Surface Tension_Copenhagen

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Nigel Green & Robin Wilson Dark Season Botany: A Voyage into Classification?
The project concerns the documentation and identification of Copenhagen’s winter flora. Inspired by the findings and archival notation system of the Danish botanist Pehr Forsskí¥l’s doomed expedition to Egypt and the Yemen (1761-63), the project offers the beginnings of a new set of criteria for an urban-specific system of vegetal classification. Including field imagery, field notes, artefacts and colour samples of isolated vegetal hues, the exhibition is a fragment of the full archive of expedition findings currently in storage in Southern England.
Venue: Botanisk Have, enter Oester Farimagsgade, Kbh K

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RACA

The purpose with all design must be to make changes, solve problems and to improve a specific state. Our projects do not necessarily relate to terms like form, function and material, but consider a larger entirety. RACA works with design based on its context, with the relation between the recipient and the surrounding space. We believe that in order to create design of importance we have to relate to the social systems that we live in and are dependent on.
Venue: YNKB Baldersgade 70 st tv Kbh N
(open Saturdays 13.00-16.00

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Brandon LaBelle dirty ear records

Recontextualizing found radio recordings of street culture and noise, the work is an audio montage amplified through a custom-built “sound wagon” circulated through the city. The project seeks to make explicit the ways in which sounds and streets intersect and give expression to a multiplicity of social groups, cultural identities, personal stories and histories, which make urban spaces profoundly reverberant.
Venue: PLEX Kronprinsensgade 7 Kbh K
(Tuesday-Saturday 14.00-17.00)

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Ken Ehrlich Dispersion and Interference

The work explores the material forms of infrastructure by focusing on the world’s largest collection of off-shore wind farms, located in Denmark. Investigating the complex aesthetic, infrastructural and social dimensions of this emerging energy supply, the work draws viewers’ attention to the largely invisible network of energy infrastructure. As methods of producing energy become increasingly abstract and globalized, the project playfully re-situates issues of expenditure within a localized social and psychic context.
Venue: YNKB Baldersgade 70 st tv Kbh N

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Octávio Camargo ao redor da mesa – around the table (theatre action for six players)
Text: Octavio Camargo and Rafael Carletto

Working with the dynamics of speech and conversation, each performer enacts two dialogues of different content. One with the partner to the right and another with the partner to the left. The interactions during the performance create polyphonic effects, sound textures, and disturbances in speech patterns. The staging of the piece is preceded by a 3-day workshop of performance and oral translations from Portuguese to Danish.
Venue: LiteraturHaus, Mí¸llegade 7 Kbh N (Sunday, April 15, 20:00)

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Nis Rí¸mer Public Air Quality Indicator

The indicator opens and closes a window in the Copenhagen City hall (Rí¥dhuset) according to the levels of air pollution on the adjacent street:H.C. Andersens Boulevard. If the window is closed it indicates high levels of pollution. This relatively subtle alteration makes it possible for the public to get information on air quality; one of the most important but invisible elements in our daily environment. At the same time it installs a mode of ventilation between the political sphere and public space.
With Senior scientist: Jí¸rgen Brandt, Technical installation: Kristian Fredslund.
Venue: Rí¥dhuset Kbh V
(during daylight)

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orquestra de assobios jam via radio web

http://estudiolivre.org:8000/orquestraorganismo

Estatuto
Analí­tica da Faculdade de Juí­zo Estético – – Kant

Primeiro momento do juí­zo de gosto, segundo a qualidade
1 – O juí­zo de gosto é estético

Segundo momento do juí­zo de gosto, segundo a quantidade
2 – O belo é o que é representado sem conceitos como objeto de uma complacência universal

Terceiro momento do juí­zo de gosto, segundo a relação
3 – Beleza é a forma da conformidade a fins de um objeto, na medida em que ela é percebida nele sem representação de um fim,

Quarto momento do juí­zo de gosto, segundo a modalidade
4 – Belo é o que é conhecido sem conceito como objeto de uma complacência necessária

4 operações – tabuada serial – desenvolvimento 1

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A série inicial, decidida por sorteio entre três pessoas, Lucio, Glerm e eu, cada um dizendo uma nota sem muita antecipação determinista, gerou o seguinte algoritmo (dado que este conjunto de notas se realiza temporalmente sempre na mesma sequência) de alturas (pitches): si – fa# – mi – sib – do – fa – do# – sol – re – la – sol# – ré#. Utilizamos o conjunto universo das notas da escala cromática fazendo abstração das diferentes relações entre sustenidos e bemóis, de acordo com o conceito de enarmonia.

Sobre esta abstração projetamos uma primeira escolha pulsional: as estruturas rí­tmicas dos motivos a, b e c. Após esta primeira decisão, e aplicando estes mesmos motivos í s 4 formas primitivas da série ( – Original (P) – Retrógrada (R) – Invertida (I) – Retrógrada Invertida (RI) – ) obtivemos as 4 variações possí­veis para cada fragmento. Esta amostragem se constituiu num primeiro material de improvisação para o grupo de músicos (Helinho Brandão – sax, Sergio Albach – clarinete, Glerm Soares – microfones, rádio transmissão via web e computador, Richard Rebello – texto ilí­ada, Daniel – vibrafone, Ricardo Mardock – contrabaixo, Octavio Camargo- piano, e Gabriel Schwartz – flauta) que gerou a faixa de áudio que pode ser acessada no post abaixo – sériecontrato, em ogg ou mp3.

Esta primeira derivação, como gesto inicial, teve por objetivo demonstrar o tipo de variações que a serie oferece como estrutura fechada. Utilizamos aqui os preceitos da musica dodecafônica como foram expostos por Arnold Schoenberg (Escola de Viena).

O proximo passo que daremos em breve, é o de repensar a série sob sua potencialidade de gerar harmonias. Até aqui fizemos um uso estritamente melódico do material. Aprendendo a engatinhar na roda de Boulez.

O CHGP (Carlos Henrique Gontijo Paulino) já se dispôs a tratar o algoritmo da série como uma estrutura de geração de timbre, e de compartilhar este procedimento com a gente. Isto significa utilizar as relações matemáticas implí­citas nesta sequência de notas, a saber ( 0-7-5-11-1-6-2-8-3-10-9-4 ) sintetizando-as em osciladores. Neste caso os harmonicos e parciais da nota de partida (si), serão geradores de um timbre exclusivo para a composição que compartilhe de sua estrutura algorí­tmica.

Este timbre não estará emulando nenhum instrumento musical existente, mas será uma sonoridade exclusiva do meio no qual foi produzido.

Para colorir a execução destes fragmentos admitimos também a ornamentação anterior, com anacrusas, e o prolongamento rí­tmico em sincopes de cada motivo, a critério do interprete.

