CANTO DOIS: Das interfaces, naus, constelações, pólos, fundações e runas

Das grandes invenções da Humanidade:

Trad. Simp. Pinyin English
火èâ??Â¥ 火药 hu yí o gunpowder

Pólvora
IMAGENS
HISTÂRIA

Bússola:
IMAGENS
HISTÂRIA

æÅ?â?¡Ã¥Ââ??éâ?¡Â æÅ?â?¡Ã¥Ââ??éâ??Ë? zhí nán zhÂn compass

Curiosidade:
2 invenções antagônicas creditadas pelos greco-romanos aos povos “bárbaros”.

*SUBJETIVIDADE É FICÇÂO?
Resumo da narração

No décimo ano do cerco a Tróia, há um desentendimento entre as forças dos aqueus, comandadas por Agamémnom. Ao dividirem os espólios de uma conquista, o comandante aqueu fica, entre outros prêmios, com uma moça chamada Criseida, enquanto que a Aquiles cabe outra bela jovem, Briseida. Criseida era filha de Crises, sacerdote do deus Apolo, e este pede a Agamémnom lhe restitua a filha em troca de um resgate. O chefe aqueu recusa a troca e o pai ofendido pede ajuda a seu deus. Apolo passa então a castigar os aqueus com a peste. Quando forçado a devolver Criseida ao pai para aplacar o castigo divino, Agamémnom toma a Aquiles sua Briseida, como forma de compensação e desagravo a Aquiles. Este, ofendido, se retira da guerra junto com seus valentes Mirmidões. Aquiles pede então a sua divina mãe que interceda junto a Zeus, rogando-lhe para que favoreça aos troianos, como castigo pela ofensa de Aquiles. Tétis consegue a promessa de Zeus de que ajudará aos troianos, a despeito da preferência de sua esposa, Hera, pelo lado aqueu.

Então Zeus manda, através de Oneiros, a Agamémnom um sonho incitando-o a atacar Tróia sem as forças de Aquiles. Agamémnom resolve testar a disposição de seu exército. A tentativa por pouco não termina em revolta generalizada, incitada pelo insolente Tersites. A rebelião só é evitada graças í  decisiva intervenção de Odisseu, que fustiga Tersites e lembra a profecia de Calcas de que ílion cairia no décimo ano do cerco.

Os dois exércitos se perfilam no campo de batalha, diante de Tróia. Páris, prí­ncipe de Tróia, se adianta, mas logo recua ao ver Menelau, de quem roubara a esposa causando a guerra. Menelau o insulta e Páris responde propondo um desafio entre ambos. Os aqueus respondem com agressões, porém seu irmão Heitor, o maior herói troiano, reitera o desafio, propondo que o destino da guerra seja decidido numa luta entre Menelau e Páris. Menelau aceita, exigindo juramento de sangue sobre o pacto de respeitar o resultado do duelo. Enquanto os preparativos são feitos, Helena se junta a Prí­amo, rei de Tróia, no alto de uma torre para observar a contenda. Ela apresenta os maiores comandantes gregos, apontando-os para Prí­amo.

O duelo tem iní­cio e Menelau leva vantagem. Quando está para derrotar Páris, Afrodite intervém e o retira da batalha envolto em névoa, levando-o ao encontro de Helena. Agamémnom declara então que Menelau venceu a disputa e exige a entrega de Helena e pagamento do resgate. Porém Hera e Atena protestam junto a Zeus, pedindo a continuidade da guerra até a destruição de Tróia. Zeus cede em troca da não intervenção de Hera caso deseje destruir uma cidade protegida por ela. Atena então desce entre as tropas troianas e convence Pândaro, arqueiro troiano, a disparar contra Menelau, ferindo-o e rompendo o pacto com os gregos. O exército troiano avança, e Agamémnom incita os aqueus ao combate. Tem lugar então uma luta violenta, na qual os gregos começam a levar vantagem. Porém Apolo incita aos troianos, lembrando-os que Aquiles não participa da peleja.

Os troianos então avançam, retomando a vantagem sobre os gregos, a despeito dos grandiosos esforços de Diomedes, que insuflado pela deusa Palas Atena, chega a ferir os deuses Afrodite e Ares, que defendem os troianos. Os gregos por sua vez parecem retomar a vantagem, o que faz com que Heitor então retorne í  cidade para pedir a sua mãe tente acalmar í  Palas com oferendas. Após falar com a mãe, se encontra com sua esposa e filho em uma torre. O encontro é bastante triste, onde Heitor fala com a esposa e o filho sobre o seus futuros, pois pressente que Tróia cairá. A seguir, convoca Páris e com ele volta í  batalha.

Apolo combina com Atena uma trégua na batalha e para conseguí­-la incitam Heitor a desafiar um herói grego ao duelo. Ajax é os escolhido num sorteio e avança para o combate. O duelo é renhido e prossegue até a noite, quando é interrompido. Os aqueus então aproveitam para recolher seus mortos e preparar um baluarte.

Com a manhã, o combate recomeça, porém Zeus proí­be os outros deuses de interferir, enquanto que ele dispara raios dos céus, prejudicando aos aqueus. O combate prossegue desastroso para os gregos, que acabam por se recolher ao baluarte ao final do dia. Os troianos acampam por perto, ameaçadores.

Durante a noite Agamémnom se desespera, percebendo que havia sido enganado por Zeus. Porém Diomedes garante que os aqueus tem fibra e ficarão para lutar. Agamémnom acaba por ouvir os conselhos de Nestor, e envia a Aquiles uma embaixada composta por Odisseu, Ajax, dois arautos e o veterano Fenix presidindo, para oferecer presentes e pedir ao herói que retorne í  batalha. Aquiles, porém, ainda irado, não cede.

Agamémnom então envia Odisseu e Diomedes ao acampamento troiano numa missão de espionagem. Heitor, por sua vez, envia Dolon espionar acampamento aqueu. Dólon é capturado por Odisseu e Diomedes, que extraem informações e o matam. A seguir invadem o acampamento troiano e massacram o rei Reso e doze guerreiros que dormiam, se retirando de volta para o lado aqueu, onde são recebidos com festa.

Durante o dia o combate retoma, e os troianos novamente são superiores, empurrados por Zeus. Heitor manda uma grande pedra de encontro a um dos portões e invade o baluarte grego, expulsando-os e empurrando-os até as naus, de onde não haveria mais para onde recuar a não ser para o oceano. Há amargo combate, com os aqueus recebendo apoio agora de Poséidon enquanto Zeus favorece os troianos, com heróis realizando grandes feitos de ambos os lados.

Hera, então, consegue convencer Hipnos a adormecer Zeus. Os gregos, acuados terrivelmente, se aproveitam desse momento para recuperar alguma vantagem, e Ajax fere a Heitor. Porém Zeus acorda e, vendo os troianos dispersos e a momentânea vitória grega, reconhece a obra de Hera e a repreende. Hera diz que Poséidon é o único culpado, e Zeus a manda falar com Apolo e íris para que estes instiguem os troianos novamente í  luta. Então Zeus impede Poséidon de continuar interferindo, e os troianos retomam a vantagem. Os maiores heróis aqueus estão feridos.

