Anotações no coletivo

Anotações no coletivo
Submitted by felipefonseca on Sun, 16/11/2003 – 11:09.
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Autor (a):
Felipe Fonseca

Anotações no Coletivo

Artigo escrito em novembro de 2003, na seqüência de uma palestra que dei junto com Hernani Dimantas no Cybercultura 2.0, no Senac, a convite de Lucia Leão.

Aí­ uma costura das anotações tomadas na linha Lapa – Santo Amaro, quinta-feira passada, a caminho do Cybercultura 2.0, com algumas coisas que realmente cheguei a comentar na mesa redonda com o Hernani, e mais algumas elucubrações posteriores. Meu nome é Felipe Fonseca. Dizem que fui co-fundador do Projeto MetaFora junto com o Hernani. Mas outros dizem que o Projeto MetaFora nunca existiu, foi uma espécie de alucinação coletiva.

A cultura brasileira como uma cultura hacker (ou poderí­amos definir: a ética hacker nas culturas populares brasileiras*).

Em primeiro lugar, quero me desculpar porque vou avançar em alguns assuntos sobre os quais não sou especialista. Não me preocupar muito com isso é uma das coisas que aprendi com os hackers com quem trabalho. Bom, vamos adiante.

A era das grandes verdades

Até há pouco tempo, a comunicação concentrava-se em torno das fontes “oficiais” de informação e conhecimento: a igreja, o estado, a escola e a academia, e no último século a mí­dia de massa. As estruturas de comunicação eram facilmente identificadas. Um mapeamento dos fluxos de comunicação revelariam três grandes vertentes:

* as “fontes oficiais” propriamente ditas;

* as derivações das fontes (aquele tiozinho que repete no boteco o argumento do padre ou do âncora do telejornal), paráfrases das grandes verdades;

* as vozes contrárias, antí­teses das grandes verdades.

Essas últimas eram responsáveis por uma espécie de equilí­brio e um movimento de renovação. Podem ser identificadas aqui as vanguardas do século XX e a contracultura do pós-guerra, que, de alguma forma, acabavam impedindo uma total tirania na comunicação.

A era das múltiplas verdades

Nas últimas décadas, entretanto, as fontes “oficiais” começaram a se multiplicar e pulverizar. Acredito que alguns fatores influenciaram bastante nesse movimento:

* os questionamentos sobre a ciência no século XX;

* os questionamentos sobre a arte e seu papel;

* o intenso desenvolvimento e a facilitação do acesso í s Tecnologias de Informação e Comunicação;

* o acirramento da competitividade nos mundos corporativo e acadêmico, e entre as empresas de mí­dia de massa.

Um hipotético mapa da comunicação nos dias de hoje revelaria um cenário complexo, tendendo ao caos. Apesar de o ambiente da comunicação continuar dominado pelas mesmas estruturas (hoje, sobremaneira, as megacorporações), não é tarefa simples identificar onde se encerra esse poder. Em tal cenário, o papel de uma suposta contracultura precisa necessariamente se reinventar. Há 30 anos, era fácil identificar “o inimigo”: a ditadura no Brasil, a guerra do Vietnã e as estruturas militares nos EEUU, etc. Hoje, para onde devem apontar as armas da contracultura?

Aliás, ainda existe uma contracultura?

Eu acredito que não haja uma resposta objetiva.

Mas a comunicação tem papel fundamental na aceitação e manutenção dessa realidade. Em O Sistema dos Objetos, Jean Baudrillard identifica que a dominação através da manipulação publicitária não se dá no âmbito de cada peça de comunicação influenciando uma decisão do “consumidor”, mas no contexto do conjunto das peças publicitárias seguindo fórmulas assemelhadas e ratificando um modo de vida ocidental, branco e consumista. Uma situação claramente emergente, em que a ação de cada parte é menos importante do que a ação do conjunto.

A mí­dia tática surge nesse cenário, também como uma força emergente, potencializada com o novo ativismo que surge ao fim da década passada, nos protestos em Seattle, Gênova, Davos, Washington e tantos outros. Grupos de ativistas midiáticos e artistas de todo o mundo passam a utilizar ferramentas í s quais anteriormente só as elites tinham acesso para questionar a credibilidade da comunicação. Usam, camuflados ou não, as próprias armas do inimigo para conscientizar as pessoas sobre o que se passa no mundo. A mí­dia tática pode ser vista como a retomada do “social” na comunicação. Sua estrutura como sistema descentralizado e emergente encontra justificativa em Steven Johnson, no Emergência:

(…) se você está tentando lutar contra uma rede distribuí­da como o capitalismo global, é melhor mesmo se tornar uma rede distribuí­da.