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daqui a duzentos anos

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eu: buenas
16:45 marcioabr: buenas
eu: cade você?
marcioabr: rs
em vários lugares
tentando pouso
eu: vale
16:46 por que só daqui a duzentos anos?
marcioabr: não só
mas… e daqui a duzentosanos?
16:47 “eu naõ queria ouvir isso, eu queria um discurso sincero e triste, mas ningue o fez, foi insuportávelmente triste”
eu: é tchekov?
16:48 marcioabr: é gorki
sobre tchekhov
numa carta prara a mulher falando do enterro dele
16:49 eu: o gorki esteve no enterro de tchecov?
marcioabr: sim, esteve.
16:50 e achou indelicado ele chegar num vagão para transporte de ostras
16:51 Gorki, que foi absorvido e negado pela revolução (ao mesmo tempo)
eu: e tchekov, que destino lhe deu a revolução?
16:52 marcioabr: ele morreu antes, em 1904, antes da pré revoluçaõ de 1905, inclusive.
Ele não teria aguentado
era um homem simples , delicado e generoso
16:53 muitos o consideravam a polí­tico
eu o considero revolucionário
nos anos 50 publicaram suas obras completas na russia
16:54 inclusive a peça sem nome
eu: e durante a revolução
vc sabe se ele foi lido
marcioabr: que ele não publicou enquanto vivo
eu: ou foi um autor relegado?
marcioabr: ficou meio esquecido
16:55 e retornou fora da russia
e também lá
vieram outros quem foram, como disse, “absorvidos” : Gorki, Maiakovski
16:58 eu: Maiakovski apesar de “absorvido” acabou se suicidando. Porque vc acha que tchecov não teria “aguentado”
16:59 marcioabr: ele viveu no “entretempo”, quando as coisas já não eram mais e tampouco tinham se transformado em outra coisa. Ele escreveu sobre isso, sobre essa gente no “limbo”, na iminência
17:00 ele dizia: todo homeme deve ser belo, tanto o rosto, como a roupa, a alma, os pensamentos”
17:01 falava de vidas minúsculas
do mí­nimo em nós
17:03 eu: mudei de máquina. ja estou aqui de novo
marcioabr: buenas
eu: buenas
marcioabr: onde vc está?
17:04 eu: dificil definir
na sua última fala
marcioabr: bem..
aí­ estamos
eu: em vidas minusculas
marcioabr: rs
17:05 eu: o que poderia ser minimo na gente?
17:06 tentando entender um pouco este foco
marcioabr: difí­cil de definir
17:07 mas se pensamos em tudo aquilo que se opõe í  figura do herói…
eu: o comun, cotidiano
marcioabr: qual é o maior “feito” da tua vizinha?
17:08 que viveu a vida toda alí­?
sim, mas há cotidianos diferentes
deve haver algum herói por aí­, com uma vida incrí­vel e perfumada
17:10 eu: daqui a duzentos anos aborda estes aspectos da vida mí­nima então? da vida não espetacular?
17:11 marcioabr: sim.entre outras coisas, talvez o que projetamos paraum futuro incerto, a partir de quem somos, só isso
17:12 “nada de novo. saúde. um forte aperto de mão”
eu: a peça acontece hoje no act?
17:13 marcioabr: sim, hoje e por mais 3 semanas, de quinta a domingo.
eu: ja tinho sido apresentada antes?
17:14 marcioabr: sim, a estréia foi ha exatamente 2 anos. Giramos o paí­s e agora fazemos em curitiba.
demorou conseguir essa “façanha” de apresentar uma temporada na própria cidade
17:15 é mais facil ir que ficar
permanecer é a tarefa “hercúlea”
17:16 eu: na cidade que come seus filhos…
marcioabr: sim, e não os digere, o que é pior
melhor seria comê-los e obrá-los
17:17 vc foi ao banheiro hoje?
rs
eu: sim
pretendo ir de novo daqui a pouco
17:18 esta peça foi fruto de uma longa oficina para atores, se me lembro bem
da qual o Jaques brand participou, a
tuca
17:19 o gabriel gorozito
estou certo?
marcioabr: não exatamente,mas de um grupo de estudos que incluiu atores e gente de outras áreas, incluindo o emérito e grandissí­ssimo Jaques
17:20 eu: o luis felipe leprevost
marcioabr: depois do perí­odo de pesquisa, comecei oprocesso de criação da peça
sim, sim
contribuições inestimáveis
17:21 eu: quais os atores que estão no elenco?
17:22 marcioabr: André Coelho, Edith de Camargo e Luis Melo
A Edith compôs e executa a Trilha sonora em cena
17:23 eu: tocando e cantando?
marcioabr: sim
e falando
17:24 tudo é música em algum momento na vida
eu: gosto muito da musica que ela faz, e dela também
marcioabr: digo o mesmo
eu: lembro que durante o periodo de pesquisa
17:25 houve uma proposta de pequenas performances sobre o tena “tchekov”
marcioabr: sim fizemos 5 aberturas do processo
eu: encontrei uma noite o leprevost e a tuca
no café do teatro
17:26 eles tavam quebrando a cabeça com a coisa
marcioabr: com performances, leituras, publicações de textos, ensaios, traduções
rs
eles trabalharam uma época com umapeça curta genial chamada O Urso
17:27 Que o Dalton adora
eu: Sugeri à Tuca que levasse uma bacia
com água
e tomasse um banho Tcheco(v)
marcioabr: rsrsrsrs
eu: ela fez idsso?
marcioabr: pena que ela não fez
17:28 teria sido inesquecí­vel
e é denão esquecer que precisamos as vezes
eu: o act está fazendo anos?
marcioabr: rs, sim
17:29 6 anos
tem uma exposição sobre tudo o que foi feito
é legal de ver
é um registro necessário.
17:30 afirmar a memória própria
eu: soube disso pelo Beto
17:31 tem uma serie de eventos acontecendo por la também
17:32 marcioabr: além da peça e da exposição tem uma peça de rua fruto, essa sim, de uma oficina para atores iniciantes sobre comedia dell’arte, dirigida pelo Roberto Inoccenti, um diretor italiano.
vcs seguem o trabalho e eu sigopara o meu.
17:33 a conversa tá ótima
seguimos falando depois
com cerveja junto
eu: massa, que horas é a peça
?
marcioabr: um abraço forte Otavio
21h
eu: acabei de intimar a galera pra ir
marcioabr: espero vcs
beleza
eu: vou lá
marcioabr: quando quiserem e puderem
17:34 eu: valeu márcio
merda
!
marcioabr: merda!

Surface Tension_Copenhagen / LiteraturHaus – SÃ?¸ndag 15/4

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Sí¸ndag 15/4
Kl. 20.00
Surface Tension_Copenhagen
I forlí¦ngelse af udstillingen Surface Tension_Copenhagen vil den
brasilianske teaterinstruktí¸r og komponist Octávio Camargo sammen med
kunstnerne Ken Ehrlich og Brandon LaBelle gí¦ste LiteraturHaus. Med brug af
performative metoder samt tale, lyd og rum iscenesí¦ttes dramatiske og
sociale sproglige eksperimenter. Yderligere vises video og handlinger fra de
arbejder, der er skabt ude I byrummet som en del af udstillingen
Entré 30 kr

Motetos

“Entardecia e padre Alonzo terminava a sua aula de música. Um dos estudantes tocara ao órgão, havia pouco, uma sonatina. Depois o quarteto executara uma sarabanda, e agora o í­ndio Rafael ali estava a tocar em sua clarineta a pavana de um compositor italiano. Havia na redução excelentes organistas, harpistas, corneteiros e clarinetistas. Tocavam composições difí­ceis e até trechos de í²pera italiana. Os instrumentos, em sua maioria, eram fabricados na redução pelos próprios í­ndios, dirigidos pelos padres ”

Érico Verissimo – O tempo e o vento (I vol – O continente)
descrição de um epsódio ocorrido numa das 7 missões em 1747

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Perotin and other composers created “clausulae” — polyphonic sections of discant organum that could be inserted as replacement or substitute sections of organum into a larger work. The tenor of clausulae consisted typically of a single word from the chant, so clausulae were not independent pieces. Tenor parts often used the rhythmic modes and included repetitions.

When, in the late 12th century, some unknown composers began adding new text to the duplum of a clausula, an independent piece was created apart from the liturgy. The texted line was called the “motetus.” (The French “mot” = word, indicating the presence of text different from the cantus firmus.) The pieces themselves, called “motets,” became the predominant source of interest for composers and vehicles for experimentation during the late Middle Ages. The motet drove sacred music towards secularization when occasionally a secular cantus firmus replaced the liturgical tenor as the spine of a piece. Initially the motetus was Latin, but increasingly the added lines (motetus, triplum, etc.) were secular, most often French. This music was retrospectively named “Ars Antiqua” by theorists of “Ars Nova” which followed.

The cantus firmus was still sacrosanct but without rhythmic obligation, so one could tinker with it rhythmically. “Isorhythmic” works appeared, in which a rhythmic pattern drives the piece and encounters various melodic embodiments.

