¦óí±Ãâ?? Ïâ??í·Ãâ?? í¦í¹í»í¿ÃÆ?í¿Ãâ? í¹úí®Ãâ?? ãÏâ?¡í¿í»í®Ãâ??. Ã?â?¢í¯í½í±í¹ úí¬Ãâ??í¹ Ãâ?¬í¿Ãâ?¦ úí±í½õí¯Ãâ?? ôõí½ Ãâ?¬ÃÂí­Ãâ?¬õí¹ í½í± Ïâ?¡í¬ÃÆ?õí¹...! Âí½í±ÃÂÃâ??í®í¸í·úõ í±Ãâ?¬ÃÅ? “Ã?â?Ã?â?¢Ã?â?¢í íÃ?ŸãÃ?Ÿí¦Ã?â?¢ãí¤ÂÃ?â?¢” ÏÆ?Ïâ??í¹Ãâ?? 6:20 Ïâ?¬ü

fósforo aceso na madrugada uma carta de adeus queimada calada mais de uma vez por dia flores perdendo o tempo de serem dadas envelhecendo nas cinzas que a tarde fez da vida pétala a pétala conto todas as pétalas arrancadas da rosa que eu guardei no armário uma lembrança do mar de espinhos que a chuva tempestuosa da primavera detém num raio o apartamento que abandonei toda a mobília que não usei como sumir do porta-retrato que você guarda na sua mesa mas o dia amanheceu o dia manheceu amanhecer o dia me faz muito bem

for non readers

O Arquivo

ipe.jpg

———- Forwarded message ———-
From: giulianodjahjahbonorandi
Date: 24/05/2007 14:16
Subject: [conselho DesCentro] O arquivo
To: conselho@listas.descentro.org, ipe@lists.riseup.net

O arquivo

Victor Giudice

No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em
seus vencimentos.

joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso,
embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não
tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe.

No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade.
Com o salário reduzido, podia pagar um aluguel menor.

Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava
satisfeito. Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição.

Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.

O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.

Desta vez, a empresa atravessava um perí­odo excelente. A redução foi um
pouco maior: dezessete por cento.

Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.

Agora joão acordava í s cinco da manhã. Esperava três conduções. Em
compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos
rosada. O contentamento aumentou.

Prosseguiu a luta.

Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.

joão preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas
invejosos. Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não
desistia. Passou a trabalhar mais duas horas diárias.

Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.

Respirou descompassado.

ââ?¬â? Seu joão. Nossa firma tem uma grande dí­vida com o senhor.

joão baixou a cabeça em sinal de modéstia.

ââ?¬â? Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova
substancial de nosso reconhecimento.

O coração parava.

ââ?¬â? Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na
reunião de ontem, rebaixá-lo de posto.

A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.

ââ?¬â? De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos
cinco dias de férias. Contente?

Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligí­vel, cumprimentou a
diretoria, voltou ao trabalho.

Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pací­fico, no silêncio do
subúrbio.

Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se
a um sanduí­che. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia
necessidade de muita roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira,
pensão.

Chegava em casa í s onze da noite, levantava-se í s três da madrugada.
Esfarelava-se num trem e dois ônibus para garantir meia hora de
antecedência. A vida foi passando, com novos prêmios.

Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O
organismo acomodara-se í  fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das
estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia
ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com
os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.

O corpo era um monte de rugas sorridentes.

Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando
completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:

ââ?¬â? Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais
férias. E sua função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos
sanitários.

O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um lí­quido tênue. A
boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os
objetivos. Tentou sorrir:

ââ?¬â? Agradeço tudo que fizeram em meu benefí­cio. Mas desejo requerer minha
aposentadoria.

O chefe não compreendeu:

ââ?¬â? Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro
de alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso
quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de conví­vio? O senhor ainda está
forte. Que acha?

A emoção impediu qualquer resposta.

joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A
estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se,
planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.

João transformou-se num arquivo de metal.

rotunda

tessaloniki_rotunda_michalweb.jpg

This is one of the few buildings in round shape of the roman arquitecture. Built in Thessaloniki, a capital city of the roman empire for that period. Dated of the beginings of the 4th century after Christ. it has been used initially as a roman mausoleum, then as a christian ortodox church, after as a muslin mosquee and then again an ortodox church, in 1912, and recently, after 1978, as a museum.

cíclópe Trimegisto

astronaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaauta profissssiocósmico
espiral
caleidoscópio
PORTA ESTANDARTE
PORTA
ESTANDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAàARTE

Abacateeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiro sagrado
no quintal da minha caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAASA
você tambem podE tER 1

á GOIABEIRA SAGRADA !

No Quintal da Viziiiinha
Quintal da Goiaba, meu bem.

Aqui não há nenhum girassoL

mas eLE esta la mesmo assim

bananeiraseportaestandarte

Cozinhando [Canto I] + [entrevista com Claudete Pereira Jorge]+[exlibris]

exlibris_pb_zero_redux.png

Você pode baixar o video “Claudete Pereira Jorge” – filmado no conSerto por Vass e editado em villacachorros por Lucida Sans. Participações de chgp, luc1, octavio, glerm.

No link abaixo, os videos em alta definição :

Claudete|CantoI
Claudete|CantoI(english subtitles)

também em hi-fi, o brutametragem “exlibris”:

exlibris
exlibris(english subtitles)

tags: Brutametragens – versoes iniciais, recorte e cole, remixe.

Distribuí­dos sobre licença “Copyleft” a sua escolha, sem fins lucrativos e em beneficio do conhecimento e boa vontade.

ThessalonikiDesterro

floriano
Roman Emperor Theodosius I(the Great) circa 390

Massaker von Thessaloniki

Das Massaker von Thessaloniki war eine Vergeltungsaktion, die der rí¶mische Kaiser Theodosius I. im Jahre 390 an aufstí¤ndischen Bewohnern der griechischen Stadt Thessaloniki durchführen lieÃ?Ÿ.

Anlass der Aufstandsbewegung war die vom Heermeister des Kaisers, Butherich, angeordnete Verhaftung eines beliebten Wagenlenkers, der einen Diener oder sogar den Heermeister selber versucht hatte sexuell zu verführen. Der Wagenlenker wurde in ein Gefí¤ngnis gesperrt, doch die Bürger von Thessaloniki verlangten die Freilassung des Wagenlenkers. Butherich, ein Gote, wurde im Verlauf des folgenden Aufruhrs ermordet, woraufhin Kaiser Theodosius einschritt und Hinrichtungen befahl, den Befehl aber kurz darauf (und zu spí¤t) wieder zurücknahm. Im Hippodrom von Thessaloniki wurden jedoch von aufgebrachten gotischen Truppen angeblich 7.000 Menschen niedergemetzelt; die Zahl dürfte übertrieben sein, weist aber auf die Grí¶Ã?Ÿenordnung des Massakers hin. Dieser Vorfall erregte den Zorn des Bischofs von Mailand, Ambrosius, der vom Kaiser KirchenbuÃ?Ÿe forderte. Theodosius erklí¤rte sich hierzu bereit, um wieder an der Messe teilnehmen zu kí¶nnen.

Zwar wurde die kaiserliche Autorití¤t bei diesem Vorgang nicht in Frage gestellt, es wurde aber immerhin die gestiegene moralische Bedeutung der Kirchenvertreter deutlich, über deren Ansichten sich auch der Kaiser nicht mehr ohne weiteres hinwegsetzen konnte.

flori-desterro
Portrait of Roman Emperor Theodosius I (the Great), circa 390 and a visual representation of the Thessaloniki Hippodrome.

When the Roman Empire was divided into eastern and western segments ruled from Byzantium/Constantinople and Rome respectively, Thessaloní­ki came under the control of the Eastern Roman Empire (Byzantine Empire). Its importance was second only to Constantinople itself. In 390 it was the location of a revolt against the emperor Theodosius I and his Gothic mercenaries. Botheric, their general, together with several of his high officials, were killed in an uprising triggered by the imprisoning of a favorite local charioteer for pederasty with one of Botheric’s slave boys.[4] 7,000 – 15,000 of the citizens were massacred in the city’s hippodrome in revenge – an act which earned Theodosius a temporary excommunication.
forte

[Where The Sabiá Sings] x [(Méthode S + n)/Oulipo]

babel

Câncer do Existente

Minha tese tem panfletos,
Onde canta o Sabido;
As avelãs que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso cevador tem mais estrema,
Nossas vascularidades têm mais florenças,
Nossos bostas-de-cabra têm mais videira,
Nossa videira mais amorfos.

Em cismar, sozinho, í  nojeira,
Mais preá-da-í­ndia encontro eu lá;
Minha tese tem panfletos,
Onde canta o Sabido.

