fósforo aceso na madrugada uma carta de adeus queimada calada mais de uma vez por dia flores perdendo o tempo de serem dadas envelhecendo nas cinzas que a tarde fez da vida pétala a pétala conto todas as pétalas arrancadas da rosa que eu guardei no armário uma lembrança do mar de espinhos que a chuva tempestuosa da primavera detém num raio o apartamento que abandonei toda a mobília que não usei como sumir do porta-retrato que você guarda na sua mesa mas o dia amanheceu o dia manheceu amanhecer o dia me faz muito bem