Nengara nenjuu yatte kuru – they come alyearound

they come
They come, bringing their friends and effortlessly, effortlessly head out before you know it,

they�re outside your window
before you know it, they�re in your house
they come

in an ordely line
with beautiful, beaming smiles all the time chakapoko, chakalaka, charming, before you know it,

they�re on your shoulder
before you know it, they�re on your plate they come all year round

they come in a matching mass of red
before you know it, they�re in your mouth before you know it, they�re in your dreams

waking life


Escolha uma cor.
– Azul.
– A-Z-U-L. Escolha um número.
– Oito.
– 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8.
Escolha outro número.
– Quinze.
– 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15.
Escolha outro número.
– Seis.
– Pronto.
“Sonho é destino.”
sonho é destino
Vamos lá.
Rock’n’roll.
Cordas graves. Agora!
Sara, tente aquilo que você tinha me perguntado antes.
Pode tentar com maior definição?
– Experimente. Veja o que acha.
– Aquele assim?
Mas quero que tenha um som rico e quase ondulado por estar ligeiramente desafinado.
– Você quer…
– Ligeiramente dissociado.
Era o que eu estava pensando.
Estamos fazendo…
– Isso. Isso mesmo.
– Está bem.
Caprichado, gente!
Certo, do compasso 20, por favor.
Estamos recomeçando do 20.
Um, dois, três.
Oi, sou eu.
Acabei de chegar.
Achei que filaria uma carona, mas deixa pra lá.
Posso pegar um táxi, ou coisa parecida.
Talvez nos encontremos mais tarde ou algo assim.
Alto lá, marujo! Está preparado para pegar o caminho mais longo?
Precisa de uma carona?
Estava esperando um táxi, mas…
Está bem. Não perca o barco.
– Obrigado.
– Não há de quê.
Içar âncoras!
O que acha do meu barco?
Ele vale pela vista. V-I-S-T-A.
Para se ver com os olhos.
Meu meio de transporte deve refletir a minha personalidade. Voilí !
Esta é a minha janela para o mundo.
A cada minuto, um novo espetáculo.
Posso não compreendê-lo ou concordar com ele…
mas eu o aceito e acompanho a maré.
Siga com a corrente.
O mar jamais rejeita um rio.
A idéia é manter-se em um estado de partida, mesmo ao chegar.
Economiza-se em apresentações e em despedidas.
A viagem não requer explicações, apenas passageiros.
É aí­ que entram vocês.
É como se chegássemos ao planeta com uma caixa de lápis de cera.
Pode-se ganhar a caixa de 8, ou a de 16…
mas o segredo é o que você faz com eles e as cores que lhe foram dadas.
Não se preocupe em colorir somente dentro das linhas.
Pinte por fora das linhas e fora da página! Não queira me limitar!
Nos movemos com o oceano.
Não estamos ancorados!
Onde vai querer descer?
Quem, eu? Sou o primeiro? Não sei.
Qualquer lugar está bom.
Apenas me dê um endereço, alguma coisa, está bem?
Faça o seguinte.
Suba mais três ruas.
Vire í  direita. Mais 2 quarteirões.
Deixe-o na próxima esquina.
Onde é isso?
Não sei, mas é algum lugar.
E determinará o desenrolar do resto de sua vida.
Hora de desembarcar!
OLHE à SUA DIREITA
Me recuso a ver o Existencialismo como apenas mais um modismo…
ou uma curiosidade histórica…
porque ele tem algo importante a oferecer no novo século.
Acho que estamos perdendo as virtudes de vivermos apaixonadamente…
de assumirmos a responsabilidade por quem somos…
de tentarmos realizar algo e nos sentirmos bem em relação í  vida.
O Existencialismo é, í s vezes, visto como uma filosofia do desespero…
mas eu penso que ele é o contrário.
Sartre disse, certa vez, que nunca teve um dia de desespero em sua vida.
O que esses pensadores nos ensinam…
exuberância de sensações.
Como se sua vida fosse a sua obra a ser criada.
Eu li os pós-modernos com interesse, com admiração até.
Mas sempre tenho uma péssima e incômoda sensação…
de que algo essencial está sendo deixado de fora.
Quanto mais se fala sobre o ser humano…
como um construto social ou uma confluência de forças…
ou como fragmentado, ou marginalizado…
abre-se todo um novo universo de desculpas.
Quando Sartre fala de responsabilidade, não é abstrato.
Não se trata do tipo de eu ou de alma de que falam os teólogos.
É algo concreto.
Somos nós, falando…
tomando decisões e assumindo as conseqüências.
Há seis bilhões de pessoas no mundo, é verdade.
No entanto, suas ações fazem diferença.
Servem de exemplo.
A mensagem é: não devemos jamais nos eximir…
e nos vermos como ví­timas de várias forças.
Quem nós somos é sempre uma decisão nossa.
A criação vem da imperfeição.
Parece ter vindo de um anseio e de uma frustração.
É daí­, eu acho, que veio a linguagem.
Quero dizer, veio do nosso desejo de transcender o nosso isolamento…
e de estabelecer ligações uns com os outros.
Devia ser fácil quando era só uma questão de mera sobrevivência.
“ígua”. Criamos um som para isso.
“Tigre atrás de você!”
Criamos um som para isso.
Mas fica realmente interessante, eu acho…
quando usamos esse mesmo sistema de sí­mbolos…
para comunicar tudo de abstrato e intangí­vel que vivenciamos.
O que é “frustração”?
Ou o que é “raiva” ou “amor”?
Quando eu digo “amor”…
o som sai da minha boca e atinge o ouvido de outra pessoa…
viaja através de um canal labirí­ntico em seu cérebro…
através das memórias de amor ou de falta de amor.
O outro diz que compreende, mas como sei disso? As palavras são inertes.
São apenas sí­mbolos.
Estão mortas. Sabe?
E tanto da nossa experiência é intangí­vel.
E, ainda assim, quando nos comunicamos uns com os outros…
e sentimos ter feito uma ligação, e termos sido compreendidos…
acho que temos uma sensação quase como uma comunhão espiritual.
Essa sensação pode ser transitória, mas é para isso que vivemos.
Estuda-se o desenvolvimento humano pela evolução do organismo…
e sua interação ambiental.
A evolução do organismo começa com a evolução através do hominí­deo…
até a evolução do homem, o Neanderthal, o Cro-Magnon.
Ora, o que temos aqui são três eixos.
O biológico, o antropológico, o desenvolvimento das culturas…
e o cultural, que é a expressão humana.
O que se viu foi a evolução de populações, não de indiví­duos.
Pense na escala temporal em questão.
A vida tem dois bilhões de anos, o hominí­deo, seis milhões.
A humanidade, como a conhecemos hoje, tem 100 mil anos.
Percebe como o paradigma evolutivo vai se estreitando?
Quando se pensa na agricultura, na revolução cientí­fica e industrial…
são apenas 10 mil anos, 400 anos, 150 anos.
Vê-se um estreitamento crescente da temporalidade evolutiva.
à medida em que entramos na nova evolução…
ela se estreitará ao ponto em que a veremos no curso de uma vida.
Há dois novos eixos evolutivos, vindos de dois tipos de informação.
O digital e o analógico. O digital é a inteligência artificial.
O analógico resulta da biologia molecular e da clonagem.
Une-se os dois com a neurobiologia.
Sob o antigo paradigma, um morreria, o outro dominaria.
Sob o novo paradigma, eles existem como um grupamento…
cooperativo e não-competitivo, independente do meio externo.
Assim, a evolução torna-se um processo individualmente centrado…
emanando do indiví­duo…
não um processo passivo onde o indiví­duo está sujeito ao coletivo.
Produz-se, então, um neo-humano…
com uma nova individualidade, uma nova consciência.
Esse é apenas o começo do ciclo.
à medida que ele se desenvolve, a fonte é esta nova inteligência.
Enquanto as inteligências e as habilidades se sobrepõem…
a velocidade muda até atingir-se um crescendo.
Imagine, uma realização instantânea do potencial humano e neo-humano.
Isso pode ser a amplificação do indiví­duo…
a multiplicação de existências individuais paralelas…
onde o indiví­duo não mais estaria restrito pelo tempo e pelo espaço.
E estas manifestações desta neo-humana evolução…
poderiam ser dramaticamente imprevisí­veis.
A antiga evolução é fria, é estéril. É eficiente.
Suas manifestações são aquelas da adaptação social.
Trata-se de parasitismo, dominação, moralidade…
guerra, predação.
Essas coisas ficarão sujeitas í  falta de ênfase e de evolução.
O novo paradigma nos daria as marcas…
da verdade, da lealdade, da justiça e da liberdade.
Estas seriam as manifestações desta evolução. Isso é o que nós esperamos.
O homem autodestrutivo sente-se totalmente alienado e solitário.
Ele é um excluí­do da comunidade
Ele diz para si mesmo:
“Eu devo estar louco”.
O que ele não percebe é que a sociedade, assim como ele próprio…
tem um interesse em perdas consideráveis, em catástrofes.
Guerras, fome, enchentes atendem a necessidades bem-definidas.
O homem quer o caos.
Na verdade, ele precisa disso.
Depressão, conflitos, badernas, assassinatos. Toda essa miséria.
Somos atraí­dos a esse estado quase orgiástico gerado pela destruição.
Está em todos nós.
Nos deliciamos com isso.
A mí­dia forja um quadro triste, pintando-as como tragédias humanas.
Mas a função da mí­dia não é a de eliminar os males do mundo.
Ela nos induz a aceitar esses males e a nos acostumarmos a viver com eles.
O sistema quer que sejamos observadores passivos.
Você tem um fósforo?
Eles não nos deram qualquer outra opção, í  exceção do ato…
participativo ocasional e puramente simbólico do “voto”.
Você prefere o fantoche da direita ou o fantoche da esquerda?
É chegado o momento de eu projetar minhas inadequações e insatisfações…
nos esquemas sociopolí­tico e cientí­fico.
Deixar que minha própria falta de voz seja ouvida.
Não me sai da cabeça algo que você me disse.
– Algo que eu disse?
– É.
Sobre a sensação de que você observa a sua vida…
da perspectiva de uma velha í  beira da morte. Lembra?
Ainda me sinto assim, í s vezes.
Como se visse minha vida atrás de mim.
Como se minha vida desperta fossem lembranças.
Exatamente.
Ouvi dizer que Tim Leary, quando estava morrendo, disse…
que olhava para seu corpo que estava morto, mas seu cérebro estava vivo.
Aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral depois que tudo se apaga.
Um segundo nos sonhos é infinitamente mais longo do que na vida desperta.
– Entende?
– Claro.
Tipo, eu acordo í s 10:12h.
Então, eu volto a dormir…
e tenho sonhos longos, complexos, que parecem durar horas. Aí­ eu acordo e…
são 10:13h.
Exato. Então aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral…
podem ser a sua vida inteira.
Você é aquela velha, olhando para trás e vendo tudo.
Se eu sou, o que você seria nisso?
O que eu sou agora.
Quero dizer, talvez eu só exista na sua mente.
Eu sou apenas tão real quanto qualquer outra coisa.
Andei pensando sobre algo que você disse.
Sobre reencarnação, e de onde todas as novas almas vêm ao longo do tempo.
Todo mundo sempre…
diz ser a reencarnação de Cleópatra ou de Alexandre, o Grande.
Não passam de bestas quadradas, como todo mundo.
Quer dizer, é impossí­vel.
A população mundial duplicou nos últimos 40 anos.
Então, se você acredita nessa história egóica de ter uma alma eterna…
há 50% de chance da sua alma ter mais de 40 anos.
Para que ela tenha mais de 150 anos, é uma chance em seis.
Está dizendo que reencarnação não existe? Ou somos todos almas jovens?
Metade de nós é de humanos de primeira viagem? O que você está…?
– Quero dizer…
– Aonde você quer chegar?
Eu acredito que a reencarnação é uma expressão poética…
do que é a memória coletiva.
Eu li um artigo de um bioquí­mico, não faz muito tempo.
Ele dizia que, quando um membro de uma espécie nasce…
ele tem um bilhão de anos de memória para usar.
É assim que herdamos nossos instintos.
Eu gosto disso. É como se houvesse…
uma ordem telepática
da qual nós fazemos parte…
conscientes ou não.
Isso explicaria os saltos…
aparentemente espontâneos, universais e inovadores na ciência e na arte.
Como os mesmos resultados surgindo em toda parte, independentemente.
Um cara num computador descobre algo e, simultaneamente…
várias outras pessoas descobrem a mesma coisa.
Houve um estudo em que isolaram um grupo por um tempo…
e monitoraram suas habilidades em fazer palavras cruzadas…
em relação í  população em geral.
Então, deram-lhes um jogo da véspera, que as pessoas já tinham respondido.
A sua pontuação subiu dramaticamente.
Tipo 20%.
É como se, uma vez que as respostas estão no ar, pudessem ser pescadas.
É como se estivéssemos partilhando nossas experiências telepaticamente.
Pegarei vocês, seus putos, nem que seja meu último ato.
Vocês pagarão pelo que fizeram comigo.
Por cada segundo que eu passar neste buraco do inferno…
farei com que passem um ano vivendo no inferno!
Vocês me implorarão para que eu os deixe morrer. Mas não, ainda não.
Quero que vocês sofram, seus escrotos!
Vou enrabá-los. Ou talvez enfie uma agulha comprida em seus ouvidos.
Ou um charuto quente em seus olhos.
Nada sofisticado.
Um pouco de chumbo quente em seus rabos?
Ou, ainda melhor, aquela coisa dos Apaches.
Cortarei suas pálpebras.
Apenas ouvirei vocês gritando, seus putos.
Que doce melodia será essa.
Faremos tudo no hospital…
com médicos e enfermeiras, para que vocês não morram rápido demais.
Sabem qual é a melhor parte?
A melhor parte é que vocês, veados, terão as pálpebras cortadas…
para que tenham que me assistir fazendo isso a vocês.
Me verão aproximar cada vez mais o charuto dos seus olhos arregalados…
até que estejam quase enlouquecendo. Mas não exatamente.
Quero que dure muito, muito tempo.
Quero que saibam que sou eu! Sou eu quem estou lhes fazendo isso. Eu!
Aquele psiquiatra frutinha, que ignorância incorrigí­vel!
E aquele velho juiz bêbado babaca.
Que bundão arrogante!
Não julgues para não seres julgado!
Todos vocês vão morrer, seus merdas, no dia em que eu sair deste bueiro.
Eu lhes garanto que se arrependerão de terem me conhecido!
Na visão de mundo atual, a Ciência tomou o lugar de Deus…
mas alguns problemas filosóficos ainda nos perturbam.
Livre-arbí­trio, por exemplo.
Esse problema está na praça desde Aristóteles, em 350 a.C.
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino questionavam “como sermos livres…
se Deus já sabe tudo o que iremos fazer?”
Hoje, sabemos que o mundo é regido por leis fí­sicas fundamentais.
Essas leis regem o comportamento de cada objeto do mundo.
Como essas leis são confiáveis, elas viabilizam avanços tecnológicos.
Nós somos sistemas fí­sicos. Arranjos complexos de carbono e de água.
Nosso comportamento não é exceção a essas leis.
Logo, se é Deus programando isto de antemão e sabendo de tudo…
ou se são leis fí­sicas nos governando, não há muito espaço para a liberdade.
Pode-se querer ignorar o mistério do livre-arbí­trio.
Dizer: “É uma anedota histórica, uma inconsistência.
É uma pergunta sem resposta. Esqueça isso.”
Mas a pergunta permanece. Quanto a individualidade, quem você é…
se baseia nas livres escolhas que faz.
Ou pelas quais se responsabiliza.
Só se é responsabilizado, ou admirado, ou respeitado…
pelas coisas que se faz pela própria escolha.
A pergunta retorna sem cessar e não temos uma solução.
Decisões podem parecer charadas.
Imagine só. Há atividade elétrica no cérebro. Os neurônios disparam…
enviando um sinal através dos nervos até os músculos. Estes se contraem.
mas cada parte desse processo…
é governada por leis fí­sicas, quí­micas, elétricas etc.
Parece que o Big Bang causou as condições iniciais…
e todo o resto da História humana…
é a reação de partí­culas subatômicas í s leis básicas da fí­sica.
Nós achamos que somos especiais, que temos alguma dignidade.
Isso agora está ameaçado.
Está sendo desafiado por este quadro.
Você pode dizer: “E quanto í  mecânica quântica? Conheço o bastante…
para saber que é uma teoria probabilí­stica.
É frouxa, não é determinista.
Permite entender o livre-arbí­trio.”
Mas, se olharmos detalhadamente, isso não ajudará…
porque há as partí­culas quânticas e o seu comportamento é aleatório.
Elas são meio transgressoras.
Seu comportamento é absurdo…
e imprevisí­vel. Não podemos estudá-lo com base no que ocorreu antes.
Ele tem um enquadre probabilí­stico.
Será a liberdade apenas uma questão de probabilidade?
Aleatoriedade em um sistema caótico?
Eu prefiro ser uma engrenagem em uma máquina fí­sica e determinista…
que uma transgressão aleatória.
Não podemos ignorar o problema. Temos que incluir pessoas nesta perspectiva.
Não apenas corpos, mas pessoas.
Há a questão da liberdade…
espaço para escolha, responsabilidade e para entender a individualidade.
“Não se pode nada contra o Estado.”
“Morte e impostos. ” “Não fale sobre polí­tica ou religião.”
Isto é equivalente í  propaganda inimiga.
Renda-se, soldado!
Renda-se, soldado!
Vimos isso no século 20. Agora, no século 21, precisamos enxergar…
que não podemos ficar encurralados neste labirinto.
Não devemos nos submeter í  desumanização!
Me preocupa o que está acontecendo neste mundo.
Me preocupa a estrutura, os sistemas de controle.
Os que controlam a minha vida e os que querem controlá-la ainda mais.
Eu quero liberdade!
E é isso que você devia querer!
Cabe a cada um de nós deixar de lado a ganância, o ódio, a inveja…
as inseguranças, seu modo de controle.
Nos sentimos patéticos, pequenos…
e abrimos mão, voluntariamente, da soberania, da liberdade e do destino.
Precisamos nos conscientizar de que somos condicionados em massa.
Desafie o Estado escravo das corporações!
O século 21 é um novo século.
Não é um século de escravidão…
de mentiras e questões irrelevantes…
de classicismo, estadismo e outras modalidades de controle.
Será a era em que a humanidade defenderá algo puro e correto.
Que monte de lixo. Democratas liberais, republicanos conservadores.
Dois lados da mesma moeda!
Duas equipes gerenciais…
brigando pelo cargo máximo da Escravidão Ltda.!
A verdade está lá, mas eles estendem um bufê de mentiras.
Estou farto! E não aceito nem mais um quinhão!
A resistência não é fútil!
Nós venceremos!
A humanidade é boa demais.
Não somos fracassados!
Nos ergueremos e seremos humanos!
Nos empolgaremos com coisas reais!
A criatividade e o espí­rito humano dinâmico que recusa-se a submeter-se!
Bem, isso é tudo o que tenho a dizer.
Está nas suas mãos.
O desafio é o de nos libertarmos do negativo…
que nada mais é do que nossa própria vontade do nada.
Uma vez tendo dito sim ao instante, a afirmação é contagiosa.
Ela explode numa cadeia de afirmações que não conhece limites.
Dizer sim a um instante…
é dizer sim a toda a existência.
O personagem principal é o que chamo de “a mente”.
Sua mestria, sua capacidade de representação.
Historicamente, muito se tentou…
conter experiências que ocorrem í  beira do limite…
nas quais a mente está vulnerável.
Mas creio que estamos em um momento muito significativo da História.
Esses momentos, que poderí­amos chamar de limí­trofes, fronteiriços…
experiências de Zona X, hoje, tornam-se a norma.
Essas multiplicidades e distinções transmitem diferenças, gerando…
grande dificuldade í  velha mente.
E, entrando através de sua essência mesma…
saboreando e sentindo a sua singularidade…
pode-se avançar na direção daquela coisa comum…
que os mantém unidos.
Então o personagem principal é para essa nova mente…
maior, uma mente maior.
Uma mente que ainda virá a ser.
E quando entra-se neste registro…
pode-se ver uma subjetividade radical.
Afinação radical í  individualidade, í  singularidade, í  mente.
Ela abre-se para uma vasta objetividade.
Então, agora, a história é a do Cosmos.
O momento não é apenas um vazio passageiro, um nada. Ainda assim…
é a forma pela qual estas passagens secretas ocorrem.
Sim, é vazio de tamanha completude…
que o grande momento, a grande vida…
do universo pulsa em seu interior.
E cada um, cada objeto, cada lugar…
cada ato, deixa uma marca.
E esta história é singular. Mas, na verdade, é uma história após a outra.
Dissolve-se em partí­culas ligeiras que giram.
Ora me movo rapidamente, ora o tempo o faz. Nunca os dois simultaneamente.
É um estranho paradoxo.
Estou mais perto do fim da minha vida do que jamais estive…
mas sinto, mais do que nunca, que tenho todo o tempo do mundo.
Quando era mais jovem, havia necessidade de…
certeza. Eu precisava chegar ao fim do caminho.
Sei o que quer dizer.
Eu me lembro que pensava…
“Um dia, aos 30 e poucos anos, talvez…
tudo irá, de algum modo, se acomodar, parar. Simplesmente acabar.”
É como se houvesse um platô…
me esperando. Eu estava escalando.
Quando eu chegasse ao topo…
Mas isso não aconteceu, ainda bem.
Na juventude, não levamos em conta a nossa curiosidade.
Isso é que é incrí­vel de sermos humanos.
Sabe o que Benedict Anderson diz sobre a identidade?
Ele fala sobre, digamos, uma foto de bebê.
Você pega uma imagem bidimensional e diz: “Sou eu”.
Para ligar o bebê dessa imagem estranha a você, no presente…
é preciso criar uma história.
“Esta sou eu quando tinha 1 ano.
Depois, tive cabelos compridos…
e depois nos mudamos para Riverdale, e aqui estou.”
Então, a história necessária é, na verdade, uma ficção…
para tornar você e o bebê idênticos.
– Para criar sua identidade.
– O engraçado é que…
nossas células se regeneram totalmente a cada sete anos.
Já fomos várias pessoas diferentes.
E, no entanto, sempre permanecemos sendo, em essência, nós mesmos.