French secular texts were often substituted for Latin sacred words in motets, and sometimes two and three poems were sung simultaneously. This seems to be the most complex musical form ever to appear on the face of the earth. Motet names consist of the first words of each voice in order from top to bottom voices. Thus, motets have names such as “Plus bele que flor / Quant revient / L’autrier joer / Flos Filius” — since there are four very independent texts, in different languages, for four different musical voices and lines. This particular piece superimposes a description of the shining beauty of Mary onto the evocation of an amorous encounter onto the action of God in summer, the season of love. “A Paris / On parole / Frese nouvele” offers a street-vendor’s call in the tenor (“Fresh strawberries! Nice blackberries!”) and celebrations of the wonders of Parisian life simultaneously.

Johannes de Grocheo, a theorist writing around 1300, observed that a motet “ought not to be performed in the presence of common people, for they would not perceive its subtlety, nor take pleasure in its sound.” Instead, motets should be performed only “in the presence of learned persons and those who seek after subtleties in art.” (Bonds 61)

Also lumped in with late 12th- and 13th-century Ars Antiqua is the “conductus,” a form that became more popular when it became polyphonic. A conductus is similar to a hymn but more rhythmic (triple divisions typically), typically a metrical Latin poem, not a chant melody, rendered in two to four voices and serving as a processional piece (think “Pomp and Circumstance” or the famous wedding marches for now instrumental versions serving a similar kind of function). Though syllabic, a conductus might end with a melisma, called a “cauda” (similar later to “coda”).

Also interesting as a special effect was a technique that, when used extensively, came to lend its name to the musical piece itself: the “hocket.” This is a hiccup effect used as a compositional device that breaks up the melodic line and creates a kind of quick ping-pong acoustical trick.

páginas de origem:
www.wsu.edu/~delahoyd/medieval/motets.html – 5k
musicweb.koncon.nl/overview/clausul – 8k

B – F# – E – Bb – C – F – C# – G – D – A – Ab – D#

patch

http://organismo.art.br/puredata/

interface


control shift b
é:
bang é um botão “faça”

control 2
é uma mensagem
control 1 é um objeto
cada objeto é um programa

control shift chama-se toogle é um “liga e desliga”
o metro em milisegundos
500 milisegundos é correspondente í  seminima a 120 – 0.5 hertz
a mensagem “sei lá” a cada meio segundo aciona o bang
o pulso de refresh é de 60 hertz
ou seja, 250 milisegundos

control 3 é numero inteiro
array – vetor / tabela
control 5 é comentário

som do oscilador

A4 – 69 – 440 hz

o objeto gráfico fala diretamente com o sistema ou com outros objetos

www.polacodabarreirinha.blogspot.com

O ultimo capí­tulo da novela está para sair assim que se resolva o dilema instaurado na cabeça do poeta Thadeu Wojciechowski. Este pede ajuda á moscas volantes, para-brisas incandescentes e radio voadores sem pilha na solução do enigma proposto pela pitonisa

Quem souber que diga…

O DIA QUE MATEI O WILSON MARTINS

Capí­tulo 9

O Mulher na vida do Wilson.

– O cara diz que é poeta, Dr. Oliveira,
Mas nem parece homem com aqueles cabelos.
– Me traz esse meliante que lhe arranco os pêlos,
Depois vai ser noivinha até virar caveira.
Nesta delegacia, mando eu e mais ninguém!
Disseram que ele leva a alcunha de O Mulher.
– Certí­ssimo, doutor! Quando o senhor quiser
Começar o interrogatório, tem também
Material apreendido que pode ajudá-lo.
– Então, me traga tudo aqui já, ô, cavalo!

O agente sai e volta derrubando livros
E desabando sobre a mesa onde está o chefe.
– Puta que pariu! Merda! Tira mequetrefe!
Suma, antes que te ponha entre os inativos!
– Desculpe-me, doutor! Sou um desajeitado.
Mas aqui estão as provas apreendidas ontem.
– Livros!? Eu quero a arma. Vão lá e desmontem
A casa do filho da puta efeminado!
– Mas, doutor Oliveira, os livros são as provas
Que temos no momento. Não existem novas.

– Não diga, pangaré! Então, qual é a jogada?
– Os livros pertenciam ao mestre assassinado
E estavam em poder do rapaz acusado,
Quando fui atender no Largo uma chamada.
O caso era uma briga entre duas gostosonas,
E põe gostosa nisso! Quase pulo em cima!
Mas não interferi, porque não havia clima.
Pedi um martini doce e algumas azeitonas.
Comecei a papá-las e, bebericando,
Assisti í  melhor cena que já vi neste ano.

– Vai dar uma de Dalton Trevisan agora?
Poupe-me, mini-pônei. Direto ao assunto!
– Quando as duas se acalmaram, eu me acalmei junto.
Foi então que o acusado fez um bota-fora
De livros muito bons. Um deles caiu-me aos pés.
Ao abri-lo, que surpresa! Trazia em seu bojo,
Do mestre, a assinatura que, em letras de estofo,
Reclama a propriedade. Meu olhar, de viés,
Insuspeito, mirou o alvo e, num salto esperto,
Dominei-o, em segundos, pelo flanco aberto.

A ruiva que há pouco gania que nem cadela,
Voa no meu pescocinho e leva um pescoção.
Algemo o tal Mulher e chamo o camburão,
Enquanto defenestro o namorado dela.
Pensei que ia ser linchado, mas chegou a tropa
E foi enfileirando os bebuns, no cacete.
Um senhor, bem vestido, rouba o capacete
De um guarda e, ao tentar sair de fino, topa
Com o Marreta, aquele negrão do terceiro
DPM, que lhe dá um pontapé no traseiro.

– Ui!, esse deve ter doí­do para caralho.
– O chute pegou saco, cu. Foi bem no meio
Das pernas. Levantou o cara do chão. Sei o
Quanto isso dói. Pro cara sentar, deu trabalho.
Mas prendemos a turma toda no quartel
E colocamos, um a um, sob investigação.
Vão ver o sol quadrado lá na detenção.
Nem a diarista gorda, que fez um escarcéu
Daqueles, escapou das garras do Marreta,
Que atordoou a velha com uma chapoleta.

Foi pipoqueiro, guardador-de-carro, não
Sobrou um pra contar a história lá no Largo.
– Belo trabalho, meu alazão! Café amargo
E uns dias na cela dão juí­zo e correção.
Agora, meu jumento preferido, diga
O que eu quero ouvir. Provas novas não há, certo?
O que temos de oásis em meio ao deserto
De idéias que esse departamento cultiva?
Desembucha, meu baio, não tenho o dia todo.
Solta a galope o rol de culpas desse povo.

– Encontramos, na bolsa da ruiva, maconha,
Um revólver com três cápsulas deflagradas,
E chaves. Como as portas não estão arrombadas,
Podem ter sido usadas pela sem-vergonha
Ou pelo assassino. Testes de baliza já
Estão em andamento, bem como os das chaves.
Burocracia e incompetência são entraves
Enormes. Agora só nos resta esperar.
Na casa do senhor de aspecto grave e sério,
Foi que demos de cara cââ?¬â?¢um grande mistério.

– Ah, foi lá que vocês encontraram a grana?
– Só verdinhas de cem. O pastor tem bom gosto.
– O quê, o cara é pastor? Na Universal tem posto?
– É um peixão pelo jeito. Mora em rua bacana,
Puta mansão, carrões, coleções de boa bebidas:
Vinhos, uí­sques, tequilas, runs, vodkas, absintos
E cachaças das boas, já bem envelhecidas
Nos barris de carvalho, em vários recintos.
A caixa de Blue Label está guardadinha
Para o senhor beber, na próxima festinha!

– Meu purí­ssimo-sangue da Arábia merece
Promoção! Que tal ser o meu braço direito?
– O esquerdo é que lhe falta. Não fosse o defeito,
O doutor já teria chegado í  Marrakesch
A nado. Superintendente da polí­cia é pouco,
Pra quem tem um Q.I. elevado como o seu.
– Ainda bem que tem quem reconheça que meu
Enorme potencial aqui é tratado a soco,
Pontapé e safanão. Relinche, que eu faço gosto,
De ouvir estas verdades assim: rosto a rosto.