Pátroclo, vendo o desastre dos aqueus, vai implorar a Aquiles que o deixe comandar os Mirmidões e se juntar í  batalha. Aquiles lhe empresta as armas e consente que lidere os Mirmidões, mas recomenda que apenas expulse os troianos da frente das naus, e não os persiga. Pátroclo então sai com as armas (incluindo a armadura) de Aquiles e combate os troianos junto í s naus. Ao ver fugindo os troianos, Pátroclo desobedece a recomendação de Aquiles e os persegue até junto da cidade. Lá, Heitor o confronta em duelo e acaba por matá-lo.

Há uma disputa pelas armas de Aquiles, e Heitor as ganha, porém Ajax fica com o corpo de Pátroclo. Os troianos então repelem os gregos, que fogem, acossados. Aquiles, ao saber da morte do companheiro, fica terrivelmente abalado, e relata o acontecido Tétis. Sua mãe promete novas armas para o dia seguinte e vai ao Olimpo encomendá-las a Hefestos. Enquanto isso o Aquiles vai de encontro aos troianos que perseguem os aqueus e os detém com seus gritos, permitindo que os gregos cheguem a salvo com o cadáver. A noite interrompe o combate.

Na manhã seguinte Aquiles, de posse das novas armas e reconciliado com Agamémnom, que lhe restituí­ra Briseida, acossa ferozmente os troianos numa batalha em que Zeus permite que tomem parte todos os deuses. Trucidando diversos heróis, Aquiles termina por empurrar o combate até os portões de Tróia. Lá Heitor, aterrorizado, tenta fugir de Aquiles, que o persegue ao redor da cidade. Por fim Heitor é enganado por Atena, que o convence a se deter e enfrentar o maior herói aqueu. Ele pede a Aquiles que seja feito um trato, com o vencedor respeitando o cadáver do vencido, permitindo seu enterro digno e funerais adequados. Aquiles, enlouquecido de raiva, grita que não há pacto possí­vel entre presa e predador. O terrí­vel duelo acontece e Aquiles fere mortalmente Heitor na garganta, única parte desprotegida pela armadura. Morrendo diante de seus entes queridos, que assistiam de dentro das muralhas, Heitor volta a implorar a Aquiles que permita que seu corpo seja devolvido a Tróia para ser devidamente velado. Aquiles, implacável, nega e diz que o corpo de Heitor será pasto de abutres enquanto o de Pátroclo será honrado.

Aquiles então amarra o corpo de Heitor pelos pés í  sua biga e o arrasta diante da famí­lia e depois o traz até o acampamento grego. É feito os jogos funerais de Pátroclo. Durante a noite, o idoso Prí­amo vem escondido ao acampamento grego pedir a Aquiles pelo corpo do filho. O seu apelo é tão comovente que Aquiles cede, chorando, com a ira arrefecida. Prí­amo leva o cadáver de seu filho para Tróia, onde são prestadas as honras fúnebres ao prí­ncipe e maior herói de Tróia.

———————

Rumo aos pólos magnéticos(de ambas polaridades) da Terra,
com votos de fortuna aos de boa ou mesmo má vontade,

abraço

glerm

PS: Os personagens desta epí­stola são fictí­cios, qualquer semelhança com a vida real, é mera coincidência.

saojoao

São joão,São João, acende a foguera no meu corassão…

leitE de pay

Bygmester Finnegan, of the Stuttering Hand, freemen�s mau-
rer, lived in the broadest way immarginable in his rushlit toofar-
back for messuages before joshuan judges had given us numbers
or Helviticus committed 1deuteronomy0 (one yeastyday he sternely
struxk his tete in a tub for to watsch the future of his fates but ere
he swiftly stook it out again, by the might of moses, the very wat-
er was eviparated and all the guenneses had met their exodus so

mr.

mss,

novamenteosso

2

Rapsodos trabalhando – Ilíada Canto XVI com Richard Rebelo e direção de Octávio Camargo – Curitiba, 26/07/2007

rapsodos-trabalhando

Confira aqui fotos do espetáculo e outros documentos em produção colaborativa a partir de 27/07/2007.

Clique aqui para ver as fotos de Gilson Camargo, em Olhar Comum.

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Da nau fervia o prélio, e ao divo Aquiles
Vem Patroclo a verter cálido choro,
Como de celsa rocha em fio brota
Fundo olho d’água. Comovido o encontra
O amigo velocí­pede: “Patroclo,
Pranteias molemente? És qual menina
Que, da mãe apressada após, retêm-na
Pelo vestido, e em lágrimas olhando,
Insta-lhe até que em braços a receba.
Aos Mirmidões, a mim, que novas trazes?
Veio de Ftia um núncio? Vivem, consta,
Menetes e Peleu, cujo trespasso
Tinha de entristecer-nos. Ou lamentas
Os que ante as cavas naus ingratos morrem?
Não me ocultes, amigo, as mágoas tuas.”
Gemente assim Patroclo: “Não te agastes,
Aqueu sem par; dor grave oprime os nossos:
Os mais valentes já feridos jazem,
De lança o Atrida e Ulisses, e frechados
Na coxa Eurí­pilo e no pé Diomedes.
Médicas mãos os curam cuidadosas;
Mas não se dobra teu rancor, Pelides.
Nunca ira tal me cegue, herói funesto!
Quem mais em teu valor fiar-se pode,
Quando não livras da ruí­na os Gregos?
Nem te gerou, cruel, Peleu nem Tétis;
Filho és do turvo mar, de broncas penhas.
Se agouros temes, se de Jove arcanos
Declarou-te a mãe deusa, ao menos dá-me
Teus Mirmidões, e aos nossos lume escasso
Talvez serei. Tua armadura emprestes:
Crendo-te em liça os Teucros, é factí­vel
Cessem do assalto, e aos márcios Gregos deixem
Útil breve respiro em tanta lida;
Frescos nós outros, o inimigo lasso
Fácil do campo e naus rechaçaremos.”
Ai! Néscio implora, e o fado e a morte chama.