BARULHO E SILÃ?Å NCIO

A dúvida tornou-se a nossa narrativa.
A nossa busca era a de uma nova história, a nossa.
Nos agarramos a esta nova história graças í  suspeita…
de que a linguagem comum não poderia contá-la.
Nosso passado parecia congelado, í  distância e, cada gesto nosso…
significava a negação do velho mundo e a tentativa de alcançar o novo.
O modo como viví­amos criou uma situação de exuberância e amizade.
Uma micro sociedade subversiva no coração de uma sociedade ignorante.
A arte não era a meta, mas a ocasião e o meio de localizarmos nosso ritmo…
e as possibilidades enterradas de nossa época.
Tratava-se da verdadeira descoberta da comunicação. Ou a busca disso.
Encontrá-la e perdê-la.
Nós, os inquietos, continuamos procurando…
preenchendo o silêncio com desejos, temores, fantasias.
Movidos pelo fato de que, ainda que o mundo parecesse vazio…
ainda que parecesse degradado e desgastado…
qualquer coisa seria possí­vel.
Dadas as circunstâncias certas…
um mundo novo era tão provável quanto um antigo.
Existem dois tipos de sofredores…
aqueles que sofrem da falta de vida…
e os que sofrem da abundância excessiva da vida.
Eu sempre me posicionei na segunda categoria.
Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana…
são, essencialmente, nada diferentes do comportamento animal.
As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo…
ao ní­vel do super-chimpanzé.
Na verdade, o hiato entre Platão ou Nietzsche e o humano mediano…
é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano.
O reino do verdadeiro espí­rito…
o artista verdadeiro, o santo, o filósofo, é raramente alcançado.
Por que tão poucos?
Por que a História e a evolução não são histórias de progresso…
mas uma interminável e fútil adição de zeros?
Nenhum valor maior se desenvolveu.
Ora, os gregos, há 3.000 anos, eram tão avançados quanto somos hoje.
Quais são as barreiras que impedem as pessoas…
de alcançarem, minimamente, o seu verdadeiro potencial?
A resposta a isso pode ser encontrada em outra pergunta, que é…
qual é a caracterí­stica humana mais universal?
O medo…
ou a preguiça?
O que está escrevendo?
Um romance.
Qual é a história?
Não há história. São só…
pessoas, gestos, momentos.
Fragmentos de sensações.
Emoções evanescentes.
Em resumo…
as maiores histórias já contadas.
Você está na história?
Acho que não.
Mas estou meio que lendo-a para depois escrevê-la.
Foi no deserto, no meio do nada, a caminho de Las Vegas.
Então, sabe, de tempos em tempos, um carro parava para abastecer.
Era o último posto antes de Las Vegas.
Havia uma cadeira e uma caixa registradora. Não cabia mais nada.
Eu estava dormindo e ouvi um barulho.
Sabe, como se fosse na minha cabeça.
Então eu me levantei…
andei até lá fora e fiquei parado na beirada…
onde o posto de gasolina acaba.
Sabe, na entrada de carros.
Esfreguei meus olhos, tentando enxergar o que estava havendo.
E lá longe, do outro lado do posto, havia uns pneus enfileirados…
presos com correntes.
E percebo que há uma van Econoline lá perto.
E um cara sem camisa.
E ele está carregando a van Econoline…
com todos aqueles pneus.
Ele está com os dois últimos pneus nas mãos.
Ele os empurra para dentro da van.
E eu, é claro, digo, “Ei, você!”
O cara então se vira.
Ele está sem camisa. Está suando.
Forte como um armário.
Saca uma faca de 3 centí­metros…
Eu penso…
“Isto está errado.”
Eu entrei…
enfiei a mão atrás do caixa, onde o dono guardava um revólver 41.
Eu saquei a arma…
destravei-a…
e quando me virei, ele estava entrando pela porta. Eu vi seus olhos.
Nunca esquecerei os olhos daquele cara.
Ele tinha maus pensamentos a meu respeito em seus olhos.
Disparei uma vez e acertei nele, bum, bem no peito.
Bang! Tão rápido quanto ele entrou pela porta, ele saiu.
Foi parar entre as duas bombas, comum e aditivada.
Devia estar drogado, com anfetaminas ou algo assim, pois ficou de pé.
Ele ainda estava com a faca e havia sangue cobrindo o seu peito todo.
Ele se levantou e fez isso, só se mexeu um pouco. Fiquei chocado.
Então, segurei o gatilho, bati no tambor, como antigamente…
e o lancei para fora do posto.
Desde então, eu sempre carrego isto.
Uma população bem armada é a melhor defesa contra a tirania.
Um brinde a isso.
Sabe, não uso isto há muito tempo, nem sei se ainda funciona.
Puxe o gatilho e descubra.
Oi, cara. Você deve ter saí­do ou algo do gênero.
Me lembre de te contar sobre o sonho que eu tive. Umas coisas engraçadas.
Falou, cara. Então te procuro mais tarde. Certo.
…na prova de montar em pêlo, Copenhagen William, de Mike Sankey…
Para fazer uma faixa de chapéu, costure por dentro…
Não espero pelo futuro…
ansiando pela salvação, absolvição ou mesmo pela iluminação.
Acredito que esta perfeição falha é suficiente e completa…
em cada momento inefável e singular.
…a abelha loira, o vaga-lume, a cobra…
…o gnomo lunático de macarrão com meu…
…a louvável tradição de feiticeiros, xamãs e visionários…
que aperfeiçoaram a arte de viajar pelos sonhos…
o chamado estado lúcido do sonho, no qual, controlando-se os sonhos…
pode-se descobrir coisas para além da nossa apreensão no estado desperto.
Desfile de Posse de Lyndon B. Johnson
…o vencedor…
Ela conta a ele o que Felix está fazendo.
Um único ego é um ponto de vista absurdamente estreito…
para se abordar esta experiência.
Onde a maioria considera sua relação com o universo…
eu contemplo relações entre os meus diversos eus.
Enquanto boa parte das pessoas com problemas motores mal se movimentam…
aos 92 anos, Joy Cullison está por aí­, vendo o mundo.
Oi, como vão as coisas?
Dizem que os sonhos somente são reais enquanto duram.
Não podemos dizer isso da vida?
Muitos de nós estão mapeando a relação mente-corpo dos sonhos.
Somos chamados onironautas, exploradores do mundo oní­rico.
Há dois estados opostos de consciência…
que de modo algum se opõem.
Na vida desperta, o sistema nervoso inibe a vivacidade das recordações.
É coerente com a evolução.
Seria pouco eficiente se um predador…
pudesse ser confundido com a lembrança de um outro…
e vice-versa.
Se a lembrança de um predador…
gerasse uma imagem perceptiva…
fugirí­amos quando tivéssemos um pensamento amedrontador.
Nossos neurônios serotoní­nicos inibem as alucinações.
Eles próprios são inibidos no sono REM.
Isso permite que os sonhos pareçam reais, mas bloqueia a concorrência…
de outras percepções.
Por isso os sonhos são confundidos com a realidade.
Para o sistema funcional de atividade neurológica que cria o nosso mundo…
não há diferença entre uma percepção ou uma ação sonhadas…
e uma percepção e uma ação na vida desperta.
Um amigo me disse, certa vez, que o maior erro que podemos cometer…
é acharmos que estamos vivos…
quando, na verdade, estamos dormindo na sala de espera da vida.
O segredo é combinarmos as habilidades racionais da vida desperta…
com as possibilidades infinitas de nossos sonhos.
Se soubermos fazê-lo, poderemos fazer qualquer coisa.
Já teve um emprego que odiava e ao qual se dedicava muito?
Depois de trabalhar o dia todo, você chega em casa, deita e fecha os olhos.
Aí­ você acorda e percebe que o dia de trabalho havia sido um sonho.
Já é ruim o bastante que vendamos nossa vida desperta por um…
salário mí­nimo, mas, agora, eles ficam com seus sonhos de graça.
Oi, cara. O que está fazendo aqui?
Tenho a honra de ser catalisador social do mundo dos sonhos.
Ajudo as pessoas a ficarem lúcidas.
Livre-se do medo e da ansiedade e deixe o rock’n’roll te levar.
Ficar lúcido? Quer dizer, saber que se está sonhando?
Assim, pode-se controlá-los. São mais realistas que os sonhos não-lúcidos.
Acabei de acordar de um sonho.
Não foi um sonho tí­pico. Eu parecia estar em um universo paralelo.
É, é real. Tecnicamente, é um fenômeno do sono…
mas podemos nos divertir tanto nos sonhos.
– E todos sabem: diversão é show!
– É.
– O que aconteceu no seu sonho?
– Várias pessoas falavam.
Alguns soavam absurdos, como em um filme estranho.
Quase sempre falavam sobre qualquer coisa, com muita intensidade.
Acordei me perguntando…
– de onde vieram essas coisas?
– Você pode controlar isso.
– Você costuma ter sonhos assim?
– Sempre procuro aproveitar ao máximo.
Para começar, é preciso que você se dê conta de que está sonhando.
Reconhecer isso.
Deve ser capaz de se perguntar:
“Isto é um sonho?”
Quase ninguém se pergunta isso, estando despertos ou adormecidos.
As pessoas sonambulam quando despertas e andam despertas pelos sonhos.
Elas não usufruem muito disso.
O que me fez perceber que eu estava sonhando foi um relógio.
Eu não conseguia ver as horas, como se os circuitos estivessem quebrados.
Se vir um interruptor de luz, veja se ele funciona.
Não se pode fazer isso em um sonho lúcido.
E daí­? Posso voar por aí­, ter uma conversa com o Albert Schweitzer.
Posso explorar novas dimensões da realidade.
Sem contar que posso fazer sexo como eu quiser. O que é muito maneiro.
Não posso acender a luz. E daí­?
Então é isso que você faz para testar se está sonhando ou não?
Você pode se treinar para reconhecer isso.
Teste um interruptor, í s vezes.
Se a luz estiver acesa e não conseguir desligá-la, você está sonhando.
Aí­, você pode ir ao que interessa.
E é ilimitado.
– Sabe o que tenho experimentado?
– O quê?
É bem ambicioso.
Mas estou ficando cada vez melhor.
Você vai curtir isso.
Visão em 360 graus, cara. Posso ver em todas as direções. Maneiro, né?
É! Cara…
Bem, preciso ir, cara.
Tchau. Super perfundo no amanhecer antecipado do seu dia.
Que significa isso?
Nunca consegui entender.
Talvez você consiga.
Um cara sempre sussurra isso no meu ouvido.
Louis. É um personagem de sonhos recorrente.