– Ah! Chefinho, o senhor já entregou a bufunfa
à corregedoria? Cem mil dólares, Deus!,
O que eu não daria pra tê-los entre os dedos meus.
– Isso não lhe compete, comigo só triunfa
Quem não se mete í  besta e fica bem calado.
E pra você saber, as notas eram xerox,
Só cópias vagabundas. Tirei-as dos potes
E enviei ao Secretário, Dr. Paulo Furtado.
– Falsas? Aquelas notas? Eu não acredito!
– Pois pode acreditar. Se quiser, eu repito.

Mas chega desse assunto. O que mais conseguiu?
– Bem…tem algumas coisas, mas muito intrigantes.
Muito mesmo. A diarista já trabalhou antes
Com o Wilson e foi demitida em abril.
E foi bem problemática a demissão
Por justa causa. Temos que investigar fundo.
Parece que tem culpa no cartório, pois, junto
Com ela estava uma corrente de ouro, tão
Valiosa, que há queixa de roubo. E quem fez?
– O Wilson Martins, certo, meu bom bolonhês? (1)

– Muito bem, perspicácia é arma da polí­cia.
Mais comprometedor é que ela tinha cópias
De chaves em sua bolsa que parecem próprias
De uma mansão e não de um mocó de caliça.
Aí­ tem, viu, doutor!? A velha tem varizes
Até nos braços, pode um troço desses? Putz!
As rugas são tão fundas que não sei se há cútis
Sobre aquelas pelancas em forma de raí­zes.
O pipoqueiro é trinta e cinco anos mais moço,
Mas da fruta da velha chupa até o caroço!

– O que quer insinuar? Que esses dois são amantes?
– Não só são bons amantes, como também andam
Vendendo otras cositas que não são pipocas.
– Não vai querer dizer que os dois são traficantes?
– Sim. E de cocaí­na pura. O carrinho
De pipoca era só fachada para o tráfico.
Tudo muito bem feito. Tipo jogo rápido.
O pó era mocado dentro de um pacotinho
De sal. Os clientes tinham senha pra comprar
E pediam um salzinho extra pra levar.

– Mas como descobriu a ligação dos dois?
– A bela garçonete entregou a jogada.
O dono do bar era sócio da parada.
Disse que o pó corria solto logo depois
Que baixavam as portas e que só dá uns pegas,
não é viciada. Vou te contar, viu, doutor!?
O troço está de um jeito que eu não vejo por
Onde começar. Mas pode deixar cââ?¬â?¢o degas
Aqui, que vai dar tudo certo no final.
Se a gostosa cagar pra trás, vai levar pau.

Já transcrevi seu depoimento, se ela assina
Ou não é outro negócio. Tenho minhas dúvidas,
Pois choveu advogado a cântaros e as únicas
Testemunhas foram instruí­das na surdina.
Ã?â? raça fia da mãe! Parecem urubus
Vindo atrás de carniça, porra! Nunca vi
Coisa igual, me dá nojo. Tomem nos seu cus,
Filhos da puta! Pusilâmines! Daqui
Não sai ninguém até que me contem tudinho.
Tim-tim por tim-tim, muito bem explicadinho!

– Certí­ssimo, meu Apaloosa. Teu tropel (2)
Escreverá em ouro meu nome na história.
Até já posso ver as manchetes, a glória
Da capa na Tribuna, meu limite é o céu! (3)
Entrevistas, sessões de foto, imagine só:
Delegado Oliveira, o nosso Sherlok Holmes!,
Tomando toda a capa, sem ter outros nomes
Para ofuscar meu brilho. Cocoricocó!
Do espalhafato da galinha nasce a fama
Do ovo, e uma medalha meu peito reclama!

– Amado chefe, já o vejo lá nas alturas
E todos a seus pés, implorando atenção,
A chuva de convites, comemoração,
O carro aberto escoltado por cem viaturas!
Mas pra que isso se torne real, vamos í  luta.
O guardador de carros era o segurança
Do point, está sacando? Então a coisa avança.
Onde estão os bacanas? Quem será o batuta
Que comanda esses pés-de-chinelo da porra?
Café de primeira não se faz com a borra!

Sabe, doutor, de toda essa canalha aí­,
Se salva pouca coisa, mas vamos em frente.
– Chame O Mulher agora mesmo, tenho em mente
Que esse é o nosso homem. Vai, suma daqui!
Enquanto eu interrogo; você, meu Bretão, (4 )
Cavalgue em direção í s provas que preciso.
Esprema todos eles. Leve-os lá pro piso
Inferior. Faça suco de ossos e um sopão
Com os miúdos. A imprensa quer sempre notí­cia
Fresca, então, prepare a bomba mais propí­cia.

O que se segue todos sabem: o pau come
Solto pelo porão, corredores e salas
Da delegacia, onde arquivos, papéis, malas
E homens tentam chegar finalmente a um nome.
Depoimentos são lidos, relidos, refeitos,
Analisados, comparados, comentados,
Interpretados, investigados, jogados
Pra lá e pra cá, ficando ainda sujeitos
A novas aventuras nesse labirinto
De idéias e teses, que enlouquecem o recinto.

O governador quer resultados pra já;
O superitendente da polí­cia, pra ontem.
A imprensa? Bem, fabrica histórias de monte.
Maracujá ou comer cu de marajá
Tanto faz, quanto mais fictí­cio o estropí­cio
Melhor. Quem afinal quer saber da verdade?
A ficção é que vale, não a realidade.
Quem se importa se colocam no hospí­cio
O Mulher, aleijado por uma seção
De tortura total num pau-de-arara, ou não?

Quem se importa se fazem de mulher um homem
E lhe quebram as pernas para que confesse
O que fez e o que não? Quem rezaria uma prece
A quem chora de dor porque dez o comem?
Quem se incomodaria de sair de seu lar
E cobrar real justiça a um louco cabeludo,
Que atende pela alcunha de O Mulher, no mundo?
Quem cobraria a conta? Quem? Quem pagaria,
Conveniência e correção na mesma via?

Quem releria o capí­tulo sete de novo
Pra sentir o que é um Manicômio Judiciário?
Quem sentenciaria tudo que julgou inválido
E começaria de novo a contar com o ovo
No cu da galinha agora? Qual de nós, poetas,
Enforcaria seu canto pra dar dar vez e voz
A um zumbi entorpecido, vigiado por nós
Na camisa de força e mil gritos de alerta?
Quem, vendo-o babar, de olhos vazios no horizonte,
O chamaria de irmão com prazer de Anacreonte? (5 )

Mas deixemos, leitores, de lado o capí­tulo
Com suas cento e quarenta linhas mal rimadas,
Mil seiscentos e oitenta sí­labas contadas,
E um Wilson reluzindo bem no meio do tí­tulo.
Digamos que foi apenas mero desabafo
De alguém que foi lançado aos porões de um inferno
Em vida e quer fugir desse castigo eterno,
Com a poesia que tem debaixo do seu braço.
Afinal, um O Mulher a mais, um O Mulher
A menos, só faz diferença pra quem quer.

Você quer? Não? Então deixe cââ?¬â?¢o beque aqui.
Que eu vou fundo na história e, doa a quem doer,
Resolvo esse mistério, libertando, de uma vez
Por todas, inocentes e réus em poder
Dessa justiça cega, surda, muda e podre.
Estou bêbado? Louco? Claro. É bem óbvio.
Mas não assinei meu atestado de óbito
E quando ouço a palavra cultura, ao coldre,
Não levo a mão e, sim, ao coração, meu músculo
Maior, motor do espí­rito, juiz sempre justo!

(1, 2, 4) – Raças de cavalo
(3) – Jornal mais popular de Curitiba, focado em crimes e futebol.
(5) – Poeta, máximo representante da lí­rica jônica. Cantou os prazeres do conví­vio, do vinho e do amor.