Suspira Aquiles: “Como! Eu, bom Menécio,
De agouros me temer! De Jove Tétis
Nada me revelou. Mas dói-me o agravo
De um prepotente par, que o prêmio ganho
Por minha lança na invadida praça,
A jovem bela escrava, arrebatou-me;
Dói-me sim que esse Atrida ma tirasse,
Como das mãos de ignóbil vagabundo.
Olvide-se o passado, nem perpétuo
Âdio quero nutrir: de não depô-lo
Voto fiz, sem primeiro í  minha esquadra
Chegar o estrondo e a pugna. O arnês que pedes,
Veste-o, conduz os Mirmidões fogosos:
De Teucros nuvem basta as naus circunda;
Pouca ourela da praia aos Dânaos resta;
ílio em peso concorre e afouta inunda.
Oh! Não vêem mais luzir meu capacete:
Se o rei me fora justo, em fuga tinham
O fosso de cadáveres enchido;
Ora, opugnando, o exército encurralam.
Não mais braveja a Diomédea lança,
Os Dânaos resguardando; a voz calou-se
Das goelas do Atrida abominável:
A de Heitor homicida aos seus troveja;
Guerreiros vivas o triunfo aclamam.
Sus, Patroclo, das naus remove a peste,
Anda, acomete; a frota não se abrase,
Que nos deve repor na doce pátria.
Ouve e do meu conselho não te olvides,
A fim que honras os Dânaos me prodiguem,
E a cativa gentil me restituam
Com magní­ficos dons: repulsos, volta;
Embora o esposo altí­ssimo de Juno
Te apreste a glória, os bélicos Hectóreos
Não combatas sem mim, que me é desdouro;
Nem ávido exultando na carnagem,
Aos muros de ílio o exército avizinhes;
Pois descerá do Olimpo um dos Supremos,
Talvez o Longe-vibrador que os ama.
Salva as naus e retorna; eles pleiteiem
Em raso campo. Â sempiterno Padre,
Minerva e Apolo, a morte a nenhum Teucro
E a nenhum Grego poupe; escapos ambos,
Sós ílio sacra derribar nos caiba.”
De rojões, entretanto, Ajax vexado,
Mal se sustinha, que o domava Jove
E o dardejar contino; em torno í s fontes
O elmo hórrido rouqueja, que o brilhante
Artí­fice cocar alvo é dos tiros.
Do pavês o ombro esquerdo já tem lasso,
Mas quedo apara a chuva de arremessos;
De anélito açodado, os membros todos
Escorrendo em suor, nem resfolgava,
Aumentando um perigo outro perigo.
Musas do Olimpo, recontai-me como
O fogo se ateou na Argiva armada.
Onde a espiga se encava, de montante,
Corta o Priâmeo o freixo ao Telamônio,
Que mutilado vibra hastil inútil,
E cai no chão tinindo a cúspide ênea.
Treme o indômito Ajax reconhecendo
Que obra é celeste, que o senhor do raio
Decide e quer aos Teucros a vitória;
Enfim recua. A infadigável chama,
Remessada ao baixel, inextinguí­vel
Pega de popa a proa; então veemente
Bate Aquiles na coxa: “Eia, Patroclo,
Vejo lavrar tenaz o hostil incêndio;
Não se nos tolha o meio í  retirada;
Já já te arneses, e eu reúno as hostes.”
Cinge o Menécio deslumbrante saio;
Com prata afivelando, as finas grevas
Ajusta í s pernas; estrelada e vária
Aos peitos liga a do veloz Pelides
Érea couraça; o claviargênteo gládio
Pendura; o grã pavês, sólido ombreia;
Põe í  forte cabeça o casco insigne,
De nutante penacho e horrente crista;
Válidas lanças a seu pulso adapta,
Que a do Eácida exí­mio, por disforme,
Argeu nenhum, só ele, manejava:
Cortou Quiron seu freixo no alto Pélion,
De heróis futuro dano, a Peleu dado.
A Automedon manda aprontar o coche,
A quem mais preza após o rompe-esquadras,
Pajem fiel, no afogo das batalhas.
Este junge os ligeiros Xanto e Bálio,
Ao vento iguais: Podarga harpia, ao sopro
De Zéfiro num prado os concebera
Junto ao rio Oceano. Ata í  boléia
Com imortais corcéis Pédaso fero,
Preia de Aquiles d’Eetion nos muros.
O filho de Peleu, de tenda em tenda,
Arma os seus. Quando crus vorazes lobos,
O estômago a instigá-los, dilaceram
Montês cervo ramoso, em alcatéia,
Rubros os queixos, com delgadas lí­nguas
Lambem de cima a funda escura fonte;
E, teso o ventre, a impar, cruor vomitam,
Mais gana inda os instiga e os acorçoa:
Dos Mirmidões os prí­ncipes, não menos,
O amigo audaz famintos e animosos
Do Eácida ladeiam, que os ginetes
E adargados belí­gero afervora.
Cinqüenta lestes naus a Tróia Aquiles,
Caro ao Satúrnio, trouxe, com cinqüenta
Remos em cada uma, e a cabos cinco
Diviso o mando, presidia a todos.
Menéstio encouraçado era o primeiro,
Que a Espérquio rio, gênito de Jove,
Polidora pariu, de Peleu filha,
Gentil mulher que ao deus se unira assí­duo:
Nado o criam de Bóros Periério,
Que lhe esposara a mãe com dote imenso.
Era Eudoro o segundo, que houve oculta
A de Filas garbosa Polimela:
O Argicida Mercúrio amou-a, vendo-a
Cantos guiar e danças da auri-archeira
Diana estrepitosa, e manso ao quarto
Subindo virginal, teve este egrégio
Rápido campeão; mas, dês que ao lume
Do sol o deu cruí­ssima Ilitia,
Casou com Polimela o Actório Equecles,
Dotando-a com mil dons: o avô cuidoso
O criou como seu. Era o terceiro
Pisandro Memalides, que excedia
Na lança os Mirmidões, Patroclo exceto.
Quarto, o équite Fênix; era o quinto
Alcimedon famoso Laerceio.
Tudo Aquiles ordena, e diz severo:
“Não vos esqueça, Mirmidões, que a bordo
Ameaçáveis os Troas; que freqüente,
Condenando meu ódio, me exclamáveis:
– De fel a mãe te amamentou, Pelides;
Tirano, os sócios í  inação constranges;
Pois que a ira fatal caiu-te n’alma,
De volta í  casa o pélago sulquemos. –
Ei-lo o conflito pelo qual bramí­eis:
Quem tiver coração, corra aos Troianos.”