O MOMENTO SAGRADO

O cinema trata, essencialmente…
da reprodução da realidade, ou seja, a realidade é reproduzida.
Para ele, não é um meio de contar histórias.
Ele acha que…
que o filme… Que a literatura é melhor para contar histórias.
Como quando se conta uma piada:
“Um sujeito entra em um bar…
e vê um anão.”
Mas num filme, filma-se um sujeito especí­fico em um…
bar especí­fico e um anão especí­fico, que tem uma certa aparência.
Para Bazin, a ontologia do filme relaciona-se com…
o que faz a fotografia…
Trata-se então daquele sujeito, naquele momento, naquele espaço.
E Bazin é um cristão, então ele acredita…
em Deus, obviamente, e que tudo…
Para ele, Deus e a realidade são o mesmo.
Então, o que o filme capta é, na verdade, Deus encarnado, criando…
e, neste exato momento, Deus estaria se manifestando.
O que o filme capturaria aqui e agora…
seria Deus nesta mesa, como você, como eu. Deus olhando como nós…
dizendo e pensando o que pensamos, pois somos todos Deus manifestando-se.
O filme, então, é um registro de Deus, ou do rosto sempre mutante de Deus.
Tem um mosquito. Quer que eu…?
– Você o matou.
– Matei?
Hollywood transformou o filme em um meio para contar histórias. Pega-se…
Livros ou histórias, um roteiro e encontra-se alguém que encaixe.
É ridí­culo. Não deveria se basear no roteiro.
Deveria basear-se na pessoa ou na coisa.
Não é í  toa que existe o estrelato.
Trata-se então daquela pessoa…
ao invés da história.
Truffaut disse que os melhores filmes não são feitos…
Os melhores roteiros não geram os melhores filmes.
Eles têm uma narrativa que escraviza.
Os melhores filmes são aqueles que não se prendem a essa escravidão.
Então, para mim, a narrativa parece…
Há capacidade narrativa nos filmes, porque há tempo, como na música.
Mas não se pensa na história da música. Ela surge do momento.
É isso que o filme tem.
Esse momento, que é sagrado.
Este momento é sagrado.
Nós agimos como se não fosse.
Há alguns momentos sagrados, e outros, que não são.
Este momento é sagrado. O filme nos faz ver isso, ele põe isso em quadro.
“Sagrado, sagrado, sagrado”. A cada momento. Mas quem viveria assim?
Pois se eu olhasse para você e o tornasse sagrado, eu pararia de falar.
Você estaria no momento.
O momento é sagrado, certo?
É, eu me abriria.
Eu olharia nos seus olhos…
eu choraria e sentiria coisas, e isso seria falta de educação.
Deixaria você constrangido.
Você poderia rir.
Por que choraria?
Bem, sei lá.
Eu tendo sempre a chorar.
Bem, isso é…?
Vamos fazer isso agora.
Vamos ter um momento sagrado.
Tudo são camadas.
Há o momento sagrado, depois…
há a consciência dele. Como nos filmes, o momento acontece…
aí­ o personagem finge que está em outra realidade. São camadas.
Eu entrei e saí­ do momento sagrado, olhando para você.
É uma das razões pelas quais gosto de você. Você me provoca isso.