A ética hacker

No mundo do desenvolvimento tecnológico, uma contracultura atuante desde os anos 70 construiu colaborativamente a Ética Hacker. Não vou entrar em detalhes, mas alguns dos princí­pios postulados pelos hackers encontram eco e respaldo na mí­dia tática:

* a descentralização coordenada;

* ênfase na reputação pessoal, baseada no histórico de ações, ao invés de hierarquia baseada em tí­tulos ou honras;

* colaboração e conhecimento livre e aberto;

* questionamento profundo sobre a validade da propriedade intelectual;

* Release Early, Release Often – é mais importante realizar do que ter um plano perfeito;

* informalidade.

Hackerismo brazuca

Estive em setembro no Next5Minutes, festival internacional de mí­dia tática realizado em Amsterdam. Alguns dias antes de embarcar, comecei a debater com o pessoal no MetaFora sobre o que falar por lá. As primeiras idéias circularam em torno da ética hacker e uma apresentação do grupo MetaFora. Na manhã da partida (ou a manhã anterior, não estou certo), acordei com a opinião de que tal linha de argumentação tinha duas falhas. Em primeiro lugar, eu não havia sido chamado para representar o MetaFora, e sim o Mí­dia Tática Brasil, festival realizado em março de 2003 do qual participamos. Além disso, não faria sentido simplesmente fazer côro a diversas outras vozes que já apregoam os princí­pios da descentralização e da colaboração. Já há algum tempo, tí­nhamos percebido que, em termos de colaboração, nós, elite cultural revoltadinha brasileira, temos mais a aprender do que a ensinar com as culturas populares* no Brasil.

O hackerismo tecnológico tem grande aceitação no Brasil, como pode detalhar o Hernani. O governo está adotando Software Livre, o paí­s é um dos maiores em volume de ataques de crackers. Sexta-feira, Maratimba comentou comigo que ouviu da boca de Miguel de Icaza que o Brasil tem o maior parque instalado do ambiente gráfico Gnome. No N5M, alguns programadores de Taiwan que estavam na mesa redonda New Landscapes for Tactical Media, da qual eu e Ricardo Rosas também participamos, vieram a mim perguntar, maravilhados, se tudo o que se falava sobre Software Livre no Brasil era verdade. Assenti, orgulhoso. Eu vejo algumas raí­zes culturais hackers no Brasil desde muito antes da criação do primeiro computador.

Os mitos afro-brasileiros**

Durante alguns séculos, pessoas de várias regiões da ífrica foram violentamente seqüestradas e trazidas ao Brasil, comerciados como escravos e encarcerados a uma vida de trabalho duro, restos de comida e praticamente nenhum direito. Não bastassem as agressões fí­sicas e a humilhação contí­nua, eles eram proibidos de exercer suas crenças, originalmente aní­micas. Alguns convertiam-se í  “verdadeira fé” católica, mas muitos desenvolveram uma alternativa, análoga í  engenharia social hacker: o tal sincretismo religioso. Camuflando seus orixás com vestes católicas, puderam continuar praticando seus rituais e venerando seus deuses da guerra, do trovão e do vento. Embora tenham aparecido diversas lideranças na Umbanda, não havia uma centralização de poder ou dogma. Assim, as linguagens espirituais afrobrasileiras foram se desenvolvendo de maneira colaborativa. Têm uma base comum (o kernel hacker) e diversas adaptações locais (a customização descentralizada hacker), chegando a abarcar elementos do kardecismo, de culturas indí­genas, de tradições ciganas, do budismo e outras crenças orientais.

A cultura burguesa brasileira

Não é novidade que, no iní­cio do século XX, a incipiente intelectualidade brasileira, composta em sua maioria pelos jovens filhos das elites que estudavam na Europa e voltavam ao paí­s, passava por uma crise de identidade, como ocorreu com todas as ex-colônias européias emancipadas entre os séculos XVII e XX ao redor do mundo. Duas perspectivas levavam a um impasse: de um lado, a cultura européia, moderna, vibrante, mas associada í  ex-metrópole colonial. De outro, uma cultura bruta, neonaturalista e sertaneja, quase crua. Os modernistas resolveram o paradoxo com a antropofagia, basicamente hacker: não renegaram nenhum dos dois mundos para criar novas formas de expressão. Pelo contrário, ao invés de tentar começar uma nova cultura do zero, misturaram elementos da cultura européia com a cultura brasileira. Vestiram a cultura popular de raiz com a experimentação formal do primeiro mundo.