A voz régia afogueia as filas todas.
Como, a prova dos ventos, o arquiteto
Em parede superba ajunta as pedras;
Ajuntam-se, elmo a elmo, escudo a escudo,
Lado a lado, os varões: tocam-se e ondeiam
Indistintos penachos e cocares.
Sós dois, Patroclo e Automedon, concordes
Em ferir a batalha, os precediam.
Vai logo í  tenda Aquiles, abre a tampa
Da que a mãe argentí­pede, í  partida,
Lhe dera arca louçã, de agasalhados
Capotes cheia, e túnicas e mantas
E tapetes felpudos: copa tira
De alto lavor, em que ele só bebia
E a Jove só libava; com enxofre
Untada a expurga e em água a purifica;
Também lavando as mãos, purpúreo vinho
Despeja, e em meio dos guerreiros posto,
Nos céus a vista, ao fulminante Padre,
A seus rogos atento, assim brindava:
“Jove Pelasgo, tu que longe habitas
E imperas em Dodona hiberna e fria,
Dos Selos teus intérpretes cercado,
Que de pés andam nus e em terra dormem,
Perfaze ora os meus votos, já que os Dânaos
Por honrar-me afligiste: eu permaneço,
E de muitos í  testa envio o sócio;
Dá-lhe vitória, altí­ssono, e a coragem
No peito lhe confirma; Heitor aprenda
Se é de si forte o amigo, ou se invencí­vel
É só quando combate í  minha ilharga.
Mas, depois que do assalto as naus liberte
E do tumulto, incólume aqui volte,
Com meu arnês inteiro e os meus soldados.”
Previsto Jove, anui somente em parte:
Salve Patroclo as naus, mas não se salve.
Depois que liba súplice, o Peleio
Entra na tenda, e a copa na arca fecha;
à porta volve, e espectador ainda
Quis ser da atroz mortí­fera batalha.
Como Patroclo bizarro as hostes marcham,
Té que aos Troas remetem corajosas.
Quando as vespas, que encelam-se na estrada,
Insensatos meninos irritando,
Público mal preparam buliçosos,
Por descuido se as toca o viandante,
Elas com forte coração rebentam
Em defesa do enxame: assim prorrompem
Os Mirmidões, e a cuquiada ruge.
Grita Patroclo: “Â sócios do Pelides,
De quem sois recordai-vos, com façanhas
Esse herói dos heróis honremos hoje:
O amplo-dominador confesse a culpa
De agravar o fortí­ssimo dos Gregos.”
Com tal estí­mulo, adensados ruem;
Das naus em torno o alarma horrí­vel soa.
Vendo ao Menécio coruscar nas armas
E o mesmo auriga, trépidos os Teucros
Se desconcertam; cuidam congraçado
O Eácida veloz, e olhando em roda
Cada qual busca efúgio í  instante Parca.
Patroclo estréia, com fulgente lança,
Onde mais tumultuam, junto í  popa
Do Grã Protesilau: fere o armo destro
A Pericmeu, que os équites Peônios
Caudilha de Amidon e do íxio largo;
Vai de costas, no pó gemendo rola,
E a flor de seus espavoridos fogem.
Remove e extingue o fogo, e atropelados
Da nau já semi-ardida os Frí­gios deita:
Por entre as outras, com ruí­do enorme
Derramando-se os Dânaos, os repulsam.
Se alquando espalha Júpiter fulgúreo
O negrume do cimo da montanha,
Aberto o máximo éter, aparecem
Rocas, pí­ncaros, bosques; tais os Dânaos,
Livres do incêndio, um pouco respiraram:
Porém dura ainda a pugna; que os Troianos
Costas não davam todos, mas forçados
Iam deixando o campo e resistindo.

Cada chefe um contrário acossa e mata.
Logo a bronze o Menécio de Areilico
Fratura o fêmur e o debruça em terra.
A Toas, que do peito arreda o escudo,
Prosterna Menelau. Na arremetida,
Meges lanceia a perna, onde há mais polpa,
Ao nobre Anficlo, e os nervos lhe descose;
Letal escuridão lhe cega os olhos.
Antí­loco Nestório de érea ponta
A Atí­nio espeta o lado e o prostra. Máris,
Ante o fraterno corpo, ao Grego vibra;
Mas Trasimedes, prevenindo o golpe,
No ombro lhe mete a cúspide, e lhe corta
Os músculos do braço e o osso escarna:
Baqueia Máris em medonha treva.
E dois irmãos a Dite assim remete,
Ambos hasteiros, a Sarpédon caros,
Filhos de Amisodar, que, infensa a muitos,
A Quimera nutria insuperável.
Na baralha a Cleóbulo impedido
O Oiliades empolga, e na garganta
Lha ensopa toda e em sangue a espada aquece:
Purpúrea morte o imerge em noite escura.
Lí­con e Peneleu, que se entrechocam,
Botes errando, í s lâminas recorrem:
Lí­con no hostil cocar imprime o gládio,
Que pelo punho estrala; sob a orelha,
Peneleu de um revés lhe fende o colo,
E a cabeça, da pele só retida,
Lhe dependura e os órgãos lhe desata.
Merion desenvolto após Acamas,
Ao montar, o escalavra no ombro destro:
Ofusca-se-lhe a vista e rui do coche.
De pique atroz Idomeneu, de Erimas
Por sob o cérebro atravessa a boca,
Racha alvos ossos e desloca os dentes:
Os olhos dois infiltram-se de sangue,
Sangue das ventas bolha e abertas fauces;
Da nera morte o envolve a nuvem baça.