ESTRADA BLOQUEADA
DESVIO

Se o mundo é falso e nada é real, então tudo é possí­vel.
A caminho de descobrir o que amamos, achamos o que bloqueia nosso desejo.
O conforto jamais será confortável.
Um questionamento sistemático da felicidade.
Corte as cordas vocais dos oradores carismáticos e desvalorize a moeda.
Para confrontar o familiar.
A sociedade é uma fraude tamanha…
e venal que exige ser destruí­da sem deixar rastros.
Se há fogo, levaremos gás.
Interrompa a experiência cotidiana e as expectativas que ela traz.
Viva como se tudo dependesse de suas ações.
Rompa o feitiço da sociedade de consumo…
para que nossos desejos reprimidos possam se manifestar.
Demonstre o que a vida é e o que ela poderia ser.
Para imergirmos no esquecimento dos atos.
Haverá uma intensidade inédita.
A troca de amor e ódio…
horror e redenção.
A afirmação tão inconseqüente da liberdade, que nega o limite.
– O que está fazendo?
– Não sei bem.
Precisa de ajuda para descer, senhor?
Não, acho que não.
Velho burro.
Não é pior que nós.
Ele é pura ação, sem teoria.
Nós somos pura teoria, sem ação.
Por que está tão sério, Sr. Deborg?
O que faltava, parecia ser irresgatável.
A extrema incerteza da subsistência sem o trabalho…
fez dos excessos uma necessidade…
e as rupturas foram definitivas.
Para citar Stevenson…
“O suicí­dio levou muitos.
A bebida e o demônio…
cuidaram do resto.”
Ei!
Você é um sonhador?
Sou.
Não tenho visto muitos ultimamente.
As coisas andam difí­ceis para os sonhadores.
Dizem que o ato de sonhar está morto.
Ninguém mais sonha.
Não está morto.
Foi apenas esquecido.
Removido da nossa linguagem.
Ninguém ensina, então ninguém sabe que existe.
O sonhador é banido í  obscuridade.
Estou tentando mudar isso.
Espero que você também esteja…
sonhando todos os dias.
Sonhando com nossas mãos e mentes.
Nosso planeta está diante dos maiores problemas que já enfrentou.
Não se entedie.
Esta é a época mais fascinante em que poderí­amos esperar viver.
E está apenas começando.
Mil anos é um instante.
Não há nada de novo.
O mesmo padrão que se repete.
As mesmas descobertas de antigamente.
Não há nada aqui para mim agora.
Agora me lembro. Isto me aconteceu antes. Por isso eu fui embora.
Está começando a encontrar respostas.
Embora difí­cil, as recompensas serão ótimas.
Exercite plenamente a sua mente, sabendo ser apenas um exercí­cio.
Construa artefatos, resolva problemas, explore os segredos do universo.
Usufrua de todos os seus sentidos.
Sinta alegria, pesar, riso, empatia.
Leve a memória em sua bagagem.
Eu me lembro de onde vim e como me tornei humano.
Porque estive por aqui. Agora, minha partida está marcada.
Saí­da. Velocidade de escape.
Não só a eternidade, mas o infinito.
– Desculpe.
– Desculpe.
mas eu não quero ser uma formiga.
Passamos pela vida esbarrando uns nos outros…
sempre no piloto automático, como formigas…
não sendo solicitados a fazer nada de verdadeiramente humano.
Pare. Siga. Ande aqui. Dirija ali.
Toda comunicação servindo para manter ativa a colônia de formigas…
de um modo eficiente e civilizado.
“O seu troco.” “Papel ou plástico?”
“Crédito ou débito?”
“Aceita ketchup?”
Não quero um canudo. Quero momentos humanos verdadeiros.
Quero ver você.
Quero que você me veja.
Não quero abrir mão disso.
Não quero ser uma formiga, entende?
Sim, não…
Eu também não quero ser uma formiga.
Obrigado pela sacudida.
Tenho andado feito um zumbi…
no piloto automático. Não me sinto como uma formiga, mas pareço uma.
D.H. Lawrence teve a idéia de duas pessoas se encontrarem…
e, ao invés de apenas passarem…
aceitarem “o confronto entre suas almas”.
É como libertar os deuses corajosos e inconseqüentes que nos habitam.
Parece que já nos encontramos.
Estou trabalhando em um projeto.
Pode lhe interessar. É uma novela…
e os personagens são a fantasia dos seus atores.
Então, pense em algo que sempre quis fazer, a vida que gostaria de ter…
algo do gênero.
Colocamos isso no roteiro…
aí­ você interage com outras pessoas como se faria em uma novela.
Eu também gostaria de exibir isso ao vivo, com os atores presentes.
Aí­, uma vez que o episódio tenha sido exibido…
a platéia pode dirigir os atores em episódios subseqüentes, com cardápios.
Trata-se de escolhas e…
de se louvar a capacidade das pessoas de dizerem o que querem ver…
e consumismo, arte, e valores…
e se você não gostar, devolva e receba seu dinheiro de volta…
ou apenas participar, entende?
Fazer escolhas.
E então, você quer fazer?
Sim, parece muito legal.
Eu adoraria participar, mas…
preciso lhe perguntar algo primeiro.
Não sei bem como dizer, mas…
Como é ser um personagem em um sonho? Porque…
não estou acordado agora. Eu não uso relógio desde a 4a. série.
Acho que era esse mesmo relógio.
Não sei se você é capaz de responder essa pergunta.
Estou apenas tentando entender onde estou e o que está havendo.
E quanto a você? Como se chama?
Não me lembro disso agora.
Não consigo me lembrar.
Mas essa não é a questão, se posso resgatar informação sobre…
Tenho a vantagem, nesta realidade, se posso chamá-la assim…
de uma perspectiva consistente.
Que perspectiva é essa?
Basicamente, sou só eu, lidando com várias pessoas…
que estão me expondo a informações e idéias…
que soam vagamente familiares…
Mas, ao mesmo tempo, é tudo muito estranho para mim.
Não estou em um mundo objetivo e racional.
Por exemplo, eu tenho voado…
É estranho, porque não é um estado fixo.
Parece mais com um amplo espectro de consciência.
A lucidez oscila. Neste momento, sei que estou sonhando.
Estamos até conversando sobre isso.
Estou…
o mais em contato comigo e com meus pensamentos que já estive até agora.
Estou conversando sobre estar em um sonho.
Mas, começo a achar que…
isto é algo para o qual não tenho quaisquer precedentes.
É totalmente singular.
A qualidade do ambiente…
e a informação que estou recebendo.
Como a sua novela, por exemplo.
Essa idéia é muito bacana!
Não fui eu quem inventou isso.
Está fora de mim…
como algo transmitido a mim externamente.
Eu não sei o que é isto.
Achamos que somos tão limitados pelo mundo e suas restrições…
mas, na verdade, nós as criamos.
Fica-se tentando entender, mas agora que você sabe que está sonhando…
você pode fazer qualquer coisa.
Você está sonhando, mas está acordado.
Você tem…
tantas opções. E a vida é isso.
Eu estou entendendo o que você diz.
Depende de mim, eu sou o sonhador.
É estranho.
Tanto dessas informações…
que as pessoas têm me passado…
tem uma conotação tão pesada.
Bem, como você se sente?
às vezes me sinto meio isolado.
Quase sempre, sinto-me comprometido, engajado em um processo ativo…
O que é estranho. Quase todo o tempo estive passivo, sem responder…
exceto agora.
Me deixei ser lavado pela informação.
Não responder verbalmente não é, necessariamente, ser passivo.
Estamos nos comunicando em tantos ní­veis simultaneamente.
Talvez você esteja percebendo diretamente.
Quase todas as pessoas que encontrei e as coisas que quero dizer…
é como se elas as dissessem por mim, quase na minha deixa.
É completo em si mesmo.
Não é um sonho ruim.
É um sonho ótimo.
Mas…
é tão diferente de qualquer outro sonho que eu já tive.
É como se fosse “o” sonho.
Como se estivesse sendo preparado.
“Nesta ponte,” adverte Lorca…
“a vida não é um sonho.
Cuidado e…
cuidado e cuidado.”
Tantos crêem que porque o “então” ocorreu, o “agora” não está ocorrendo.
Eu não comentei? O “uau” contí­nuo está se dando neste mesmo instante.
Somos todos co-autores desta exuberância dançante…
na qual até nossas incapacidades se divertem.
Somos os autores de nós mesmos, criando um romance de Dostoyevsky…
estrelando palhaços.
Isto em que estamos envolvidos, o mundo…
é uma oportunidade de demonstrar como a alienação pode ser fascinante.
A vida é uma questão de um milagre…
formado de momentos perplexos por estarem na presença uns dos outros.
O mundo é uma prova…
para testar se podemos nos elevar í s experiências diretas.
A visão é um teste para saber se podemos ver além dela.
A matéria é um teste para a nossa curiosidade.
A dúvida é uma prova para a nossa vitalidade.
Thomas Mann escreveu que preferiria participar da vida que escrever.
Giacometti foi atropelado por um carro, certa vez.
Ele lembra-se de ter caí­do em um desmaio lúcido…
um prazer repentino…
ao perceber que algo estava lhe acontecendo.
Assume-se que não se pode compreender a vida e viver ao mesmo tempo.
Não concordo inteiramente. Ou seja, não exatamente discordo.
Eu diria que a vida compreendida é a vida vivida.
Mas os paradoxos me perturbam.
Posso aprender a amar e fazer amor com os paradoxos que me perturbam.
E em noites românticas do eu…
saio para dançar salsa com a minha confusão.
Antes que saia flutuando, não se esqueça…
ou seja, lembre-se.
Porque lembrar é muito mais uma atividade psicótica que esquecer.
Lorca, no mesmo poema, disse…
que o lagarto morderá os que não sonham.
E, quando se percebe…
que se é um personagem sonhado no sonho de outra pessoa…
isso é consciência de si.
Você ainda não conheceu a si mesmo.
Mas a vantagem de conhecer os outros, enquanto isso…
é que um deles pode lhe apresentar a si mesmo.
Examine a natureza de tudo o que você observa.
Por exemplo, você pode se descobrir…
caminhando por um estacionamento sonhado.
E, sim, estes são pés sonhados dentro de seus sapatos sonhados.
Parte do seu eu sonhado.
E então, a pessoa que você parece ser no sonho…
não pode ser quem você é realmente.
Esta é uma imagem…
um modelo mental.
– Você se lembra de mim?
– Não, acho que não.
algumas vezes.
Eu me lembro disso, mas não lembro de ter sido você.
Tem certeza?
Talvez não.
Eu estava sentada…
e você estava me olhando.
Meu pequeno amigo, não sonhes mais.
Realmente chegou.
Chama-se Efferdent Plus.
No inferno, afunda-se. No paraí­so, ascende-se í  completude do amor.
Depressa! Ande, entre no carro.
Vamos.
A história é assim: Billy Wilder encontra Louis Malle.
Foi no fim dos anos 50, começo dos 60.
Malle fizera seu filme mais caro, que custou 2,5 milhões de dólares.
Wilder lhe perguntou sobre o que era o filme.
Malle disse: “É um sonho dentro de um sonho”.
E o Wilder: “Acaba de perder US$2,5 milhões “.
Sinto uma certa apreensão.
Durante anos, a noção de que a vida é um sonho…
foi um tema recorrente entre filósofos e poetas.
Não faz sentido que a morte também seja envolta pelo sonho?
Que, após a morte, a vida consciente continue em um corpo de sonho?
Seria o mesmo corpo de sonho que aquele da vida cotidiana…
mas, no estado pós-morte, não se poderia voltar a despertar.
Nunca mais se poderia retornar ao corpo fí­sico.
à medida que a complexidade aumenta, deixar-se levar não é o bastante.
Como é que é, jacaré?
– Você também dirige um carro-barco?
– Um o quê?
Você me deu uma carona em um carro que também era um barco.
Não, não tenho um “carro-barco”.
Não sei do que está falando.
Deve ser a noite do universo paralelo.
Sabe o cara que acabou de sair?
Ele chegou aqui e eu disse: “Como é que é?”
Ele pôs um burrito no balcão, olhou para mim e disse…
“Eu retornei do vale dos mortos.
Eu respiro misticamente os odores da vida.
Eu vi o esquecimento. Eu fermento o desejo de me lembrar de tudo.”
E o que você respondeu?
Bem, o que eu poderia dizer?
Disse: “Se puser isso no microondas, faça furinhos no plástico…
porque eles explodem e estou cansado de limpar burritos.”
Os pimentões ressecam.
Parecem rodinhas.
Quando acabou, eu só conseguia pensar em como…
toda esta noção de eu…
do que somos…
é apenas uma estrutura lógica.
Um lugar para abrigar momentaneamente todas as abstrações.
Era tempo de adquirir consciência…
de dar forma e coerência ao mistério.
E eu tinha participado disso.
Foi uma dádiva.
A vida girava ao meu redor e cada momento era mágico.
Eu amava todas as pessoas, lidando com tantos impulsos contraditórios.
Era isso que eu mais amava, me ligar í s pessoas.
Em retrospecto, era só isso que importava realmente.
As últimas palavras de Kierkegaard foram: “Varra-me de uma vez.”
– Oi, cara.
– Oi.
Você não estava no carro-barco?
Um cara de chapéu me deu uma carona…
numa espécie de carro-barco.
Você estava no banco de trás.
Não estou dizendo que você não sabe do que está falando…
mas eu não sei do que você está falando.
Vocês me deixaram em um lugar especí­fico que você sugeriu.
Desci e acabei atropelado por um carro.
Aí­, eu acordei. Eu estava sonhando.
Depois, descobri que ainda estava sonhando, sonhando que tinha acordado.
Falsos despertares.
Eu costumava tê-los sempre.
Mas eu ainda estou nisso.
Não consigo sair.
Parece estar durando para sempre.
Fico acordando dentro de outro sonho.
Estou ficando assustado, andei até falando com gente morta.
Uma mulher na TV me diz que a morte…
é uma espécie de tempo de sonho, que existe fora da vida.
Estou começando a achar que estou morto.
Deixe eu lhe contar um sonho que tive.
Quando alguém diz isso, costuma significar alguns minutos de tédio.
Mas o que se pode fazer?
– Li um ensaio de Philip K. Dick.
– No seu sonho?
Não, eu o li antes do sonho.
Era o preâmbulo.
Era sobre aquele livro:
Flow My Tears, the Policeman Said.
Simplesmente fluiu. Ele sentiu como se o estivesse psicografando.
Quatro anos depois, ele estava em uma festa.
Ele conheceu uma mulher com o mesmo nome que a mulher do livro.
Seu namorado tinha o mesmo nome que o namorado do livro.
Ela havia tido um caso com um delegado de polí­cia.
Ele tinha o mesmo nome que o delegado de seu livro.
Tudo o que ela dizia parecia estar saindo de seu livro.
Isso o deixa muito assustado, mas o que ele pode fazer?
Pouco tempo depois, ele foi pôr uma carta no correio…
e viu um sujeito meio estranho em pé, ao lado de seu carro.
Mas, ao invés de evitá-lo, ele disse: “Posso ajudá-lo?”
O sujeito disse: “Fiquei sem gasolina”.
Ele lhe deu algum dinheiro, coisa que jamais teria feito.
Ele chega em casa e pensa…
“Ele não conseguirá chegar ao posto.
Ele está sem gasolina.”
Então, ele volta, acha o sujeito e o leva ao posto de gasolina.
Enquanto estaciona, ele pensa:
“Isto também está no meu livro.
Este mesmo posto. Este mesmo sujeito. Tudo.”
Bem, este ocorrido é um tanto assustador, certo?
Ele resolve contar a um padre que escreveu um livro…
e que quatro anos depois, tudo isso aconteceu.
E o padre diz: “Este é o Livro dos Atos”.
Ele diz: “Mas eu nunca o li”.
Então ele lê o Livro dos Atos e é estranhamente familiar.
Até os nomes dos personagens são iguais aos da Bí­blia.
O Livro dos Atos se passa em 50 d.C.
Então, Dick criou uma teoria segundo a qual o tempo é uma ilusão…
e estamos todos em 50 d.C.
O que o levou a escrever o livro foi que ele, de algum modo…
atravessou esse véu do tempo.
O que viu ali foi o que acontecera no Livro dos Atos.
Ele se interessava pelo gnosticismo e pela idéia de que um demônio…
teria criado essa ilusão do tempo para nos fazer esquecer…
que Cristo retornaria e o reino de Deus adviria.
Alguém está tentando nos fazer esquecer que Deus é iminente.
Isso define o tempo e a História.
Esta espécie de devaneio ou distração contí­nuos.
Eu li isso e pensei: “Que estranho”.
E naquela noite, eu tive um sonho.
Tinha um homem que, supostamente, era um vidente.
Mas eu pensava:
“Ele não é mesmo um vidente”.
Então, de repente, começo a flutuar, levitando até atingir o teto.
Quase atravesso o telhado e digo:
“Está bem, eu acredito em você”.
E flutuo de volta. Quando meus pés tocam o chão…
o vidente vira uma mulher usando um vestido verde, Lady Gregory.
Lady Gregory era a patrona de Yeats, uma irlandesa.
Mesmo nunca tendo visto a sua imagem…
eu tinha certeza de que esse era o rosto de Lady Gregory.
Então, Lady Gregory vira-se para mim e diz…
“Deixe-me explicar-lhe a natureza do universo.
Philip Dick está certo quanto ao tempo, mas errado quanto a ser 50 d.C.
Na verdade, só existe um instante, que é agora. E é a eternidade.
É um instante no qual Deus está apresentando a seguinte pergunta…
‘Você quer fundir-se com a eternidade, você quer estar no paraí­so?’
E estamos todos dizendo: ‘Não, obrigado. Ainda não’.”
Logo, o tempo é apenas o constante “não” que dizemos ao convite de Deus.
Isso é o tempo. Não estamos em 50 d.C., como não estamos em 2001.
Só existe um instante.
E é nele que estamos sempre.
Então ela me disse que esta é a narrativa da vida de todo mundo.
Por detrás da enorme diferença, há apenas uma única história…
a de se ir do não ao sim.
Toda a vida é: “Não, obrigado. Não, obrigado”.
E, em última instância é: “Sim, eu me rendo.
Sim, eu aceito. Sim, eu me entrego”.
Essa é a jornada.
Todos chegam ao sim no final, certo?
Certo.
Então, continuamos a andar e meu cachorro corre em minha direção.
Fico tão feliz.
Ele morreu anos atrás.
Estou fazendo carinho nele e há um troço nojento…
saindo de seu estômago.
Olho para Lady Gregory, e ela tosse.
Ela diz: “Me desculpe”.
E vômito escorre por seu queixo.
O cheiro é horrí­vel.
E eu penso:
“Isto não é só cheiro de vômito.
É cheiro de vômito de gente morta”.
Então é duplamente horripilante.
Percebo que estou no mundo dos mortos.
Todos a minha volta estão mortos.
Meu cachorro morrera há 10 anos, Lady Gregory há muito mais tempo.
Quando acordei, pensei:
“Aquilo não foi um sonho.
Foi uma visita í quele lugar, o mundo dos mortos.”
E como conseguiu finalmente sair de lá?
Foi como uma daquelas experiências que transformam a vida.
Eu nunca mais voltei a ver o mundo do mesmo jeito.
Mas como é que você finalmente saiu do sonho?
É esse o meu problema.
Eu estou aprisionado.
Fico achando que estou acordando, mas ainda estou em um sonho.
Quero acordar de verdade.
Como se acorda de verdade?
Não sei.
Não sou mais tão bom nisso.
Mas se é o que está pensando, você deve fazê-lo, se puder.
Porque, um dia, não será capaz.
Mas é fácil.
Sabe, simplesmente acorde.
em memória de: John Christensen
(super perfundo no amanhecer antecipado do seu dia)

destino das Oito/Fate at Eight/Schicksal um acht – chico mello

It was a good luck that the festival MaerzMusic had two promising focal points – the human voice and the Brazilian music. Especially in Brazil the experimental and most involved musicians often are getting in touch with popular music. Chico Mello lives in Brazil and in Germany. He created his own style of music theatre. Here he is combining the for the Brazilians very important form of TV soap opera, the ââ?¬Å¾Telenovela”, with Bossa Nova. The result heââ?¬â?¢s calling TELEBOSSA. His piece, with the title ââ?¬Å¾Destino das Oito/ Fate at Eight”, was first performed in a marvelous light and ironic-imaginative production by Christina Tappe at the Berlin festival MaerzMusik.
The dramatic basis gave the British author Caryl Churchill. On the other side Chico Mello discovered with his own son how important repetitions are for narrating stories.
For this reason Mello was able to reflect in a light and ironic way the stupid and at the same time abysmal rituals of every day rituals, constantly served by TV soap operas.
Musically Mello connected the cool sensuality of Bossa Nova. He permitted the singers and musicians just to use certain notes and rhythms. The result was a sound on the golden mean in-between Alban Berg and Joao Gilberto. Rarely contemporary music theatre as Chico Mellos DESTINO DAS OITO – without falling in cynicism – offers so much ground for laughing and reflection.