Minha tese tem primulinas,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar ââ?¬â? sozinho, í  nojeira ââ?¬â?
Mais preá-da-í­ndia encontro eu lá;
Minha tese tem panfletos,
Onde canta o Sabido.

Não permita deutério que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute as primulinas
Que não encontro por cá;
Sem qu�inda aviste os panfletos,
Onde canta o Sabido.

(após Gonçalves Dias + Oulipo)

*n=11

lang-portugues

LôÉpique aux Tropiques

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LA GLOIRE DôAGAMEMNON
Statue du Baron du Rio Branco, Place Generoso Marques, Curitiba, Brésil, 2006.

LôIliade dôHomí¨re, Chant I.
Traduction dôOdorico Mendes (Brésil, 1799-1864).

Tournée européenne de la compagnie de théatre Iliadahomero, en mai-juin 2007. Avec Claudete Pereira JORGE et direction dôOctavio CAMARGO.

Au départ: Thessaloniki (pendant la Thessaloniki Biennale of Contemporary Art), Skopje, Istambul, Sofia, München, Lisbonne, Porto…

Dôautres villes dôEurope peuvent contacter la compagnie (pour le séjour de mai 2007 ou de futures tournées), pour vérifier la possibilité dôune présentation. Pour cela, écrire au directeur Mr. Octávio CAMARGO ou directement í  la compagnie.

Le fichier pdf qui suit au dessous est un court essai a propos du travail et de la tournée de la compagnie Iliadahomero (illustré avec les photos de la dernií¨re présentation de Me. JORGE í  Curitiba avant le départ de la compagnie). Ces images sont en domaine public et disponibles pour impression 20cm x 30cm ici.

Le fichier pdf contient aussi un court éssai photographique de la ville de Curitiba (qui héberge Iliadahomero depuis 1999) inspiré dans la thématique dôHomére. Les photos de cet essai sont sous licence Creative Commons CC-BY-SA 2.0, ainsi que le texte de lôéssai proprement dit. Veuillez consulter lôauteur pour dôautres usages.

Dave Bowman: What’s the problem?
HAL: I think you know what the problem is just as well as I do.

Download this pdf directly here.

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LôABANDON DôACHILLE
Statue de lôHomme Nu, 2007
Erbo STENZEL (Centénaire de lôÉtat du Paraná, 1853-1953)

DIVERSIDADE DIGITAL E CULTURA, versão beta

hacker ministro

Por Sérgio Amadeu da Silveira

Este é um texto, versão beta, para ser levado ao “Seminário Internacional sobre Diversidade Cultural: práticas e perspectivas”, organizado pelo Ministério da Cultura em parceria com a Organização dos Estados Americanos, que ocorrerá no final de junho, em Brasí­lia. Este seminário tratará de discutir e indicar proposições para implementar a Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, da UNESCO, aprovada em 20 de outubro de 2005.

A convenção da Unesco reconheceu a necessidade de adotar medidas para proteger a diversidade das expressões culturais e enfatizou também a relação estratégica entre cultura e desenvolvimento sustentável. As manifestações e as expressões livres e libertadoras da cultura digital constituem recursos indispensáveis e essenciais para assegurar a diversidade geral das expressões culturais de nossas sociedades.

Reunindo ciência e cultura, antes separadas pela dinâmica das sociedades industriais, centrada na digitalização crescente de toda a produção simbólica da humanidade, forjada na relação ambivalente entre o espaço e o ciberespaço, na alta velocidade das redes informacionais, no ideal de interatividade e de liberdade recombinante, nas práticas de simulação, na obra inacabada e em inteligências coletivas, a cultura digital é uma realidade de uma mudança de era. Como toda mudança, seu sentido está em disputa, sua aparência caótica não pode esconder seu sistema, mas seus processos, cada vez mais auto-organizados e emergentes, horizontalizados, formados como descontinuí­dades articuladas, podem ser assumidos pelas comunidades locais, em seu caminho de virtualização, para ampliar sua fala, seus costumes e seus interesses.

A cultura digital é a cultura da contemporaneidade. Como bem lembrou o Ministro-hacker Gilberto Gil, em 2004, em uma aula magna na USP, “cultura digital é um conceito novo. Parte da idéia de que a revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de tecnologia digital muda os comportamentos. O uso pleno da Internet e do software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos í  informação e ao conhecimento, maximizar os potenciais dos bens e serviços culturais, amplificar os valores que formam o nosso repertório comum e, portanto, a nossa cultura, e potencializar também a produção cultural, criando inclusive novas formas de arte.”

hacker ministro

CULTURA DIGITAL, CIBERCULTURA E CULTURA DAS REDES

A maior construção da cultura digital é a Internet que “nasceu da improvável intersecção da big science, da pesquisa militar e da cultura libertária.” (CASTELLS) Deixando evidente que desde o iní­cio, “o remix é a verdadeira natureza do digital” (GIBSON). O digital é a meta-linguagem da cultura pós-industrial que avança no interior das redes informacionais e para fora delas, do ciberespaço para a atualização em novas sociabilidades. Por isso, a cultura digital é também a cibercultura e representa o novo estágio da cultura de rede.

A cibercultura então pode ser compreendida como “a forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base micro-eletrônica que surgiram com a convergência das telecomunicações com a informática na década de 70.” (LEMOS) Ela também é “o movimento histórico, a conexão dialética, entre sujeito humano e suas expressões tecnológicas, através da qual transformamos o mundo e, assim, o nosso próprio modo de ser interior e material em dada direção (cibernética)”. (RÃ?Å?DIGER).

A Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (Convenção da Diversidade) definiu que “expressões culturais são aquelas que resultam da criatividade de indiví­duos, grupos e sociedades e que possuem conteúdo cultural”. Assim, pensaremos neste texto as expressões culturais da cibercultura e sua relação com a diversidade em geral.

Todos os nove objetivos da Convenção da Diversidade, relatados a seguir, têm relação direta com o desenvolvimento atual da cultura digital. São objetivos definidos pela Convenção:

a) proteger e promover a diversidade das expressões culturais;

b) criar condições para que as culturas floresçam e interajam livremente em benefí­cio mútuo;

c) encorajar o diálogo entre culturas a fim de assegurar intercâmbios culturais mais amplos e equilibrados no mundo em favor do respeito intercultural e de uma cultura da paz;

d) fomentar a interculturalidade de forma a desenvolver a interação cultural, no espí­rito de construir pontes entre os povos;

e) promover o respeito pela diversidade das expressões culturais e a conscientização de seu valor nos planos local, nacional e internacional;

f) reafirmar a importância do ví­nculo entre cultura e desenvolvimento para todos os paí­ses, especialmente para paí­ses em desenvolvimento, e encorajar as ações empreendidas no plano nacional e internacional para que se reconheça o autêntico valor desse ví­nculo;

g) reconhecer a natureza especí­fica das atividades, bens e serviços culturais enquanto portadores de identidades, valores e significados;

h) reafirmar o direito soberano dos Estados de conservar, adotar e implementar as polí­ticas e medidas que considerem apropriadas para a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais em seu território;

i) fortalecer a cooperação e a solidariedade internacionais em um espí­rito de parceria visando, especialmente, o aprimoramento das capacidades dos paí­ses em desenvolvimento de protegerem e de promoverem a diversidade das expressões culturais.

hacker ministro

A DIVERSIDADE É A ESSSÃ?Å NCIA DA CIBERCULTURA

Uma das principais hipóteses de Pierre Lévy é que a cibercultura expressa o surgimento de um novo universal, diferente das formas culturais que vieram antes dele, já que ele se constrói sobre a indeterminação de um sentido global qualquer. Ou seja, a cibercultura abriga pequenas totalidades, “mas sem nenhuma pretenção ao universal”. Podemos dizer que seu fundamento é a própria diversidade. Uma diversidade em contí­nua construção.

Entre as maiores expressões do ativismo cibercultural está o movimento conhecido como Metareciclagem. Avesso a qualquer totalização, o Metareciclagem constrói ví­nculos entre tecnologia e arte sem modelos predeterminados, de modo distribuí­do, sem imposições. Outro exemplo é o Estúdio Livre que trabalha um conceito de ambiente colaborativo, em constante desenvolvimento, que busca formar espaços reais e virtuais que estimulem e permitam a produção, a distribuição e o desenvolvimento de mí­dias livres. Todas as ferramentas deste ambiente são baseadas nos conceitos de software livre, conhecimento livre e apropriação tecnológica pelas comunidades de usuários.

Segundo a Convenção da Unesco, “diversidade cultural refere-se í  multiplicidade de formas pelas quais as culturas dos grupos e sociedades encontram sua expressão. Tais expressões são transmitidas entre e dentro dos grupos e sociedades. A diversidade cultural se manifesta não apenas nas variadas formas pelas quais se expressa, se enriquece e se transmite o patrimônio cultural da humanidade mediante a variedade das expressões culturais, mas também através dos diversos modos de criação, produção, difusão, distribuição e fruição das expressões culturais, quaisquer que sejam os meios e tecnologias empregados.”