Cada herói Grego assim talha uma vida.
Como lobos roazes que, de espreita,
A mães roubam cabritos ou cordeiros,
Cujo pastor os descuidou no monte,
E aos balantes imbeles despedaçam;
Dão sobre os Troas, que olvidando o brio,
Só na horrí­ssona fuga se afiúzam.
Ansioso o grande Ajax a Heitor procura;
Que, adargando experiente os ombros largos,
Dos tiros o zunido ou silvo observa,
E inclinada a vitória, inda constante
Vela nos companheiros. Qual do Olimpo
Ao céu vai nuvem, se o nimboso Padre
O éter sereno tolda, as naus expedem
O trépido Tumulto: os de Heitor passam
Em debandada, e os rápidos ginetes
Apartam-no dos seus, que o fosso embarga.
Quantos corcéis, na escarpa escorregando,
Quebram temões, donos e coches largam!
Uns alenta o Menécio, outros acossa
Com ignito furor: em gritos fogem,
As estradas enchendo, e os corredores,
Por turbilhões de pó que os ares turvam,
Das naus e tendas í  cidade voam.
Trota e se envia onde há maior distúrbio,
E minaz urra: sob os eixos muitos
Rolam dos voltos clamorosos carros.
Os imortais ungüí­ssonos dos deuses,
Dom preclaro a Peleu, transpõe o fosso
De um pulo; e de ir o impulso tem Patroclo
Sobre Heitor, que é de biga arrebatado.
No outono, quando Júpiter, sanhudo
Contra o julgar dos homens que a justiça
Do foro banem sem temor dos numes,
A negra terra agrava de chuveiros,
Com tal fúria desfecha, que em dilúvio
Rios dos montes, sementeiras e agros
Arrasando, a gemer se precipitam
No vasto mar purpúreo: assim nitrindo
Iam na desfilada as Teucras éguas.
Rotas as hostes, para as naus Patroclo,
De ílio tolhendo o ingresso desejado,
As repulsa, e entre a praia e o Xanto e o muro
Gira a vingança e a morte. Nu de escudo
Fere a Pronos o peito; os membros laxa,
E fragoroso expira. De outro bote
Prostra o Enópio Testor, que perturbado
No assento encolhe-se e demite as rédeas:
Pela destra maçã lhe fisga os dentes,
A si contrai a lança; e, qual se pesca
De linha e anzol, de cima de um rochedo,
Grã sacro peixe, pela boca hiante
Do carro abaixo o tira inanimado.
Joga uma pedra a Erí­alo que arrosta,
O elmo parte a cabeça racha em duas;
Por terra se debruça, e a morte o cinge.
Patroclo, um após outro, ao chão derriba
A Erimas e Anfotero, Epalte e Pires,
Équio e Ifeu, Tlepolemo Damastório,
A Polí­melo Argeiades e Evipo.
Dele Sarpédon vendo os seus domados,
Repreende os nobres Lí­cios: “Que vergonha!
Onde, Lí­cios, fugis? Como sois ágeis!
Corro a provar o armipotente braço,
Que a tantos campeões tolhe os joelhos.”
Do carro eis salta e apeia-se Patroclo.
Quais, de bico recurvo e garra adunca,
Sobre alta penha aos guinchos dois abutres,
Travam-se eles gritando. – Ao contemplá-lo,
Para a consorte e irmã suspira Jove:
“Dos homens o mais caro, ai! Meu Sarpédon,
à lança do Menécio está votado:
Hesito n’alma se na Lí­cia o ponha,
Subtraí­do ao combate lutuoso,
Ou se ao cruel destino o deixe entregue.”
Mas a augusta olhitáurea: “Que proferes,
 formidável Júpiter? Salvares
Mortal í  triste Parca já fadado!
Salva-o, porém do Céu não tens o assenso.
Digo mais, e reflete, í  pátria vivo
Se envias teu Sarpédon, outros numes,
Da injustiça irritados, hão de os filhos
Muitos livrar que ante ílio estão pugnando.
E do teu predileto se hás piedade,
Mal do Menécio a mão do alento o prive,
Consente í  Morte e ao Sono que o transportem
à opulenta alma Lí­cia: irmãos e amigos
Façam-lhe exéquias e lhe sangrem pios
Túmulo e cipo, aos mortos honra extrema.”
O pai de homens e deuses resignou-se;
Mas pelo filho, a quem da pátria longe
Na feraz Tróia imolará Patroclo,
Asperge a terra de sanguí­neo orvalho.
Já se contrastam; mas Patroclo ao bravo
Pajem do rei Sarpédon, Trasimelo,
Vulnera no imo ventre e solta a vida.
Sarpédon brande a lança impetuosa,
E o golpe errado a pá direita fere
De Pédaso corcel, que em vascas geme
Na arena a espernear e arcando expira.
Xanto escouceia e Bálio; o jugo estala,
E as bridas se embaraçam no que atado
Ao temão jaz no pó. Na afronta, o hasteiro
Automedon provê: de Junto í  coxa
Robusta saca a lâmina aguçada,
E ao da boléia presto aos loros talha.
Direita a imortal biga ao freio acode.
Aos dois rói nova sanha e fogo novo:
Inda a Sarpédon falha a cúspide ênea,
O ombro só roça esquerdo; mas certeiro
Patroclo o pique lhe enterrou por onde
O coração as ví­ceras torneiam.
Como o carvalho, ou choupo ou celso pinho,
Para naval fabrico, ao truz desaba
De afiada secure; ante os cavalos
E o carro jaz, e o pó sanguí­neo apalpa,
Os dentes a estrugir. Qual fulvo touro,
Soberbo entre a flexí­pede manada,
Sob os colmilhos do leão morrendo,
Muge, inda se debate; assim, vencido,
Gemente o rei dos adargados Lí­cios,
A bracejar, o camarada chama:
“Diletí­ssimo Glauco, mais que nunca,
Mostra o que és, sê pugnaz, o mando assume.
Por Sarpédon concita os cabos todos
A pelejar; tu mesmo a lança enrestes.
Infâmia e opróbrio te será perpétuo
Os Gregos despojarem-me o cadáver,
Onde os Lí­cios heróis as naus disputam.
Eia, as tropas inflama, inabalável.”
Cala, afila o nariz e empana os lumes,
Revolto em morte. O Aqueu lhe calca os peitos,
A cúspide lhe saca e entranhas e alma.
Os Mirmidões retêm corcéis que vagam
Açodados, sem coches nem senhores.
De Sarpédon a voz contrista a Glauco,
Nem este lhe valeu, que na mão preso
Tinha o braço, e a frechada o confrangia
Do Aquivo Teucro na mural contenda;
Mas ora a Febo: “De ílio, ou da possante
Lí­cia, Escuta-me, ó nume arcipotente;
Queixas em qualquer parte e rogos ouves
De afligido mortal: picadas sinto
Lancinantes, o sangue não se estanca,
O ombro é pesado, o pique mal sustento.
Nada posso compreender; mas jaz Sarpédon,
Sem que ao valente filho acuda Jove.
 rei, sequer me sara esta ferida,
Alivia-me, a fim que esforce os Lí­cios
E o cadáver eu mesmo lhe defenda.”

Benigno Febo, as dores já lhe acalma,
Veda o sangue e o robora. Exulta Glauco
Da proteção do deus; primeiro os chefes
Lí­cios procura, e a cheio passo aos Teucros
Agenor se dirige e Polidamas,
Mais a Eneias e Heitor, e a este exprobra:
“Sócios esqueces que da pátria e amigos
Longe perecem, nem salvá-los queres!
Sarpédon morto jaz, da Lí­cia apoio,
Valoroso, eloqüente e justiceiro;
Pelas mãos do Menécio o prostrou Marte.
Indignai-vos, consócios, de que o dispam
E insultem Mirmidões, vingando irosos
Aos que ante as naus a botes aterramos.”
Lavra um luto geral; que, estranho embora,
Esteio era de Tróia, e o mais galhardo
Entre os galhardos Lí­cios. Por Sarpédon
Chameja e os guia Heitor; Patroclo, os Dânaos,
Instigando os Ajax de si fogosos:
“Vós Ajax, dantes sempre os mais estrênuos,
Hoje aos Teucros. O herói que entrou primeiro
No Graio muro, em terra está, Sarpédon.
Possamos nós despi-lo e encher de afrontas,
A bronze escarmentar os que se oponham!”
De estí­mulo os Ajax não careciam.
Uns e outros firmam-se em renhida pugna,
Teucros e Lí­cios, Mirmidões e Aquivos,
Com medonho alarido e fragor de armas.
Para estrago maior em torno ao corpo
Do amado filho, Júpiter estende
Lôbrega noite sobre o atroz conflito.
Olhinegros Aqueus primeiro afrouxam,
Ferido um Mirmidon não lerdo, prole
De Agacles valoroso, Epigeu divo,
Que em Budeia magní­fica imperava,
E morto um primo audaz, súplice veio
A Tétis argentí­pede e ao marido,
Que a Tróia em poldros fértil o enviaram
Do seu rompe-esquadrões na comitiva:
Sobre Sarpédon quando a mão já punha,
De uma pedrada o elmo Heitor partiu-lhe
E em duas a cabeça; do cadáver
Descai por cima, e a feia Parca o cinge.
Qual açor caça a gralhos e estorninhos,
Entre os primipilares, anojado
Pelo defunto sócio, tu Menécio,
De chofre dás nos Lí­cios e Troianos,
De seixo a Atenelau Itemeneides
Os tendões rompes da cerviz; recua
Com seus primipilares o Priâmeo:
Quanto, ou no jogo ou na homicida guerra,
Alcança um tiro de esforçado pulso,
Ganham tanto os Aqueus e os Teucros perdem.
Glauco o primeiro se voltou, matando
O caro filho de Calcon, Baticles,
De Hélade opulentí­ssima habitante
E o Mirmidon mais rico: este após ele,
Já quase o apanha; de repente o Lí­cio
Vira-se e a lança embebe-lhe no seio:
Ao baquear do braço, um grito soltam,
Com mágoa os Dânaos, com prazer os Troas,
Que em derredor se apinham; mas briosos
Vêm de encontro os Aqueus. Merion derriba
O audaz Laogono, de Onetor progênie,
Do Ideu Jove ministro e um nume ao povo;
Sob a orelha e a maxila o fere e prostra:
A alma afunda-se logo em treva horrenda.
O Anquí­seo a Merion dispara, crendo
Sob o escudo o enfiar na arremetida;
Ele previsto se proclina, e o freixo
Por cima zune, enterra-se na areia,
E o conto fixo treme, até que Marte
A fúria impetuosa lhe aquieta,
Pois dardou mão robusta o bote inútil.
E Eneias irritado: “És bom dançante;
Mas o pique, Merion, certeiro fosse,
Que para sempre te afracara as pernas.”
Ao que retorque o hasteiro: “És forte, Eneias;
Mas nem a todos que arrostar-te ousarem,
Tu contes extinguir. Mortal nasceste;
A tocar-te o meu bronze, embora sejas
Na destra afouto, me darias glória,
Tua alma ao rei da lúgubre quadriga.”
Mas o Menécio a Merion censura:
“Que te apresta o falar, valente amigo?
Antes que um morda o pó, com feros nunca
Arredarás os Teucros do cadáver:
O braço í  guerra, ao parlamento a lí­ngua;
Não palavras, sim obras.” Nisto avança,
Marcha e o ladeia Merion deiforme.
Qual soa ao longe a mata, em fundo vale,
Dos lenhadores aos contí­nuos golpes,
Ei-los em todo o campo o estrondo excitam
De êneos arneses, bipontudas hastas,
Elmos, lorigas, e broquéis e espadas.
Desconhecera o experto ao Lí­cio cabo,
Desde a cabeça aos pés de pó coberto
E sangue e tiros: cercam-no e vozeiam,
Como em curral, na primavera, moscas
De alvos tarros de leite em roda zumbem.
Júpiter, fitos no combate os olhos,
Medita ansioso de Patroclo o fado:
Se ali sobre Sarpédon o Priâmeo
O imole e dispa, ou se ele a vários inda
Lance no extremo afã. Por fim resolve
Que o fâmulo de Aquiles í  cidade
Com matança repila o chefe e os Teucros.
O coração primeiro a Heitor quebranta,
Que í  pressa monta e exorta os seus que fujam,
A balança Dial pender sentindo.
Nem os Lí­cios resistem, vendo em meio
Jazer seu rei de um vasto morticí­nio,
Pois sobre ele muití­ssimos caí­ram,
Quando o Satúrnio o prélio exasperava.
Despem-lhe as éreas coruscantes armas,
Que í s naus remete o vencedor Patroclo.