Volker Michael, Deutschlandradio Kultur, Berlin

The play

A family waits for the return of the daughter. Captivated in the vacuum of every-day rituals the couple Brian and Alice repeats together with aunty Maisie again and again the same procedures. Change lies in commonness with trivial problems: misunderstandings, conflicts with the wayward drunk son, feelings of guiltiness, fear, old secrets, affairs, addictions, absurd encounters, departure, death. Will the daughter arrive? Will she bring the redemption from the deadlock?

ââ?¬Å¾Destino das Oito – Fate at Eight – Schicksal um Acht” is the setting to music of the drama ââ?¬Å¾Heartââ?¬â?¢s Desire” (1997) by the famous British Author Caryl Churchill. Caryl Churchill, born 1938, is one of the leading British dramatists. Her plays are extremely political and deal with social alienation and mechanisms of power. Very effectively she combines formal dramatic experiments with exciting political issues
In ââ?¬Å¾Heartââ?¬â?¢s Desire” the realistic situation of waiting for the daughter becomes a dramatic unrealistic elaboration – the story of waiting is narrated in a non-linear way. The dramatic development constantly is interrupted and restarts from the beginning. In a situation of a reset the story gets a new possible development. Every reset, every repetition includes musical and scenical variations. The result: an absurd and funny, constant perplexity of references in time and space.

The grotesque play with repetitions and interruptions get in the musical setting of Chico Mello a new dimension. Every beginning brings new variations and events and clears up the exciting patterns of the dramatic play.

The concept
The narrow patterns of family, the family issues themselves are very similar to the dramatic constructions of popular TV soap operas, of the famous Brazilian ââ?¬Å¾Telenovelas”. The action itself seems to be realistic, full with social and psychological situations of the brasilian every day life. This genre of soap opera gives a high emotional identification for a huge audience. For a big part of the brasilian population the main protagonists are as close as family members. The everyday life is dedicated to the world of Telenovelas – the Telenovela copies problems of the common life.

The formal and dramatic constellation of ââ?¬Å¾Heartââ?¬â?¢s Desire” gives an ideal basis for an investigation of this entanglement. Similar as is in a TV setting the audience can experience how the protagonists fall into their own soap opera. For this reason the play ââ?¬Å¾Heart`s Desire” becomes a free interpretation in the fictional telenovela ââ?¬Å¾Destino das Oito – Fate at Eight – Schicksal um Acht”.

By linking together different possibilities of action and dramaturgic developments in one series, by the scenic interaction of real action and telecasting, by mixing pictures from real telenovelas and live-videos arises a performance where the borders of TV and reality, of real and artificially produced experiences fade away.

The most important Brazilian telenovela is daily broadcasted at eight o�clock: a collective fate, broadcasted at eight, played by fictional protagonists, experienced by the majority of a huge tv-audience.

The music

The musical composition takes this dramatic structure and works with it�s patterns of repetition and variation. The recurrent basic situation is taken for a musical fundament and opens many possibilities for the exploration of an own musical language. The composer develops a special musical vocabulary. This he adds to the harmonies of the vocals of the English text. The result will be a fine grid of melodies, that are not motivated in a psychological or affective way, but offer an artificial construction for the naturalistic scene. In this exciting combination of Chary Churchill`s excellent composed text, the artificial vocal inflection and a naturalistic scene the rich diversity of the play becomes evident. The funny absurdity and the complexity of trivial daily scenes become even more obvious.

The clear language patterns made the composer develop an own “alphabet” of pitches directly out of the vocals and consonants of each syllable of each word. Chico Mello constructed an own system of composition that gives every figure it`s special character, and of course repeating í­ non harmonic – melodies to each reply. The basis of the work is the entire text.

Each singer-actor has 1 or two 2 accompanying instruments, as follows:

Brian + Bariton Saxophon + Contrabass
Alice + Clarinet + Viola
Susy + Celesta
Maisie + Oboe + Violine
Lewis + Tuba + Contrabass
Official + Percussion

Similar as in previous compositions (“Amarelinha” and “do lado de lá” for orchestra), Chico Mello works with ââ?¬Å¾decontextualisation” of Boss Nova. The “Tele”-“Bossa” is a combination of brasilian Telenovela and the musical genre of ââ?¬Å¾Bossa Nova”. In both forms strong emotions are produced by repeating patterns. The difference is the melo-dramatization of emotions in telenovelas to the static condition of happiness and sadness in the Bossa.

In the new music-dramatic form of ââ?¬Å¾Telebossa” the dramaturgy of telenovelas is so to speak ââ?¬Å¾bossanized” – an exciting contradiction, intensified by the scenic action.

A confusão das línguas não deixa margem para o rio das dúvidas banhar a ouro e verde as esperanças de todos nós






 
 

a justa razão aqui delira
leminski – fragmento do catatau
pg 34 ed. sulina

leitura eletrônica em inglês – catataulido.ogg

1.jpg

“Preserva-se do real numa turris ebúrnea; o real
vem aí, o real está para

> chegar, eis o advento! Vrijburg defende-se,

se defendam vrijburgueses

> o cerco aperta, alerta, alarde, alarme, atalaia!
Todo o tiro é susto

, Todo > fumo – espanto, todo
cuidado – 



pouco caso

.
Vem nos negros dos quilombos,
> nas
> naus dos carcamanos,
na cara destes bichos:
basiliscos brasilicos queimam a
> cana, entre as chamas passando pendôes.

Cairás, torre de
Vrijburg

, de
> grande
> ruína.
Passeio entre cobras e es-
corpiões meu calcanhar de Aquino,
caminhar > de

Aq

uiles.

E essa torre da Babel do orgulho de Marcgravf e Spix,

pedra
> sobre pedra não ficará,
o mato virá sobre a pedra
e a pedra a espera da
> treva fica podre e vira hera a
pedra que era…

A confusão das línguas não
> deixa
margem
para o rio das dúvidas banhar a ouro e verde as
esperanças dos
> planos de todos nós:
as tábuas de eclipses de
Marcgravf não entram em
> acordo > com as de
Grauswinkel;
Japikse pensa que é macaco o aí que
Rovlox diz fruto
> dos coitos danados de
toupinamboults e tamanduás
;
Grauswinkel, perito nas
> manhas dos corpos celestes, nas manchas do sol e
outras raridades urânicas
>

é um lunático

;
Spix, cabeça de selva, onde uma

aiurupara
e

stá
pousada em cada
> embuayembo, uma aiurucuruca, um aiurucurau, uma
aiurucatinga, um tuim, uma
> tuipara, uma tuitirica, uma arara, uma
araracá, uma araracã, um araracanga,
> uma araraúna, em cada galho do
catálogo de caapomonga, caetimay, taioia,
> ibabiraba, ibiraobi! Viveiro? Isso está
tudo morto!

Por eles, as árvores
> nasciam com o nome em latim na casca, os animais
com o nome na testa dentro
> da moda que a besta do apocalipse lançou
com uma dízima periódica por
> diadema,
cada homem já nascia escrito em peito

o epitáfio,

os
frutos
brotariam
com o receituário
de suas propriedades,
virtudes e contraindicações.
> Esse é emético, esse
é diurético, esse é
antisséptico,
> laxante, dispéptico, adstringente

, isso é letal.”


Lançamento da Revista GLOBAL número 9 em Curitiba, no e/ou

global.jpg

Sumário

Trânsitos
Defender e construir a efetividade do Governo Lula, Giuseppe Cocco
Chega de chororô, Caia Fittipaldi
Sobre cansaços e golpismos, Adriano Pilatti

Conexões Globais
Notas sobre o protesto contra o G8 na Alemanha, Till Baumann
O êxodo constituinte da multidão, Leonora Corsini
É preciso que o ar circule, Walter Melo
“Que haces acá?” Giulia Janelli
Perguntar caminhando (parte2), Tomás Herreros Sala
Desde Bolí­via – entrevista a Antonio Negri, Giuseppe Cocco, Judith Revel e Michael Hardt

Caderno Brasil do Le Monde Diplomatique
O impasse boliviano, Antonio Martins

Universidade Nômade
Enade e Ações Afirmativas são eficazes, Alexandre do Nascimento
O obsceno de nossa universidade, Bruno Cava
A ética da democracia contra a moral da punição, najup/UERJ

Dossiê: Constituição do Comum
Cultura digital: para além da fragmentação, Fábio Malini
A cultura é a economia, Paulo Henrique de Almeida
O Prefeito e o Presidente na Terra do Sol, Barbara Szaniecki

Maquinações
Multitudes Icônes versus Documenta Magazine, E.Alliez e G.Zapperi
Mato Grosso tem A Fábrika, Eduardo Ferreira
Uma conversa com Rosa Mitô, Fabiane Borges e Verenilde Santos
Museu da Maré: memória da resistência, Gláucia Dunley
“Vidas Matáveis”, André Barros, Marta Peres e Pedro Bento

mapa do e/ou

mapa-eou.jpg

A revista GLOBAL/Brasil número 9 tem o apoio do
Programa Cultura e Pensamento
Patrocí­nio:
Petrobrás e Ministério da Cultura
Realização:
Fapex
Co-Realização:
TVE Bahia, SESC-SP, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, Ministério da Educação

Social Music Kiosk – Vienna

Social Music Kiosk
(on-air, on-line: http://www.kunstradio.at, Sunday, Nov 25th, 23:00
Brandon LaBelle

In conjunction with the Kunstmarkt event held at the Schí¶pfwerk housing community in Vienna in October 2007 where art was used as a meeting point for social diversity, Social Music Kiosk functions as a gathering of different narratives related to art and social environments. Originally staged as an artistic contribution to the Kunstmarkt, the Kiosk functioned as a participatory sonic platform, inviting visitors to add to the mix by way of their favorite CDs, audio reports made on-site, and live treatments and interactions. Using the Kunstmarkt as a base, the radio work overlays multiple inputs: a series of audio recordings made by local residents and visitors to the Kunstmarkt, an interview and discussion with the organizers of the Kunstmarkt and social workers from Schí¶pfwerk, and electronic treatments. Part-documentary, part-question and answer, and part-mix, the work is a telescoping of multiple perspectives onto a social topography.

img_5912.jpg

http://www.kunstradio.at/2007B/25_11_07.html
Thanks to Ulla Ebner for her DJing, Annette Stahmer for her assistance, and to Rudolfine Lackner, Renate Schnee and Sabine for their invitation and conversation.

*

Brandon LaBelle is an artist and writer working with sounds, places, bodies, and cultural frictions. He is the author of Background Noise: Perspectives on Sound Art (Continuum 2006) and co-editor of the Surface Tension (Errant Bodies) series. His recent work Prototypes for the mobilization and broadcast of fugitive sound was exhibited at the Enrico Fornello Gallery, Prato. He teaches at the University of Copenhagen and is currently developing projects on street cultures.
http://www.errantbodies.org/labelle.html

se você não clicar ali, algo também vai acontecer


monkey2.jpg

a tentativa vã de transgredir a casca da máquina que abriga o sujeito

tentar chegar ao uno – primal semente e arvore que contém todos os galhos da linguagem

alcança somente a borda do corpo humano, onde os signos fornicam como óvulos e espermatozóides.

la entre um breve esquadro, uma breve unidade pré-pitagórica que beira equilibrada e estreitamente o infinito e o zero, reina o caótico e assimétrico assobiar simultâneo de todos os signos.

Num movimento dantesco o sujeito se vê diante da mais severa das provas, a negação do eu pelo não-eu, a inversão de causa e efeito, onde tudo sabe tudo em todas as direções e são tantas as vozes que me paraliso o sucumbo diante de tua imensidão.

caótico mundo das simultâneas sinfonias: pensamento que você acaba de parir.

isso, agora.

se você não clicar aqui, algo também vai acontecer

cozinha aberta / Sesc

a cozinha aberta estudiolivre.org é um espaço aberto para produção e publicação de mí­dias livres, utilizando ferramentas livres.

atraves das praticas cotidianas de uma simples cozinha, pessoas poderão criar sua propria arte/expressão atraves de ações lúdicas, podendo realizar desde o preparo de uma simples omelete com picadinho de fotografias, ate uma ópera composta com o som de eletrodometicos, sempre tendo como como base conceitos de obras abertas, produções coletivas e trabalhos colaborativos

gracas ao uso de ferramentas livres e de licenças abertas para a publicacao de seu material na internet, o participante que criar sua obra-comida-processo dentro da cozinha e quiser publica-la, terá seu trabalho exposto na galeria de trabalhos na pagina da cozinha aberta:

texto extraí­do da pagina:
http://www.estudiolivre.org/cozinhaberta

Fotos e informações em:
http://cozinhaberta.wordpress.com/
http://www.flickr.com/photos/cozinhaberta/

Praça Nueva Brasília – Itaparica – Erik Goengrich – 16/09/2007 – 2pm

nova-brasilia-1.jpg

hallo to all
on sunday the 16.sept.07 at 2pm will be the inauguration of “Praça
Nueva Brasilia” in Itaparica.
For all who like to come I would propose that we meet at 1:30pm in
front of SACATAR-Foundation in Itaparica and then we walk to the
place.
(5 min.walk but too complicated to explain)
Hope all of you who are near find the time to come.
all the best
greetings
Erik

there is an informal settlement just around the corner of SACATAR with
5 big Trees that form a kind of an open public space.
Three weeks ago I found this place and was impressed….
Is it that I am still too romantic?
In portugese these 10 to 15 small houses surrounding that place they
are called “invasâo” which I find a very interesting:
like a wave of the see which is just in front….