Fenômeno semelhante ocorreu no final dos anos 70 com a Tropicália. Uniram o samba ao roquenrou, adaptando a linguagem comum da contracultura mundial com o sotaque local.

A economia pirata

Premida por uma situação econômica em condições cada vez piores, pressionada pela dificuldade de encontrar colocação e subsistência na economia formal, grande parte da população no Brasil migrou nas últimas duas décadas para a economia informal. Caracterizada por um dinamismo e por uma espécie de empreendedorismo na gambiarra, esse mundo alternativo de trabalho, que possui seu próprio cí­rculo de produção e distribuição, envolve hoje praticamente metade da população considerada “economicamente ativa” no Brasil, e mais uma grande quantidade de jovens e idosos. Possui suas formas de uma mí­dia mambembe que, se não se assemelha í  mí­dia tática do primeiro mundo, também chega, de maneira emergente, a questionar os domí­nios da propriedade intelectual e do poder da mí­dia de massa, em especial o branding corporativo. Outros elementos da ética hacker presentes na economia pirata:

* colaboração;

* descentralização;

* ênfase na reputação;

* informalidade.

O mutirão

Maratimba descreveu uma analogia do puxadinho feito em mutirão com o princí­pio do Release Early, Release Often, que corre um certo risco de ser uma visão estereotipada, mas que funciona como sí­mbolo:

Começo | Barraco – “Vamo botar essa porra em pé!”

Sabe como é? Menos é mais. Minimalismo funcionalista.

Expansão | Puxadinho – “Chame os amigos e ponha água no feijão”

Contemplar o máximo de necessidades. Refinamento e oferta de adicionais.

Refundação | Alvenaria – “Tá na hora de botar ordem na casa”

Revisão de erros e melhoria da qualidade geral. Consistência de dados e de interface E agora? Subi um barraco? Puxei um quarto pras crianças e um banheiro do lado de fora? Troquei os aglomerados e madeirites por tijolo e telha? Basta seguir a vida e esperar. Se precisar de mais teto, você pode construir a famosa casa nos fundos ou o mais popular segundo andar.

Comunidades periféricas interconectadas

As autoridades, a academia e a sociedade civil já acordaram para as possibilidades de transformação que as tecnologias de informação e comunicação trazem para a melhoria de vida das populações periféricas. As duas primeiras fases da “inclusão digital” tinham lá suas falhas, mas podem ser encaradas como um bom começo. Há um paralelo com um movimento que Mario de Andrade fez no século passado, de planejar expedições ao Brasil rural em busca de uma suposta cultura brasileira. Hoje, sabendo que cerca de 70% da população brasileira vive na periferia das grandes cidades, esses projetos têm o potencial de mapear e consolidar as caracterí­sticas de cada comunidade e integrá-las í s conversações mundializadas. É questão de adaptar as tecnologias í s necessidades das pessoas, e não o contrário. Vamos nos esforçando.

* Observações da moderadora Rita de Oliveira. Obrigado, Rita.

** Lucia Leão comentou que o site preferido de Roy Ascott é um site sobre Umbanda. Não tenho o link aqui, vou pedir í  Lucia.

Comentários

Lucia Leão

O site indicado pelo Roy é: http://www.umbandaracional.com.br/

17:01 computambores sedex – tuda veiz mesma coiza

Momento em que conseguimos enviar o projeto “computambores” para apreciação do mecenato da fundação cultural de curitiba. Com direito a tudo dar errado 10 minutos antes e depois dar certo com a porta fechando, no último minuto, ao estilo hollywoodiano. Esperando agora que a seqüência dê numa daquelas triologias épicas…

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DESCREVA OBJETIVAMENTE O QUE PRETENDE REALIZAR E JUSTIFIQUE:

O projeto Computambor almeja pesquisar formas de construção de instrumentos musicais que mesclam procedimentos artesanais, tais como marcenaria e luthiaria, aos da ciência da computação e da eletrônica.

