A obsolescência de nossos backups

(11:17:48) lucio: Olás!
(11:21:20) glerm: Olá!
(11:21:26) lucidasans: Aei…
(11:21:32) lucio: Bom, a Claudia está na escola, mas creio que ela gostaria de participar dessa conversa.
(11:21:49) lucidasans: Acho que a conversa pode ser em etapas, o Octavio também não está online.
(11:22:05) lucio: Podemos repetir a tentativa mais tarde com o Octavio e a Claudia.
(11:22:15) lucidasans: Temos que rever o material.
(11:23:33) lucio: Como passei pra vocês, temos mais alguns cds com algumas especificidades de conteudo para entregar. Mas é tranquilo, pois a base é o cd anterior que já enviamos pra ação educativa. Tem algumas coisas que não cabem pra nós, tipo: foto do grupo.
(11:25:06) lucidasans: Podia ser a foto do depósito da Santa Efigênia?
(11:25:15) lucio: Nem sei se temos uma imagem com todos juntos.
(11:25:25) lucidasans: Acho que não há.
(11:25:31) glerm: Na foto da Santa Efigênia há umas cinco pessoas.
(11:25:32) lucidasans: Tipo banda ou time de futebol.
(11:25:35) glerm: É o grupo, contando o cachorro da seis.
(11:26:09) lucio: Passa essa imagem pra eu ver.
(11:26:12) lucidasans: Não dá, o cabo usb está aí­ na 818. É uma imagem estranha, tipo um fosso.
(11:26:43) glerm: Cara, é um fosso não dá pra acreditar, parece aquele cofre do tio patinhas cheio de placa de computador. A imagem nem dá conta da vertigem que era o lugar.
(11:27:39) lucidasans: Pena que a câmera não pegou a profundidade de campo.
(11:28:40) glerm: O Octavio está escrevendo todas músicas dele em partitura. Vou passar pra midi.
(11:28:57) lucidasans: Eu estava vendo se convencia o Octavio a escrever pra Guitar Hero.
(11:28:59) glerm: E fazer algo com isso lá.
(11:29:12) lucidasans: De midi vai pra Guitar Hero?
(11:29:17) glerm: Sim.
(11:29:26) lucidasans: E depois pra Frets on fire. Haha, acho que tem a ver com o humor de canções.
(11:30:48) lucio: Vocês vem no 818 a noite?
(11:30:55) lucidasans: Sim, meus arquivos estão aí­, tenho quase nada aqui no Eee pra pensar em catálogo.
(11:31:14) lucio: Com relação ao espaço do Solar, pensei em um espaço auto gestionado.
(11:31:38) glerm: Meu relato do Campus Party.
(11:31:49) lucio: De certa forma como o 818 foi.
(11:31:51) lucidasans: Como assim auto gestionado?
(11:32:15) glerm: Vou ter que desabafar aqui. Não consegui a concentração que queria para trabalhar na proposta do “Bits e Volts na Unha”. Era necessário uma concentração meditativa para pensar em lógica binária ali na mesa, fazendo uma regressão aos primórdios da eletrônica analógica sendo digitalizada, desmistificando a necessidade do rigor acadêmico para sacar o assunto, mas aprofundando a parte atômica da coisa. Tipo “da onde vieram os bebês?”. Pensando bem, é muito triste isso, só falta cortar uma orelha.
(11:33:05) lucio: Sem hierarquias, principalmente com relação a qualquer tipo de dicotomia entre os seres que estiverem no lugar.
(11:33:06) glerm: Não quero expor isso, mas fica aqui registrado.
(11:33:09) lucidasans: A própria orelha ou a do soldado?
(11:33:50) glerm: Lúcio, a gente tem que pensar na problemática de ter que ficar batendo ponto lá.
(11:33:53) lucidasans: Mas são necessários dispositivos bastante ativos para garantir a não hierarquia.
(11:34:25) glerm: Como a gente vai resolver isso? Vai haver datas, horários?
(11:34:37) lucidasans: Não prometemos datas e horários fixos.
(11:35:00) glerm: Sim, mas o papo aqui está em torno de um projeto tipo o Desafiatlux.
(11:35:09) lucio: Entendo Simone, neste caso já existe uma hierarquia, que como o Glerm disse – a Fundação, mais especificamente o Solar, impõe.
(11:35:29) lucidasans: Oposição público-artista?
(11:36:02) lucio: Desconsiderando essa de público-artista… No entanto há um exercí­cio.
(11:36:31) lucidasans: Quando eu falei que era preciso ativar a desierarquia é porque também acho que já exista uma hierarquia natural naquele espaço, então estamos de acordo.
(11:36:56) lucio: Como essas etapas de documentação – catálogos oficiais, etc… que passam por uma forma de definição de quem são os propositores. Desse modo, a ocupação fala desse embate também.
(11:38:55) lucidasans: Entre propositores, interventores, consumidores?
(11:40:06) lucio: Sim, uma porção de delimitações – edital, espaço pré-demarcado de atuação, horários, etapas, agendamentos – um jogo.
(11:40:32) glerm: Mas interfaces é o que? Uma interface entre o jogo e o não-jogo?
(11:41:09) lucio: Dentro desse jogo é que se dilui nossa intenção. Esse jogo se chama instituição.
(11:41:53) lucidasans: Eu acho que invariavelmente é um jogo com máquinas, sejam as computacionais, sejam as burocráticas ou as conservas culturais.
(11:42:39) lucio: Como dialogar e diluir em espaços com regras bem definidas?
(11:42:43) glerm: Eu acho que esse jogo se chama retórica, porque não existe a não-instituição, isso seria a não-linguagem.
(11:43:28) lucio: É prática tambám.
(11:44:05) lucidasans: Sim, um jogo entre instituições.
(11:44:25) glerm: O que é o lixo?
(11:44:59) lucidasans: Diluir para neutralizar ou para prevalecer?
(11:45:48) glerm: Vamos pra gaza?
(11:46:20) lucidasans: Gaza está cheia de corpos, você fala ir fí­sico-newtonianamente?
(11:46:46) glerm: Vi a apresentação do Balbino e do Alê no Transmediale09, um grande evento de “Arte e Tecnologia”. Um cara de Burkina Faso me chamou atenção. Ele mostrou uma comunidade que fazia suas escolas, desde fazer os tijolos… Então ele tentava explicar que aquilo era feito pela necessidade, muito mais do que pra mostrar ali, mas as pessoas ainda ficavam perguntando das escolhas arquitetônicas deles, tipo porque teto era alto e uma hora ele falou: “eu estou aqui sobretudo pra convidar vocês pra irem lá, vamos?”. Acho que ele vai conseguir um dinheiro pra fazer mais tijolos, mas não sei se estas pessoas irão até lá. Mas já sei o que eles vão ter que ensinar nessas escolas. O que isso tem a ver com o “Interfaces”?
(11:49:46) lucidasans: Atá porque dá pra conseguir muito tijolo pelo valor da gasolina azul.
(11:49:47) glerm: Não sei, retórica – “carnaval malandros e heróis”.
(11:50:09) lucidasans: Tinha uma inscrição do discurso dele no Transmediale que ele explicou no começo.
(11:50:14) glerm: Alegoria – nota ().
(11:50:20) lucio: No caso – prevalecer/neutralizar/retórica – Quais as alternativas práticas? Continuar, parar, pular, voltar, esquecer, lembrar, rir. Uma lista de ações, quais as regras e antiregras dessa situação?
(11:55:53) gler1 [n=glerm@189.34.70.224] entrou na sala.
(11:55:55) lucio: Em meio a qualquer tipo de tática de objetivação, a um caos pseudo-organizado, como é essa sensação de diluição?
(11:56:04) gler1: Caí­, perdi um monte…
(11:56:26) lucio: Tem dois de Glerms na sala.
(11:56:37) gler1: Um deles eu perdi o link.
(11:57:03) lucio: Os Glerms se multiplicam.
(11:57:30) gler1: É um link perdido, a Simone está fora também. Onde parou a conversa?
(11:58:03) lucidasan1 [n=ieieie@189.34.70.224] entrou na sala.
(11:58:03) gler1: Cola aqui.
(11:58:08) lucio: Também passamos pelo sentimento da perda.
(11:58:11) claudi1 [n=claudia@189.4.43.181] entrou na sala.
(11:58:24) lucio: Oi Claudia!
(11:58:30) lucidasan1: Oi Claudia!
(11:58:33) claudi1: Oi!
(11:58:33) gler1: aqui ta como claud1
(11:58:51) claudi1: Deixa assim.
(11:59:07) lucio: Claudia, estamos conversando sobre multiplicações e diluições.
(11:59:21) gler1 mudou seu apelido para glermglerm
(11:59:58) claudi1: Multiplicações – Questões monetárias?