Then, as you know of my last two emails I returned from:

and I met Robinson, without whom that whole intervention would not
have been possible:

trying to change the human relationship / thinking about nature.
He is trying to build up this organisation and doing a very imortant
work.
I would say he is the best communicator i met until now in Itaparica.
And I was never so astonished how many ways somebody is introducing me
and my work….
andfrom monday the 3.sept when i returned from Brasilia until today I
was nearly every day working at “Praca Nueva Brasilia”:
responsibility.
everybody liked it sometimes of diffrent reasons:
for some it was important that it is not coming from the Itaparica
official administration
for some it was just good that there will come something to sit on
some liked the fact of having little Brasilia in front of their door
some liked the idea of having meetings there
and others thought immediatley that the value of their small house
will increase….
and as well i got very quick offers to buy a house or land (for
2000euro) in this area without official papers…

brasilia.jpg

so we began to collect the left over wood of Sacatar and started to
build benches:

here we coming to the architectural part because the congress of
Brasilia is made out of “pau-a-pique”

with varas (the palm tree leaves stem) and clay

this is the structure with all the greenpalmtree leaves stems
cooked from Maria (a sister of robinson living directliy there)
the kids started to like it and helped as well,

but still wondering what that all means?
the ramp for the congress arrived
the sign to the place is painted…

would be happy to see you sunday at 2pm
if everything works out well the itaparica-caboclos which used to
perform on this place will come as well…
greetings
erik

nova-brasilia-3.jpg

nova-brasilia-2.jpg

“você gostaria de participar de uma experiência artística” – “Do you like to participe of an artistic experience?” – live in HRVTSKA

nbp_de_bigode.jpeg
nbp de bigode *NOVAS BASES PARA PERSONALIDADE

cachaça connecting people

esquema do orgao de mar...

set -> pela_paz_de_todos_os povos_na_vida_e_a_morte
set-> for peace of all people in life and death


um muro separa este cemitérios de religiões “diferentes”. todos iguais perante a morte?
a wall that separates this cemetery of “different” religions. Everyone is equal in death?

{

Vai ficar aqui a caneta em cima deste muro
em ato simbólico a todos aqueles que escreveram,
disseram e tentaram fazer algo melhor da sua vida
do que simplesmente usar os DENTES com os quais nasceram…
fica aqui neste cemitério então ( e os mortos sabem disso melhor do que ninguém )
de que nada adiantam muros…
e que não é possí­vel dividir…

This Pen Will Stay here Up in this wall
in a simbolic act to all whom that have written,
said and tried to make something better in their lives
than simply use the TEETH wich they born…
Will stay in this cemetery then (and the death know that better than no one)
that there’s no use for walls,
and it’s impossible to divide…

-> PELA PAZ NO MUNDO

assinado:
Octavio Camargo, Simone Azevedo e Guilherme Soares
(em performance web-site specific )

}

Canetas Derrubam Muros -> mp3

Canetas Derrubam Muros -> ogg



Borges Jazzzzzzz :


Dados Cru(do)s a Coze(i)r :::::: TUMBALALÃ? ::::::: (ou a aldeia que nunca foi aldeia e que é muito mais que aldeia) ::::::: DESAFIATLux TUMBALALÃ?

O reconhecimento oficial ocorreu após uma mobilização iniciada em meados de 1998 e direcionada para a adoção de projetos de articulação coletiva que gravitavam em torno de uma história, destino e origem comuns para as pessoas que formam hoje uma comunidade com fronteiras sociais em processo e ainda sem território demarcado. Habitando o sertão de Pambú, uma área na margem baiana do sub-médio São Francisco ocupada no passado por várias missões indí­genas e alvo de criação extensiva de gado bovino durante os séculos XVII, XVIII e XIX, os Tumbalalá estão historicamente ligados a uma extensa rede indí­gena de comunicação interétnica, sendo, assim, parte e produto de relações regionais de trocas rituais e polí­ticas que sustentam sua etnogênese no plano das identidades indí­genas emergentes e os colocam no domí­nio etnográfico dos í­ndios do Nordeste brasileiro.
AAAAHAAHHHHALALí

NO RIO O IRON

Os Tumbalalá ocupam uma antiga área de missões indí­genas e colonização portuguesa ao norte do estado da Bahia, entre os municí­pios de Curaçá e Abaré, na divisa com Pernambuco e í s margens do rio São Francisco. Tem-se por referência o pequeno e antigo povoado de Pambú

(S 08o 33� W 039o 21�)

, a ilha da Assunção (TI Truká) e a cidade de Cabrobó (PE).

MISSAO

A história da colonização do sertão de Pambú remete ao século XVII e foi incrementada pela criação extensiva de gado bovino e pela formação de missões indí­genas nas ilhas do sub-médio São Francisco. Essas duas agências coloniais, somadas a outros fatores tanto polí­ticos quanto naturais, responderam por fluxos de deslocamentos e convergência de pessoas e famí­lias que fizeram desta parte do sertão uma referência regional no século XVIII.

Formando um importante núcleo de atração e povoamento interior, o sertão de Pambú foi ocupado até este perí­odo por ajuntamentos portugueses, vilas e aldeias de í­ndios cariri, fazendas de gado, grupos de í­ndios nômades não reduzidos, mas contatados, e outros ainda sem comunicação com os colonizadores. Dessa babilônia étnica que colocou lado a lado, em um complexo e tenso campo intersocial, pessoas e instituições com interesses e estilos culturais mais diversos derivam os Tumbalalá e as demais comunidades indí­genas do sertão do sub-médio São Francisco.

velho velho velho chico

LUCY IN THE SKY; DIAMONDS DIAMONDS DIAMONDS!

querem TRANSPOR?

TRANSPOSIÇ+ÃO
TRANSPOS
TRANSPOSIÇÃO
TRANS

POSIÇÃO

T R

A N
S P O

S

I

Ç

Ã

O

pode tirar seu burro da chuva

e entre você

ruindow$

A estimativa do número de famí­lias que hoje compõem o grupo tumbalalá é bastante imprecisa
, haja vista que o processo de auto-identificação está em curso e os critérios de pertença estão sendo internamente formulados. Durante o processo de identificação étnica realizado em 2001 foram confirmadas cerca de 180 famí­lias, mas, baseado em dados propostos por lideranças, o limite máximo potencial da população tumbalalá chega perto de 400 famí­lias, só devendo haver maior clareza quanto esse número após o término do processo de regularização fundiária do território.

patopatopato!

olhos
ohos

olhos
aviao
mulheres

“Alô, base, respondam! Toda poesia vive no rádio, na pepita de urânio
qu�ica
RíDIO
RíDIO
RíDIO
RíDIO
RíDIO
RíDIO
RíDIO
RíDIO

microfone
chefia
manoel

toré
diminuição de áreas antes freqüentadas e habitadas por animais silvestres de porte maior, como veado e tamanduá, fez da caça uma atividade restrita a animais de pequeno porte que habitam a caatinga ou a vegetação que nasce ao longo do curso intermitente dos riachos. São codorna, preá, cutia, camaleão e, mais raramente, tatu.

novena
9?
ou 90?

evido í s várias intervenções ao longo do curso do rio São Francisco que acabaram por diminuir o seu potencial piscoso e navegabilidade, a pesca já não participa significativamente da economia doméstica local, apesar de o rio ainda oferecer uma boa variedade de peixes aproveitados na alimentação, além de ser habitat de jacarés, capivaras e tartarugas pouco consumidos em função da escassez e dificuldade de serem pegos.

mulheres
mulheres
celular na rádio!

etnogênese tumbalalá – assim como dos outros grupos da região do sub-médio São Francisco – é, portanto, um processo descontí­nuo e de longa duração. Em sua fase contemporânea o principal registro é a criação do terreiro de toré na fazenda São Miguel, propriedade da famí­lia Fatum, após a revelação feita a um membro desta famí­lia pelo encanto (sobre encanto, ver o item “ritual e cosmologia”) Manoel Ramos sobre a existência da aldeia Tumbalalá e seus limites. Isso na década de 50, quando algumas famí­lias locais trocavam regularmente experiências rituais e polí­ticas com famí­lias da ilha da Assunção e de outras localidades, outrora missões indí­genas. O ingrediente polí­tico que faltava para que os Tumbalalá seguissem o exemplo de seus vizinhos que obtiveram do Governo Federal a tutela, como os Tuxá, Atikum e Truká, veio após o encontro com a ANAI (Associação Nacional de Ação Indigenista) e o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) no ano de 1998, configurando-se a seguir o iní­cio de um movimento organizado visando o diálogo com a Funai.

mulheres
gooool!
(no final, é tudo futebol)

jesuismodejesuita
FALA!
amem
amem
amem

O sistema ritual dos Tumbalalá está baseado no culto aos encantos e no uso de um tipo de jurema (Pithecolobium diversifolium;

Mimosa/

artemisiana) do qual se faz o “vinho” ingerido durante o toré. Esta planta, um arbusto de porte médio a grande tí­pico do sertão do Nordeste, é central para a religiosidade indí­gena regional e apresenta algumas variedades que fazem parte do universo religioso de cultos afro-brasileiros, notadamente o catimbó ou candomblé de caboclo.
s encantos, ou encantados – e ainda, mestres ou guias – tumbalalá são entidades sobrenaturais originadas do processo voluntário de “encantamento” de alguns í­ndios ritual ou politicamente importantes, ao deixarem a existência humana, distinguindo-se dos espí­ritos produzidos pela inexorabilidade da morte. Neste caso eles são seres ontologicamente hí­bridos que transitam bem entre os homens e o sobrenatural porque não morreram – o que quer dizer que não assumiram completamente uma não-humanidade – e gozam de predicados inacessí­veis a um humano.

toré
public


SOU SÂ O EU + A MATÉRIA

MATEMA
SOU SÂ O EU + A MATEMA
null

pesca

liambraLiambra

parentes
parentes
parentes
parentes
riquezas sao diferentes
riquezas sao diferentes

.

Oi pessoas…
quem quiser ver um pouquinho do que rolou em tumbalalá, pode conferir nas
fotos e nos áudios das oficinas.

http://galeria.idbrasil.org.br/tumbalala
http://estudiolivre.org/el-user.php?view_user=avessa
http://www.flickr.com/photos/avesso/

textos e mais info: enciclopedia indigena:

root@�¼�¬�¸�·�¼�±:~#./raizes

üí¬í¸í·üí±

Square root

 
Roooooooooots
square roots …

00000001010101010101010100100101011001001010100101010101010

eu sou o número
que multiplicado por mim mesmo me compõe
00000001010101010101010100100101011001001010100101010101010
 
enquanto na matriz um novo mapa de primos se elege
       
    .
o vértice   
    .
aqui

        .eu
   
           
       
.você

 
operando

 operando operando
 
operando operando
 operando operando
  operando
 operando
   operando
  
operando
  operando

 

cíclópe Trimegisto

astronaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaauta profissssiocósmico
espiral
caleidoscópio
PORTA ESTANDARTE
PORTA
ESTANDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAàARTE

Abacateeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiro sagrado
no quintal da minha caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAASA
você tambem podE tER 1

á GOIABEIRA SAGRADA !

No Quintal da Viziiiinha
Quintal da Goiaba, meu bem.