Iliada na Casa do Saber / Cantos III e XXII / Lori Santos e Patricia Reis Braga / 06 de outubro de 2006 � s 20h00

Texto reproduzido da página da Casa do Saber
http://www.casadosaber.com.br

A Casa do Saber anuncia mais um sarau homérico. Depois de encenar os cantos 1 e 16 da Ilí­ada, obra fundadora da mentalidade e da sensibilidade ocidental, a Companhia Iliadahomero de Teatro apresenta os Cantos 3 e 22 de modo integral.
No canto 3, Páris, prí­ncipe de Tróia, desafia Menelau para um duelo, na tentativa de decidir o destino da guerra entre gregos e troianos. Menelau vence, mas Páris sobrevive, salvo por Afrodite. No canto 22 , Aquiles duela com o troiano Heitor para vingar a morte de seu amigo Pátroclo. Aquiles o mata e desonra seu cadáver, arrastando-o ao acampamento grego.
Nas apresentações dessas pequenas rapsódias dos dois cantos, o espectador entra em contato com toda a riqueza da Ilí­ada, de Homero, na tradução de Odorico Mendes (1799-1864). Os atores narram dramaticamente a história e representam os heróis. Após o espetáculo, haverá bate-papo com o diretor Octavio Camargo.

Atores: Lori Santos e Patrí­cia Reis Braga
Direção: Octavio Camargo

A Casa do Saber fica na Rua Dr. Mário Ferraz, 414. no Jardim Paulistano – SP

A imagem acima é de Menelau, em detalhe de uma cópia da pintura de Thimantes, pintor grego do século IV a.c., reproduzida num mural de pompéia. No Canto III da Ilí­ada, Menelau se dispõe a resolver a disputa em um duelo singular contra Páris. Este, porém, é salvo por Vênus no último momento.

Fragmento da fala de Agamenon no Canto III (trad. Odorico Mendes)

“Do Ida augusto senhor, máximo padre,
Sol que vês e ouves tudo, rios, Terra,
Vós que no inferno castigais perjuros,
Desta aliança fiadores sede.
Se Páris vence a Menelau, conserve
Toda a riqueza e a dama, e nós voguemos;
Se o vence o louro Atrida, aqui nos rendam
Helena e o seu tesouro, e por memória
Multa condigna paguem: morto Páris,
Se Prí­amo e seus filhos ma refusam,
Té que os force ao dever, não largo as armas.”

Neste quadro de David, Andromaca e Astianax são representados ao lado do corpo de Heitor. A morte de Heitor é narrada no canto XXII da Iliada. o corpo do herói só é recuperado após as súplicas de Priamo (Pai de Heitor) í  Aquiles, no Canto XIV.

Fragmento da fala de Andrômaca no Canto XXII (trad. Odorico Mendes)

“Heitor, ai! Triste,
Com fado igual nascemos, tu nos paços
Do rei Prí­amo em Tróia, eu na Tebana
Hipóplaco selvosa, onde criou-me
De menina Eetion para infortúnios,
E antes me não gerasse! Ora ao subtérreo
Orco desces profundo, e em luto e nojo
No viúvo aposento me abandonas;
Nem do nosso filhinho és mais o arrimo,
Nem ele o teu será. Da crua guerra
A escapar, não se escapa í  desventura;
Mudado o marco, o esbulharão do prédio.
O pupilo no dia da orfandade
Perde os jovens amigos: baixo o rosto,
ígua nos olhos, se o do pai segura,
Um pela túnica, outro pela capa,
Indigente é repulso; o mais piedoso
Bebida num copinho lhe escanceia,
Que os beiços banha e o paladar não molha.
O que possui os genitores ambos,
Fero da mesa o expulsa, espanca e enxota:
-Sai, conosco teu pai já não convive. –
Tal há-de vir choroso í  mãe viúva
O infante meu, que aos paternais joelhos
Com tutanos de ovelha se nutria,
E lasso de brincar, entregue ao sono,
Da nutriz afagado ao brando colo,
Contente em mole berço adormecia.
Ârfão, misérias sofrerá meu filho,
Que Astianax os nossos denominam,
Porque eras, nobre Heitor, único apoio
Destas muralhas. Ante as naus rostradas,
Longe dos pais, hão-de roer-te vermes,
Depois que nu te comam cães raivosos,
A ti, que hás finas e elegantes vestes,
Por tuas servas e por mim tecidas.
Já que para a mortalha nem te servem,
Em honra tua ao fogo vou queimá-las,
Dos Teucros em presença e das Troianas.”

No Place Like home / BBC transmition

No)(Place)(Like)(Home)
Octávio Camargo / Brandon LaBelle

Tuesday, August 29, at 1:30pm UK time
Resonance FM, 104.4 (on the web at: www.resonancefm.com)

*
Where does a home begin and end? What does it contain, in both its name and borders, and what does it leave out?

Working in the city of Curitiba, Brasil our work documents the culture and movements of barrio communities that subsist on an elaborated system of recycling: wielding home-made carts through the city, these unofficial collectors sift through the city’s trash seeking a metal can, a plastic bottle, or other item, which they collect and bring home, to organize according to various criteria, and condense through the use of crushing machines, to deliver to “managers” who in return provide shelter. Visiting their homes, and communities, we spoke, shared, and collected information – sounds, images, information, etc. with the intention to engage the degree to which the city and bodies come to meet, in formal and informal patterns, often producing uneven exchanges in the form of pirate economies, make-shift vehicles, informal architectures, and the language of minor culture. (No)(Place)(Like)(Home) is both a document and a narrative following the movements of collectors during an ordinary day: from morning through to the evening, accentuating the textures and rhythms and actions that come to express their sense of relation to the city.

This forms the first part in the collaboration between Octávio Camargo and Brandon LaBelle, which will continue in the form of investigations of informal spaces and minor culture in other cities.

Thanks to all those who assisted in the collecting of materials, and in our meetings.

Links da FBN sobre os Cantos da Iliada

http://www.bn.br/site/default.htm
http://www.bn.br/fbn/arquivos/doc/eventos/homero.htm

release distribuido pela Cordenação de Eventos da FBN
Iliada na Fundação Biblioteca Nacional

A Fundação Bilbioteca Nacional convida o público carioca a assistir as apresentações dos cantos I e XVI da Ilí­ada de Homero na tradução de Odorico Mendes , um espetáculo produzido pela Companhia Iliadahomero de Teatro, Curitiba – Paraná. O espetáculo acontecerá no dia 29 de agosto de 2006, no Auditório Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional, í s 17h. As apresentações teatrais, realizadas pelos atores Claudete Pereira Jorge e Richard Rebello, vem itinerando por diversas bibliotecas do paí­s, divulgando a obra tradutória de Odorico Mendes num dos clássicos fundamentais da literatura ocidental. Odorico é, segundo Haroldo de Campos, o Pai da “Transcriação” no Brasil Influenciou todas as traduções posteriores de Homero e Virgí­lio para a lí­ngua portuguesa. Sua obra é pouco conhecida do grande público. Em parte pela complexidade e erudição do seu experimentalismo linguí­stico, que encantou autores como Souzândrade e Guimarães Rosa, em parte por estarem também esgotadas as edições do texto de sua Iliada.

A Companhia Iliadahomero de Teatro, dirigida por Octavio Camargo, tem por objetivo realizar uma apresentação integral dos cantos da Iliada na forma de monólogos teatrais. O grupo, fomado por 24 atores, estuda a obra de Odorico desde 1999. O texto é encenado sem cortes, ressaltando a diversidade imitativa e dramática da prática dos rapsodos. O espetáculo tem tido o apoio da Biblioteca Pública do Paraná, e foi apresentado no dia 17 de agosto na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, seguido por um debate sobre Homero com Antõnio Medina Rodrigues, professor de lí­ngua grega da USP e responsável pela reedição da Odisséia de Odorico Mendes.

Os Cantos I e XVI da iliada oferecem uma imagem sinóptica da “Ira de Aquiles”. A disputa entre Aquiles e Agamenon pela posse de Briseida no Canto I, motivo do rompimento de relações entre estes heróis e do afastamento de Aquiles do campo de batalha, e a morte de Patroclo no canto XVI, clí­max do conflito, num episódio de aventuras e façanhas, que ocasionará o retorno de Aquiles í  guerra.