(12:00:29) lucio: Questões de duplicação de personas.
(12:00:44) lucidasan1: Onde estavam as multiplicações no assunto das intenções mesmo?
(12:00:54) glermglerm: Acho que a gente estava falando sobre “interfaces”.
(12:01:09) lucidasan1: Se interfaces era um jogo com máquinas.
(12:01:15) glermglerm: void()
(12:01:31) lucio: Qual era nossa intenção inicial quanto ao Interfaces?
(12:01:39) lucidasan1: E se era possí­vel declarar essas variáveis antes demais nada.
(12:02:27) lucio: Cabe ser fiéis a essas intenções?
(12:02:52) claudi1: Somos o que resta das diluições, multiplicações, intenções.
(12:03:25) glermglerm mudou seu apelido para guilhermerafaels
(12:03:36) lucio: Isso já é um estrago em tanto.
(12:03:40) guilhermerafaels mudou seu apelido para rafaelsoares
(12:03:57) claudi1: O que resta?
(12:04:11) lucio: Um novo nós…
(12:04:15) rafaelsoares mudou seu apelido para rg60166498
(12:04:52) rg60166498: Eu não acredito em mim, muito menos em vocês.
(12:04:59) lucidasan1: Pra haver um novo nós precisa haver um novo outros, senão não é nós-outros.
(12:05:05) claudi1: Eu também não.
(12:05:34) lucidasan1: Tudo bem Glerm, mim também não acredita em eu.
(12:05:34) rg60166498: Acho que é tudo sobre um dinheiro.
(12:05:35) lucio: Isso não deixa de ser crença.
(12:05:46) rg60166498: Que já foi gasto. O resto é simples, é viver e morrer sem matar. Mas interfaces era o que mesmo? máquinas?
(12:06:22) claudi1: As vezes matar.
(12:06:29) lucio: Pessoas.
(12:06:32) rg60166498: Não estou falando de metáforas, estou falando de gente que mata e se mata de verdade.
(12:06:45) lucio: O nome já diz.
(12:06:55) claudi1: Pessoas que agem como máquinas que agem como pessoas. Cães que agem como pessoas que agem como cães.
(12:07:28) lucidasan1: Crença = Programa.
(12:07:37) claudi1: Pode cagar na minha calçada.
(12:08:01) rg60166498: Existe uma discussão sobre o que é strictu sensu.
(12:08:02) lucio: Acham isso vertiginoso?
(12:08:17) lucidasan1: Não.
(12:08:20) rg60166498: Acho chato pra caralho, vertiginoso é surtar.
(12:08:51) lucio: “Vale a pena viver” – isso é uma conclusão?
(12:09:00) claudi1: Vertiginoso é estar.
(12:09:07) lucidasan1: Acho que até o futuro da internet é mais vertiginoso.
(12:09:09) rg60166498: Estar é fácil, basta ser. Não ser que é a questão.
(12:09:21) claudi1: Qual futuro?
(12:09:25) rg60166498: Vamos pra gaza?
(12:09:35) claudi1: Acho vertiginoso.
(12:09:42) rg60166498: Fazer as mães chorarem?
(12:09:46) lucidasan1: Se há futuro, está conversa estará nos backups.
(12:10:22) rg60166498: Acho tudo irrelevante.
(12:10:24) claudi1: E a seleção natural?
(12:10:33) lucio: Se a obsolescência permitir o resgate a esses dados.
(12:10:39) lucidasan1: O jornalista que jogou o sapato foi severamente torturado.
(12:10:49) rg60166498: Nunca se sabe.
(12:10:56) lucio: Porque errou.
(12:11:04) lucidasan1: Teremos que lutar pela volatilidade das nossas conversas e pela obsolescência dos dados, porque os servidores terão que manter entre aspas dados de três anos, não é?
(12:11:27) lucio: Na guerra o erro é a morte.
(12:11:32) lucidasan1: Pediu abrigo na suí­ça.
(12:11:37) rg60166498: O que eu faço com todo esse conhecimento, esqueço?
(12:11:45) lucidasan1: Mas está sendo investigado em um espaço que investiga terroristas no Iraque.
(12:12:30) rg60166498: Na sala vazia do museu.
(12:12:58) claudi1: Ocupação de fachada.
(12:13:13) lucidasan1: —-
(12:13:45) rg60166498: Tem gente que pinta fachadas e é feliz.
(12:14:58) lucidasan1 mudou seu apelido para glerm
(12:15:05) lucio: Existe um argumento: Vocês assinaram um contrato. Querem comentar algo?
(12:15:15) claudi1: Voltando ao dinheiro, e aí­ quem leva a melhor?
(12:15:36) rg60166498 mudou seu apelido para simone
(12:15:42) claudi1: Assinamos, lemos, erraram nossos nomes.
(12:15:54) glerm: Qual dinheiro?
(12:15:59) lucio: O que gastamos.
(12:16:03) claudi1: Aquele.
(12:16:03) glerm: O que já acabou?
(12:16:07) claudi1: Sim.
(12:16:19) simone: O contrato prevê como contrapartida uma exposição.
(12:16:19) claudi1: Quem levou a melhor?
(12:16:22) simone: Estou de acordo.
(12:16:34) glerm: Quem leva a melhor são os bancos.
(12:16:47) claudi1: Aêê!
(12:16:53) lucio: E como nos manifestamos diante disso?
(12:17:34) glerm: Eu fiz um monte de cacareco, quem quiser achar que vale alguma coisa que leve, senão talvez esse papo furado aqui valha algo. Os cacarecos não funcionam acho porque ainda não sei pra que servem.
(12:19:00) simone: Seguinte, eu vejo o catálogo como um extrato que não precisa necessariamente corresponder ao conteúdo da exposição.
(12:19:10) lucio: Servem pra ocupar um museu?
(12:19:39) claudi1: Ocupar o museu não é problema.
(12:19:47) glerm: Se servirem só pra isso corto minha orelha.
(12:19:47) simone: Precisamos deste tempo para nos dedicar a configurar e discutir a exposição.
(12:20:33) lucio: Van Gogh mordeu a orelha, hehe.
(12:20:50) claudi1: Mordeu a sua própria orelha.
(12:20:57) glerm: Pixe peixe.
(12:21:04) simone: Tyson, Pedro Simão.
(12:21:30) claudi1: Conhecemos um cara chamado Toto.
(12:21:42) simone: Sem acento?
(12:21:52) claudi1: Sim. Ele disse: Trabalho e produtividade.
(12:22:16) lucio: Como lema da bandeira.
(12:22:20) simone: Onde? Otimização e proatividade.
(12:22:54) simone: Onde vocês o conheceram?
(12:23:01) claudi1: Em Pontal do Sul.
(12:23:06) lucio: No embarque, mas seu afilhado escreveu: Vida e liberdade.
(12:23:31) simone: O que ele faz de tão inspirado?
(12:23:38) claudi1: Ele disse: Quem trabalha não ganha dinheiro.
(12:23:47) simone: Ah!
(12:23:51) lucio: O garoto tinha uns 10 anos e mandou essa.
(12:24:02) claudi1: Você estabelece graus de parentesco absurdos.
(12:24:03) simone: E a Ufpr escreveu: Scientia e labor, he!
(12:24:29) claudi1: Labor.
(12:24:33) glerm: A Ufpr tá certa, ciência e lavoura.
(12:24:56) lucio: E o barão mandou seus escravos construí­rem o espaço da exposição.
(12:25:05) simone: Ciência e laboratório.
(12:25:06) claudi1: Certo precisamos plantar.
(12:25:09) simone: Acho que eles acham.
(12:25:42) lucio: E os milicos construí­ram a outra parte.
(12:25:43) glerm: O pior de tudo não é que o barão supostamente morreu por nós, e sim que isso não me diverte.
(12:26:16) claudi1: Diversão, ciência e labor?
(12:26:37) simone: Distração, ciência e lavoura.
(12:26:46) lucio: E quanto aos desvios de conduta, isso existe?
(12:27:00) claudi1: Desvios?
(12:27:06) simone: Desde que não somos mais trens.
(12:27:14) glerm: Matar.
(12:28:01) simone: Pro Freud existem dois tipos, desvios de fins e desvios de meios.
(12:28:41) glerm: isso aqui é o texto do catálogo, ou é desvio?
(12:29:05) lucio: Vai passar antes pela censura.
(12:29:47) simone: E pelo liquidificador.
(12:30:18) claudi1: Claro, para uma mistura homogênea.
(12:31:26) lucio: Ou vai para o desvio do catálogo? Hoje havia de novo um passarinho preso no quarto do vitoriamario.
(12:34:25) simone: Ui!
(12:34:38) lucio: Conversei com ele e abri a janela.
(12:34:53) claudi1: E o que ele disse?
(12:35:18) lucio: Ele saiu e ficou no telhado na minha frente me olhando todo destrambelhado.
(12:35:31) claudi1: Tive uma idéia totalmente revolucionária.
(12:35:34) lucio: Piou e voou.
(12:36:18) simone: Putz, triste… Diga Claudia.
(12:37:17) lucio: Ou acha pouco seguro por IRC?
(12:37:52) claudi1: Estou esperando que mais pessoas estejam presentes.
(12:38:06) lucio: Como quem? Os revolucionários?