Diz a Febo o Nubí­cogo: “Anda, filho,
De sob os dardos meu Sarpédon ergas,
Puro do negro sangue, a parte, em veia
Limpa o lava, e de ambrosia perfumado
Veste-lhe imortal roupa, e o dá que o levem
Os dois gêmeos cursores Morte e Sono
à opulenta ampla Lí­cia: irmãos e amigos
Façam-lhe exéquias e lhe sagrem pios
Túmulo e cipo, aos mortos honra extrema.”
Dócil Apolo, do Ida ao campo desce:
De sob os dardos a Sarpédon ergue,
Puro do negro sangue, a parte, em veia
Limpa o lava, e de ambrosia perfumado
Veste-lhe imortal roupa, e í  Morte e ao Sono
O dá, que na alma Lí­cia o depuseram.

A Automedon excita e aos inimigos
Deita o coche Patroclo; e, se os preceitos
Louco não desprezasse do Pelides,
O trespasso evitara. Mas os de homens
Vence o aviso de Jove, que afugenta
E ao forte que instigou tolhe a vitória,
Ao Grego estimulando. – A quem, Menécio,
Derribaste primeiro, a quem postremo,
Quando a morrer os deuses te chamaram?
A Adresto e Equeclo e o Mégades Perimo,
E Autonoo, e Epistor e Melanipo;
Depois a Elaso e Múlio, enfim Pilarte:
Mata-os, os mais persegue. E a de altas portas
à tremebunda lança ajoelhara,
Na grã torre se Apolo não parasse,
Em mal dos Dânaos e a favor dos Troas.
O herói pelo espigão do altivo muro
Três vezes trepa, três a eterna destra
O empurra e bate-lhe o fulgente escudo;
Qual deus indo a investir, minaz o impede
O Longe-vibrador: “Não mais, Patroclo,
à brava lança tua os fados vedam
ílio santa arrasar; compete a braço
Que o teu muito mais forte; ao grande Aquiles.”
Temendo a frecha do agastado Apolo,
Retrograda o Menécio. às portas Ceias
Tem-se Heitor, cogitando se os cavalos
De novo atire í  turba, ou clame í s tropas
E as congregue ante o muro; e, enquanto hesita,
Aproxima-se Apolo em forma de ísio,
Tio seu maternal, mas verde e guapo,
De Dimas geração, que í s Frí­gias margens
Do Sangário habitava, e assim lhe fala:
“Que vil moleza, Heitor! Oh! Quanto em forças
Te cedo, eu te excedesse, que da inércia
Te havia de pesar. Anda, coragem!
A Patroclo os ungüí­ssonos propele;
Busca matá-lo, e dê-te a glória Febo.”
Disse, e torna í  refrega: Heitor ordena
Ao belaz Cebrion que açoute as éguas
E entre em peleja. O deus corre as fileiras,
Turba e assusta os Aqueus, exalça os Teucros.
Despreza os mais Heitor, só trata e marcha
Contra o Menécio, que do coche pula,
Na sestra o pique, na direita um branco
íspero seixo oculto, e forcejando
Errado o joga, mas não foi baldio,
Que acerta em Cebrion, Priâmeo espúrio,
Tendo as rédeas auriga: í s sobrancelhas
O esmecha a pedra e o osso lhe espedaça,
Aos pés vaza-lhe os olhos na poeira;
Ele exânime ao chão vai de mergulho.
E Patroclo a zombar: “Oh! Como é ágil!
De nau saltara no piscoso ponto,
Como da sela, e a mergulhar nas vagas,
Sustentara de ostrinhos a maruja.
São bons mergulhadores os Troianos.”
Aqui, remete a Cebrion, em guisa
De agro leão, que ao devastar o cerco,
É malferido, e ní­mia ardência o perde.
Pronto apeia-se Heitor. Qual num cabeço
Crus também dois leões esfomeados
Morta corça tetérrimos disputam;
Os dois, Patroclo e Heitor, da pugna mestres,
Cortarem-se almejando a sevo bronze,
Brigam por Cebrion: dos pés o aferra
O Menécio, e o Priâmeo da cabeça;
Teucros e Argeus frenéticos se abarbam.
Quando, em floresta ou brenha, de Euro e Noto
O certame sacode o cortiçoso
Corniso e o freixo e a faia, gemebundos
Seus longos ramos confundindo, estralam
Num contí­nuo fragor: tais se entrelaçam,
Não pensando na fuga desastrosa,
De Cebrion em roda os contendores,
Em recí­proco ataque a trucidar-se.
Lanças pregam-se e dardos, setas voam
Dos nervos rechinando, e a rodar pedras
Aos combatentes os broquéis abolam;
Da boléia esquecido, o herói se estira
De pó num turbilhão por grande espaço.
Enquanto o Sol montava, a tiros morrem
De parte a parte; mas no seu declive
Era imensa dos Gregos a vantagem,
Que a Cebrion arrancam do tumulto
E do acervo das armas e o despojam.
Patroclo a Marte igual, medonho urrando,
Três vezes rui, três vezes mata a nove;
Mas ah! da quarta, ó campeão divino,
Luziu teu fim! Terrí­vel sai Apolo;
Oculto em nevoeiro, a mão pesada
Lhe carrega no dorso e largos ombros;
Vidra-lhe os olhos súbita vertigem;
Desenlaçado o esguio capacete,
Rola aos pés dos ungüí­ssonos tinindo;
Sangue e pó suja as crinas e a cimeira,
Nunca dantes manchadas, quando ornavam
Do divo Aquiles a venusta fronte:
Na cabeça de Heitor, para seu dano,
Pôs Jove esse elmo. Reforçado e rijo
De Patroclo nas mãos rebenta o pique;
Dos loros o pavês se lhe desliga;
Mesmo Febo a couraça lhe desprende.
Quedo e estúpido, os membros entorpece:
Traspassa-o pelas costas o Pantóides
Jovem Euforbo, auriga e hasteiro insigne,
Celérrimo e adestrado, que dos carros
Novel já despenhou vinte inimigos,
E a ti, Menécio, te feriu primeiro,
Sem derribar-te; e, assim que extrai a lança,
Mete-se no tropel; pois não se atreve
Encarar com Patroclo, bem que inerme.
Este, opresso de um nume e vulnerado,
Aos seus retrocedendo, ia salvar-se;
Mas Heitor, ao magnânimo ferido
E em retirada, vem por entre as alas,
No vazio lhe ensopa o aêneo gume:
Tomba o herói com fracasso, e os Gregos gemem.
Qual se um leão com javali forçudo,
Beber ambos querendo em fonte exí­gua,
Luta cruel empenha em árduo cume,
Té que o cerdo açodado enfim sucumbe;
Tal ao Menécio, a tantos pernicioso,
Desalma Heitor. Sobre ele ovante o insulta:
“Creste assolar, demente, a pátria nossa,
E í  tua, subtraí­do o livre dia,
As Teucras embarcar: por defendê-las
Desse dia servil, é que os soní­pedes
Corredores de Heitor í  pugna o levam;
Por guardar seu decoro, é que na lança
Os Troianos supero belicosos.
Hão de comer-te, mí­sero, os abutres!
Nem vale o forte Aquiles, que ao ficar-se
Recomendou-te certo: – às naus bojudas
Não me revertas, cavaleiro amigo,
Sem que de Heitor ferino aos peitos rasgues
A cruenta loriga. – Essas palavras
Seduziram-te, louco, e te perderam.”
E lânguido o Menécio: “Ora blasonas!
Domado eu fui por Júpiter e Apolo,
Que o próprio arnês dos ombros me arrancaram.
Sem eles, como tu vinte guerreiros
Pelo meu dardo acabariam todos;
Mas fatal sorte e o filho de Latona,
E entre os mortais Euforbo, me renderam:
És terceiro e despojas um finado.
Escuta, e fixo o tenhas: longo tempo
Não viverás; a Parca já te espera
Sob a lança do Eácida invencí­vel.”
Disse, e expira: dos membros desatada,
A alma voa aos infernos lamentando
O seu viril esforço e mocidade.