Evento: A Ilí­ada de Homero – Cantos I e XVI. Local: Fundação Biblioteca Nacional. Rua México s/n. Centro – Rio de Janeiro (Acesso pelo Jardim)

Dia 29 de Agosto de 2006, í s 17h.

Entrada franca.

abraço,

Octavio

Iliada na Fundação Biblioteca Nacional

Links da FBN sobre os Cantos da Iliada

http://www.bn.br/fbn/arquivos/doc/eventos/homero2.htm
http://www.bn.br/site/default.htm
http://www.bn.br/fbn/arquivos/doc/eventos/homero.htm

Release distribuido pela Coordenação de Eventos da FBN

Iliada na Fundação Biblioteca Nacional

A Fundação Bilbioteca Nacional convida o público carioca a assistir as apresentações dos cantos I e XVI da Ilí­ada de Homero na tradução de Odorico Mendes , um espetáculo produzido pela Companhia Iliadahomero de Teatro, Curitiba – Paraná. O espetáculo acontecerá no dia 29 de agosto de 2006, no Auditório Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional, í s 17h. As apresentações teatrais, realizadas pelos atores Claudete Pereira Jorge e Richard Rebello, vem itinerando por diversas bibliotecas do paí­s, divulgando a obra tradutória de Odorico Mendes num dos clássicos fundamentais da literatura ocidental. Odorico é, segundo Haroldo de Campos, o Pai da “Transcriação” no Brasil Influenciou todas as traduções posteriores de Homero e Virgí­lio para a lí­ngua portuguesa. Sua obra é pouco conhecida do grande público. Em parte pela complexidade e erudição do seu experimentalismo linguí­stico, que encantou autores como Souzândrade e Guimarães Rosa, em parte por estarem também esgotadas as edições do texto de sua Iliada.

A Companhia Iliadahomero de Teatro, dirigida por Octavio Camargo, tem por objetivo realizar uma apresentação integral dos cantos da Iliada na forma de monólogos teatrais. O grupo, fomado por 24 atores, estuda a obra de Odorico desde 1999. O texto é encenado sem cortes, ressaltando a diversidade imitativa e dramática da prática dos rapsodos. O espetáculo tem tido o apoio da Biblioteca Pública do Paraná, e foi apresentado no dia 17 de agosto na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, seguido por um debate sobre Homero com Antõnio Medina Rodrigues, professor de lí­ngua grega da USP e responsável pela reedição da Odisséia de Odorico Mendes.

Os Cantos I e XVI da iliada oferecem uma imagem sinóptica da “Ira de Aquiles”. A disputa entre Aquiles e Agamenon pela posse de Briseida no Canto I, motivo do rompimento de relações entre estes heróis e do afastamento de Aquiles do campo de batalha, e a morte de Patroclo no canto XVI, clí­max do conflito, num episódio de aventuras e façanhas, que ocasionará o retorno de Aquiles í  guerra.

Evento: A Ilí­ada de Homero – Cantos I e XVI. Local: Fundação Biblioteca Nacional. Rua México s/n. Centro – Rio de Janeiro (Acesso pelo Jardim)

Dia 29 de Agosto de 2006, í s 17h.

Entrada franca

Iliada na Biblioteca Mário de Andrade / 17 de agosto de 2006 / Ã? s 20h00

Apresentação da Iliada na tradução de Odorico Mendes na Biblioteca Mário de Andrade dia 17 de agosto de 2006 ás 20hoo, Entrada Franca
Canto I – Claudete Pereira Jorge / Canto XVI – Richard Rebello / direção: Octavio Camargo
Após a apresentação haverá debate sobre Odorico Mendes com Antonio Medina Rodrigues, Professor de Lí­ngua Grega da USP.
As imagens são da apresentação realizada na Casa do Saber no dia 12 de julho de 2006
fotos: Gilson Camargo


O texto abaixo foi produzido pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Paulo e disponibilizado no site http://www6.prefeitura.sp.gov.br/noticias/sec/cultura/2006/08/0012

Biblioteca Mário de Andrade apresenta encenação da Ilí­ada de Homero

09/08/2006 – Cultura

Transformar a literatura clássica em algo atraente para o público da era digital é um desafio. No entanto, segundo Octavio Camargo, diretor da Companhia Iliadahomero, de Curitiba, os jovens de hoje são perfeitamente capazes de se interessar pelos clássicos, suas narrativas de aventuras e façanhas de heróis.

A dramatização do texto pode torná-lo acessí­vel a um número maior de pessoas, suavizando a erudição de um documento escrito há aproximadamente três mil anos. A partir dessa premissa, a Companhia Iliadahomero, irá encenar no próximo dia 17, na Biblioteca Mário de Andrade, dois cantos da Ilí­ada, obra-prima de Homero. A apresentação do grupo paranaense, que desde 1999, dedica-se ao trabalho com a obra do autor grego, será seguida por um debate com Antônio Medina, professor e pesquisador da USP, especialista em literatura grega.

O livro possui 24 cantos e relata os acontecimentos ocorridos durante 51 dias, entre o décimo e último ano da Guerra de Tróia. A narrativa é encerrada com o sepultamento de Heitor, herói e lí­der do exército troiano. A apresentação contemplará os cantos I e XVI.

No primeiro canto, encenado pela atriz Claudete Pereira Jorge, a obra situa o leitor no décimo ano da guerra de Tróia narrando o desentendimento ocorrido entre Aquiles e Agamenon por conta de uma jovem. A morte do guerreiro Pátroclo em duelo com Heitor, é o ponto alto do outro canto a ser apresentado pela companhia, ocasionando o retorno de Aquiles í  guerra.
A escolha pelos dois cantos deu-se, pois na opinião de Camargo, “eles fornecem uma sinopse da ira de Aquiles, protagonista da história”.

O propósito da companhia é, futuramente, realizar uma encenação integral do texto de Homero, a partir da tradução de Odorico Mendes. Para isso, eles contam com o apoio da Biblioteca Pública do Paraná, num esforço conjunto com a Biblioteca Mário de Andrade e a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. O grupo possui apresentações agendadas nas principais capitais do paí­s, entre elas Brasí­lia e São Luí­s, no Maranhão.

Serviço: A Ilí­ada de Homero – Cantos I e XVI (70 min). Biblioteca Mário de Andrade. Rua da Consolação, 94, Consolação, Centro – Tel.: 3256-5270. Próximo da estação Anhangabaú do metrô. Dia 17, í s 20h. Grátis


A Mesa / “Curitiba não tem príncipe / A burguesia de Curitiba não conhece Curitiba / Quem conhece Curitiba come lixo” (Pastor Robinson)

Moving ST table from Ybakatu to Beto Batata. The “tische”, made out of waste materials offered to the “cicle circuit” of the city and cart collectors, may generate some other cooking actions at a new address.
Transporte da mesa construida para o evento “Surface Tension – Curitiba” na Galeria Ybakatu. A Mesa, feita a partir de materiais encontrados na rua na região do Alto da XV, segue seu ciclo de ações culinárias “Cozinhando com Puros Dados” no Beto Batata, na rua Professor Brandão, 678

www.errantbodies.org

Cooking Pure Data: Blenders and Electric-Appliances for Collective Modelling

Working with the formation of a group open to any kind of participation, mediated only by the intersection of social and aesthetic searches, whose actions develop according to the convergence of collective networks (mainly by Internet), the “Orquestra Organismo” group has a way of production where the process of “molding speeches” is taken from the beginning as the real “object” to be generated. Group work is the “product of actions modulating through time” where the intentions of interacting individuals (as well as their function as catalysts of relational dynamics) are the object “on scene”, operating as a live search for equilibrium between group performance and individual being (beyond any artistic or social analysis). Pieces are interactively built and sculpted through processes that foster a mutation of meanings produced through actions that seek to function as part of a space molded by institutionalizations like “music”, “theater”, “film”, “galleries”, “bar”, “home” or “streets”; while always reinforcing the lucid situation that stimulated human relationships than all those generated as “objects” or “signs”.