Os “computambores” serão instrumentos musicais que usam a tecnologia de softwares e hardwares livres para resgatar o aspecto táctil e não condicionado a uma produção industrial. Trazem para o mundo das artes o material tecnológico e seus procedimentos criativos, que apesar de estarem discriminados ao campo “técnico”, são matérias primas tão poéticas quanto a escultura, a pintura e a música.

Os objetivos deste projeto são:

1) Criar instrumentos que possibilitem novas sonoridades e rituais, fazendo com que o desenvolvimento plástico, visual, tecnológico e lúdico andem juntos; e, ao mesmo tempo, trazendo para o campo do som espontâneo e popular a possibilidade de pensar as máquinas, que tanto nos cercam hoje, como ferramentas criadas por nós mesmos que podem nos ajudar a formatar e a aperfeiçoar nossa linguagem e nossas relações sociais.

2) Estimular entre os artistas o uso de tecnologias livres, posto que softwares e hardwares livres são hoje no mundo todo maneiras de compartilhar conhecimentos relevantes que até então eram vistos como “segredos industriais”. Desta maneira, conseguimos trazer para o inevitável contato do ser humano com essas máquinas, a possibilidade do jogo, da brincadeira do artí­stico, do musical, do poético.

SINOPSE E RESUMO DO PROJETO:
Isto deve ser bem resumido

Computambores serão instrumentos musicais que estimulam o uso artesanal de procedimentos eletrônicos. Não se resumem a instrumentos de percussão: poderão ser também instrumentos melódicos e harmônicos. A grande caracterí­stica é trazer para o campo do artesanato e da ritualização da música, instrumentos que usam procedimentos computacionais para sua composição e que podem estimular o uso em rede de suas interfaces, acessando a Internet e nela recombinando sons e possibilitando novos circuitos de divulgação das artes.

Com os Computambores será possí­vel criar todo um novo gestual para novos timbres; possí­vel, ainda, gravar voz e outros sons para serem usados como samples (amostras) ao vivo. Estes instrumentos poderão também acessar a internet, ou redes locais, para possibilitar jams de pessoas em locais diferentes, compartilhando ao vivo, em tempo real, suas gravações.

Com isso tornamos possí­veis novos rituais e celebrações, onde a tecnologia é percebida na dimensão humana e onde potencializamos a recombinação de idéias poéticas, tirando estas idéias dos HDs (discos de memória do computador) para na prática fomentar novas redes.

Amplitude e Abrangência do projeto (cidades e estados onde o projeto será distribuido ou divulgado)

Quanto í  abrangência, este projeto traz o fomento de um circuito sem fronteiras da divulgação da música local. Desde que começamos o envolvimento com essa rede de produtores e usuários de softwares e hardwares livres, nos inserimos num contexto internacional alimentado pela Internet, numa comunidade de pessoas com a mesma busca contemporanêa. O potencial do uso destes instrumentos em rede, nos trás possibilidades, por exemplo, de dois concertos acontecerem simultaneamênte em cidades distantes. Tudo isso é um potencial de identificação enorme, que certamente fomenta um circuito importantí­ssimo e sempre aberto para novos artistas. O artista local só tem a ganhar com isso.

Presencialmente, estaremos divulgando, documentando e produzindo este trabalho na cidade de Curitiba, mas pela sua caracterí­stica de produção em rede, atingirá diversas cidades do planeta. Dentre as cidades com as quais ja mantemos forte contato pela web estão: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Tibau do Sul-RN, Salvador, Porto Alegre, Brasí­lia, Belo Horizonte. Fora do Brasil, já se desenvolvem parcerias na Croácia (Krizevci), Espanha (Barcelona), Dinamarca (Copenhagen), Alemanha (Berlin) e Grécia (Atenas e Farkadona).

Estratégia de ação

02 – ENUMERE AS ATIVIDADES NECESSíRIAS PARA ATINGIR O(S) OBJETIVO(S) DESEJADO(S), EXPLIQUE COMO PRETENDE DESENVOLVÃ?Å -LAS E QUAL O TEMPO ESTIMADO (DIAS).

1. Pré Produção e Pesquisa. Duração de XXX meses.
A primeira etapa do projeto prevê a realização de uma pesquisa aprofundada sobre a contrução de instrumentos. Este estudo terá como foco a identificação de luthiers que, além de processos artesanais, estejam trabalhando com plásticas sonoras mais inovadoras. As atividades dessa fase inicial incluem a descrição de procedimentos de construção de instrumentos e hipotéticas entrevistas com alguns desses produtores. É também a partir desse processo, nesta primeira etapa, que serão elaborados planos mais precisos de divisão do trabalho.