Ao morto fala Heitor: “Por que me agouras
Destino tal? Quem sabe se inda ao nado
Da pulcrí­coma Tétis hei-de a vida
Extinguir?” Nisto, o calca, e o êneo pique
Da ferida sacando, o ressupino
Corpo com ele afasta; o enresta ansioso
Trás o pajem deiforme do Pelides,
Automedon, que os imortais ginetes,
A Peleu dom celeste, arrebataram.

Photos: Mathieu Bertrand Struck

Canto XVI da Ilíada de Homero (tradução de Odorico Mendes) – 26/07/2007 – Curitiba/Brasil – com Richard Rebelo

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Canto XVI da Ilí­ada, na tradução de Odorico Mendes
com Richard Rebelo
Direção: Octávio Camargo
26/07/2007 (quinta-feira) 20h
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Local: ACT – Ateliê de Criação Teatral
R. Paulo Graeser Sobrinho, 305
São Francisco – Cep: 80510-170
Curitiba – Paraná – Brasil
Fones: 41.3338 0450 / 3338 6189
E-mail: act.atelie@uol.com.br
ric31
Ensaio realizado em 22/07/2007
Fotos: Mathieu Bertrand Struck
Licensed under CC-BY-SA

Upgrade_Berlin / Iliadahomero / Studiob�¼hne / 08-06-2007

As apresentações de Claudete Pereira Jorge do Canto 1 da Ilí­ada, na tradução de Odorico Mendes, nas cidades de Skopje, Atenas e Berlin, foram agendadas através da colaboração entre o Upgrade Berlin, a Orquestra Organismo e o Grupo Reconstruction. Em Berlin, a performance aconteceu no Studiobühne, no bairro de Kreuzberg.

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Esta convergencia foi possí­vel atraves do trabalho de rede de pesquisadores de tecnologias livres no Brasil e do Upgrade Internacional, na busca de formas autonomas de gestão de intercambios culturais, possibilitando o surgimento de novas amizades. Segue o documento inicial deste network

Hi everyone,

This is quite a long email, It intends to be a documentation and a first route of ideas generated by the conversations with Ela Kagel and Horst Konietsny, here in Berlin. The idea is to create interfaces and links around the collective works of Upgrade (http://www.theupgrade.net/), Orquestra Organismo (www.organismo.art.br/blog) desCentro (www.pub.descentro.org) and Surface Tension (www.errantbodies.org)

As a first step to the idea of residences, both in Brazil and in Europe, we could start connecting some artistic rituals through digital technology in the web. This would bring a closer interaction straight away among the Upgrades, with the use of structures that are already at hand. It may also be a way of finding ressonances among people, putting them in contact, and identfying the specific fields of collaboration.

I see a similarity between the project of mobile-studios (http://mobile-studios.org/), by Ela kagel, the MimoSa (http://turbulence.org/Works/mimoSa/), by Ricardo Ruiz, and Jose Balbino’s idea of Building a house for residences in Arembepe, Bahia (http://midiatatica.org/upgrade/mar2629.html ).