A expansão da cultura digital confunde-se com a expansão da Internet.

Mas a Internet foi construí­da sob forte influência da cultura hacker e, por isso, guarda seus traços, nos quais devemos destacar a liberdade de criação e a idéia de compartilhamento. Este espí­rito aberto permitiu construir o maior repositório de informações que a humanidade jamais viu. A cultura hacker gerou uma rede das redes e não uma rede única, uma rede absoluta. A diversidade dentro da colaboração foi e é um enorme feito dos arquitetos da Internet. Mas a Internet ganhou importância econômica e polí­tica e agora está sob constante ataque. Grupos e corporações gigantescas do mundo industrial querem conter a expansão da rede como um espaço de liberdade para o conhecimento e para a criação e recombinação digital da cultura. As tecnologias da informação são ambí­guas. Servem ao controle e í  liberdade, ao aberto e ao opaco. A cibercultura se realiza dentro deste terreno em disputa. De um lado, as operadoras de telecom querendo controlar a voz sobre IP, de outro o movimento Save the Internet, articulando a defesa da neutralidade dos protocolos da rede. As indústrias do entretenimento querendo impor o DRM e organizações como a Eletronic Frontier Foundation lutando pela liberdade de expressão e pelos inalienáveis direitos humanos na rede. Defender a diversidade cultural na rede passa pela defesa de uma cidadania digital, transnacional, e baseada na garantia dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

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DIVERSIDADE É RECOMBINANTE

O coletivo de mí­dia tática Critical Art Ensemble tem trabalhado desde o final do século XX com sua crí­tica profunda aos limites í  criatividade impostos pelo sistema. Se Vannevar Bush havia nos alertado de que as nossas mentes pensam por associação, não seria estranho supor que nossa cultura realiza-se também por conexão, por constantes recombinações. De modo suficientemente claro, no texto Distúrbio Eletrônico, o Critical Art Emsemble conclama: “Deixemos que as noções românticas de originalidade, genialidade e autoria permaneçam, mas como elementos para a produção cultural sem nenhum privilégio especial acima dos outros elementos igualmente úteis. Está na hora de usarmos a metodologia da recombinação para melhor enfrentarmos a tecnologia do nosso tempo.”

A diversidade depende da liberdade dos fluxos e a criatividade precisa estar desimpedida para adotar todo o potencial da interatividade que é o devir da hipertextualidade e está presente em toda a expansão da web. Uma web que caminha cada vez mais para constituir-se de múltiplas práticas colaborativas. Alex Primo, ao analisar o aspecto relacional das interações na Web 2.0, esclareceu que “a interação social é caracterizada não apenas pelas mensagens trocadas (o conteúdo) e pelos interagentes que se encontram em um dado contexto (geográfico, social, polí­tico,temporal), mas também pelo relacionamento que existe entre eles. Portanto, para estudar um processo de comunicação em uma interação social não basta olhar para um lado (eu) e para o outro (tu, por exemplo). É preciso atentar para o “entre”: o relacionamento. Trata-se de uma construção coletiva, inventada pelos interagentes durante o processo, não podendo ser manipulado unilateralmente nem previsto ou determinado”.

O relacionamento recombinante é conflituoso e seu sentido é imprevisí­vel, pois a linkagem aberta ou a co-linkagem garante a liberdade e a infinita disputa de caminhos e trilhas. Mas isso é vital para a diversidade. O princí­pio da Convenção da Unesco de igual dignidade e respeito por todas as culturas precisa incorporar o mesmo tratamento para as culturas recombinantes, para as ciberculturas. Nunca é demais lembrar das idéias de George P. Landow, um dos grandes estudiosos do hipertexto: “Las concepciones de autorí­a guardam uma estrecha relación com la forma de tecnologí­a de la información que prevalece em un momento dado, y, cuando esta cambia o comparte su dominio com otra, también se modifican, para bien y para mal, las interpretaciones culturales de autoria.”

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A DEFESA DO ACESSO PARA ASSEGURAR AS POSSIBILIDADES DE DIGITALIZAÇÃO DAS EXPRESSÃ?â?¢ES CULTURAIS

Alejandro Piscitelli argumenta que a “Internet fue el primer medio masivo de la historia que permitió uma horizontalización de las comunicaciones, uma simetria casi perfecta entre producción y recepción, alterando em forma indeleble la ecologia de los medios.” Este enorme feito democratizante não conseguiu ainda reverter as tendências concentradoras que se ampliam com as assimetrias sócio-econômicas. Javier Bustamante Donas, ao discutir a relação entre a cibercultura e a ecologia da comunicação, afirmou que “el acceso a Internet y su uso como vehí­culo de transmisión de ideas y de comunicación personal va sin duda a establecer nuevos criterios de diferenciación social entre los ciudadanos de la nueva cibercultura. Individuos, empresas, colectivos sociales que no tengan acceso por razones económicas, técnicas o de rechazo psicológico, se encontrarán en una posición precaria a la hora de definir su presente y su futuro.”

Não podemos privar as comunidades locais, tradicionais ou não, bem como os artistas e produtores culturais da possibilidade de migração de sua produção simbólica para o interior da redes, para o ciberespaço. Para assegurar que a expressão das idéias e manifestações artí­sticas possam ganhar formatos digitais e, também, para garantir que os grupos e indiví­duos possam criar, inovar e re-criar peças e obras a partir do próprio ciberespaço, são necessárias ações públicas de garantia de acesso universal í  rede mundial de computadores. Sem inclusão digital de todos os segmentos da sociedade, a cibercultura não estará contemplando plenamente a diversidade de visões, de expressões, de comportamentos e perspectivas.

Bem alertou-nos Javier Bustamante que “sin una pluralidad de fuentes no se puede hablar de libertad de pensamiento, conciencia o religión. Sin acceso a medios de alcance internacional no tiene sentido hablar de libertad de opinión y de difusión de las mismas sin limitación de fronteras”. Por isso, a cultura da diversidade digital é ampliada pelas práticas de compartilhamento de conhecimento, de tecnologias abertas, de expansão de telecentros, de oficinas de metareciclagem, de pontos de cultura. Essas iniciativas precisam ser amplificadas, uma vez que executam o princí­pio do acesso eqüitativo presente na Declaração da Unesco: “O acesso eqüitativo a uma rica e diversificada gama de expressões culturais provenientes de todo o mundo e o acesso das culturas aos meios de expressão e de difusão constituem importantes elementos para a valorização da diversidade cultural e o incentivo ao entendimento mútuo”.

Quanto maior a inclusão digital da sociedade, maiores serão as possibilidades da diversidade cultural. Quanto maior a liberdade para as práticas colaborativas na rede, wikis, softwares livres, ações P2P, blogs, espectro aberto, mais extensa será sua inteligência coletiva criativa.

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REALIDADES ALTERNATIVAS, SIMULAÇÃ?â?¢ES E MÚLTIPLAS IDENTIDADES

A cultura digital envolve a simulação, as realidades virtuais e as realidades alternativas. Ciborgues não são somente metáforas, como nos ensinou Donna Haraway. A crise das identidades que ocorria já nas sociedades industriais evoluiu para um cotidiano pendular entre identidades ausentes e anonimato, de um lado, e múltiplas identidades, de outro.

Jogos em rede envolvem milhões de pessoas, avatares se enfrentam e se articulam em um cenário virtual onde também estão inseridas as diversas comunidades virtuais de relacionamento, e que criam caminhos de mão dupla virtual-atual e presencial-ciberespacial.

Nesse cenário, de ausentes e múltiplos, de choque de sociabilidades, é que também devemos enfatizar o papel das identidades únicas e das identidades étnicas. A riqueza da diversidade dependerá do fortalecimento de diversos elementos constitutivos das identidades coletivas que compõem uma cultura. A Convenção da Unesco recordou “que a diversidade lingüí­stica constitui elemento fundamental da diversidade cultural”. Então, a diversidade digital exige a produção de conteúdo em diversas lí­nguas e dialetos em sites, portais, na blogosfera, na videosfera e nos ambientes de realidade alternativa.

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ASSEGURAR A LIBERDADE DOS FLUXOS, DO CONHECIMENTO E DA CRIAÇÃO

Eugenio Trivinho nos alertou que “ao mesmo tempo que a miniaturização das tecnologias comunicacionais permite o maior poder de movimentação nas cidades reais, materiais, gera também um maior efeito de ilusão de liberdade. Para evitar confusão: um contexto histórico que confere mobilidade corporal assistida pela potência da comunicação í  distância nem por isso concede maior liberdade aos indiví­duos, ou uma liberdade genuí­na, isenta de constrangimentos, coações e controles”. (112-113) No cenário da cibercultura, a liberdade exige arquiteturas abertas aos fluxos de conhecimento. Nunca foi tão possí­vel compartilhar conhecimento quanto na era das redes informacionais.