2. Produção de Design e Acústica. Duração de XXX meses.
Em seguida, passamos para um segunda fase que é a de construção dos instrumentos na sua forma acústica já conhecida. Pode-se, neste caso, trabalhar, desde tambores de maracatu e rabecas de fandango, entre outros instrumentos pesquisados, até instrumentos totalmente originais. A desconstrução de designs será também o foco desta etapa do projeto. Como exemplo, é possí­vel citar o uso de um joystick simples do tipo padrão no mercado. Estes controles de videogame de protocolo USB podem ter seu design desconstruí­do, serem imbutidos no instrumento e mapeandos via software livre, com um software chamado Puredata – linguagem de programação gráfica voltada para multimí­dia (http://www.puredata.info).

3. Produção de Eletrônica e Software. Duração de XXX meses.
Numa terceira fase, passamos a construir hardwares baseados em microprocessadores de projeto livre, como o Arduino – hardware livre para trabalhos de conversão de voltagem em liguagem binária (http://www.arduino.cc). Nesta etapa que terão iní­cio as tentativas de tornar o instrumento independente do computador: salvando arquivos numa memória local do instrumento, ou fazendo com que o instrumento se comunique via sinal de antena com um servidor próximo.

4. Documentação. Duração de XXX meses.
Todas as fases do processo serão amplamente documentadas, sobretudo em ví­deo, uma vez que é também objetivo do projeto disponibilizarmos uma metodologia simples para o uso destas técnicas, tonando-as acessí­veis para qualquer artista interessado em reproduzir tais idéias.
Ao final, contudo, nos últimos 2 meses, será finalizada essa documentação, pois iremos divulgar os resultados via web, chamando as pessoas para “jams” online via interface web. Aqui propomos também uma contrapartida de receber pessoas em um dia e horário marcados na ocasião para explicarmos o processo de forma didática e/ou tocar conosco no estúdio-oficina montados para o projeto.

5. Coordenação. Duração de XXX meses.
As ações de coordenação do projeto estão inseridas durante todo o processo, seja através de articulação, prestação de contas, organização das demandas e definição de planos de trabalho.

Descrição Técnica

02 – DIMENSIONE E QUANTIFIQUE O RESULTADO PRETENDIDO DO PROJETO

Pretendemos com este projeto tornar visí­vel a possibilidade de trabalhar com eletrônica de maneira artesanal e poética. Especificamente dentro do campo da música, pretendemos trazer questões interdisciplinares, como o interesse pelo design, pelas artes plásticas e pela tecnologia.

Outro resultado interessante será fomentar um circuito de artistas ligados a este tipo de troca de conhecimento e também possibilitar um canal bastante pró-ativo de divulgação de trabalhos, por identificação com os novos timbres, novos instrumentos e pela possibilidade de recombinação de poéticas.

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Ciclo de palestras na Embap sobre Cultura Livre

Glerm Soares em Desafiatlux

Ciclo de palestras:
Cultura Livre – Ferramentas Livres – Software Livre

Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP)
Auditório Bento Mussurunga,
Dias 02/09, 09/09, 22/09 e 06/10 de 2005
Sempre das 14h00 í s 17h00

Rua Emiliano Perneta, nú179 – Centro
CEP 80010-050 – Curitiba – Paraná – Brasil
Fone: 41 2231129 Fax: 41 2253436

02/setembro

“Como o Software Livre pode ajudar na articulação de um movimento Cultural?”

Fabianne Balvedi

O que é o Sofware Livre – foco em como a metodologia colaborativa permitiu que um sistema operacional e vários tipos de aplicativos se construissem de forma organica pelas redes.

O que é código Aberto – A possibilidade de criar um “legado de código” e como isso possibilita uma maior autonomia e liberdade para os usuários e comunidades destes sistemas. A idéia por trás das metodologias colaborativas…Principalmente: A metáfora de como isto pode acontecer com a cultura (Deixando já uma brecha para as idéias sobre copyleft) –

O que é a licença gnu e seus prí­ncipios de liberdade…outras licenças como exemplo…
Como isto vem acontecendo no Brasil na área cultural, exemplos como os Pontos de Cultura, o Olido, Midia Tática, Recombo, Metareciclagem, Radio Muda e o Estudio Livre.
Como participar e interagir desde já.