Encontro pelo Irc acontecido no dia 02fev2009.

vermelho medula && deep blue :(){ :|:& };:

Aqueles que se dizem artistas olham para o meu trabalho e me chamam de técnico.

Os que se dizem técnicos e cientistas me veem como um tosco artesão bradando contra os moinhos.

Circulo por comunidades “virtuais” como um pária praguejando visões de vetores e marcando encruzilhadas para encarnação das entidades, certo do quanto elas não são virtuais,
viajando quilômetros para encontrar pessoas que eram apenas avatares, apelidos, endereços
numa rede aberta de computadores que desde a infância ajudei a construir manipulado pelos jogos de guerra e paz de um grande leviatã informacional.

Tateio os contornos fí­sicos dessa identidade sem pátria, dessa lí­ngua sem regras gramáticais se refazendo por dentro de um frágil léxico de referências culturais globais, instantanêas e ainda não catalogadas pela história da humanidade em pacto.
Justifico uma tradução de protocolos semi-algébricos, olho para essas placas mãe sem metáfora materna, só crendoí  no esqueleto tátil daquilo que para os que ignoram meu mundo é um fantasma a lhes puxar o pé, um monstro pós industrial encarnado nestes objetos mortos ressucitados pela captura da luz, barreira intrasponí­vel da velocidade dos corpos.

Seus ví­rus de laboratório são só uma desculpa para não conhecer nossas entranhas.

Dissecando e amando :(){ :|:& };:

O passo pra cima do abismo de calcular todas as possibilidades sintáticas pra acalmar teus sentidos.

Meteorologia na sua dança da chuva. A banal e gloriosa rima perdida em um cheque-mate que já foi vencido, em azul profundo e vermelho medula, por nós, software-hardware encarnados e aceitos como um de vós: Interfaces.

sem moderação

essas bosta do caralho da porra nao tem nem palavra pra dizer que nada nada nao da em dn ndan=d nada essa merda da porra do bico do urubu podre tanta coisa miséravel na merda de espí­rito dum pensamento que nao vale nem fumaça de rato morto pegando fogo
essa merdqa de dicionario nao tem nada pra ajudar
historia da porrea merda um monte de idiota com essas merda de livro de biblia fazendo a gente engoli essa merda inteira a vida inteira as mae pai tudo desesperado viraram adulto tinha que justifica a bosta tudo bota filho no mundo bota na escola aprende ler escrever escrever esses vomito vomito de diconário nada nada glossário mí­nimo só excremento e coisa morta tudo morrendo os bicho comendo umas comida tudo podre tudo feit apra matá tudio nem aí­ tudo derrentendo e ois numero correndo na conta os banco inventaram daí­ os banco fodasse que antes nao tinha banco agora tem essa merda antes era rei antes era o bichi que nem pra dividir uma merda dim pedaõp de mamute nao tinha que dar paulada na cabeça então vem logo pro pau tudo essas merda de gravata da porra esse google do caralhio filha da puta cú merda de email srevidor um monte de loco cuidando dessas merda de messagem achando que serve opra pra alguma merda vai comê cola vai encher a vcara de água agau com sovente muito solvente coiusa qqer coisa que não seja solúvelk em água daí­ vai pegá essa merda de vomito fala que serve pra alguma coisa server pra porra nenhuma joga tudo fora

Perú quiere í­dolos. Busca personajes a admirar. Parece negar los tantos que tiene. Ellos no bastan, buscan alguno que sintetice a todos; a todos los niveles socio-económicos”¦ todas las sangres: las andinas, las selváticas y de la costa. Se busca un héroe no humano. Uno infalible pero sencillo.

Ninguém pode imaginar…

1. How To Use Your TV?


Contagion. /contígiín/ (s. of contígií).
� Transmission, by contact.
� Source, real or imagined, of infectious condition. (Patient Zero. Tango.)
� Contagious condition. (Smallpox. Conquest.)
� Imitation (Mimesis. Magic.)
� Transmission of habits, empathies, behaviors under the influence of another. (Rhythm. Ideology.)
� Bacteria, Virus, Metaphor. (AIDS)
� Rumor, Propaganda, Suggestion (Terror. Markets)
� Communicable. Permeable. Penetrable. (Border. Skin.)
� Crisis

í¿Qué potencial ofrece el contagio?

LOS PROBLEMAS DEL MUNDO ACTUAL
SOLUCIONES Y ALTERNATIVAS DESDE LA…

macacoland – Precisão em Medição – e sujar o chão com suas necessidades fisiológicas.

macacao

Para Quê?
Brasí­lia – Quarta , 01 de Outubro de 2008 Página Inicial | Indique aos amigos

Coluna de Eduardo Galeano

Oitavo mandamento, mentirás
Ali os peritos corrigem alguns errinhos dos relatórios anteriores. Entre outras coisas, ficamos a saber agora que os pobres mais pobres do mundo, os chamados “indigentes”, somam 500 milhões mais do que

“A fábrica será um catalisador para instalação de novas empresas de alta tecnologia, criando condições necessárias para o Paí­s entrar efetivamente na era da nanotecnologia”

os que apareciam nas estatí­sticas. Além disso, ficamos a saber que os paí­ses pobres são bastante mais pobres do que aquilo que diziam os numerozinhos e que a sua desgraça piorou enquanto o Banco Mundial lhes vendia a pí­lula da felicidade do mercado livre. E como se isso fosse pouco, verifica-se que a desigualdade universal entre pobres e ricos havia sido mal medida e í  escala planetária o abismo é ainda mais fundo que o do Brasil.

Certain mythologies have started here,
Público Indireto Atingido (estimativa do quantitativo) :
Outra mentira
Ao mesmo tempo, um ex vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, num trabalho conjunto com Linda Bilmes, investigou os custos da guerra do Iraque. O presidente George W. Bush havia anunciado que a guerra poderia custar, quando muito, 50 bilhões de dólares, o que a primeira vista não parecia demasiado caro tratando-se da conquista de um paí­s tão rico em petróleo. Eram números redondos, ou melhor, quadrados.
A carnificina do Iraque dura há mais de cinco anos e, neste perí­odo, os Estados Unidos gastaram um milhão de milhões de dólares matando civis inocentes. A partir das nuvens, as bombas matam sem saber quem. Sob a mortalha de fumo, os mortos morrem sem saber porque. Aquele número de Bush chega para financiar apenas um trimestre de crimes e discursos. O número mentia, ao serviço desta guerra, nascida de uma mentira, que continua a mentir.
Público alvo (qualitativo):

E mais outra mentira
Quando todo o mundo já sabia que no Iraque não havia mais armas de destruição maciça do que as que utilizavam os seus invasores, a guerra continuou, ainda que houvesses esquecido os seus pretextos. Então, em 14 de dezembro do ano 2005, os jornalistas perguntaram quantos iraquianos haviam morrido nos dois primeiros anos de guerra. E o presidente Bush falou do assunto pela primeira vez. Respondeu:

“Uns 30 mil, mais ou menos”.
E a seguir fez uma piada, confirmando o seu sempre oportuno sentido do humor, e os jornalistas riram-se.
No ano seguinte, reiterou o número. Não esclareceu que os 30 mil referiam-se aos civis iraquianos cuja morte havia aparecido nos diários. O número real era muito maior, como ele bem sabia, porque a maioria das mortes não se publica, e bem sabia também que entre as ví­timas havia muitos velhos e crianças.

Chips

Segundo o professor aposentado
Essa foi a única informação proporcionada pelo governo dos Estados Unidos sobre a prática do tiro ao alvo contra os civis iraquianos. O paí­s invasor só faz contas, detalhadas, dos seus soldados caí­dos. Os demais são inimigos, ou danos colaterais que não merecem ser contados. E, em todo caso, conta-los poderia ser perigoso: essa montanha de cadáveres poderia causar má impressão.

E uma verdade (Pobre do Mexico por estar tão perto deles..)
Bush vivia seus primeiros tempos na presidência quando, em 27 de julho do ano 2001, perguntou aos seus compatriotas:
“Podem vocês imaginar um paí­s que não fosse capaz de cultivar alimentos suficientes para alimentar a sua população? Seria uma nação exposta a pressões internacionais. Seria uma nação vulnerável. E por isso, quando falamos da agricultura americana, na realidade falamos de uma questão de segurança nacional”.
Dessa vez, o presidente não mentiu. Ele estava a defender os fabulosos subsí­dios que protegem o campo do seu paí­s. “Agricultura americana” significava e significa “Agricultura dos Estados Unidos”.
Contudo, é o México, outro paí­s americano, o que melhor ilustra os seus acertados conceitos. Desde que firmou o tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o México já não cultiva alimentos suficientes para as necessidades da sua população, é uma nação exposta a pressões internacionais e é uma nação vulnerável, cuja segurança nacional corre grave perigo:
atualmente o México compra aos Estados Unidos 10 bilhões de dólares de alimentos que poderia produzir;
La controversia
os subsí­dios protecionista tornam impossí­vel a competição;
por esse andar, daqui a pouco a tortillas mexicanas continuarão a ser mexicanas pelas bocas que as comem, mas não pelo milho que as faz, importado, subsidiado e transgénico;
o tratado havia prometido prosperidade comercial, mas a carne humana, camponeses arruinados que emigram, é o principal produto mexicano de exportação.
Há paí­ses que sabem defender-se. São poucos. Por isso são ricos. Há outros paí­ses treinados para trabalhar para a sua própria perdição. São quase todos os demais.

natural ausência de pensamento

Por quê?