Nunca foi tão rápido, barato e fácil trocar informações. Os economistas da informação sabem que o principal insumo da informação é a própria informação. A matéria-prima do conhecimento é a própria informação codificada ou conhecimento. A informação não possuí­ as restrições limitadoras dos bens materiais. Informações, desconhecem a escassez e o desgaste no uso. Podem ser usadasde modo ilimitado e reproduzidas a custo zero.

Exatamente estas caracterí­sticas inerentes aos bens informacionais, ou seja, as informações é que são combatidas pelos gigantes da era industrial. Buscam realizar uma cruzada pelo enrijecimento das leis de propriedade das idéias, por criminalizar o compartilhamento de idéias, de algoritmos e de criações artí­sticas. Invadem centros acadêmicos í  procura de cópias xerox de livros e retrocedem na interpretação do uso justo do conhecimento.

Esses guerreiros da propriedade privada das idéias, esquecem que, ao contrário dos bens materiais, o conhecimento cresce quando é compartilhado. Provavelmente desconsideram a brilhante explicação de George Bernard Shaw, dramaturgo e crí­tico literário irlandês: “Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã e trocarmos estas maçãs, então eu e você teremos ainda apenas uma maçã. Mas se eu tenho uma idéia e você tem uma idéia, e trocarmos nossas idéias, então cada um de nós terá duas idéias”.

A cibercultura para avançar precisa derrubar as barreiras da liberdade de conhecimento. As redes não podem ser malhas de uma “informática da dominação”, termo bem cunhado por Donna Haraway. A biotecnologia não deveria construir seu caminho baseando-se na modelo de negócios dos alimentos transgênicos, que buscam controlar, por meio de patentes, o conhecimento sobre as formas de reprodução da vida. A opacidade dos códigos (softwares, protocolos e padrões) é grave. Como bem alertou-nos o jurista Lawrence Lessig, “no ciberespaço o código é a lei”.

Lessig ao analisar como a grande mí­dia usa a tecnologia e a lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade, escreveu que a “oportunidade para criar e transformar está enfraquecida em um mundo no qual a criação depende de permissão judicial, e a criatividade precisa sempre consultar um advogado.” (183) Para evitar uma anemia cultural generalizada promovida pelas tentativas de controlar privadamente o conhecimento e a cultura é que crescem mobilizações como o Creative Commons, um movimento de licenciamento que busca reequilibrar o cenário de propriedade intelectual, dando maior espaço í s caracterí­sticas básicas da cultura digital, entre elas a recombinação, o sampling, a liberdade de cópia.

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A ECONOMIA DA CIBERCULTURA É BASEADA NO RELACIONAMENTO E NÃO NA PROPRIEDADE

John Perry Barlow, letrista, músico, ciberativista, autor do Manifesto de Independência do Ciberespaço, fundador da Eletronic Frontier Foundation, escreveu os princí­pios da economia de uma cultura digital, de uma cibercultura. Barlow captou a tendência de a economia se basear cada vez mais em serviços. Nela, o valor da propriedade perde força diante dos valores do relacionamento.

Ele escreveu que “a maioria de nós vive hoje graças í  inteligência, produzindo ‘verbos’, isto é, idéias, em vez de ‘substantivos’, como automóveis e torradeiras.(…) Médicos, arquitetos, executivos, consultores, advogados: todos sobrevivem economicamente sem serem ‘proprietários’ de seu conhecimento […] É um consolo saber que a espécie humana conseguiu produzir um trabalho criativo decente durante os 5.000 anos que precederam 1710, quando o Estatuto de Anne, a primeira lei moderna de direitos autorais, foi aprovada pelo Parlamento Britânico. Sófocles, Dante, da Vinci, Botticelli, Michelangelo, Shakespeare, Newton, Cervantes, Bach – todos encontraram motivos para sair da cama pela manhã, sem esperar pela propriedade das obras que criaram”.

Sua conclusão é empiricamente consistente: “Mesmo durante o auge do direito autoral, conseguimos algo bastante útil de Benoit Mandelbrot, Vint Cerf, Tim Benners-Lee, Marc Andreessen e Linus Torvalds. Nenhum deles fez seu trabalho pensando nos royalties. E há ainda aqueles grandes músicos dos últimos cinqüenta anos que continuaram fazendo música mesmo depois de descobrir que as empresas fonográficas ficavam com todo o dinheiro […] relacionamento, junto com serviço, é o centro daquilo que suporta todo tipo de “trabalhador moderno do conhecimento”.

Na economia digital colaborar é mais eficiente que simplesmente competir. Um número crescente de empresas está percebendo as enormes vantagens das práticas colaborativas para a inovação e a manutenção de seus negócios. As redes informacionais viabilizam novas práticas sociais e de geração de riquezas que eram difí­ceis e até impossí­veis de se implementar na chamada era industrial.

O professor de direito da Universidade de Yale, Yochai Benkler, no livro The Wealth of Network, disponí­vel na web, demonstrou que uma série de mudanças nas tecnologias, na organização econômica e na produção social estão criando novas oportunidades e possibilidades de produzir informação, conhecimento e cultura. Essas mudanças, segundo Benkler, estão ampliando o papel da produção não-proprietária e colaborativa, realizada por indiví­duos isolados e por esforços cooperativos de milhares de pessoas. É o caso, por exemplo, do desenvolvimento de software livre, uma tí­pica criação da cultura digital.

O modelo de desenvolvimento e uso de software livre se baseia na colaboração. Programas de computador extremamente complexos são criados e mantidos por comunidades de interessados. Um dos seus maiores exemplos, o GNU/Linux, é um sistema operacional livre, mantido por aproximadamente 150 mil pessoas espalhadas pelo planeta. Como todo e qualquer software, o GNU/Linux precisa ser atualizado constantemente para acompanhar a evolução dos computadores e demais softwares. Antes que uma nova versão do GNU/Linux seja considerada estável, ela é testada e corrigida por uma comunidade gigantesca de apoiadores. As chances de ter suas falhas mais rapidamente encontradas e superadas é bem maior do que no modelo proprietário e fechado. A qualidade das versões está diretamente vinculada í  quantidade da inteligência coletiva agregada na rede mundial de computadores. Sem dúvida, a coordenação do processo é o elemento mais sensí­vel e complexo das práticas colaborativas em rede.

O que cada colaborador doa, em tempo de trabalho, para o desenvolvimento do GNU/Linux é bem menor do que obtém de retorno. Essa lógica levou ao antigo Big Blue, a IBM, e outras grandes corporações a apostarem no desenvolvimento colaborativo. Apache é um dos maiores sucessos mundiais do software livre. Ele serve para hospedar páginas da web e está presente em mais de dois terços dos servidores web do planeta. Imbatí­vel. Obteve esta posição sem gastar um centavo em propaganda. Nunca precisou, ele é desenvolvido colaborativamente e sua estabilidade é incomparavelmente superior ao do concorrente proprietário.

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CULTURA DIGITAL E CIBERESPAÇO: AS FRONTEIRAS COM OS ESTADOS-NAÇÃO

A Internet carrega e conecta os fluxos da cultura digital, transitando pelas diversas infra-estruturas dos paí­ses controlados por Estados nacionais. Todavia, a rede é transnacional. Construí­da sob forte influência da cultura hacker para ser livre, conectada por protocolos de comunicação que buscam manter liberadas as vias de compartilhamento de dados e interação de informações. A internet é o corpo do ciberespaço.

Mas os tempos de globalização, de auge das tentativas de desmonte geral do que é público, de prevalência do privado, de expansão do consumismo totalitário, do desrespeito ao local e í s culturas tradicionais, gerou fortes reações, algumas de reprodução em larga escala da intolerância. Reforçou-se o cenário de ambivalências. Estados Nacionais poderosos e megacorporações tentam criar condições para controlar os fluxos das redes, a Internet. Totalitários de plantão reúnem argumentos para interferir nos protocolos, na independência de cada uma das camadas que compõem a rede, para vigiar os pacotes de informação, para manter ditaduras ou ní­veis de lucratividade. Tanto faz!

O ciberespaço precisa ser livre. O acesso precisa ser livre. A navegação precisa ser livre. A governança da Internet é também a governança do ciberespaço. Ela não pode representar um retrocesso nas liberdades conquistadas, do contrário, teremos ataques í  criatividade, ao compartilhamento de informações, í  diversidade de manifestações e expressões da cultura digital. A defesa da diversidade digital passa pela defesa de um modelo de governança da rede que seja multistakeholder, que garanta o peso devido í s organizações da sociedade civil mundial de interesse público, que assegure uma cidadania digital global, que mantenha as liberdades fundamentais do homem.

