– O QUE É ESTA MÃ?QUINA-ORGANISMO-MOEDA? —

O projeto se vale da musica eletroacústica em torno de uma suposta “máquina” e da história de um aspirante a artista (e seu amigo imaginário), que decidem construir esta máquina “de fazer moedas”, uma obra “conceitual” e carregada da ingenuidade ambiciosa que quer criticar o valor na sociedade de consumo, produzindo moedas personalizadas que tem impressas em sua coroa a frase “Qual seu real valor?” e o sí­mbolo matemático do infinito. Desde a concepção da obra e angústia do artista em tentar materializá-la até a sua decepção com a recepção desta pelo mercado da arte e sua rendição frente ao mercado e ao pragmatismo maquiavélico das massificações; o público participa e interage com a tal máquina e com a história, fazendo música e ao final recebendo a tal moeda, que subliminarmente propõe a tal reflexão.

A incrí­vel máquina de fazer moedas é um projeto que pretende explorar o recurso estético do fetiche tecnológico para criar um ambiente ritualí­stico, que contrapõe o homem versus máquina, não apenas no sentido da engenharia que envolve as máquinas criadas pelo o homem, mas também no sentido da máquina “instituição”, este grande ser sem rosto que impõe o valor dos objetos (sejam pessoas, animais ou coisas). Utilizando a meta linguagem de uma obra que fala da produção dela própria, usando de sarcasmo, brinca com a questão do valor da arte e do real valor das “geringonças conceituais”. Com isso acaba por analisar o valor da própria ação do homem numa sociedade “mecanizada” da era pós-industrial.

Este processo de composição e performance da obra também serve de laboratório para empregos alternativos da tecnologia, usando pesquisa com hardware “reciclado” para criação de ferramentas como controladores gestuais de eventos sonoros e visuais gravados e sintetizados pelo computador. Para isso serão utilizados “softwares livres” fomentando um conhecimento numa área da computação onde é possí­vel socializar e dividir muito melhor o conhecimento, alimentando uma cultura de inclusão e maior soberania cientí­fica.

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