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09/setembro

“O trabalho do EmbapLab, Orquestra Organismo e as ferramentas livres audiovisuais”

Glerm Soares e Octavio Camargo

O trabalho que tem sido feito no EmbapLab e com os Alunos da Embap. Metas pretendidas pelo grupo.
O trabalho da Orquestra Organismo e sua articulação com coletivos de artistas e ativistas pelo Brasil: Matema, Museu do Poste, Act, Epa, Interlux Arte Livre, Situação, Casa de Cultura Tainã, Os Charlatões, Espaço Umbigo, Foruns Regionais de Música e Artes Plásticas, Upgrade do Macaco, Esqueleto Coletivo, Midiatatica, MediaSana, EstudioLivre; e exterior: Surface Tension – (circuito de arte conceitual Europa, Eua e Canadá), Chico Mello ( circuito erudito europeu) e Horror Business -( circuito europeu de rock independente ). Oficializar a disponibilização de processos de gravação (video e áudio) coletiva para remixagem em ogg – explicar o processo.
Demonstração de programas para gravação, sí­ntese, sampler, partitura. Demonstração de captura de video no kino e v4l, as interfaces gephex e cinelerra.

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22/setembro

“Install Fests e Comunidades Usuarias de Ferramentas Livres – A experiência do GUD-PR”

Felipe Augusto van de Wiel (Debian-pr)

Este item é bastante importante para mostrar a convergência que pode haver entre o GUD-PR e o movimento cultural que usa as ferramentas livres, que é o que estamos fomentando nesta intenção. É interessente falar sobre as ferramentas que estão sendo utilizadas desde IRC, WIKI, Blogs, Jabber, até listas de discussão. Ferramentas de comunicação que serão usadas futuramente e etc. O exemplo de “autogestão” que acontece na distro Debian, sua filosofia ética também pode ser uma boa parábola para como isso pode ser útil aos artistas e como estas comunidades podem se ajudar. Seria muito interessante falar de como se organiza uma install fest, explicar o que é, e fazer uma chamada aos artistas para a colaboração na organização de um evento deste com foco nas ferramentas que eles podem utilizar.

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06/outubro

“Licenças de Uso comum e Compartilhado – novos paradigmas da propriedade intelectual”

a definir a mesa

Aqui devem ser discutidas desde as possibilidades que as licenças compartilhadas trazem para uma melhor articulação em rede até o como isto pode viabilizar uma melhor distribuição de trabalhos artí­sticos. Novas formas de pensar a radio e os bens culturais. Proponho para este dia não uma palestra, mas um Debate, Mediado por alguem que tenha argumentos conceituais bem formados sobre o assunto. Uma proposta interessante para este dia sera convidar para esta mesa pessoas que estejam utilizando licenças como o CC (o Matema, por exemplo) e também pessoas que vivem de direito autoral Pode ser discutida a viabilidade de disponibilizar trechos ou mesmo grande parte da obra neste tipo de licença. Qual as vantagem para o artista “de nichos”? Qual as vantagens para o artista “consagrado”?

Ctba, Agosto de 2005
Glerm Soares

Mondo LIBRE

Facilitando a vida dos humanos, os robôs gente-boa do futuro próximo mandam dica pra inserir todos os organismos-carne no mundo dos bits —>
Seguem algumas opçoes livres MULTIPLATAFORMA ( o que quer dizer que roda em linux, win e mac no mí­nimo) pra vocês ja irem perderdendo o ví­cio nas interfaces fechadas da Nasdaq…

Edição de í udio:
Audacity: http://audacity.sourceforge.net/download/

Edição de Imagens:
Gimp: http://www.gimp.org/downloads/

Editor HTML:
Nvu: http://www.nvu.com/download.html

Texto, Planilhas e Apresentações:
Open Office: http://www.openoffice.org.br/saite/

Cliente de Mensagens – Jogue fora seu lixo espião MSN
Gaim: http://gaim.sourceforge.net/downloads.php

Navegador de Internet:
Mozilla: http://www.mozilla.org.br/

Ciência e Arte em Estado BRUTO:
Puredata: http://www-crca.ucsd.edu/~msp/software.html

Este BLOG:
WordPress: http://wordpress.org/

e por fim, depois que estiver acostumado com as interfaces
você não tem mais desculpa pra usar Sistema Operacional de PREGO.
Instale algo que tem gente de verdade por trás ao invés de um monte de papel assinado:
por exemplo: http://demudi.agnula.org/wiki/InstallCdRom

foto por elefante