A série inicial, decidida por sorteio entre três pessoas, Lucio, Glerm e eu, cada um dizendo uma nota sem muita antecipação determinista, gerou o seguinte algoritmo (dado que este conjunto de notas se realiza temporalmente sempre na mesma sequência) de alturas (pitches): si – fa# – mi – sib – do – fa – do# – sol – re – la – sol# – ré#. Utilizamos o conjunto universo das notas da escala cromática fazendo abstração das diferentes relações entre sustenidos e bemóis, de acordo com o conceito de enarmonia.
Sobre esta abstração projetamos uma primeira escolha pulsional: as estruturas rítmicas dos motivos a, b e c. Após esta primeira decisão, e aplicando estes mesmos motivos í s 4 formas primitivas da série ( – Original (P) – Retrógrada (R) – Invertida (I) – Retrógrada Invertida (RI) – ) obtivemos as 4 variações possíveis para cada fragmento. Esta amostragem se constituiu num primeiro material de improvisação para o grupo de músicos (Helinho Brandão – sax, Sergio Albach – clarinete, Glerm Soares – microfones, rádio transmissão via web e computador, Richard Rebello – texto ilíada, Daniel – vibrafone, Ricardo Mardock – contrabaixo, Octavio Camargo- piano, e Gabriel Schwartz – flauta) que gerou a faixa de áudio que pode ser acessada no post abaixo – sériecontrato, em ogg ou mp3.
Esta primeira derivação, como gesto inicial, teve por objetivo demonstrar o tipo de variações que a serie oferece como estrutura fechada. Utilizamos aqui os preceitos da musica dodecafônica como foram expostos por Arnold Schoenberg (Escola de Viena).
O proximo passo que daremos em breve, é o de repensar a série sob sua potencialidade de gerar harmonias. Até aqui fizemos um uso estritamente melódico do material. Aprendendo a engatinhar na roda de Boulez.
O CHGP (Carlos Henrique Gontijo Paulino) já se dispôs a tratar o algoritmo da série como uma estrutura de geração de timbre, e de compartilhar este procedimento com a gente. Isto significa utilizar as relações matemáticas implícitas nesta sequência de notas, a saber ( 0-7-5-11-1-6-2-8-3-10-9-4 ) sintetizando-as em osciladores. Neste caso os harmonicos e parciais da nota de partida (si), serão geradores de um timbre exclusivo para a composição que compartilhe de sua estrutura algorítmica.
Este timbre não estará emulando nenhum instrumento musical existente, mas será uma sonoridade exclusiva do meio no qual foi produzido.
Para colorir a execução destes fragmentos admitimos também a ornamentação anterior, com anacrusas, e o prolongamento rítmico em sincopes de cada motivo, a critério do interprete.
quero sabe de tabuada