“Se você não concordar, não posso me desculpar…”

pela sinistra “laotra”, sempre!

http://www.patrialatina.com.br/index.php
imunes í  corrupção da linguagem?
Quem?
lelex – submidialogia

PASSA A GRANA PORRA!!!

Corépanema

http://hangar.org/wikis/lab/doku.php?id=start:puredata_opencv

As coisas se transformam em conceitos (com um grau variável de abstração); o sujeito não pode tornarse um conceito (ele mesmo fala e responde). O sentido é personalista; sempre comporta uma pergunta ââ?¬â? dirige-se a alguém e presume uma resposta, sempre implica que existam dois (o mí­nimo dialógico). Este personalismo não é um fato de psicologia, mas um fato de sentido. Não há uma palavra que seja a primeira ou a última, e não há limites para o contexto dialógico (este se perde num passado ilimitado e num futuro ilimitado). Mesmo os sentidos passados, aqueles que nasceram do diálogo com os séculos passados, nunca estão estabilizados (encerrados, acabados de uma vez por todas). Sempre se modificarão (renovando-se) no desenrolar do diálogo subseqüente, futuro. Em cada um dos pontos do diálogo que se desenrola, existe uma multiplicidade inumerável, ilimitada de sentidos esquecidos, porém, num determinado ponto, no desenrolar do diálogo, ao sabor de sua evolução, eles serão rememorados e renascerão numa forma renovada (num contexto novo). Não há nada morto de maneira absoluta. Todo sentido festejará um dia seu renascimento. O problema da grande temporalidade.

ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??ââ? â??nuvem matsura
Parabéns por se juntar a nós no hi5! Use o hi5 para se manter conectado com amigos, compartilhar fotos sem limite, ou descobrir novos aplicativos. Quando se inscrever no hi5 e preencher seu perfil, você encontrará pessoas conhecidas e elas o encontrarão, é bem simples!

http://giss.tv/

o fim daquele texto

“O que garante a unidade da projetada coletânea de meus artigos é a unidade de tema, tal como ele aparece nas diversas etapas de seu desenvolvimento. A unidade de uma idéia em processo de formação e desenvolvimento acarreta certo inacabamento interno de meu pensamento. Não gostaria entretanto de converter um defeito em virtude. Em meus trabalhos, há muito inacabamento externo, um inacabamento que se deve menos ao próprio pensamento do que ao modo de expressão e de exposição. às vezes é difí­cil separar estes dois aspectos. Não se pode resumir isso a uma orientação (ao

estruturalismo). Meu fraco pela variação e pela variedade terminológica que abrange um único e mesmo fenômeno. As variedades das sí­nteses. Aproximações remotas sem indicações dos elos intermediários.

398
399

Observações sobre a epistemologia das ciências humanas
400
� �

Titulo da edição original: A propósito da metodologia das ciências humanas. Texto de 1974. Último escrito do autor, inspirado nas notas de trabalho de um estudo que era dedicado (em 1940) aos “fundamentos filosóficos das ciências humanas

401
A compreensão. Articulação da compreensão em atos distintos. Na compreensão efetiva, real e concreta, esses atos se fundem indissoluvelmente num único e mesmo processo de compreensão; no entanto, cada ato distinto tem uma autonomia ideal de sentido (de conteúdo) e pode ser isolado do ato empí­rico concreto. 1) A percepção psicofisiológica do signo fí­sico (palavra, cor, forma espacial). 2) O reconhecimento do signo (como algo conhecido ou desconhecido); a compreensão de sua significação reproduzí­vel (geral) na lí­ngua. 3) A compreensão de sua significação em dado contexto (contí­guo ou distante). 4) A compreensão dialógica ativa (concordância-discordância); a inserção num contexto dialógico; o juí­zo de valor, seu grau de profundidade e de universalidade. A passagem da imagem para o sí­mbolo revela-lhe a profundidade e a perspectiva de sentido. Relação dialética entre identidade e não-identidade. A imagem deve ser compreendida pelo que ela é e pelo que significa. O conteúdo do sí­mbolo autêntico aparece através do encadeamento mediador de um sentido que foi correlacionado com a idéia da totalidade universal (do conjunto universal cósmico e humano). O mundo tem um sentido ââ?¬â? “a imagem do mundo manifestada na palavra” (Pasternak). Todo fenômeno particular está imerso no caos dos princivios primários da existência. Diferentemente do mito, aqui fica-se consciente de sua própria não-coincidência com o sentido. No sí­mbolo, há “o calor do mistério em fusão” (Averintsev). Momento da oposição entre o que é pessoal e o que é do

402

outro. Calor do amor e frio da singularidade. Oposição e confrontação. Uma interpretação do sí­mbolo continua sendo ela mesma sí­mbolo, apenas um pouco racionalizada, ou seja, um pouco mais próxima do conceito. Definição do sentido em toda a profundidade e a complexidade de sua essência. O ato de compreensão concebido como descoberta do que existe, mediante o ato da visão (contemplação), e como adjunção, mediante a elaboração criadora a que o submetemos. Presunção do contexto posterior em sua extensibilidade, cotejo com o todo acabado e cotejo com o contexto inacabado. O sentido assim entendido (no contexto inacabado) não é pací­fico nem cômodo (não se pode tranqüilizar-se nem morrer nele). Significação e sentido. Preenchimento da rememoração e presunção do possí­vel (a compreensão em contextos distantes). Na rememoração, levamos em conta os acontecimentos que se sucederam (dentro dos limites do passado), ou seja, percebemos e compreendemos o que é rememorado no contexto de um passado inacabado. Em que forma

o todo está presente na consciência? (Platão e Husserl.) Até que ponto é possí­vel descobrir e comentar o sentido (da imagem ou do sí­mbolo) unicamente mediante outro sentido isomorfo (sí­mbolo ou imagem)? O sentido não é solúvel no conceito. Papel do comentário. Teremos quer uma racionalização relativa do sentido (a análise cientí­fica habitual), quer um aprofundamento do sentido, com a ajuda dos outros sentidos (a interpretação filosófico-artí­stica). O aprofundamento mediante ampliação das distâncias contextuais. Uma explicação das estruturas simbólicas tem de entranhar-se na infinidade dos sentidos simbólicos; por isso não pode tornar-se urna ciência na acepção desta palavra quando se trata das ciências exatas. Uma interpretação dos sentidos não pode ser de ordem cientí­fica, mas mesmo assim conserva seu valor profundamente cognitivo. Pode servir diretamente í  prática que concerne í s coisas. “Cumpre reconhecer que a simbologia não é uma forma não-cientí­fica do conhecimento, mas uma forma cientí­fica-diferente do conhecimento, dotada de suas próprias leis internas e de seus critérios de exatidão” (Averintsev).

403

O autor de uma obra está presente somente no todo da obra. Não será encontrado em nenhum elemento separado do todo, e menos ainda no conteúdo da obra, se este estiver isolado do todo. O autor se encontra no momento inseparável em que o conteúdo e a forma se fundem, e percebemo-lhe a presença acima de tudo na forma. A crí­tica costuma procurar o autor no conteúdo separado do todo; conteúdo que é associado naturalmente ao autor, homem de um tempo definido, de uma biografia definida e de uma visão do mundo definida (a imagem do autor fica confundida com a imagem do homem real). O autor, em pessoa, não pode tornar-se uma imagem, pois é o criador das imagens e do sistema de imagens da obra. E por esta razão que a chamada imagem do autor não pode ser uma das imagens da obra (uma imagem muito especial, é verdade). Não é raro que o pintor se represente no quadro (num canto deste), mas ele também faz seu auto-retrato. Ora, no auto-retrato, não vemos o autor como tal (não se pode vê-lo), assim como não o vemos noutra obra do autor. E nos melhores quadros do artista que a imagem do autor melhor se revela. O autor-criador não pode ser criado na esfera em que ele próprio é criador. Trata-se da natura naturans, e não da natura naturata. Vemos o criador apenas em sua criação, jamais fora desta criação. As ciências exatas são uma forma monológica de conhecimento: o intelecto contempla uma coisa e pronuncia-se sobre ela. Há um único sujeito: aquele que pratica o ato de cognição (de contemplação) e fala (pronuncia-se). Diante dele, há a coisa muda. Qualquer objeto do conhecimento (incluindo o homem) pode ser percebido e conhecido a tí­tulo de coisa. Mas o sujeito como tal não pode ser percebido e estudado a tí­tulo de coisa porque, como sujeito, não pode, permanecendo sujeito, ficar mudo; conseqüentemente, o conhecimento que se tem dele só pode ser dialógico. Dilthey e o problema da compreensão. Os múltiplos aspectos da eficácia na atividade cognitiva. A atividade eficaz do sujeito na cognição da coisa muda e na cognição de outro sujeito, ou seja, a atividade dialógica do cognoscente. A atividade dialógica (e seus graus) do sujeito submetido ao ato de cognição. A coisa e a pessoa (o sujeito) como