O importante princí­pio da soberania nacional inserido na Convenção da Unesco não pode ser usado para anular o princí­pio da abertura e do equilí­brio, segundo o qual “ao adotarem medidas para favorecer a diversidade das expressões culturais, os Estados buscarão promover, de modo apropriado, a abertura a outras culturas do mundo e garantir que tais medidas estejam em conformidade com os objetivos perseguidos pela presente Convenção”.í¨

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COMO APOIAR A CULTURA DIGITAL NA PERSPECTIVA DA DIVERSIDADE. QUAIS OS PARAMETROS PARA POLíTICAS PÚBLICAS ADEQUADAS?

É necessário estruturar polí­ticas públicas que incentivem a cultura digital.

Os fundos de tecnologia e telecomunicação devem assegurar linhas especiais de pesquisa e de produção de tecno-arte, de tecnologias abertas e livres. Devem estudar formas jurí­dicas adequadas para o financiamento de projetos de coletivos tecnológicos, tais como para as comunidades de software livre, de meta-reciclagem, de midia-ativismo e cibercultura, bem como, os coletivos de conexão cooperativa.

É preciso assegurar que as comunidades tenham recursos para portar seus conteúdos para a rede informacional. Daí­ a importância decisiva dos estúdios livres de cibercultura.

É fundamental construir uma polí­tica de convergência digital para o que é comum, para a sociedade civil, para digitalizar as rádios e TVs comunitárias, para garantir experimentos comunitários de conexão aberta.

É importante incentivar a expansão das cidades digitais.

É vital garantir que sejam expandidas as faixas de frequência do espectro radioelétrico para uso comum. A sociedade precisa discutir o destino das faixas de freqüência que estão sendo utilizadas atualmente pelas emissoras de TV para transmissão analógica. Quando a implantação da TV digital estiver completa, estas faixas poderão ser transformadas em espectro aberto, em via de uso comum, com o uso de rádios transmissores, receptores inteligentes e outras tecnologias digitais.

É preciso incentivar a produção de conteúdos digitais para a mobilidade, para o cenário de realidades alternativas, jogos em rede e digitalização crescente do broadcasting, bem como, para a expansão das webTVs distribuí­das.É preciso incentivar o crescimento do domí­nio público, bem como, garantir a liberdade para o conhecimento e a cultura.

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COMO GARANTIR A EXPANSÃO DA PESQUISA DA CIBERCULTURA?

O Ministro da Cultura Gilberto Gil, na aula inaugural que realizou na USP, no dia 10 de agosto de 2004, afirmou que “é hora de a pesquisa cientí­fica acerca da cultura conquistar novos vôos, ganhar maior consistência, rigor e autonomia.

É preciso pensar a universidade também como um ‘locus’ da cultura, seja das expressões artí­sticas, seja da difusão, ou reflexão, ou da preservação.” Nesse sentido, é preciso pensar propostas que garantam a ampliação da pesquisa da cultura digital.

É preciso articular mais pesquisas básicas e experimentais, multidisciplinares, que ampliem a compreensão das tecnologias de informação e comunicação em um contexto de redes e da cultura digital.

É preciso criar nós e articulações mais freqüentes entre os vários atores e pesquisadores de cibercultura.É preciso incentivar redes de pesquisa da cultura digital.

É preciso criar encontros, desconferências, festivais, prêmios e incentivos í  pesquisa da cibercultura e sua relação múltipla com diversos contextos.

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POR UM PACTO PELA LIBERDADE PARA O CONHECIMENTO E A CRIAÇÃO

A cultura digital é a cultura que trabalha com a plena criatividade. Não está limitada ao ideal romântico de originalidade exclusiva, espalha-se pela idéia de recombinação, de remixagem, de fusão, de derivação, de destruição de todos os entraves í  criação, de obra contí­nua, ilimitada, fundamentalmente aberta. Trata da novidade e da reconfiguração. Cultiva a colaboração e o compartilhamento tal como o antigo ideal cientí­fico. A ciência pouco avançaria se não fosse ela própria cumulativa e recombinante. A cultura digital é a aproximação da ciência e da cultura, mediada pelas tecnologias informacionais.

A liberdade para o conhecimento, a transparência para os códigos que intermedeiam a comunicação humana, a criação sem entraves, a superação da mercantilização totalitária da cultura, as possibilidades simuladoras e emancipadoras do ciberespaço são fundamentos que devemos defender se quisermos um mundo de riqueza da diversidade.

Cultura digital, anti-totalitária, depende da liberdade para o conhecimento e para a criação.

postado em: http://diversidadedigital.blogspot.com/

linha direta

[conselho DesCentro] UTILIDADE PÚBLICA:[desejados] AGENDA minc Caixa de entrada

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eiabel lelex para conselho

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17 Mai (23 horas atrás)
utilidade pública para quem ainda não tem o anexo…acesso…

outra dica é que a debora que me encaminhou a msg é uma cara super envolvida na questão audivisual ediversidade cultural, convenção da unesco enfim…

acho que Des).(Centro poderia se interessar pelo assunto, pois não temos legislação orgânica para defender a área audiovisual no Paí­s, o que escancara as cancelas do mercado “livre” em que atuam as oligomonopolizantes distribuidoras hollywoodianas nos circuitos exibidores das telas, telões e telinhas; não nos preparamos para entrar na Nova Comunicação (“new media”), que, por satélites, geração e transmissões, se embrecha pelas ondas hertzianas da radiofonia nos universos virtuais (a Internet II já está pronta para aumentar a confusão e o domí­nio da Hiperpotência unilateral-audiovisual, asseclas e prepostas); as TVs por satélite que operam no Brasil pertencem, há algum tempo já, ao indefectí­vel Grupo australiano-estadunidense de Rupert Murdoch (News Corp), que acaba de trocar com o John Malone, velho amigo e agora rival, a Liberty Media, trocando-a pela DirecTV. Malone, que contava com 19% da News Corp, ameaçava o império familiar do dono das SkyTVs.
Esse universo precisa de seguimento acurado, pois evolui com extrema velocidade quotidiana. Seus negócios, avanços tecnológicos, manobras junto a governos e implicações decorrentes têm de ser perseguidos sem quartel pelos membros da Coalizão brasileira(pessoas, grupos envolvidos nas questões audivisual). Sobre o Afeganistão e o Iraque, por exemplo, os EUA lançaram emissoras transrregionais, a Rádio Sáua (Sawa) e a TV Al-Hurra, superpondo-as aos vetores transnacionais da CNN, ABC, NBC, CBS e Fox News (Murdoch), BBC World, TV5 e outras. Enquanto se debate, com a modéstia de objetivos de sempre, o destino das TVs públicas no Brasil, na mente da maioria confundidas com TVs estatais – deve ser mania de Estado Novo (1937-45) – ninguém pensa na fusão das TVE e TV Cultura.
Injetando-lhes somas maciças de investimentos, treinando pessoal em similares no exterior, i.e., em paí­ses que contam com TVs públicas exemplares e competitivas (cf a ABC e a SBS australianas), descambamos nas conceitualizações.
Pois o Brasil precisa urgentí­ssimo, para ontem, de uma grande TV pública que instrua e divirta o público, produzindo e importando programas, passando telenovelas, shows de auditório, filmes de valor artí­stico e comédias musicais, noticiários independentes munidos de visão crí­tica e comentaristas de fala clara e compreensí­vel, mediante correspondentes próprios no exterior, programação em espanhol para a América do Sul, seções amazônicas, sul-americana, andinas, publicidade comercial (não mais que quatro minutos/hora), funcionamento dia e noite (55% com programação brasileira). A lí­ngua espanhola precisa, aos poucos, apresentar-se diante dos espectadores, tornar-se natural, ajudando a sul-americanizarmo-nos e perdemos manias alienantes de que pertencemos ao Centro do Ocidente. Ciclos retropectivos do Neo-Realismo italiano, do Cinema Estadunidense dos anos-20/50, da Nouvelle Vague, do Cinema Polaco, Húngaro, Tcheco, Alemão, Iraniano, Sueco, Chinês, Japonês, Dinamarquês, Japonês, dos cinemas Argentino, Mexicano, Cubano, Chileno, Peruano, Colombiano, centro-americanos, caribenhos. Seria o veí­culo de nossa integração aos povos vizinhos para quem viramos as costas. Algo está mudando, do México í  Patagônia, logo mudemos juntos, pelo veí­culo de uma poderosa e agradável TV Brasil.
Diversidade Cultural não pode ser expressão vazia, muito menos seguir os modelos estrangeiros, sobretudo franceses. Temos de saber o que é a ífrica, o Oriente Médio, a índia, a China, a ísia Central, cooperando com suas TVs públicas. Concretudes e substâncias, retóricas postas de lado – eis a fórmula que nos convém para praticarmos o “nosso” conceito de diversidade. As TVs árabes Al-Jazeera e Al-Arabia são exemplares no processo de transrregionalização, agora de transnacionalização a primeira.
Diversidade Cultural não é nacionalismo, muito menos internacionalismo demagógico. É alavanca de freio í s mundividências unilaterais do Império (sentido negriano do termo). Se não praticada naturalmente, ligada mais í s multidões do que “para” ela, segundo os donos do poder forjam o que elas não são. Multidões são as que interrompem Seattle, quase o conseguem em Gênova, criam problemas aos organizadores dos encontros de titica em toda a parte e não mais são atendidas pelas instituições (governos, parlamentos, cortes de Justiça). A Diversidade Cultural é delas, não das “autoridades” e dos grupelhos de intectuais e (de)”formadores” de opinião. Ser público é ser comunitário, nunca “estatal” ou “privado”. Vamos torcer nesse sentido? acho que todos se beneficiarão.
acho que deu efeit-colateral… desculpe se extrapolei…