The purpose of “Cooking Pure Data” should be seen as a continuation of Orquestra Organismo and their most recent performances – “Desafiatlux” and “A justa Razao aqui Delira” – and has its genesis in the actions of “Surface Tension_Curitiba”. These ideas stem from recognizing that we live in an age of overloaded information and possibilities of connection over networks formed by shared speech that is beyond territorial and linguistics borders. On the other hand, the Cartesian and systematic organization of this DATA tends to be dissolved into the space where it takes form by institutionalized functions (from arts to engineering; from activism to social theory). Nevertheless, those flowing identities are touched by subjectivity before they lose strength – through this process of intervening within such functions and spaces they will produce contradictions even while acquiring an “institutional” meaning. Our effort is for all “DATA-processed-speeches” to be perceived as a chaotic dance of entities, sculpted into symbolic rituals, “cruelty theaters” and aesthetics of direct action, leading forms of practice and ethics to an immediate perception of human dimension. This is the ambition of making projects.

In “Cooking Pure Data” we work in the kitchen of the exhibition space, which will be connected to other participants through Internet anywhere in the planet. The kitchen functions to incubate the anthropological concept of the “Raw and Cooked” worked out by Lí¨vi-Strauss: the creation of ritual processes that marks the dialogic way in which “raw” DATA that at first is without “function” becomes able to assume (at the end of the meeting) various meanings, as long it helps to converge the intention of multiple “cooks”. The kitchen should be emphasized as a space where we always get together in rituals of “feeding” (and all our processes are about “feedback”). Using this meaning, we aim to build a metaphor of the kitchen as a space of alchemy where dialetics boils the collectivist intentions and the “starvation” (or gluttony) is the anxiety that brings us back to the human dimension.

Plans for staging events:

1. The installation should be built in the kitchen of the exhibition place, with drafts, drawings, annotations, personal audio/video recordings, mainly objects brought from “home”, included as participants, the organizers and visitors who wish to interact. This has to be done without turning the kitchen into a “gallery”, the focus rather is to collect material so as to generate “DATA cooking”. This procedure may transform the kitchen into a common space for the participants, for informal meetings that will facilitate bringing them to a “temporary autonomous zone” inside the space where data are “boiled”.

2. Simultaneously to the place of exhibition, we intend to articulate similar structures in various cities of Brazil: Curitiba, Belo Horizonte, Sao Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas, Belem, Porto Alegre, Recife, Brasilia and Florianopolis, and possibly cities in other countries. This action will be scheduled over Internet, being sensitive to its process of articulation as an important part of the “data recipe” scope.

3. Deconstructing the perception of “home”, we will make music with electric appliances such as blenders, vacuum cleaners, fans, multiprocessors and others that should be painted as a canvas and covered with diagrams, annotations, poetry and impressions about the actions. The appliances should be traded between places to reside in different kitchens. These appliances will be controlled by participants remotely through a website.

4. Cooking “Rituals” will be scheduled at the same time, where participants prepare food as the action is recorded on video, sound media, drawings, and streamed through Internet, interacting with people doing whatever they want in the space, recombining feedbacks of data from other kitchens at the same time. This “feed-back” and mirroring of data will cause the sensation of simultaneous presence and the kitchens will become a place passing through geographic borders taking the repertoires as a common database for reality constructions. This will influence direct action and relationships through the network. The processes caused by the “kitchen” should also be registered and reprocessed in new rituals and future ideas.

5. Season as you like and put it in the stove.

6. We stimulate the rhythmic use of the kitchen, spoken words, musicalization of cooking acts. We ask for the use of different languages and accents as you cook this data. After the dinner, one should digest the data and expend the consequent energy through direct actions in the streets.

Glerm Soares – January 2006

“Na maior cratera
Tu mescles do mais puro e aprontes copos;
Carí­ssimos varões meu teto acolhe.”
O camarada obedeceu contente.
Ele, ante o lar, em cúpreo largo disco
Dorso depôs de ovelha e gorda cabra
E de um cevado os suculentos lombos:
Automedon segura, o herói perito
Em pessoa esposteja, enrosca e espeta;
O Menécio deiforme atiça o fogo:
Lânguida a flama, ao rúbido brasido
Sobre as lareiras os espetos vira,
De sal tempera-os sacro; todo assado
Põe da cozinha í  mesa, e o pão ministra
Em lindos canistréis. Do ítaco em face
Toma a parede e as carnes trincha Aquiles;
O sacrifí­cio incumbe ao companheiro,
Que ao fogo atira as divinais primí­cias.
Deitam mãos dos manjares os convivas.

Súbito sacrifica branca ovelha:
Esfolam-na, esquartejam-na, e a preceito
Assam de espeto no brasido as postas;
Em canistréis na mesa o pão reparte
Automedon, e Aquiles trincha as carnes.
às viandas se deitam; e saciados,
Prí­amo admira o talhe do Pelides
E a divina beleza, admira Aquiles
A facúndia e presença do Dardânio.

Homero na Bibioteca Pública do Paraná

Claudete Pereira Jorge – canto I – 21 e 22 de março, í s 21h

“Febo, a tais preces, arco e aljava cruza,
Do vértice do céu baixa iracundo;
Vem semelhante í  noite, e a cada passo
Tinem-lhe ao ombro as frechas. Ante a frota
Suspenso, a farpa do carcás descaixa,
Terrí­vel o arco argênteo estala e zune:
Moles primeiramente a cães e mulos,
Depois com vira acerba ataca os homens,
De cadáveres sempre a arder fogueiras.
As tropas dias nove asseteadas,
Ao décimo as convida e ajunta Aquiles;
Inspiração da bracení­vea Juno,
Que seus Dânaos morrer cuidosa via.”

Richard Rebello – canto XVI – 23 e 24 de março, í s 21h

“Cinge o Menécio deslumbrante saio;
Com prata afivelando, as finas grevas
Ajusta í s pernas; estrelada e vária
Aos peitos liga a do veloz Pelides
Érea couraça; o claviargênteo gládio
Pendura; o grã pavês, sólido ombreia;
Põe í  forte cabeça o casco insigne,
De nutante penacho e horrente crista;
Válidas lanças a seu pulso adapta,
Que a do Eácida exí­mio, por disforme,
Argeu nenhum, só ele, manejava:”

Arte – Solda / fotos – Chico Camargo

“Cercam no e vozeiam como em curral na primavera moscas de alvos tarros de leite em roda zumbem”

Surface Tension _ Curitiba / Robert Amorim – cozinhando puros dados – 17-02-2006 / Desmonte

Ação temática sobre propriedade (autoria – espaço privativo – domicí­lio) infra-estrutura elétrica, localidade (especificidades do lugar e história da casa), queima (expendidure) reciclagem e meta-reciclagem

Robert Amorim e keila Kern

Cooking Pure Data: Blenders and Electric-Appliances for Collective Modelling

Working with the formation of a group open to any kind of participation, mediated only by the intersection of social and aesthetic searches, whose actions develop according to the convergence of collective networks (mainly by Internet), the “Orquestra Organismo” group has a way of production where the process of “molding speeches” is taken from the beginning as the real “object” to be generated. Group work is the “product of actions modulating through time” where the intentions of interacting individuals (as well as their function as catalysts of relational dynamics) are the object “on scene”, operating as a live search for equilibrium between group performance and individual being (beyond any artistic or social analysis). Pieces are interactively built and sculpted through processes that foster a mutation of meanings produced through actions that seek to function as part of a space molded by institutionalizations like “music”, “theater”, “film”, “galleries”, “bar”, “home” or “streets”; while always reinforcing the lucid situation that stimulated human relationships than all those generated as “objects” or “signs”.