404

limites do conhecimento. Graus de reificação e de personalização. Caráter de acontecimento da cognição dialógica. O encontro. O juí­zo de valor como elemento necessário da cognição dialógica. Ciências humanas ââ?¬â? ciências que tratam do espí­rito ââ?¬â? e ciências das letras (a palavra que é ao mesmo tempo parte constitutiva delas e objeto comum de estudo). Historicidade. Caráter imanente. A análise (a compreensão e a cognição) fechando-se

num dado texto. Problema das fronteiras do texto e do contexto. Toda palavra (todo signo) de um texto conduz para fora dos limites desse texto. A compreensão é o cotejo de um texto com os outros textos. O comentário. Dialogicidade deste cotejo. Lugar da filosofia. Ela começa onde acaba a exatidão da cientificidade e onde começa uma cientificidade diferente. Pode-se defini-la como metalinguagem de todas as ciências (e de todos os modos de cognição e de consciência). Compreender é cotejar com outros textos e pensar num contexto novo (no meu contexto, no contexto contemporâneo, no contexto futuro). Contextos presumidos do futuro: a sensação de que estou dando um novo passo (de que me movimentei). Etapas da progressão dialógica da compreensão; o ponto de partida ââ?¬â? o texto dado, para trás ââ?¬â? os contextos passados, para frente ââ?¬â? a presunção (e o iní­cio) do contexto futuro. A dialética nasceu do diálogo para retornar ao diálogo num ní­vel superior (ao diálogo das pessoas). Monologismo hegeliano na Fenomenologia do espí­rito. Monologismo de Dilthey, não sustentado até o fim. O pensamento sobre o mundo e o pensamento no mundo. O pensamento que tende a abarcar o mundo, e o pensamento que se sente no mundo (parte deste mundo). O acontecimento no mundo, do qual participamos. O mundo como acontecimento (e não como algo que existe já concluí­do). O texto só vive em contato com outro texto (contexto). Somente em seu ponto de contato é que surge a luz que aclara para trás e para frente, fazendo que o texto participe de um diálogo. Salientamos que se trata do contato dialógico entre os textos (entre os enunciados), e não do contato mecânico “opositivo”, possí­vel apenas dentro das fronteiras de um texto (e não entre texto e contextos), entre os elementos abstratos desse

405

texto (entre os signos dentro do texto), e que é indispensável somente para uma primeira etapa da compreensão (compreensão da significação e não do sentido). Por trás desse contato, há o contato de pessoas e não de coisas. Assim que convertermos o diálogo num texto compacto, ou seja, assim que apagarmos a distinção das vozes (a alternância dos sujeitos falantes) ââ?¬â? o que é em princí­pio possí­vel (a dialética monológica de Hegel) – o sentido profundo (infinito) desaparecerá (teremos batido no fundo, ficaremos em ponto morto). A reificação completa, extrema, levaria inevitavelmente ao desaparecimento do que não tem fim nem fundo no sentido (de qualquer sentido). O pensamento que, como o peixe dentro do aquário, toca o fundo e as paredes, e não pode ir mais longe nem mais fundo. O pensamento dogmático. O pensamento só conhece os pontos convencionais; o pensamento dessubstancia todos os pontos colocados com anterioridade. Aclaramento do texto não pelos outros textos (contextos), mas pela realidade das coisas extratextuais. E isso que costuma ocorrer na explicação que opera com uma base sociológica vulgarizada, com uma base biográfica, ou com uma base causal (calcada nas ciências naturais), e também a baseada num historicismo despersonalizado (a história anônima). A compreensão verdadeira nos campos da literatura é sempre histórica e personalizada. Lugar e fronteiras da realidade. As coisas são prenhes da palavra. Unidade do monólogo e unidade particular do diálogo. A epopéia pura e o lirismo puro não conhecem o discurso restritivo. Este só aparece no romance. Influência da realidade extratextual sobre a formação da visão artí­stica e sobre o pensamento artí­stico do escritor (e do artista em geral no campo da cultura). As influências extratextuais têm uma importância especial nas primeiras fases da evolução do homem. Essas influências se envolvem na palavra (ou noutros signos), e tal palavra é a dos outros, e, acima de tudo, a da mãe. Depois disso, a “palavra do outro” se transforma, dialogicamente, para tornar-se “palavra pessoal-alheia” com a ajuda de outras “palavras do outro”, e depois, palavra pessoal (com, poder-se-ia dizer, a per-

406

da das aspas). A palavra já tem, então, um caráter criativo. Papel do encontro, da visão, da “iluminação”, da “revelação”, etc. Reflexo desse processo no romance de educação e de formação, na autobiografia, no diário, na confissão, etc. Entre outros: André Remizov, Os olhos tosquiados. Livre dos nós e dos meandros da memória. Papel desempenhado aí­ pelo desenho como signos que servem í  expressão pessoal. A esse respeito, o interesse de Klim Sanguin (o homem concebido como sistema de frases). O “não-dito”, seu caráter especial e seu papel. As primeiras fases da consciência verbal. O “inconsciente” que se torna fator de criação somente no limiar do consciente e da palavra (consciência constituí­da meio a meio pela palavra e pelo signo). De que modo minha consciência recebe as impressões da natureza. Estas são prenhes da palavra, da palavra potencial. O “não-dito” concebido como limite flutuante, como “idéia reguladora” (no sentido kantiano) da consciência criadora. O processo de esquecimento paulatino dos autores, depositários da palavra do outro. A palavra do outro torna-se anônima, familiar (numa forma reestruturada, claro); a consciência se monologiza. Esquece-se completamente a relação dialógica original com a palavra do outro: esta relação parece incorporar-se, assimilar-se í  palavra do outro tornada familiar (tendo passado pela fase da palavra “pessoal-alheia”). A consciência criadora, durante a monologização, completa-se com palavras anônimas. Este processo de monologização é muito importante. Depois, a consciência monologizada, na sua qualidade de todo único e singular, insere-se num novo diálogo (daí­ em diante, com novas vozes do outro, externas). Com freqüência, a consciência criadora monologizada unifica e personaliza as palavras do outro, tornadas vozes do outro anônimas, na forma de sí­mbolos especiais: “voz da própria vida”, “voz da natureza”, “voz do povo”, “voz de Deus”, etc. Papel da palavra com autoridade cujo portador, via de regra, não se perde, e que não fica anônima. A tendência em reificar os contextos anônimos transverbais (em rodear-se de uma vida não verbal). Sou o único a mostrar-me como pessoa que cria, fala, e tudo o mais é apenas estado das coisas que têm a função de causas, que suscitam e determinam minha fala. Não converso com essas coisas,

407

reajo mecanicamente, como a coisa reage a um estí­mulo externo. Os fenômenos verbais tais como a ordem, a injunção, a prédica, a proibição, a promessa (a jura), a ameaça, o elogio, a invectiva, a injúria, a maldição, a bênção, etc., constituem uma parte importante da realidade extracontextual. Todos esses fenômenos implicam uma entonação muito marcada, que pode enxertar-se (transferir-se) em palavras e expressões que não significam a ordem, a ameaça, etc. O que conta é o tom, separado dos elementos fônicos e semânticos da palavra (e de outros signos). Estes determinam a complexa tonalidade de nossa consciência, que serve de contexto emocional dos valores para o ato de compreensão (de uma compreensão total do sentido) do texto que estamos lendo (ou ouvindo) e também, numa forma mais complexa, para o ato de criação (de geração) do texto. Trata-se de fazer de tal modo que as coisas, que atuam mecanicamente sobre a pessoa, comecem a falar, em outras palavras, trata-se de descobrir, nesse meio das coisas, a palavra e o tom potencial, de transformá-lo num contexto de sentido para a pessoa ââ?¬â? ente pensante, falante e atuante (e criador). É o que sucede com qualquer forma séria e profunda de autobiografia, de introspecção-confissão, de discurso lí­rico, etc. Entre os escritores, quem conseguiu a maior profundidade nessa transmutação de coisa em sentido foi Dostoievski, ao desvelar os atos e os pensamentos de seus heróis principais. A coisa, que continua sendo coisa, influi somente sobre as coisas. Para influir sobre a pessoa, ela deve revelar seu potencial de sentido, tornar-se palavra, ou seja, participar de um contexto virtual do sentido verbal. Na análise das tragédias de Shakespeare percebemos que toda a realidade que influi sobre seus heróis é sistematicamente transmutada em contexto de sentido para os atos, os pensamentos e as emoções dos heróis: podem ser palavras (palavras das feiticeiras, as

palavras do fantasma, etc.) ou então acontecimentos e circunstâncias traduzidos na linguagem da palavra potencial que os pensa. Cumpre salientar que não se trata de uma redução pura e simples a um denominador comum: a coisa continua a ser coisa e a palavra continua a ser palavra, ambas preservam sua essência e apenas se completam com sentido.