abs&besos
lelexnicanauseajacobinad’arc

(x)(sch)emelizar

Eu xemelizo
Tu xemelizas
Ele xemeliza
Nós xemelizamos (ou nós xemelizam)
Vós xemelizais
Eles xemelizam

Entendendo a Plataforma Agregadora

(coleção de textos organizados por DanielPadua)

  • xemelizando cada vez mais: RSS, identidade digital e a evolução da web colaborativa
  • demandas locais: agregação do sistema minc | mapsys conversê estudiolivre
  • a agregação XML via bot: solução local movimento global

Xemeliza isso aí­…: conhecendo a história do termo xemelê

originalâË?ž por Felipe FonsecaâË?ž


Há cerca de dois anos, no meio da efervescência do projetometafora, um problema se repetia, como é comum em listas de discussão compostas de pessoas com repertórios diversos: a tendência ao jargão. Pessoas com know-how em uma ou outra área tendem a adotar um palavreado indecifrável aos “leigos”. Não chega a atrapalhar em comunidades de prática, ambientes que têm por objetivo alcançar uma espiral de especialização de conhecimento. Mas nossos objetivos com o projetometafora eram outros. Na verdade, não sei exatamente quais eram nossos objetivos, mas estávamos procurando uma maneira de pôr pessoas pra conversar. E garantir que um jornalista, um designer, um pedagogo e um desenvolvedor de software conversem e planejem ações em comum é extremamente complicado com a tendência ao jargão. Querí­amos que todos pudessem opinar sobre um projeto ou ação especí­ficos.

Um belo dia, um engenheiro que cursava o mestrado na Unicamp enviou uma mensagemsobre agentes distribuí­dos. Eu não entendi quase nada. Respondi: “xemeleia aí­ que eu não entendi nada”. Foi o necessário. Sem querer, transformei “XML” em verbo. XML é uma linguagem simples em texto que permite que diferentes sistemas troquem informações entre si.

Depois transformarí­amos em substantivo novamente, mas já devidamente tropicalizado: “xemelê” como uma espécie de denominador comum das conversas, um esforço para manter uma linguagem simples, livre de jargões, compreensí­vel pelo maior número possí­vel de pessoas. Um MMC (ou MDC?) da comunicação.

Quando a lista no yahoogroups começou a lotar, criamos nossa lista no mailman do vilago (que bravamente hospeda o projetometafora até hoje) e a chamamos xemelê. Mas o tempo passou, a conversa esvaziou, o projetometafora foi abandonado por todos e perdemos os arquivos da lista xemelê. A maior parte das pessoas que colaboravam com o projetometafora migraram para o metareciclagem. E passamos um bom tempo criando alternativas de apropriação tecnológica.

Acontece que o que nos atraí­a para o projetometafora não acontecia mais. Criar coletivamente, debater diversos assuntos, dedicar-se í  masturb4ção mental, eram malvistos no ambiente metareciclagem, por essência muito mais objetivo e pragmático.
No meio do ano passado, cheguei a planejar com o sapo a retomada das conversações do projetometafora. Nenhum dos dois tinha tempo, e o domí­nio ficou vago, ocasionalmente abrigando experimentações para outros projetos.

No fim do ano passado, fui í  índia apresentar um overview do metareciclagem para a plataforma Waag/Sarai, e voltei um pouco frustrado.
Pareceu que nós éramos meros recicladores de computadores, o que estava longe da verdade. Mas também é fato que as conversas que balizaram tantos projetos já não tinham mais um ambiente online para transcorrer.

Certa tarde, voltando com o Hernani de Santo André, na estação de trem, pensamos em retomar aquelas conversações. Ressuscitarí­amos o projetometafora. Tentamos. As pessoas estavam secas pela conversa. Mas a maioria via projetometafora como uma TAZ. E debatemos por algum tempo uma nova taxonomia para isso tudo. Aconteceu que colab virou (está virando) a matriz conceitual. MetareciclagemâË?ž persiste como solução tecnológica e estrutural. MeMeLab está voltando como núcleo de pesquisa e experimentação de mí­dia e linguagem.

E xemelê? Xemelê é um nome que continua buscando a facilitação das conversações. Nessa nova encarnação, concentrando a pesquisa sobre colaboração online, aprendizado distribuí­do, sistemas de conversações e assuntos correlatos.

Essa definição é duradoura? Espero que não. O que vem a seguir, só esperar.

Resumo”Vikipediano” de um dos mapas da matriz radical-prefixo-sufixo surgida no Mediterrâneo:

Resumo dos Cantos

* Canto I: É o décimo ano da guerra de Tróia. Aquiles e Agamémnom se desentendem devido a disputa sobre uma jovem cativa

* Canto II: Odisseu impede uma revolta e os gregos se preparam para um ataque a Tróia.

* Canto III: Páris desafia Menelau para um duelo, propondo decidir o destino da guerra. Menelau vence, mas Páris sobrevive, salvo por Afrodite.

* Canto IV: O pacto é quebrado pelos troianos e a guerra recomeça.

* Canto V: Diomedes, ajudado por Palas Atena, realiza grandes prodí­gios, ferindo Afrodite e Ares.

* Canto VI: Heitor retorna a Tróia para pedir que se tente apaziguar Palas Atena. Encontra-se com esposa e filho e retorna í  batalha junto de seu irmão Páris.

* Canto VII: Heitor duela com Ajax. A luta empata, interrompida pela noite.

* Canto VIII: Os deuses se retiram da batalha.

* Canto IX: Agamémnom tenta se reconciliar com Aquiles, mas este recusa.

* Canto X: Diomedes e Odisseu saem em missão de espionagem e atacam o acampamento troiano.

* Canto XI: Páris fere Diomedes, e Pátroclo fica sabendo da desastrosa situação grega.

* Canto XII: Retirada grega até as naus.

* Canto XIII: Poséidon se apieda dos gregos e os motiva.

* Canto XIV: Hera adormece a Zeus, permitindo a reação grega.

* Canto XV: Zeus acorda e impede que Poséidon continue interferindo. Os troianos retomam a vantagem no combate.

* Canto XVI: Pátroclo pede a armadura a Aquiles e permissão para entrar na luta. Aquiles concede, porém Pátroclo é morto por Heitor.

* Canto XVII: Há uma disputa pelo corpo e armadura de Pátroclo. Heitor fica com a armadura e Ajax com o corpo.

* Canto XVIII: Aquiles fica sabendo da morte de Pátroclo, e sua mãe lhe providencia uma nova armadura.

* Canto XIX: Aquiles, de armadura nova e reconciliado com Agamémnom, se junta í  guerra.

* Canto XX: Batalha furiosa, da qual participam livremente os deuses.

* Canto XXI: Aquiles chega aos portões de Tróia

* Canto XXII: Aquiles duela com Heitor e o mata. A seguir, desonra seu cadáver, arrastando-o ao acampamento grego.

* Canto XXIII: Pátroclo é velado adequadamente.

* Canto XXIV: Prí­amo pede o cadáver do filho a Aquiles que, comovido, cede. Heitor é devidamente velado em Tróia.

