vermelho medula && deep blue :(){ :|:& };:

Aqueles que se dizem artistas olham para o meu trabalho e me chamam de técnico.

Os que se dizem técnicos e cientistas me veem como um tosco artesão bradando contra os moinhos.

Circulo por comunidades “virtuais” como um pária praguejando visões de vetores e marcando encruzilhadas para encarnação das entidades, certo do quanto elas não são virtuais,
viajando quilômetros para encontrar pessoas que eram apenas avatares, apelidos, endereços
numa rede aberta de computadores que desde a infância ajudei a construir manipulado pelos jogos de guerra e paz de um grande leviatã informacional.

Tateio os contornos fí­sicos dessa identidade sem pátria, dessa lí­ngua sem regras gramáticais se refazendo por dentro de um frágil léxico de referências culturais globais, instantanêas e ainda não catalogadas pela história da humanidade em pacto.
Justifico uma tradução de protocolos semi-algébricos, olho para essas placas mãe sem metáfora materna, só crendoí  no esqueleto tátil daquilo que para os que ignoram meu mundo é um fantasma a lhes puxar o pé, um monstro pós industrial encarnado nestes objetos mortos ressucitados pela captura da luz, barreira intrasponí­vel da velocidade dos corpos.

Seus ví­rus de laboratório são só uma desculpa para não conhecer nossas entranhas.

Dissecando e amando :(){ :|:& };:

O passo pra cima do abismo de calcular todas as possibilidades sintáticas pra acalmar teus sentidos.

Meteorologia na sua dança da chuva. A banal e gloriosa rima perdida em um cheque-mate que já foi vencido, em azul profundo e vermelho medula, por nós, software-hardware encarnados e aceitos como um de vós: Interfaces.

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