The purpose of “Cooking Pure Data” should be seen as a continuation of Orquestra Organismo and their most recent performances – “Desafiatlux” and “A justa Razao aqui Delira” – and has its genesis in the actions of “Surface Tension_Curitiba”. These ideas stem from recognizing that we live in an age of overloaded information and possibilities of connection over networks formed by shared speech that is beyond territorial and linguistics borders. On the other hand, the Cartesian and systematic organization of this DATA tends to be dissolved into the space where it takes form by institutionalized functions (from arts to engineering; from activism to social theory). Nevertheless, those flowing identities are touched by subjectivity before they lose strength – through this process of intervening within such functions and spaces they will produce contradictions even while acquiring an “institutional” meaning. Our effort is for all “DATA-processed-speeches” to be perceived as a chaotic dance of entities, sculpted into symbolic rituals, “cruelty theaters” and aesthetics of direct action, leading forms of practice and ethics to an immediate perception of human dimension. This is the ambition of making projects.

In “Cooking Pure Data” we work in the kitchen of the exhibition space, which will be connected to other participants through Internet anywhere in the planet. The kitchen functions to incubate the anthropological concept of the “Raw and Cooked” worked out by Lí¨vi-Strauss: the creation of ritual processes that marks the dialogic way in which “raw” DATA that at first is without “function” becomes able to assume (at the end of the meeting) various meanings, as long it helps to converge the intention of multiple “cooks”. The kitchen should be emphasized as a space where we always get together in rituals of “feeding” (and all our processes are about “feedback”). Using this meaning, we aim to build a metaphor of the kitchen as a space of alchemy where dialetics boils the collectivist intentions and the “starvation” (or gluttony) is the anxiety that brings us back to the human dimension.

Plans for staging events:

1. The installation should be built in the kitchen of the exhibition place, with drafts, drawings, annotations, personal audio/video recordings, mainly objects brought from “home”, included as participants, the organizers and visitors who wish to interact. This has to be done without turning the kitchen into a “gallery”, the focus rather is to collect material so as to generate “DATA cooking”. This procedure may transform the kitchen into a common space for the participants, for informal meetings that will facilitate bringing them to a “temporary autonomous zone” inside the space where data are “boiled”.

2. Simultaneously to the place of exhibition, we intend to articulate similar structures in various cities of Brazil: Curitiba, Belo Horizonte, Sao Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas, Belem, Porto Alegre, Recife, Brasilia and Florianopolis, and possibly cities in other countries. This action will be scheduled over Internet, being sensitive to its process of articulation as an important part of the “data recipe” scope.

3. Deconstructing the perception of “home”, we will make music with electric appliances such as blenders, vacuum cleaners, fans, multiprocessors and others that should be painted as a canvas and covered with diagrams, annotations, poetry and impressions about the actions. The appliances should be traded between places to reside in different kitchens. These appliances will be controlled by participants remotely through a website.

4. Cooking “Rituals” will be scheduled at the same time, where participants prepare food as the action is recorded on video, sound media, drawings, and streamed through Internet, interacting with people doing whatever they want in the space, recombining feedbacks of data from other kitchens at the same time. This “feed-back” and mirroring of data will cause the sensation of simultaneous presence and the kitchens will become a place passing through geographic borders taking the repertoires as a common database for reality constructions. This will influence direct action and relationships through the network. The processes caused by the “kitchen” should also be registered and reprocessed in new rituals and future ideas.

5. Season as you like and put it in the stove.

6. We stimulate the rhythmic use of the kitchen, spoken words, musicalization of cooking acts. We ask for the use of different languages and accents as you cook this data. After the dinner, one should digest the data and expend the consequent energy through direct actions in the streets.



cozinhando com puros dados / Surface Tension _ Curitba / Ligia Borba e Katia Horn – Ybakatu, 10 de fevereiro

Kibe e Tabule. Ação culinária de Lí­gia Borba e kátia Horn no espaço de arte Ybakatu – 10/02/2006 – Fragmentos pré cozidos da Ilí­ada na tradução de Odorico Mendes. fotos: Gilson Camargo

Iliada canto I – Agamenon expulsa Crises, sacerdote de Apolo, e recusa-se a entregar-lhe a filha

“Foge, Agamêmnon replicou-lhe, foge,
Se é teu prazer; que fiques não te imploro:
Honram-me outros, e em Júpiter confio.
Dos reis alunos dele és quem detesto;
Só respiras discórdias, rixas, pugnas.

Tens valor? Agradece-lho. Os navios
Recolhe e os teus; nos Mirmidões impera:
Não te demoro; esse rancor desdenho.
Priva-me de Criseida Febo Apolo:
Em nau minha esquipada vou mandá-la.

à tenda hei de ir-te mesmo, eu to previno,
Tomar-te a elegantí­ssima Briseida;
Sentirás em poder como te excedo,
E outrem se me antepor e ombrear trema.”

O canto I da Iliada (texto integral) com Caludete Pereira Jorge poderá ser visto no auditório da Biblioteca Pública do Paraná nos dias 21 e 22 de março de 2006 í s 21h00

iliada canto XVIPatroclo mata a Sarpédon e despoja-lhe o cadáver

Nu de escudo
Fere a Pronos o peito; os membros laxa,
E fragoroso expira. De outro bote
Prostra o Enópio Testor, que perturbado
No assento encolhe-se e demite as rédeas:
Pela destra maçã lhe fisga os dentes,
A si contrai a lança; e, qual se pesca
De linha e anzol, de cima de um rochedo,
Grã sacro peixe, pela boca hiante
Do carro abaixo o tira inanimado.

Joga uma pedra a Erí­alo que arrosta,
O elmo parte a cabeça racha em duas;
Por terra se debruça, e a morte o cinge.
Patroclo, um após outro, ao chão derriba
A Erimas e Anfotero, Epalte e Pires,
Équio e Ifeu, Tlepolemo Damastório,
A Polí­melo Argeiades e Evipo.
Dele Sarpédon vendo os seus domados,
Repreende os nobres Lí­cios: “Que vergonha!
Onde, Lí­cios, fugis? Como sois ágeis!
Corro a provar o armipotente braço,
Que a tantos campeões tolhe os joelhos.”
Do carro eis salta e apeia-se Patroclo.
Quais, de bico recurvo e garra adunca,
Sobre alta penha aos guinchos dois abutres,
Travam-se eles gritando


O canto XVI da Iliada (texto integral) com Richard Rebello poderá ser visto no auditório da Biblioteca Pública do Paraná nos dias 23 e 24 de março de 2006 í s 21h00

Iliada canto XIIINetuno resolve ajudar os gregos na ausência de Aquiles

Jove, Heitor já na praia, deixa aos Teucros
A angustia e o peso; aos Traces cavaleiros
Fúlgidos olhos volve, aos Hipomolgos
Galtófagos longevos, aos rompentes
Mí­sios, íbios justí­ssimos dos homens;

Nem pensou que imortal algum viesse
Favorecer a Gregos ou Troianos.

Em não cega atalaia, do alto cume
Da Samotrácia umbrosa, contemplando
A guerra o Enosigeu, todo o Ida avista,
A Priâmea cidade e as naus atenta:
Ali do mar saí­ra, e dos vencidos
Graios com dó, se inflama contra Jove.

Desse alcantil baixando, o monte e a selva
Sob seus pés retremem, dá três passos,
E ao quarto Eges alcança, em cujos mares
Tem fundo áureo palácio indestrutí­vel.

Entra, junge os erí­pedes fogosos
De crinas de ouro, de ouro o corpo arnesa,
De ouro o chicote apunha artificioso,
E monta ao coche, pelas ondas voa:

Debora Santiago / Babaganoush / 03 de fevereiro – Ybakatu

Babaganoush

Berinjelas queimadas sobre as grelhas do fogão (quantidade: aproximadamente í½ berinjela por pessoa). É importante que as berinjelas sejam queimadas diretamente sobre o fogo para deixar o gosto de defumado.
Depois de queimadas tirar a casca carbonizada e esmagar o recheio formando uma pasta.
Misturar a pasta de berinjela com a pasta de tahine.
Pasta de tahine:
3 colheres de tahine (pasta pronta de gergelim) 1 dente de alho esmagado e sumo de um limão (para cada 4 berinjelas) e água até fazer uma pasta homogênea. Sal a gosto.

Servir com pão pita, pão folha, broto de alfafa, cenoura, cebola, folhas e azeite.

Drink Ogumda
Saquê e água de côco. (í½ de cada)