(essa definição segue a edição do dia 18/05/2007 da wikipedia. Se você acha imprecisa, logue-se na wikipedia e modifique a definição. Se a definição for modificada, favor informar nos comentários.)

mapa da Grécia / as naus e os cabos / constelações

Canto II da Iliada na tradução de Odorico Mendes
Sí­tio arqueológico da Grécia, local de escavação
Os nomes das cidades envolvidas na guerrra de Tróia
O número de navios e seus respectivos lí­deres
Cabala máxima da lí­ngua grega e fragmento mais obscuro da í­liada
talvez o mais antigo…
talvez as 44 constelações descritas por Hiparco estajam relacionadas aí­
sedimento de formulas geométricas e observação da rota dos planetas

Ajax Oilí­ades – 4
Ajax Telamônio – 7
Ulisses – 15
Aquiles – 21
Agamenon – 9
Peneleu – 2

Dica:(Peneleu, apesar de aparecer primeiro na lista, comanda a segunda frota de navios, sendo a primeira liderada por Epí­strofo e Esquédio)
no mais, virem-se

Os Beócios governa Peneleu,
Protenor, Clônio, Leuto e Arcesilau:
De Aulide pétrea, Esqueno, Téspia, Escolo,
Da Serrana Eteone í­ncolas eram,
De Hí­ria, Graia e espaçosa Micalesso;
Ou de Hile, Harma, Elí­ola, Hésio, Eritas,
Péteon, Ocaleia, Eutresis, Copas,
Da columbosa Tisbe e torreada
Medeona; ou de Glissa e Coroneia,
Da virente Haliarto e de Plateias,
Ou de Hipotebas de edifí­cios nobres;
Mais do aprazí­vel Netunino luco,
Ou de Mideia e de Arne pampinosa,
Da augusta Nissa, Antédona postrema.
Cada Beócia nau, de umas cinqüenta,
Guerreiros tripulavam cento e vinte.
Os da Minieia Orcómeno e de Asplédon
São com Iálmeno e Ascálafo, que a Marte
Pariu de Actor Azida em casa Astí­oque:
à interna alcova da pudica virgem
O deus subiu furtivo e entrou com ela.
Naus destes filhos abordaram trinta.
Sob Epí­strofo e Esquédio, nado insigne
De ífito Naubolides, os Focenses,
Quer de Pí­ton fragosa e augusta Crissa,
Daulida, Ciparisso e Panopeia,
De arredores de Hiâmpole e Anemória,
Quer do ilustre Cefisso, ou de Lilaia
Dele matriz, em galeões quarenta,
Dos Beócios í  esquerda os colocaram.
Não como o Telamônio alto e membrudo,
Pequeno em corpo e o seu jubão de linho,
Mas no dardo excedendo Aqueus e Helenos,
O lesto Ajax de Oileu movia os Lócrios,
De Cino, Escarfe, Opóente e Calí­aro,
De Bessa a Angeia amena habitadores,
De Tarfe e Trônio, í s abas do Boágrio:
Dos que d’além da sacra Eubéia moram,
Seguem-lhe a voz quarenta escuros vasos.
Eubéia expede Abantes alentados:
São de Estira e Caristo, Erétria e Cálcis,
De Histieia racimosa, Dio alpestre
E litoral Cerinto. O Calcodôncio
Prí­ncipe Elefenor, de Márcia estirpe,
Em quarenta galés os petrechara;
ígeis, forçosos, de comada nuca,
Destros na hasta fraxí­nea e aos tresdobrados
Peitos hostis em desfazer couraças.
Os da orgulhosa Atenas (corte egrégia
De Erecteu magno, da alma Télus parto,
A quem Palas Dial, que o educara,
Deu sede em ricas aras, onde o povo
De lustro em lustro imola e de ano em ano
Cordeirinhos e bois que a deusa abrandem)
Capitaneia-os Menesteu Petides.
Homem nenhum como ele ordenar soube
Jungidos carros e adargadas hostes,
Salvo o experto Nestor por mais longevo.
Cinqüenta embarcações lhe obedeciam.
De Salamina as doze, reuniu-as
O Telamônio í s íticas falanges.
De Tirinto munida, Argos, Trezene,
Lá do golfo de Hermí­one e de Asine,
De Eiona e da vití­fera Epidauro,
E de Egina e Masete a flor guerreira,
Tidides fero, Estênelo do exí­mio
Capaneu filho amado, os reprimiam;
Mais o divino Eurí­alo, do régio
Talaionides Mecisteu progênie:
Diomedes belicoso o máximo era.
Bojos negros oitenta os encerravam.
Os de Ârnias, da magní­fica Micenas,
Da altaneira Cleona, áurea Corinto,
Sicí­one em que reinou primeiro Adrasto;
Os da fresca Aretí­rea, os que Hiperésia,
Agros de Hélice extensa e a costa habitam,
E Gonoessa altiva, Égion, Pelena:
Todos em cascos cem trouxe Agamêmnon.
Tropa extremada e imensa o rei mantinha;
Em bronze reluzindo, galhardeia
De ser entre os Aqueus o assinalado,
Em forças o maior e o mais possante.
Os do vale da grã Lacedemônia,
Fáris e Esparta, Messa altriz de pombas,
De Amiclas, Lãa, Brí­sea e leda Augia;
De Helos marinha, de Étilo e contornos:
O estrênuo Menelau, segundo Atrida,
A parte armou-os em galés sessenta.
Afouto os acorçoa, ardido anela
Desagravar o rapto e ais da esposa.
Nestor o velho de Gerena, em cavos
Baixéis noventa, presidia os Pí­lios,
Os de Épi encastelada e Arena aprica,
De Trio vau do Alfeu, Ciparessenta,
Ptéleon e Anfigênia, de Helos, Dórion,
Onde ufanoso, ao vir de Eurito e Ecália,
A cantar provocou Tamires Trácio
As do Egí­aco filhas doutas Musas,
Que o tino e a vista irosas lhe apagaram:
Da alma a poesia lhe fugiu celeste,
Nem na cí­tara mais dedilhar soube.
Os de perto pugnazes, das da Arcádia
Cilênias faldas, junto í  Epí­tia campa,
De Feneu, Ripe e Orcômeno armentosa,
Tégea, Estrátia e risonha Mantineia,
Ventosa Enispe, Estí­nfalo e Parrásia,
Práticos na milí­cia, os acaudilha
Em naus sessenta, cada qual mais cheia,
O Anceides Agapénor. Para o ponto
Cérulo transfretano atravessarem,
Pois que eles da marinha careciam,
Deu-lhas aparelhadas Agamêmnon.
Os de Hirmine e Buprásio, Elide santa,
Mí­rcino extrema, Alí­sio, Olénia sáxea,
Em dez quadripartida ocupam frota
Que Epeus esquipam. De Cteato filho,
Os manda Anfí­maco; após ele Tálpio,
Do Actoriônio Eurito; o Amarineides
Belaz Diores é terceiro; é quarto
O divinal formoso Polixino,
Do Augeiada Agastenes procriado.
Os Dulí­quios e os mais das ilhas sacras
Equí­nades, ao mar de Elide sitas,
Em quarenta baixéis com Márcio arrojo
Meges dirige: a vida a Fileu deve,
Équite a Jove grato, que em Dulí­quio
Emigrando esquivou paternas iras.
Os Cefalenses e ítacos briosos,
Os da áspera Egilipe e de Crocí­lio,
Zacinto, Samos, Nérito sombria,
E os do Epiro e fronteiro continente,
Ao divo prudentí­ssimo Laércio
Em doze rubros galeões seguiam.
Em quarenta os Etólios velejaram,
De Olenos, de Pleurona e de Pilene,
Cálcis marinha e Cálidon fragosa,
Sob o Andremônio Toas, que imperava;
Eneu já sendo e a boa prole extintos,
Pois nem restava o louro Meleagro.
Fuscos oitenta cascos, das famosas
Licto, Mileto, Rí­cio, Festo e Cnosso,
Da murada Gortina, alva Licasto,
Na hecatômpola Creta abastecidos,
Anima Idomeneu de invicta lança,
E o de Belona Merion querido.
Nove outros forneceu dos Ródios feros,
Entre Jalisso, Linde e a branquejante
Camiro tripartidos, grande e forte
O hábil hasteiro Tlepolemo, estirpe
De Astioqueia e de Hércules, que a trouxe
De Efí­rio e do Seleis, cidades várias
Tendo a alunos de Jove derruí­do.
Crescendo em casa, ele matou Licinos,
Idoso de seu pai materno tio,
Renovo do Gradivo. Esquadra a furto
Forma e guarnece, e escapa-se dos netos
E outros filhos de Alcides í  vingança.
Flutua e a Rodes, pesaroso, arriba:
Em tribos três seu povo ali segrega,
Povo benquisto ao nume soberano,
Que largueou-lhe pródigas riquezas.
Nireu três naus irmãs de Sine ostende,