408

Não se deve esquecer que a coisa e a pessoa são apenas extremos, e não substâncias absolutas. O sentido não pode (nem quer) modificar os fenômenos fí­sicos, materiais; o sentido não pode operar como força material. E, aliás, nem precisa: ele é mais forte do que qualquer força, modifica o sentido global do acontecimento e da realidade, sem modificar o mais í­nfimo de seus componentes reais (existenciais). Tudo continua a ser como era, adquirindo um sentido absolutamente diferente (transfiguração do sentido na existência). A palavra de um texto se transfigura num contexto novo. Inclusão do ouvinte (do leitor, do contemplador) no sistema (na estrutura) da obra. O autor (depositário da palavra) e o sujeito compreendente. O autor, ao criar uma obra, não a destina aos especialistas de literatura e não pressupõe uma compreensão cientí­fica dela, não almeja a criação de uma equipe de pesquisadores. Não convida os teóricos literários ao seu festim. A pesquisa literária contemporânea (essencialmente o estruturalismo) costuma definir o ouvinte imanente í  obra como ouvinte ideal, onicompreensivo ââ?¬â? o próprio tipo de ouvinte postulado na obra. Está claro que não se trata de um ouvinte empí­rico, de uma entidade psicológica, é a imagem do ouvinte na alma do autor. Esta é uma construção do espí­rito, abstrata. Opõe-se-lhe um autor identicamente abstrato, ideal. Assim entendido, o ouvinte ideal será o reflexo do autor num espelho, um reflexo que será sua duplicação; não se poderia introduzir nada de pessoal, nada de novo na obra compreendida de uma maneira ideal, nem no desí­gnio, idealmente completado, do autor; ele se situa no mesmo espaçotempo que o próprio autor, mais exatamente, ele está, a exemplo do autor, fora do tempo e do espaço (é o caso de qualquer construção do espí­rito, abstrata); por isso, ele não pode ser o outro (outrem) para o autor, não pode possuir o excedente inerente í  sua alteridade. Entre o autor e tal ouvinte, não se estabelece nenhuma interação, nenhuma relação ativa, dramática, pois já não são vozes, mas noções abstratas intra- e inter-iguais. É quando ocorrem abstrações tautológicas, matematizadas ou mecanizadas. Quando ocorre a despersonalização.

409

O conteúdo concebido como algo novo, a forma concebida como conteúdo antigo (conhecido), estratificado, estereotipado. A forma serve de ponte necessária para um conteúdo novo, ainda desconhecido. A forma há pouco tempo era uma visão do mundo estabilizada, conhecida e comumente admitida. Nas épocas pré-capitalistas, a transição entre a forma e o conteúdo era menos abrupta, mais harmoniosa; a forma ainda era um conteúdo não estratificado, não fixado, não trivializado; relacionava-se com as aquisições de uma criação coletiva em comum (tal como a mitologia). A forma era uma espécie de conteúdo implí­cito; o conteúdo da obra, por exemplo, desenvolvia um conteúdo já envolvido numa forma e não o criava enquanto algo novo, decorrente de uma iniciativa criadora individual. Por conseguinte, o conteúdo em certa medida precedia a obra, o autor não inventava o conteúdo de sua obra, mas apenas desenvolvia o que já estava presente na tradição. Os sí­mbolos são os elementos mais estáveis e, ao mesmo tempo, os mais emocionais; referem-se í  forma e não ao conteúdo. O aspecto propriamente semântico da obra, ou seja, a significação de seus elementos (primeira fase da compreensão), é, em princí­pio, acessí­vel a qualquer consciência individual. Mas o que constitui seus valores e seu sentido (sí­mbolos inclusive) só é

significante para indiví­duos ligados por condições comuns de vida, em suma, ligados por laços de fraternidade, num ní­vel superior. É neles, nos estratos superiores, que se efetua a participação, é neles que se participa de um valor superior (no limite, absoluto). Significado da exclamação emocional que assinala os valores na vida verbal dos povos. Há que observar que a expressão emocional dos valores pode não ter um caráter explicitamente verbal e pode estar implí­cita, manifestar-se pela entonação. As entonações mais substanciais e mais estáveis constituem um fundo entonacional determinado por um grupo social (uma nação, uma classe social, uma classe profissional, um meio, etc.). Em certa medida, pode-se falar apenas por entonações, tornando quase indiferente, relativa e intercambiável, a parte do discurso verbalmente expressa. E freqüente o emprego de palavras inúteis em sua significação verbal, ou então a repetição de uma única e mesma palavra, de uma única e mesma

410

frase, que então servem somente de suporte material para a entonação desejada. Na leitura (na execução) de um dado texto, o contexto extratextual, entonacional, dos valores pode realizar-se apenas parcialmente, ficando em sua maior parte, particularmente em suas camadas mais substanciais e profundas, fora do texto dado para a percepção ao qual ele confere um fundo dialogizante. É a isto que se resume, até certo ponto, o problema do condicionamento social (transverbal) de uma obra. Um texto ââ?¬â? impresso, manuscrito ou oral, isto é, atualizado ââ?¬â? não é igual í  obra em seu todo (ou ao “objeto estético”). A obra também engloba necessariamente seu contexto extratextual. A obra parece envolver-se na música entonacional e valorativa do contexto em que é compreendida e julgada (este contexto, claro, varia conforme as épocas da percepção da obra, o que cria sua nova ressonância). A compreensão recí­proca dos séculos e dos milênios, dos povos, das nações e das culturas, assegura a complexa unidade de toda a humanidade, de todas as culturas humanas (a complexa unidade da cultura humana), assegura a complexa unidade da literatura da humanidade. Todos esses fatos se desve1am tão-somente na dimensão da grande temporalidade, sendo nela que cada obra deve receber seu sentido e seu valor. As análises costumam escarafunchar no espaço acanhado da pequena temporalidade, ou seja, na contemporaneidade, no passado imediato e no futuro presumido, desejado ou temido. As formas emotivo-valorativas da presunção do futuro tais como se manifestam na lí­ngua-fala (a ordem, o desejo, a advertência, o conjuro). Futilidade da atitude do homem para com o futuro (o desejo, a esperança, o medo); fica-se insensí­vel ao inesperado, ao indeciso, í  “surpresa”, poder-se-ia dizer, í  novidade absoluta do milagre, etc. Particularidades da atitude profética para com o futuro. A abstração de si mesmo numa representação do futuro (o futuro sem mim). O tempo do espetáculo teatral e suas leis. Percepção do espetáculo nas épocas em que existiam e predominavam as formas litúrgico-religiosas e oficial-cerimoniosas. A etiqueta dos costumes no teatro.

411

Oposição entre a natureza e o homem. Os sofistas. Sócrates (“O que me interessa não são as árvores da floresta, mas os homens da cidade”). Dois extremos: o pensamento e a prática (o ato), ou dois tipos de relação (a coisa e a pessoa). Quanto mais profunda for a pessoa, isto é, quanto mais se aproximar de seu próprio extremo, menos lhe será aplicável um método generalizante, pois a generalização e a formalização apagam as fronteiras entre o homem genial e a mediocridade. Experimentação e tratamento matemático. Formular uma pergunta e receber uma resposta já representa, nas ciências exatas, uma interpretação personalizada do processo cognitivo e do seu sujeito (o experimentador). A história do conhecimento em seus resultados e a história dos homens que se aplicam ao conhecimento (M. Bloch).

Processo de reificação e processo de personalização, mas esta jamais poderá ser uma subjetivação. O limite não é o eu, porém o eu em correlação com outras pessoas, ou seja, eu e o outro, eu e tu. Haverá algo que corresponda ao “contexto” nas ciências naturais? O contexto está sempre vinculado í  pessoa (diálogo infinito em que não há nem a primeira nem a última palavra); nas ciências naturais, há um sistema objetal (a-sujeital). Nosso pensamento e nossa prática, não a técnica, mas a moral (nossos atos responsáveis), exercem-se entre dois extremos: entre a relação com a coisa e a relação com a pessoa. Reificação e personalização. Dentre os nossos atos, uns (de ordem cognitiva e moral) tendem para o pólo da reificação, sem jamais o atingir, os outros, para o pólo da personalização, sem o atingir plenamente. Perguntas e respostas não pertencem a uma mesma relação (categoria) lógica; não podem ser contidas numa única e mesma consciência (única e fechada em si mesma); toda resposta gera uma nova pergunta. Perguntas e respostas supõem uma exotopia recí­proca. Se a resposta não dá origem a uma nova pergunta, separa-se do diálogo e junta-se a um sistema cognitivo, im-pessoal em sua essência. Cronotopos diferentes de quem pergunta e de quem responde e universos diferentes do sentido (eu e o outro). A pergunta e a resposta do ponto de vista da terceira consciência e