I can also see relations of these moving structures for art in the recent piece by Brandon Labelle “Dirty Ear Recordings” in ST_Copenhagen (http://errantbodies.org/st_cphlabelle.html
and http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/?p=1865) and in the research that took place in Curitiba (http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/?p=1474 and http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/?p=1458) of the waste cycle for paper collectors (http://errantbodies.org/activecirculation.html and http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/?p=426), no place like home, and eiXos (http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/index.php?s=axis } These actions meet in the idea of recycling of technology through creative production
The relation between “mobile and fixed stations for art” meet in the specific aspect of colaborative development. A very curious historical link towards this attitude is the work of the polish artist Bruno Lechowski and his passage through curitiba in 1925 with his Cineton (a moving structure for art exhibitions that traveled around Brazil in the 20s) – : http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/?p=602

“cooking with pure data”, (http://errantbodies.org/st_cooking_pure_data.html)is a web interactive action that was first performed in a Surface Tension event in Curitiba, 2006, by orquestra organismo, (http://errantbodies.org/st_insertions_curitiba_vh.html) and then in Barcelona, in the same year (http://www.hangar.org/ and
http://www.estudiolivre.org/el-gallery_view.php?arquivoId=1764).
(People are invited to come for a meal in someone’s home or in a galery. The
lights in the space,blenders,and other eletrical equipments are online to be turned on and off from the web, creating an interactive cooking jam. In the action “garden of volts”, lemons are linked by cobber wires to produce electricity, which is transformed in sound waves through pd. (this creates a musical instrument out of squashing lemons, demistifying the means of producion of eletrical energy)

http://www.estudiolivre.org/el-gallery_view.php?arquivoId=1764

There are also plataforms for immediate exchange of collective work. The blog of orquestra organismo “Hackeando Catatau” has a wordpress template which is completely open for collaboration. Anyone can register and it has inputs from many different parts of the world.
desCentro’s web site (http://pub.descentro.org/) is also an important meeting point for open source actions in Brazil and abroad.
The Orquestra Organismo has just made an event in Curitiba in April, 2007.
The documentation can be found at the web site of the event
(http://conserto.organismo.art.br) The exhibition had a close relation with Upgrade Salvador and the ongoing Croat research of free open source in brazil { http://www.uke.hr/brazil/}

Another possibility for immediate collaboration and a larger connection of upgrade is the Iliadahomero project – sharing the code of the matrixes of the occidental languages to a larger public –
It is thoroughly documented at ( http://hackeandocatatau.arquiviagem.net/?p=1863)
The Iliadahomero Theatre Company was invited to present the performance of the book 1 of the iliad (a 50 minutes performance with Claudete Pereira Jorge) at the oppening of the participation of the PPC_T/Farkadona at the 1st Art Biennele of Thessaloniki. The invitation came from the Coordenator of PPC_T/Farkadonna, Hariklia Hari. This could also generate a series of performances in the cities that are linked to Upgrade in our way back to Brazil (first week of June 2007).

Well, I think it is already quite a lot! Hope this effort can bring good perpectives for everybody to meet new friends.

best for all
Yours,

Octavio

Na perforrmance no Studiobühne, a presença dos amigos reidentes em Berlin: Os compositores Chico Mello e Laura Mello, e a atriz Fernanda Farah

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Macedonia – Canto 1

Amasing landscapes of the mountains in the way to Skopje. The drawings of Dimitri, a new friend we made during the performance, shows three important aspects of the culture: The will for expression, through art and writting; the sea and navigation, which is out of reach; and the Victory, acompanied by the sun, the national symbol of Macedonia

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macedonia1.jpg

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Upgrade! Skopje_Iliadahomero

Iliadahomero

[ пеàÂÃÂ¾ÃÂ¼ÃÂ°ÃÂ½í ]

Хомеà, ÐË?лиÃ?Ë?ада, книга пàва
пàеведена од Odorico Mendes (Ðâ??àазил, 1799-1864)
àежиÃ?Ë?а: Octavio Camargo

во изведба на: Claudete Pereira Jorge
вàеме на изведба: 50 минÃÂи

Понеделник, 04 Ã?Ë?Ãни 2007,
поÇеÂок: 21:00
КÃлÂÃàен Ã?â? ÃÂµÃÂ½Âаà ТОЧКА, СкопÃ?Ë?е

влез íÃÂ»ÃÂ¾ÃÂ±ÃÂ¾ÃÂ´ÃÂµÃÂ½

www.lineinitiativeandmovement.tk
http://users.mur.at/toni/upgrade/

www.theupgrade.net
www.kontrapunkt-mk.org

Line I+M има ÇеíÂ да ви го пàеÂíÂави пеàÂоàмаíÃÂ¾Â Iliadahomero дел од евàопíÃÂºÃÂ°Âа ÂÃàнеÃ?Ë?а на Iliadahomero Theatre Company коÃ?Ë?аÃ?Ë?Âо е во Âек од маÃ?Ë? до Ã?Ë?Ãни 2007 година. ОвоÃ?Ë? пеàÂоàÃÂ¼ÃÂ°ÃÂ½í ÃÂµ поíÂавен од бàазилíÃÂºÃÂ¸ÃÂ¾Â ÂеаÂаàíÃÂºÃÂ¸ àежиíÃÂµà Octavio Camargo, а изведбаÂа е на Claudete Pereira Jorge. ПеàÂоманíÃÂ¾Â Ã?Å?е íÃÂµ изведÃва на поàÂÃгалíÃÂºÃÂ¸ Ã?Ë?азик и на овоÃ?Ë? наÇин Хомеà Ã?Å?е биде пàеÂíÂавен како медиÃм, алаÂка за инÂеàакÃ?â? ÃÂ¸Ã?Ë?а во àазлиÇни Ã?Ë?азиÇни плаÂÂоàми кои пàоекÂиàаа àазлиÇни пàеводи на àазлиÇни идиоми, но дела Ð¸íÂ код (доколкà на Ã?Ë?азико íÃÂµ гледа како на код) на лиÂеàаàниÂе маÂàиÃ?â? ÃÂ¸ на западнаÂа миíÃÂ»ÃÂ°, пàеÂíÂавÃваÃ?Ë?Ã?Å?и анÂиÇки ÂоàмÃлаÃ?â? ÃÂ¸ÃÂ¸ на íÃÂµ поíÃÂ¾ÃÂ²àеменаÂа ÂàанíÃÂ¿ÃÂ¾ÃÂ·ÃÂ¸Ã?â? ÃÂ¸Ã?Ë?а. Оваа бàазилíÃÂºÃÂ° гàÃпа Ã?Ë?а запоÇнÃва íÃÂ²ÃÂ¾Ã?Ë?аÂа ÂÃàнеÃ?Ë?а vo СолÃн (каде наíÂапÃва во àамкиÂе на пàвоÂо СолÃнíÃÂºÃÂ¾ биенале), a поÂоа пàодолжÃва во СкопÃ?Ë?е, ÐË?íÂамбÃл, СоÂиÃ?Ë?а, ÐÅ?инÃ?â?¦ÃÂµÃÂ½, Ðâ?ºÃÂ¸íÃÂ°ÃÂ±ÃÂ¾ÃÂ½, ПоàÂо, Ðâ??еàлин… ОвоÃ?Ë? наíÂан е оíÂваàен во íÃÂ¾àабоÂка íÃÂ¾ Upgrade! International мàежаÂа на ÃмеÂниÃ?â? ÃÂ¸ и кÃàаÂоàи кои àабоÂа Ð²Ð¾ полеÂо на нови медии и ÂеÃ?â?¦ÃÂ½ÃÂ¾ÃÂ»ÃÂ¾ÃÂ³ÃÂ¸Ã?Ë?а.

ÐË?нÂеàвÃ?Ë?à íÃÂ¾ акÂеàкаÂа, како и дел од изведбаÂа можеÂе да погледнеÂе на:

http://video.google.com/videoplay?docid=-8648892101673233597&q=claudete+pereira+jorge&hl=en