Nireu do rei Caropo e Aglaia prole,
O Grego mais gentil que veio a Tróia,
Depois do em tudo sem senão Pelides;
Mas, pusilânime, arrebanha poucos.
Fidipo e Antifos trinta bucos enchem
(Tessalo Heráclida é seu pai) de quantos
Cultivam Cason, Crápato e Nisiro,
E Cós ilha de Eurí­pilo e as Calidnas.
De ílope, Argos Pelasga, ílon, Trequina,
De Ftia e de Hélade em beldades fértil,
Os Mí­rmidões e Aqueus e Helenos ditos,
Aquiles em cinqüenta os refreava.
De horrí­ssonas contendas se deslembram,
Falta-lhes capitão; que, ausente a jovem
Crinipulcra Briseida, o herói a bordo
Irado jaz. Tomou-a de Lirnesso,
Que ele a bem custo soverteu com Tebas,
Mortos Mí­nete e Epí­strofo belazes,
De Eveno Selepí­ada nascidos.
Mas do ócio ainda surgirá terrí­vel.
Os de Fí­lace e Itone mãe de ovelhas,
Do Pirrásio de Ceres flóreo parque,
De Ptélon pascigosa e Ântron costeira,
Denodado os juntara em naus quarenta
Protesilau, que a terra já cobria:
Primeiro no saltar, um Teucro o mata;
No inacabado alvergue as faces rasga
Em Fí­lace a mulher. Saudosos dele,
Do em rebanhos ali possante Ificlo
Nado menor, Podarces ordenava-os;
Tão prestante não era e apessoado,
Mas dignamente pelo irmão supria.
Dos de Glafire e altí­ssima Iaolcos,
Beba e Feres ao pé do lago Bébis,
Tem galés onze Eumelo, prenda cara
De Admeto e Alceste, exemplo de matronas,
Das que Pélias gerara a mais formosa.
Das sete em que os Metónios e os Taumácios,
Os da tosca Olizona e Melibeia,
Continha o magno archeiro Filoctetes,
Remavam sagití­feros cinqüenta
Cada bélica popa. Em Lemnos sacra
Dos seus desamparado, ele agras dores
Da úlcera de tetra e feroz hidra
Mestí­ssimo curtia. Os próprios Gregos
Se hão-de amiúde lembrar de Filoctetes;
Mas, bem que tarde por seu rei suspirem,
Submetem-se a Medon, que em Rena espúrio
Houve o urbí­frago Oileu. – Tem Podalí­rio
E Macaon, herdeiros de Esculápio,
Trinta vasos de Trica e bronca Itone,
Também de Ecália capital de Eurito.
De Evemon garfo ilustre, manda Eurí­pilo,
Da alva serra Titane, Hipéria fonte,
Ormênio e Astério, embarcações quarenta.
Noutras tantas os de Orte, Elon, Gí­rtone,
Da branca Oloossona e Argissa, o firme
Campeador Polipetes sujeitava-os.
Do rebentão de Jove Pirí­too
Bela Hipodame o concebeu, do Pélion
Nesse dia em que í s Étices montanhas
Ultriz lançara os hí­spidos Centauros.
Leonteu se lhe agregou de Márcio esforço,
Digna vergôntea de Coron Cenides.
Em vinte duas traz Guneu de Cifo
Aguerridos Perebus e Enienes,
Os da fria Dodona, os que residem
Nas lavras do suave Titarésio,
Que sem mesclar-se no Peneu deságua
De vórtices de argento e pulcra a veia
Como óleo sobrenada; pois da Estige,
Grave para jurar-se, ele dimana.
Em quarenta os Magnetes, do frondoso
Pélion e margens de Peneu, vogaram
Sob o veloz Protôo Tentredônio.
Tais são da Grécia os cabos. Lembra, ó Musa,
Qual o mais forte assecla dos Atridas,
Quais dos ginetes os melhores eram.
De um livel, pêlo e dorso, equevas ambas,
Éguas de Feres que maneja Eumelo,
Alí­pedes que Apolo arco-de-prata
Na Piéria nutrira, muito excelem,
Fêmeas de í­mpeto e fogo e as mais tremendas.
O Telamônio Ajax vencia a todos,
Enquanto Aquiles, que sem par sofreia
Os mais guapos frisões, raivoso estava
Nos bicudos baixéis contra Agamêmnon.
Nas tendas a coberto, junto aos carros,
Aipo os corcéis palustre e loto pascem.
Pela praia os soldados se divertem
Ao disco, ao dardo e seta; ou, desgostosos
Da inação, na peleja o herói ver querem,
Nos arraiais aqui e ali vagueiam.
Os demais Graios fervem, qual se a flama
Vorasse a terra; e a terra do estrupido
Muge e calcada geme, como quando
Em cólera o Tonante o chão verbera
De Arima, em que Tifeu se diz repousa.
Eles transpunham rápido a campina.
Mais que o vento ligeira, aos Teucros íris
Do Egí­fero desceu com triste anúncio:
Mistos velhos e moços discutiam
Aos pórticos reais; com rosto e fala
Do Priâmeo Polites, sentinela
De Esiete no túmulo vetusto,
Que, em pés fiado, a ponto vigiava
Se do recinto os Gregos se buliam,
Acomete a celeste mensageira:
“Como em dias de paz, senhor, debates,
E a guerra hoje rebenta inelutável.
Afeito a pugnas, tropas tais e tantas
Nunca vi: da cidade assaltadores
Iguais í s folhas e í s areias marcham.
Heitor, ouve-me agora. Auxiliares
De vária casta e lí­ngua em Tróia abundam.
Cada prí­ncipe os seus, tu firma os nossos;
Mas a suma ordenança a ti pertença.”
Heitor, apenas reconhece a deusa,
Despede o parlamento; o al’arma soa.
Abertas, precipitam-se das portas
Em burburinho equestres e pedestres.
Ante ílio na planí­cie avulta um cole,
De caminhos cercado, que os humanos
Batí­cia, imortais sepulcro chamam
De Mirina agilí­ssima: distintos
Aí­ perfilam Teucros e aliados.
Dos Troianos í  testa, o Priamides
Cristado exí­mio Heitor em cópia armara
Seletos belací­ssimos hastatos.
Os Dardânios alenta o grande Eneias:
A deusa Vênus do mortal Anquises
Teve-o no cume Ideu. Com ele Acamas
E Arquí­loco Antenóridas comandam,
Em omní­geno prélio examinados.
Aos que í s raí­zes do Ida em Zélia bebem
ígua do fundo Esepo, venturosos,
De Licaon precede o claro filho
Pândaro, a quem doou seu arco Apolo.
Nos de Pitieia, Adéstria, Apeso e Téries,
Alto monte, imperava Adrasto e Ânfio
De couraça de linho; irmãos que o padre
Percóssio Méropo, adivinho e cauto,
Vedou que entrassem na homicida guerra:
Surdos a nera Parca os atraí­a.
Os varões de Percote, Sesto e Abido,
Prátio e Arisba divina, desta o Hirtácio
Prí­ncipe ísio os viera estimulando;
ísio que doma férvidos cavalos,
Das ribas do Seleis famosas crias.
Das Larisseias glebas os Pelasgos
Lanceiros com Pileu manda de Hipotoo,
Do Teutamides Lito márcios filhos.
Do estuoso Helesponto rege Acamas
E herói Piroo os Traces. – Rege Eufemo
Sagitários Cicones, de Trezênio
Ceades geração, dileta a Jove.
Tem Pirecme os Peônios de arco e amentos,
Lá de Amí­done, do íxio largo í  margem,
Do íxio que inunda lí­mpido a campanha.
Pilemeneu veloso os Paflagônios
De Enete move, altriz de agrestes mulas,
Os que o Citoro e Sésamo possuem,
As lindas várzeas do Partênio rio,
Comna e Egí­alo e os celsos Eritinos.
Da longe Aliba vêm de argênteas minas,
Sob Epistrofo e Hódio, os Halisones.
Os Mí­sios Crómis guia, e o vate Enono,
A quem da morte agouros não livraram:
Furente o Eácida o prostou no rio,
Que rubro intumesceu de humano sangue.
Acesos Fórcis e o deiforme Ascânio
Da Ascânia os Frí­gios í  batalha impelem.
Das Tmólias faldas os Meônios seguem
A Antifo e Mestles, Pilemênios ambos,
Da Gigeia lagoa produzidos.
Os Cares de Mileto e Ftiro umbroso,
Do Meandro e Micale de árduos picos,
De linguagem barbárica, os sopeiam
Os filhos dois de Nómion preclaro,
Nastes e Anfí­maco. Este, qual donzela
De ouro enfeitado, insano floreava:
O enfeite o não salvou; que í s mãos de Aquiles
Tem de haurir no Escamandro o gole amaro,
Será do vencedor esse ouro presa.
Os Lí­cios lá do Xanto vorticoso
Conduz Sarpédon, e o sem mancha Glauco