412

do seu universo “neutro” onde tudo se despersonaliza inevitavelmente, onde tudo é intercambiável. Diferença entre o tolo (ambivalente) e o obtuso (uní­voco). As palavras do outro assimiladas (“pessoal-alheia”) e que, eternamente vivas, renovam-se criativamente nos novos contextos, e as palavras do outro, inertes, mortas, “palavras-múmias”. O problema fundamental de Humboldt: a multiplicidade das lí­nguas (premissa e fundamento da problemática: a unidade da espécie humana). Fica-se na esfera das lí­nguas e de suas estruturas formais (fonéticas e gramaticais). Ora, na esfera da fala (no âmbito de uma única lí­ngua ââ?¬â? qualquer uma), coloca-se o problema da palavra pessoal e da palavra do outro. 1) Reificação e personalização. Distinção entre a reificação e a “alienação”. Os dois extremos do pensamento. Aplicação do princí­pio de complementaridade. 2) Palavra do outro e palavra pessoal. A compreensão concebida como transmutação em “alheio-pessoal”. O princí­pio de exotopia. A complexa correlação entre o sujeito compreendente e o sujeito compreendido, entre o cronotopo do criado e o cronotopo do compreendente que introduz a renovação. A importância de atingir o núcleo criador da pessoa (é em seu núcleo criador que a pessoa continua a viver, ou seja, é imortal). 3) Exatidão e profundidade nas ciências humanas. O limite da exatidão nas ciências naturais é a identidade (a= a). Nas ciências humanas, a exatidão consiste em superar a alteridade do que é alheio sem o transformar em algo que é pessoal (os substitutos de toda espécie: moderniza-se, não se entende o que é alheio, etc.). A fase antiga da personificação (a personificação mitológica, ingênua). Época da reificação da natureza (e do homem). A fase contemporânea de personificação da natureza (e do homem), sem que haja, porém a perda da reificação. Ver acerca da natureza em Prichvin, segundo o artigo de V. V. Kochinov. Nessa fase, a personificação não tem o caráter do mito, conquanto não lhe seja hostil e utilize habitualmente a sua linguagem (transformada em linguagem de sí­mbolos). 4) Contextos da compreensão. Problema dos contextos distantes. Renovação ilimitada do sentido em qualquer contexto novo. A pequena temporalidade (a contemporaneidade, o passado imediato e o futuro previsí­vel ââ?¬â? desejado) e a grande temporalidade: o diálogo infinito e inacabável em que nenhum sentido morre. O vivente na natureza (o orgânico). Tudo o que é inorgânico é trazido, ao longo do processo de um intercâmbio, í  vida (a oposição só pode efetuar-se no abstrato, quando essas duas entidades são tiradas da vida). Minha atitude ante o formalismo? Tenho uma compreensão diferente da especificação. Ignorar o conteúdo leva a uma “estética material” (a crí­tica dele que fiz em 1924); não í  “fabricação”, mas í  criação (um material sempre proporciona apenas um “produto fabricado”); uma incompreensão da historicidade e da consecução (percepção mecânica da consecução). O valor positivo do formalismo: novos problemas e novos aspectos na arte; o novo, em suas fases iniciais, as mais criativas de seu desenvolvimento, sempre adota formas unilaterais e extremas. Minha atitude ante o estruturalismo? Sou contra o fechamento dentro do texto, contra as categorias mecânicas de “oposição” e de “transcodificação” (a pluralidade dos estilos em Eugênio Oneguin, tal como a interpreta Lotman e como eu a interpreto), contra uma formalização e uma despersonalização sistemática: todas as relações têm um caráter lógico (no sentido lato do termo). De minha parte, em todas as coisas, ouço as vozes e sua relação dialógica. No tocante ao princí­pio de complementaridade, também o entendo de maneira dialógica. As altas apreciações do estruturalismo. Problemas da “exatidão” e da “profundidade”. Profundidade de penetração na coisa (reificação) e profundidade de penetração no sujeito (personalismo). No estruturalismo, existe apenas um único sujeito: o próprio pesquisador. As coisas se transformam em conceitos (com um grau variável de abstração); o sujeito não pode tornarse um conceito (ele mesmo fala e responde). O sentido é personalista; sempre comporta uma pergunta ââ?¬â? dirige-se a alguém e presume uma resposta, sempre implica que existam dois (o mí­nimo dialógico). Este personalismo não é um fato de psicologia, mas um fato de sentido. Não há uma palavra que seja a primeira ou a última, e não há limites para o contexto dialógico (este se perde num passado ilimitado e num futuro ilimitado). Mesmo os sentidos passados, aqueles que nasceram do diálogo com os séculos passados, nunca estão estabilizados (encerrados, acabados de uma vez por todas). Sempre se modificarão (renovando-se) no desenrolar do diálogo subseqüente, futuro. Em cada um dos pontos do diálogo que se desenrola, existe uma multiplicidade inumerável, ilimitada de sentidos esquecidos, porém, num determinado ponto, no desenrolar do diálogo, ao sabor de sua evolução, eles serão rememorados e renascerão numa forma renovada (num contexto novo). Não há nada morto de maneira absoluta. Todo sentido festejará um dia seu renascimento. O problema da grande temporalidade.”

Rituais pós-digitais – dia dos mortos cavando as covas-kernels

— estes Rituais serão telemáticos ou mesmo telepáticos e podem e devem ser acessado de qualquer ponto da Terra —

Estamos com esta convidando todos amigxs e coletivos ao redor a participar ->
Ensaios para uma celebração pós-digital-ritualí­stica da nossa presença como corpo sem orgãos no Dia dos Mortos – 02 de novembro (e outros dias que podem ser sugeridos durante o processo).

este texto esta sendo documentado em processo no wiki:
http://organismo.art.br/interfaces/wikka.php?wakka=CovaKernel/edit&id=181âË?ž

e tdo processo relacionado de constituição das ferramentas para este (Interfaces) estão sendo documentadas em:
http://organismo.art.br/interfaces/âË?ž

Devido a conhecimentos especí­ficos que fazem parte de toda esta celebração, gostarí­amos de convidar todos para ensaios que vão iniciar neste domingo dia 21 de setembro depois oficialmente pelas 16 horas – na sagração da primavera – entrem em contato por estes emails com cópia e/ou utilizem a sala de chat IRC no servidor irc.freenode.net no canal #jardimdevolts – quem não sabe o que é irc pergunte por email também ou no su buscador de web favorito)

“Cavando a própria cova-kernel”…

A idéia surgiu a partir da vontade de concretizar um espaço imersivo, onde pudéssemos criar um tipo de Ritual de celebração de todo caos informacional que nos faz presentes para além destas redes telemáticas que ajudamos a contruir e manter. Como dar conta de contar nossas histórias, despertar curiosidade e inspirar com nossas mitologias sem estar preso as aparelhos de espetacularização da realidade que moldam os atuais simulacros do cotidiano (tv?cinema?teatro?galeria de arte? igreja?)? Sabemos que existimos, sabemos que estamos construindo uma realidade através de nossas utopias e que nossa realidade pode parecer fragmentada para quem tenta entender de fora, sobretudo para aqueles que infelizmente entendem como real somente o que é mediado pela comunicação de massas e pelo deus-mercado. Para rasgar este véu de recalque e para cantar o quanto estamos aqui, seja conscientes de nosso papel ou embebidos(as) em nossas próprias dúvidas, entoaremos o mantra de cristalização de nossa presença e imediatamente sentiremos que as faí­scas desta sinapse dum cérebro sem bordas do qual fazemos parte tomará conta e nos acompanhará em nossas tateantes buscas.

Como alquimistas proponentes desta liturgia (que proposta em forma de wiki torna este arcano decisório um portal aberto pra todos interessados) queremos sugerir um método para estes Rituais, que vão direto a algumas discussões que são correntes em grupos que participamos, então é determinante para nossa conexão inconsciente o poder de elucidação destas decisões simbólicas…

Seu enterro vai ter caixão? Você quer desaparecer em cinzas? Sua mãe guardou seu cordão umbilical? Cantam parabéns no seu aniversário? Você se formou numa faculdade e usou uma roupa com chapéuzinho e ganhou um papélzinho dizendo que você sabe tudo do assunto? Fumou um charuto quando nasceu o último bebê?

Imaginamos então um espaço onde estamos tateando e admitimos que JUNTOS estamos tateando. Chamamos de “nossa própria cova”. Aquilo que estamos cavando em nossa busca errante. Que ritual celebra este espaço de tanta vertigem mas também de tanta liberdade? Surgiu daí­ então uma visão:

Com artefatos tecnológicos artesanais, cada vez mais artesanais e autonômos conectamos este espaços por meio da Internet. Uma Internet livre que queremos para nossa soberania de comunicação olho no olho, e por isso é bom lembrar, cantamos também para manter a liberdade de expressão através dela. Os espaços tem escritos por todas as paredes, como em cavernas do paleolí­tico e os artefatos tecnoartesanais escorrem em fios pelas paredes como veias de uma trepadeira em simbiose espalhando sua seiva.

Aos iniciantes no Ritual serão distribuí­das lanternas, velas, artefatos para enxergar no escuro. Desafiatlux. Pontos iluminados das paredes disparam memorias coletivas conectadas das redes. Imagens, Sons, Mensagens instantanêas, Notas musicais, tambores conectados e sem fronteiras.