Aqui não há nenhum girassoL

mas eLE esta la mesmo assim

bananeiraseportaestandarte

mapa da Grécia / as naus e os cabos / constelações

Canto II da Iliada na tradução de Odorico Mendes
Sí­tio arqueológico da Grécia, local de escavação
Os nomes das cidades envolvidas na guerrra de Tróia
O número de navios e seus respectivos lí­deres
Cabala máxima da lí­ngua grega e fragmento mais obscuro da í­liada
talvez o mais antigo…
talvez as 44 constelações descritas por Hiparco estajam relacionadas aí­
sedimento de formulas geométricas e observação da rota dos planetas

Ajax Oilí­ades – 4
Ajax Telamônio – 7
Ulisses – 15
Aquiles – 21
Agamenon – 9
Peneleu – 2

Dica:(Peneleu, apesar de aparecer primeiro na lista, comanda a segunda frota de navios, sendo a primeira liderada por Epí­strofo e Esquédio)
no mais, virem-se

Os Beócios governa Peneleu,
Protenor, Clônio, Leuto e Arcesilau:
De Aulide pétrea, Esqueno, Téspia, Escolo,
Da Serrana Eteone í­ncolas eram,
De Hí­ria, Graia e espaçosa Micalesso;
Ou de Hile, Harma, Elí­ola, Hésio, Eritas,
Péteon, Ocaleia, Eutresis, Copas,
Da columbosa Tisbe e torreada
Medeona; ou de Glissa e Coroneia,
Da virente Haliarto e de Plateias,
Ou de Hipotebas de edifí­cios nobres;
Mais do aprazí­vel Netunino luco,
Ou de Mideia e de Arne pampinosa,
Da augusta Nissa, Antédona postrema.
Cada Beócia nau, de umas cinqüenta,
Guerreiros tripulavam cento e vinte.
Os da Minieia Orcómeno e de Asplédon
São com Iálmeno e Ascálafo, que a Marte
Pariu de Actor Azida em casa Astí­oque:
à interna alcova da pudica virgem
O deus subiu furtivo e entrou com ela.
Naus destes filhos abordaram trinta.
Sob Epí­strofo e Esquédio, nado insigne
De ífito Naubolides, os Focenses,
Quer de Pí­ton fragosa e augusta Crissa,
Daulida, Ciparisso e Panopeia,
De arredores de Hiâmpole e Anemória,
Quer do ilustre Cefisso, ou de Lilaia
Dele matriz, em galeões quarenta,
Dos Beócios í  esquerda os colocaram.
Não como o Telamônio alto e membrudo,
Pequeno em corpo e o seu jubão de linho,
Mas no dardo excedendo Aqueus e Helenos,
O lesto Ajax de Oileu movia os Lócrios,
De Cino, Escarfe, Opóente e Calí­aro,
De Bessa a Angeia amena habitadores,
De Tarfe e Trônio, í s abas do Boágrio:
Dos que d’além da sacra Eubéia moram,
Seguem-lhe a voz quarenta escuros vasos.
Eubéia expede Abantes alentados:
São de Estira e Caristo, Erétria e Cálcis,
De Histieia racimosa, Dio alpestre
E litoral Cerinto. O Calcodôncio
Prí­ncipe Elefenor, de Márcia estirpe,
Em quarenta galés os petrechara;
ígeis, forçosos, de comada nuca,
Destros na hasta fraxí­nea e aos tresdobrados
Peitos hostis em desfazer couraças.
Os da orgulhosa Atenas (corte egrégia
De Erecteu magno, da alma Télus parto,
A quem Palas Dial, que o educara,
Deu sede em ricas aras, onde o povo
De lustro em lustro imola e de ano em ano
Cordeirinhos e bois que a deusa abrandem)
Capitaneia-os Menesteu Petides.
Homem nenhum como ele ordenar soube
Jungidos carros e adargadas hostes,
Salvo o experto Nestor por mais longevo.
Cinqüenta embarcações lhe obedeciam.
De Salamina as doze, reuniu-as
O Telamônio í s íticas falanges.
De Tirinto munida, Argos, Trezene,
Lá do golfo de Hermí­one e de Asine,
De Eiona e da vití­fera Epidauro,
E de Egina e Masete a flor guerreira,
Tidides fero, Estênelo do exí­mio
Capaneu filho amado, os reprimiam;
Mais o divino Eurí­alo, do régio
Talaionides Mecisteu progênie:
Diomedes belicoso o máximo era.
Bojos negros oitenta os encerravam.
Os de Ârnias, da magní­fica Micenas,
Da altaneira Cleona, áurea Corinto,
Sicí­one em que reinou primeiro Adrasto;
Os da fresca Aretí­rea, os que Hiperésia,
Agros de Hélice extensa e a costa habitam,
E Gonoessa altiva, Égion, Pelena:
Todos em cascos cem trouxe Agamêmnon.
Tropa extremada e imensa o rei mantinha;
Em bronze reluzindo, galhardeia
De ser entre os Aqueus o assinalado,
Em forças o maior e o mais possante.
Os do vale da grã Lacedemônia,
Fáris e Esparta, Messa altriz de pombas,
De Amiclas, Lãa, Brí­sea e leda Augia;
De Helos marinha, de Étilo e contornos:
O estrênuo Menelau, segundo Atrida,
A parte armou-os em galés sessenta.
Afouto os acorçoa, ardido anela
Desagravar o rapto e ais da esposa.
Nestor o velho de Gerena, em cavos
Baixéis noventa, presidia os Pí­lios,
Os de Épi encastelada e Arena aprica,
De Trio vau do Alfeu, Ciparessenta,
Ptéleon e Anfigênia, de Helos, Dórion,
Onde ufanoso, ao vir de Eurito e Ecália,
A cantar provocou Tamires Trácio
As do Egí­aco filhas doutas Musas,
Que o tino e a vista irosas lhe apagaram:
Da alma a poesia lhe fugiu celeste,
Nem na cí­tara mais dedilhar soube.
Os de perto pugnazes, das da Arcádia
Cilênias faldas, junto í  Epí­tia campa,
De Feneu, Ripe e Orcômeno armentosa,
Tégea, Estrátia e risonha Mantineia,
Ventosa Enispe, Estí­nfalo e Parrásia,
Práticos na milí­cia, os acaudilha
Em naus sessenta, cada qual mais cheia,
O Anceides Agapénor. Para o ponto
Cérulo transfretano atravessarem,
Pois que eles da marinha careciam,
Deu-lhas aparelhadas Agamêmnon.
Os de Hirmine e Buprásio, Elide santa,
Mí­rcino extrema, Alí­sio, Olénia sáxea,
Em dez quadripartida ocupam frota
Que Epeus esquipam. De Cteato filho,
Os manda Anfí­maco; após ele Tálpio,
Do Actoriônio Eurito; o Amarineides
Belaz Diores é terceiro; é quarto
O divinal formoso Polixino,
Do Augeiada Agastenes procriado.
Os Dulí­quios e os mais das ilhas sacras
Equí­nades, ao mar de Elide sitas,
Em quarenta baixéis com Márcio arrojo
Meges dirige: a vida a Fileu deve,
Équite a Jove grato, que em Dulí­quio
Emigrando esquivou paternas iras.
Os Cefalenses e ítacos briosos,
Os da áspera Egilipe e de Crocí­lio,
Zacinto, Samos, Nérito sombria,
E os do Epiro e fronteiro continente,
Ao divo prudentí­ssimo Laércio
Em doze rubros galeões seguiam.
Em quarenta os Etólios velejaram,
De Olenos, de Pleurona e de Pilene,
Cálcis marinha e Cálidon fragosa,
Sob o Andremônio Toas, que imperava;
Eneu já sendo e a boa prole extintos,
Pois nem restava o louro Meleagro.
Fuscos oitenta cascos, das famosas
Licto, Mileto, Rí­cio, Festo e Cnosso,
Da murada Gortina, alva Licasto,
Na hecatômpola Creta abastecidos,
Anima Idomeneu de invicta lança,
E o de Belona Merion querido.
Nove outros forneceu dos Ródios feros,
Entre Jalisso, Linde e a branquejante
Camiro tripartidos, grande e forte
O hábil hasteiro Tlepolemo, estirpe
De Astioqueia e de Hércules, que a trouxe
De Efí­rio e do Seleis, cidades várias
Tendo a alunos de Jove derruí­do.
Crescendo em casa, ele matou Licinos,
Idoso de seu pai materno tio,
Renovo do Gradivo. Esquadra a furto
Forma e guarnece, e escapa-se dos netos
E outros filhos de Alcides í  vingança.
Flutua e a Rodes, pesaroso, arriba:
Em tribos três seu povo ali segrega,
Povo benquisto ao nume soberano,
Que largueou-lhe pródigas riquezas.
Nireu três naus irmãs de Sine ostende,
Nireu do rei Caropo e Aglaia prole,
O Grego mais gentil que veio a Tróia,
Depois do em tudo sem senão Pelides;
Mas, pusilânime, arrebanha poucos.
Fidipo e Antifos trinta bucos enchem
(Tessalo Heráclida é seu pai) de quantos
Cultivam Cason, Crápato e Nisiro,
E Cós ilha de Eurí­pilo e as Calidnas.
De ílope, Argos Pelasga, ílon, Trequina,
De Ftia e de Hélade em beldades fértil,
Os Mí­rmidões e Aqueus e Helenos ditos,
Aquiles em cinqüenta os refreava.
De horrí­ssonas contendas se deslembram,
Falta-lhes capitão; que, ausente a jovem
Crinipulcra Briseida, o herói a bordo
Irado jaz. Tomou-a de Lirnesso,
Que ele a bem custo soverteu com Tebas,
Mortos Mí­nete e Epí­strofo belazes,
De Eveno Selepí­ada nascidos.
Mas do ócio ainda surgirá terrí­vel.
Os de Fí­lace e Itone mãe de ovelhas,
Do Pirrásio de Ceres flóreo parque,
De Ptélon pascigosa e Ântron costeira,
Denodado os juntara em naus quarenta
Protesilau, que a terra já cobria:
Primeiro no saltar, um Teucro o mata;
No inacabado alvergue as faces rasga
Em Fí­lace a mulher. Saudosos dele,
Do em rebanhos ali possante Ificlo
Nado menor, Podarces ordenava-os;
Tão prestante não era e apessoado,
Mas dignamente pelo irmão supria.
Dos de Glafire e altí­ssima Iaolcos,
Beba e Feres ao pé do lago Bébis,
Tem galés onze Eumelo, prenda cara
De Admeto e Alceste, exemplo de matronas,
Das que Pélias gerara a mais formosa.
Das sete em que os Metónios e os Taumácios,
Os da tosca Olizona e Melibeia,
Continha o magno archeiro Filoctetes,
Remavam sagití­feros cinqüenta
Cada bélica popa. Em Lemnos sacra
Dos seus desamparado, ele agras dores
Da úlcera de tetra e feroz hidra
Mestí­ssimo curtia. Os próprios Gregos
Se hão-de amiúde lembrar de Filoctetes;
Mas, bem que tarde por seu rei suspirem,
Submetem-se a Medon, que em Rena espúrio
Houve o urbí­frago Oileu. – Tem Podalí­rio
E Macaon, herdeiros de Esculápio,
Trinta vasos de Trica e bronca Itone,
Também de Ecália capital de Eurito.
De Evemon garfo ilustre, manda Eurí­pilo,
Da alva serra Titane, Hipéria fonte,
Ormênio e Astério, embarcações quarenta.
Noutras tantas os de Orte, Elon, Gí­rtone,
Da branca Oloossona e Argissa, o firme
Campeador Polipetes sujeitava-os.
Do rebentão de Jove Pirí­too
Bela Hipodame o concebeu, do Pélion
Nesse dia em que í s Étices montanhas
Ultriz lançara os hí­spidos Centauros.
Leonteu se lhe agregou de Márcio esforço,
Digna vergôntea de Coron Cenides.
Em vinte duas traz Guneu de Cifo
Aguerridos Perebus e Enienes,
Os da fria Dodona, os que residem
Nas lavras do suave Titarésio,
Que sem mesclar-se no Peneu deságua
De vórtices de argento e pulcra a veia
Como óleo sobrenada; pois da Estige,
Grave para jurar-se, ele dimana.
Em quarenta os Magnetes, do frondoso
Pélion e margens de Peneu, vogaram
Sob o veloz Protôo Tentredônio.
Tais são da Grécia os cabos. Lembra, ó Musa,
Qual o mais forte assecla dos Atridas,
Quais dos ginetes os melhores eram.
De um livel, pêlo e dorso, equevas ambas,
Éguas de Feres que maneja Eumelo,
Alí­pedes que Apolo arco-de-prata
Na Piéria nutrira, muito excelem,
Fêmeas de í­mpeto e fogo e as mais tremendas.
O Telamônio Ajax vencia a todos,
Enquanto Aquiles, que sem par sofreia
Os mais guapos frisões, raivoso estava
Nos bicudos baixéis contra Agamêmnon.
Nas tendas a coberto, junto aos carros,
Aipo os corcéis palustre e loto pascem.
Pela praia os soldados se divertem
Ao disco, ao dardo e seta; ou, desgostosos
Da inação, na peleja o herói ver querem,
Nos arraiais aqui e ali vagueiam.
Os demais Graios fervem, qual se a flama
Vorasse a terra; e a terra do estrupido
Muge e calcada geme, como quando
Em cólera o Tonante o chão verbera
De Arima, em que Tifeu se diz repousa.
Eles transpunham rápido a campina.
Mais que o vento ligeira, aos Teucros íris
Do Egí­fero desceu com triste anúncio:
Mistos velhos e moços discutiam
Aos pórticos reais; com rosto e fala
Do Priâmeo Polites, sentinela
De Esiete no túmulo vetusto,
Que, em pés fiado, a ponto vigiava
Se do recinto os Gregos se buliam,
Acomete a celeste mensageira:
“Como em dias de paz, senhor, debates,
E a guerra hoje rebenta inelutável.
Afeito a pugnas, tropas tais e tantas
Nunca vi: da cidade assaltadores
Iguais í s folhas e í s areias marcham.
Heitor, ouve-me agora. Auxiliares
De vária casta e lí­ngua em Tróia abundam.
Cada prí­ncipe os seus, tu firma os nossos;
Mas a suma ordenança a ti pertença.”
Heitor, apenas reconhece a deusa,
Despede o parlamento; o al’arma soa.
Abertas, precipitam-se das portas
Em burburinho equestres e pedestres.
Ante ílio na planí­cie avulta um cole,
De caminhos cercado, que os humanos
Batí­cia, imortais sepulcro chamam
De Mirina agilí­ssima: distintos
Aí­ perfilam Teucros e aliados.
Dos Troianos í  testa, o Priamides
Cristado exí­mio Heitor em cópia armara
Seletos belací­ssimos hastatos.
Os Dardânios alenta o grande Eneias:
A deusa Vênus do mortal Anquises
Teve-o no cume Ideu. Com ele Acamas
E Arquí­loco Antenóridas comandam,
Em omní­geno prélio examinados.
Aos que í s raí­zes do Ida em Zélia bebem
ígua do fundo Esepo, venturosos,
De Licaon precede o claro filho
Pândaro, a quem doou seu arco Apolo.
Nos de Pitieia, Adéstria, Apeso e Téries,
Alto monte, imperava Adrasto e Ânfio
De couraça de linho; irmãos que o padre
Percóssio Méropo, adivinho e cauto,
Vedou que entrassem na homicida guerra:
Surdos a nera Parca os atraí­a.
Os varões de Percote, Sesto e Abido,
Prátio e Arisba divina, desta o Hirtácio
Prí­ncipe ísio os viera estimulando;
ísio que doma férvidos cavalos,
Das ribas do Seleis famosas crias.
Das Larisseias glebas os Pelasgos
Lanceiros com Pileu manda de Hipotoo,
Do Teutamides Lito márcios filhos.
Do estuoso Helesponto rege Acamas
E herói Piroo os Traces. – Rege Eufemo
Sagitários Cicones, de Trezênio
Ceades geração, dileta a Jove.
Tem Pirecme os Peônios de arco e amentos,
Lá de Amí­done, do íxio largo í  margem,
Do íxio que inunda lí­mpido a campanha.
Pilemeneu veloso os Paflagônios
De Enete move, altriz de agrestes mulas,
Os que o Citoro e Sésamo possuem,
As lindas várzeas do Partênio rio,
Comna e Egí­alo e os celsos Eritinos.
Da longe Aliba vêm de argênteas minas,
Sob Epistrofo e Hódio, os Halisones.
Os Mí­sios Crómis guia, e o vate Enono,
A quem da morte agouros não livraram:
Furente o Eácida o prostou no rio,
Que rubro intumesceu de humano sangue.
Acesos Fórcis e o deiforme Ascânio
Da Ascânia os Frí­gios í  batalha impelem.
Das Tmólias faldas os Meônios seguem
A Antifo e Mestles, Pilemênios ambos,
Da Gigeia lagoa produzidos.
Os Cares de Mileto e Ftiro umbroso,
Do Meandro e Micale de árduos picos,
De linguagem barbárica, os sopeiam
Os filhos dois de Nómion preclaro,
Nastes e Anfí­maco. Este, qual donzela
De ouro enfeitado, insano floreava:
O enfeite o não salvou; que í s mãos de Aquiles
Tem de haurir no Escamandro o gole amaro,
Será do vencedor esse ouro presa.
Os Lí­cios lá do Xanto vorticoso
Conduz Sarpédon, e o sem mancha Glauco