Aos iniciados convém a liturgia do mantra “Vire-se” – o código está aberto. Ars ex Scientia. Deuses e Máquinas estão silentes, quem sabe catalépticos, observando suas criaturas desdobrarem-se em mil espelhos de presença e percebendo sua potencia de continuidade.

O Primeiro Ritual esta marcado para 02 de novembro – Dia dos Mortos
Primeiro ensaio pra dia 21 de Outubro, próximo domingo – Inicio da Primavera.

INSIRA AQUI MAIS SUGEST��ES:

ConSertos Interfaces Rastros

[MEDIA=10]

[MEDIA=9]

[MEDIA=8]

como sem a minima condicao de definir – o som que soa, % de um simbolo que significa, sem fugir. estes fazem o que fazem, quase dejetos em impuras escavacoes. sintese de tesouros escondidos pelas maos dos que pretendiam (ou preferiam) guardar as sobras. degenerar e regenerar, magneto de polos sombrios, frios como geada congelada. faltam algumas palavras pra por na risca o x da questao: agora nao tem mais volta. se novamente perguntassem o porque de tanta obsessao. que perseguicao. ei, diga la! faz deduzir como causa um escrito – so falta agora achar o bilhete – como a agulha do palheiro. frame enterrado, um palito de fosforo talvez, enferrujado ate’ o po como faisca que ilumina estas criaturas. se fosse jogo serviria como pino de boliche, se fosse o tempo seria o foi. banda garagaica: inumeros bombardinos e abstracoes, figas da mae, ja grisalhas das luas cheias, tantas e tantas voltas pelo tonto lugar – boias pra imaginacao. o vento toca uma musica, faz voar todas as anotacoes, ce’rebro obtuso, catatonico de tanta cisma. mal da vida. guerreira da noite vai e volta sem se perder, sem se encontrar – ‘mesmo assim o labirinto e’ longo e escuro’ disseram. grito: sussuro na curva da prostracao com o rabo em meio a cova, sinuca de bico, vai e volta pra santa hora do veneno, tres vezes ao dia ou mais – amolacao pelo troco da feira, moeda perdida, amuleto da mais desgraca. sem meios pra se retratar, eis mais um acorde dissonante, dessa vez na ponta do quebra galho, puro cacoete passado pela aflicao do so pra variar. simples como cartilha, onde o que falha leva a culpa de brinde, decoreba desse mal estar: um suspiro pregado pelas marteladas ritmicas, truculentos cruzamentos nessa afiada musica. o carater anda mal das pernas, pode crer, engarrafado no meio do oceano, nadando contra a corrente pelo ensejo de se perder perder perder – triângulo amoroso, triplice alianca – sangrado e mofanado – corpo e’ter sem do nem beira. acorda cedo e esvai trabalhar. necrote’rio e saliva do fundo da garganta, em voz alta e bom tom: vai de reto linha torta!

Julio, o Jacaré

http://del.icio.us/glerm/interfaces

http://del.icio.us/glerm/navalha

http://del.icio.us/glerm/toscolão

querido diário,

1) Retornar aos experimentos com TVs analógicas

2) Documentar pesquisas com hardware baixo ní­vel DSP para aplicação em sampler e sí­ntese

3) Testes de interação para ritual remoto com objetos netsend e netreceive no puredata

4) Metodologias de reciclagem e recombinação do hackeando catatau (tags e sistemas de rss)

5) produção de hardwares USB-volts-USB baseados no freeduino

6) Produção de placas de amplificadores de potencia

7) sistemas de integração web com django-hardware

8 ) Uso de Multiplexadores para sistemas de varias entradas e saí­das

9) Pesquisa e amplicação de solenóides e relês com alta-voltagem

10) Upgrade do Navalha-Algosampler integração com web

11) Manto polifônico, Faí­sca PiraPulso, Poemas em Kernel, Rituais PÂS-Digitais.

ou não é nada disso, delirei.

Descartografando Cartesanatos: Jardins de Volts e/ou Desafiatlux

descartografando

Para imprimir(unico)
Para imprimir (em 8 A4)


É um dos primeiros objetos relacionais concretizados e assumidos da tempestade cerebral que tem acontecido neste periodo de experimentação no conSerto Interfaces. Representação pictórica de uma espécie de mapa cerebral, trouxe algumas das sugestões e direções que emergiram na busca pela idéia do que seriam estes “novos rituais”.

A partir da urgência de sí­ntese, surge o contraponto de forma entre o tal colapso da informação total, que hoje vivemos em sua plenitude com as redes informacionais. Aqui nos aparecem cristalizadas numa percepção descendente da percepção de um sujeito pós-histórico no limbo joyceano da prosa-poema polifônica versus o sujeito instantâneo da busca atemporal zen de formas como o haikai e outros retumbantes epitáfios.

Curioso perceber que o haikai tenta definir 3 eixos, assim como a base da matemática dos números reais, dos chamados eixos cartesianos. O surto pictórico é em função de buscar o ponto de fuga para além da tridimensionalidade: não apenas um quarto eixo, mas uma quarta dimensão, trazendo novos planos por derivação de novos conjuntos, onde o eixo da relatividade de Einstein do objeto tridimensional observador da função do tempo é apenas um metáfora do universo de conjuntos de números complexos. Salta aos olhos: Reapropriação da ciência como arte. Discussão do Espectro Eletromagnético como espaço para trânsito autônomo de idéias.

Imaginemos então o ponto de fuga como um dado real. Cantar um mundo pós-digital, pós-industrial, onde todo esse lixo descartado pelo consumo poderia tornar-se semente de um mundo mais consciente da própria presença e ação no espaço do aqui-agora. Tomemos então em tal representação pictórica como um “ponto de fuga” como aquele que na composição, define o vetor que simultaneamente gera e é gerado pela “pira-faí­sca” do dito compositor.

Neste ponto encontramos o “compositor” oferecendo sua alma para um ritual que traz algumas ações diretas pautadas por uma metareciclagem daquele refugo de onde a ciência não serviu ao conformismo da linha de produção. Ali este “compositor” divide-se no tal termo “imaginário” (no sentido que encontramos na matemática). Dois números imaginários divididos entre si resultam em um número real.

Novos instrumentos eletroacústicos, agora independentes de uma produção em série e industrializada, alimentados pela energia elétrica direta da natureza. Um toscolão (metade violão, metade destroços de uma apocaliptica era digital) alimentado por uma bateria de limões, que ritualisticamente tornam-se logo em seguida combustí­vel para bebidas a serem consumidas nestes jogos não-competitivos de roda.

Televisão analógica descartada do seio de conví­vio da sala de estar letárgica da famí­lia nuclear, agora servindo de instrumento musical em conexão direta com outros subsistemas de recombinação inteligente do que queremos conectar em saltos quânticos pelas redes de informação total. E na base destas redes, kernels (núcleos de software-hardware) ideológicos. Poemas distribuí­dos em códigos abertos de sistemas operacionais livres. Inscrições em circuitos ideológicos, strictu sensu.

E das faí­scas geradas: novas piras em seu sentido grego, retornando a uma semântica primata, em seu sentido primal. O fogo transitando entre espaços, alimentando novos rituais. Libertado o Prometeu acorrentado, construindo satélites com sucata, agora voando de aldeia em aldeia, voando e bebendo com os corvos, espalhando a combustão.

Para imprimir(unico)
Para imprimir (em 8 A4)

aniversário pirata – panetone em infinito pelo infinito

glerm 11mai2008: Oi amigos,
Ja dando o recado mas vou dar de novo várias vezes essa semana.
Dia 17 de maio próximo sábado estamos querendo pilhar a inauguração oficial do espaço 8!8 aqui no água verde.
mapa: http://casa.devolts.org
Aproveitando também que é meu aniversário! 🙂
Vai estar presente também o amigo pan&tone de Porto Alegre com seus brinquedinhos eletrônicos hackeados dialogando com toscolão e toscolissess.
Aliás durante todo o fim de semana vai rolar uma imersão de artesanato de volts, pra quem quiser aparecer.
Queria pedir para amigos que querm fazer um som que tragam instrumentos e amps, pois a tendencia é rolar barulho.
E também pedir se alguem poderia me descolar um projetor, pra gente fazer uma sessão de filmes e afins.
que tal?
claudia 12mai2008: Legal, Seção de filmes!
Seria bom se alguém pudesse emprestar um projetor ou ajudar no aluguel de um, custa R$ 100,00 a diária.
barbara 14mai2008: Glerm, Feliz aniversario pra vc e pro 818 !! Um ano cheio de luz e brisa!!
balbino 15mai2008: ja to acendendo as velas! será que rola uma promoção do avião??
caralha santos dumont


818 17mai2008: caraia glerm e panetone!

Orquestra Organismo no e_squina

oi amigos, tamos essa semana ali no sesc da esquina com alguns instrumentos que estamos construindo e prontos pra fazer um som com vocês (ou pra construir + instrumentos)

cheguem lá das 18 até 20hs qqer dia dessa semana (de 25 a 28 de setembro)

Endereço:. Rua Visconde do Rio Branco, 969

apareçam e levem amigos, a entrada é franca

abraço

glerm