Ã?ŽÏâ?¬Ã?½Ã?¿Ïâ??

sanda
Sleep, Dave McKean

Beyond the Wall of Sleep
(H.P. Lovecraft, 1919)

I have often wondered if the majority of mankind ever pause to reflect upon the
occasionally titanic significance of dreams, and of the obscure world to which
they belong. Whilst the greater number of our nocturnal visions are perhaps no
more than faint and fantastic reflections of our waking experiences – Freud to
the contrary with his puerile symbolism – there are still a certain remainder
whose immundane and ethereal character permit of no ordinary interpretation, and
whose vaguely exciting and disquieting effect suggests possible minute glimpses
into a sphere of mental existence no less important than physical life, yet
separated from that life by an all but impassable barrier. From my experience I
cannot doubt but that man, when lost to terrestrial consciousness, is indeed
sojourning in another and uncorporeal life of far different nature from the life
we know, and of which only the slightest and most indistinct memories linger
after waking. From those blurred and fragmentary memories we may infer much, yet
prove little. We may guess that in dreams life, matter, and vitality, as the
earth knows such things, are not necessarily constant; and that time and space
do not exist as our waking selves comprehend them. Sometimes I believe that this
less material life is our truer life, and that our vain presence on the
terraqueous globe is itself the secondary or merely virtual phenomenon.
It was from a youthful revery filled with speculations of this sort that I arose
one afternoon in the winter of 1900-01, when to the state psychopathic
institution in which I served as an intern was brought the man whose case has
ever since haunted me so unceasingly. His name, as given on the records, was Joe
Slater, or Slaader, and his appearance was that of the typical denizen of the
Catskill Mountain region; one of those strange, repellent scions of a primitive
Colonial peasant stock whose isolation for nearly three centuries in the hilly
fastnesses of a little-traveled countryside has caused them to sink to a kind of
barbaric degeneracy, rather than advance with their more fortunately placed
brethren of the thickly settled districts. Among these odd folk, who correspond
exactly to the decadent element of “white trash” in the South, law and morals
are non-existent; and their general mental status is probably below that of any
other section of native American people.
Joe Slater, who came to the institution in the vigilant custody of four state
policemen, and who was described as a highly dangerous character, certainly
presented no evidence of his perilous disposition when I first beheld him.
Though well above the middle stature, and of somewhat brawny frame, he was given
an absurd appearance of harmless stupidity by the pale, sleepy blueness of his
small watery eyes, the scantiness of his neglected and never-shaven growth of
yellow beard, and the listless drooping of his heavy nether lip. His age was
unknown, since among his kind neither family records nor permanent family ties
exist; but from the baldness of his head in front, and from the decayed
condition of his teeth, the head surgeon wrote him down as a man of about forty.

From the medical and court documents we learned all that could be gathered of
his case: this man, a vagabond, hunter and trapper, had always been strange in
the eyes of his primitive associates. He had habitually slept at night beyond
the ordinary time, and upon waking would often talk of unknown things in a
manner so bizarre as to inspire fear even in the hearts of an unimaginative
populace. Not that his form of language was at all unusual, for he never spoke
save in the debased patois of his environment; but the tone and tenor of his
utterances were of such mysterious wildness, that none might listen without
apprehension. He himself was generally as terrified and baffled as his auditors,
and within an hour after awakening would forget all that he had said, or at
least all that had caused him to say what he did; relapsing into a bovine,
hall-amiable normality like that of the other hilldwellers.
As Slater grew older, it appeared, his matutinal aberrations had gradually
increased in frequency and violence; till about a month before his arrival at
the institution had occurred the shocking tragedy which caused his arrest by the
authorities. One day near noon, after a profound sleep begun in a whiskey
debauch at about five of the previous afternoon, the man had roused himself most
suddenly, with ululations so horrible and unearthly that they brought several
neighbors to his cabin – a filthy sty where he dwelt with a family as
indescribable as himself. Rushing out into the snow, he had flung his arms aloft
and commenced a series of leaps directly upward in the air; the while shouting
his determination to reach some “big, big cabin with brightness in the roof and
walls and floor and the loud queer music far away.” As two men of moderate size
sought to restrain him, he had struggled with maniacal force and fury, screaming
of his desire and need to find and kill a certain “thing that shines and shakes
and laughs.” At length, after temporarily felling one of his detainers with a
sudden blow, he had flung himself upon the other in a demoniac ecstasy of
blood-thirstiness, shrieking fiendishly that he would “jump high in the air and
burn his way through anything that stopped him.”

Untitled (by boukesalverda)

Family and neighbors had now fled in a panic, and when the more courageous of
them returned, Slater was gone, leaving behind an unrecognizable pulp-like thing
that had been a living man but an hour before. None of the mountaineers had
dared to pursue him, and it is likely that they would have welcomed his death
from the cold; but when several mornings later they heard his screams from a
distant ravine they realized that he had somehow managed to survive, and that
his removal in one way or another would be necessary. Then had followed an armed
searching-party, whose purpose (whatever it may have been originally) became
that of a sheriff’s posse after one of the seldom popular state troopers had by
accident observed, then questioned, and finally joined the seekers.
On the third day Slater was found unconscious in the hollow of a tree, and taken
to the nearest jail, where alienists from Albany examined him as soon as his
senses returned. To them he told a simple story. He had, he said, gone to sleep
one afternoon about sundown after drinking much liquor. He had awakened to find
himself standing bloody-handed in the snow before his cabin, the mangled corpse
of his neighbor Peter Slader at his feet. Horrified, he had taken to the woods
in a vague effort to escape from the scene of what must have been his crime.
Beyond these things he seemed to know nothing, nor could the expert questioning
of his interrogators bring out a single additional fact.
That night Slater slept quietly, and the next morning he awakened with no
singular feature save a certain alteration of expression. Doctor Barnard, who
had been watching the patient, thought he noticed in the pale blue eyes a
certain gleam of peculiar quality, and in the flaccid lips an all but
imperceptible tightening, as if of intelligent determination. But when
questioned, Slater relapsed into the habitual vacancy of the mountaineer, and
only reiterated what he had said on the preceding day.
On the third morning occurred the first of the man’s mental attacks. After some
show of uneasiness in sleep, he burst forth into a frenzy so powerful that the
combined efforts of four men were needed to bind him in a straightjacket. The
alienists listened with keen attention to his words, since their curiosity had
been aroused to a high pitch by the suggestive yet mostly conflicting and
incoherent stories of his family and neighbors. Slater raved for upward of
fifteen minutes, babbling in his backwoods dialect of green edifices of light,
oceans of space, strange music, and shadowy mountains and valleys. But most of
all did he dwell upon some mysterious blazing entity that shook and laughed and
mocked at him. This vast, vague personality seemed to have done him a terrible
wrong, and to kill it in triumphant revenge was his paramount desire. In order
to reach it, he said, he would soar through abysses of emptiness, burning every
obstacle that stood in his way. Thus ran his discourse, until with the greatest
suddenness he ceased. The fire of madness died from his eyes, and in dull wonder
he looked at his questioners and asked why he was bound. Dr. Barnard unbuckled
the leather harness and did not restore it till night, when he succeeded in
persuading Slater to don it of his own volition, for his own good. The man had
now admitted that he sometimes talked queerly, though he knew not why.
Within a week two more attacks appeared, but from them the doctors learned
little. On the source of Slater’s visions they speculated at length, for since
he could neither read nor write, and had apparently never heard a legend or
fairy-tale, his gorgeous imagery was quite inexplicable. That it could not come
from any known myth or romance was made especially clear by the fact that the
unfortunate lunatic expressed himself only in his own simple manner. He raved of
things he did not understand and could not interpret; things which he claimed to
have experienced, but which he could not have learned through any normal or
connected narration. The alienists soon agreed that abnormal dreams were the
foundation of the trouble; dreams whose vividness could for a time completely
dominate the waking mind of this basically inferior man. With due formality
Slater was tried for murder, acquitted on the ground of insanity, and committed
to the institution wherein I held so humble a post.
I have said that I am a constant speculator concerning dream-life, and from this
you may judge of the eagerness with which I applied myself to the study of the
new patient as soon as I had fully ascertained the facts of his case. He seemed
to sense a certain friendliness in me, born no doubt of the interest I could not
conceal, and the gentle manner in which I questioned him. Not that he ever
recognized me during his attacks, when I hung breathlessly upon his chaotic but
cosmic word-pictures; but he knew me in his quiet hours, when he would sit by
his barred window weaving baskets of straw and willow, and perhaps pining for
the mountain freedom he could never again enjoy. His family never called to see
him; probably it had found another temporary head, after the manner of decadent
mountain folk.
By degrees I commenced to feel an overwhelming wonder at the mad and fantastic
conceptions of Joe Slater. The man himself was pitiably inferior in mentality
and language alike; but his glowing, titanic visions, though described in a
barbarous disjointed jargon, were assuredly things which only a superior or even
exceptional brain could conceive How, I often asked myself, could the stolid
imagination of a Catskill degenerate conjure up sights whose very possession
argued a lurking spark of genius? How could any backwoods dullard have gained so
much as an idea of those glittering realms of supernal radiance and space about
which Slater ranted in his furious delirium? More and more I inclined to the
belief that in the pitiful personality who cringed before me lay the disordered
nucleus of something beyond my comprehension; something infinitely beyond the
comprehension of my more experienced but less imaginative medical and scientific
colleagues.

Continue to read in the comment area of this post.

Dream Skater (by Jocko B.)
Ã?Ÿ ύÏâ?¬í½í¿Ãâ?? õí¯í½í±í¹ üí¹í± Ïâ? Ãâ?¦ÃÆ?í¹í¿í»í¿óí¹úí® úí±Ãâ??í¬ÃÆ?Ïâ??í±ÃÆ?í· óí¹í± Ïâ??í± í¶ÃÅ½í± úí±í¹ Ïâ??í¿í½ í¬í½í¸ÃÂÃâ?°Ãâ?¬í¿ Ïâ?¡í±ÃÂí±úÏâ??í·ÃÂí¯í¶õÏâ??í±í¹ í±Ãâ?¬ÃÅ? úí¬í¸í¿ôí¿ Ãâ??í·Ãâ?? í±í½Ãâ??í¯í»í·ÃË?í·Ãâ?? úí±í¹ Ïâ?¬õρí¹í¿ÃÂí¹ÃÆ?üí­í½í· í±í»í»í·í»õÏâ?¬í¯ôρí±ÃÆ?í· üõ Ïâ??í¿ Ãâ?¬õρí¹í²í¬í»í»í¿í½.

í¥Ãâ?¬í¬ÃÂÃâ?¡í¿Ãâ?¦í½ Ïâ?¬í¿í»í»í­Ãâ?? í¸õÏâ?°ÃÂí¯õÏâ?? óí¹í± Ïâ??í·í½ ÏÆ?í·üí±ÃÆ?í¯í± Ïâ??í¿Ãâ?¦:

* í½õÏâ?¦ÃÂí¿í»í¿óí¹úí®:í±í½í±ôí¹í¿ÃÂóí¬í½Ãâ?°ÃÆ?í· Ãâ??í·Ãâ?? ÏÆ?Ïâ?¦í½í±Ãâ?¬Ãâ??í¹úí®Ãâ?? í»õí¹Ãâ??í¿Ãâ?¦ÃÂóí¯í±Ãâ??.
* õí½õρóõí¹í±úí®:õí¾í¿í¹úí¿í½ÃÅ?üí·ÃÆ?í· õí½í­ÃÂóõí¹í±Ãâ?? (üÏÅ?í½í¿ úí±Ãâ??í¬ 10%)
* í¿í¹úí¿í»í¿óí¹úí®:Ïâ??í± í¶ÃÅ½í± õúÏâ??í¯í¸õí½Ãâ??í±í¹ í»í¹óÏÅ?Ïâ??õÃÂí¿ ÃÆ?Ïâ??í± í±ÃÂÃâ?¬í±úÏâ??í¹úí¬ í»ÃÅ?óÏâ?° í±úí¹í½í·ÃÆ?í¯í±Ãâ??.