Cozinhando Puros Dados / Cooking Pure Data ( Book of Recipes / Livro de Receitas )

Dae pessoas,

aqui esta a proposta para performances da Orquestra Organismo com cozinha, PD, acervo dos participantes, eletrodomésticos vivos e principalmente possibilidade de interação de pessoas via Internet… proposta esta sendo mandada para tudo quanto é lugar que possa apresentá-la… tendo uma cozinha e uma internet banda larga pode ser em qualquer lugar… faça um evento e coloque “Cozinhando Puros Dados” nele!

De eventos sofisticados sobre “media-art” ou “net-ativismo” até batizados e festas de aniversário – tamos ae! De brinde Show do Matema ( http://www.organismo.art.br/matema )…

Versões em ingles e portugues: **ATENÇÃO: você pode Inscrever a proposta em qualquer mostra, bienal, festival e etc. e entrar em contato para estruturarmos a parte técnica pelos emails:

organismo@gmail.com

OU na lista especí­fica: puredeposito@estudiolivre.org (inscreva-se na lista “puros dados’ com puredeposito-subscribe@estudiolivre.org )

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** Pedimos ajuda para tradução do release para espanhol, alemao, frances, italiano, arabe, russo, hebreu, japones, grego e mandarim… colabore!

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Cozinhando Puros Dados

Liquidificadores e Eletrodomésticos do Agenciamento Coletivo

Trabalhando em um formato de grupo aberto a participações mediadas apenas pela intersecção de buscas sociais e estéticas, que organiza suas ações por meio de convergências de redes de coletivos principalmente pela Internet, a Orquestra Organismo tem um meio de trabalho onde o processo de “solda de discursos” é colocado desde seu í­nicio como o próprio “objeto” a ser realizado. Um “produto da ação destes encontros sendo moldado no tempo”, onde o objeto “em cena” é a própria intenção dos indí­viduos (e sua função como catalisador destas relações) buscando equilí­brio entre o grupo e sua dimensão subjetiva (além de qualquer análise social ou artí­stica). Obras que se constroem e são esculpidas de acordo com a interação e envolvimento e que trabalham também com idéia da transformação do significado destas ações nos espaços em que ele é percebido, sendo estas moldadas pelas institucionalizações em que se inscrevem (música, teatro, audiovisual, galerias, internet, bares, lares ou ruas), mas sempre reforçando a lúcida situação em que o que fica de todos estes signos são as relações humanas que eles permeiam e estimulam.

A proposta de “Cozinhando Puros Dados” pode ser vista como continuação dos trabalhos que a Orquestra Organismo desenvolveu em suas performances/mostras mais recentes: “Desafiatlux”, “A justa razão aqui delira” e teve sua genêse durante “Surface Tension@Curitiba”. A idéia em comum destes trabalhos é a de que vivemos uma época de sobrecarga de informações e possibilidade de conexão de redes moldadas em discursos similares que ultrapassam fronteiras sociais e geopolí­ticas. Por outro lado a organização cartesiana e sistemática destes dados, para qualquer tipo de função institucionalizada (da arte í  engenharia; do ativismo ao academicismo) tende a diluir-se no espaço onde ela quer tomar forma, e o fluxo de identidades que tocaram-se em subjetividade acaba perdendo a força moldando-se aos espaços, entrando em contradições e adquirindo um significado “institucional”. Observar estes discursos e “dados” como uma dança caótica de entidades, em forma de rituais simbolistas, teatros da crueldade e estetização da ação direta, molda sua prática e ética numa percepção imediata da dimensão humana. Esta é a busca destas performances.

Em “Cozinhando Puros Dados” trabalhamos com uma cozinha no espaço da mostra que pode conectar-se com outros participantes pela Internet em qualquer lugar do planeta. A cozinha estará incubando o conceito antropológico de “Cru e Cozido” trabalhado por Levi Strauss: a criação de processos rituais que estabelecem uma dialética daquilo que era um dado “puro” e sem função e que passará até o final do perí­odo da mostra assumir diversas dimensões de significado, convergindo intenções dos “cozinheiros”. A cozinha também pode ser vista como o espaço onde existe freqüentemente coletividade para a construção daquilo que nos alimenta. Busca-se construir uma metáfora da cozinha como espaço de “alquimia” onde a tal dialética ferve as intenções de coletividade e a fome (ou gula) é um anseio que nos traz de volta a dimensão humana.

A instalação funciona da seguinte maneira:

1. Deve-se utilizar a cozinha do espaço da mostra e montar uma exposição plástica dentro dela, com rascunhos, pinturas, desenhos, esculturas, registros sonoros e audiovisuais, e principalmente objetos do cotidiano de participantes da ação, incluindo organizadores e visitantes da mostra que desejem interagir. Isto deve ser feito sem tentar tornar a cozinha uma “galeria”, o foco está em deixar diponí­veis os “dados” a serem cozidos. Isto tornará a cozinha um espaço em comum entre os participantes, para encontros informais que tentam trazê-la para uma dimensão de “zona autonôma temporaria” dentro do espaço onde os “dados” serão “fervidos”.

2. Simultaneamente ao local da mostra, pretende-se articular estruturas similares em diversas cidades do Brasil: Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas, Belem, Porto Alegre, Recife, Brasilia e Florianópolis e possivelmente outras cidades em locais distintos no mundo. Tal ação será articulada pela internet e seu processo de articulação também faz parte do registro de “dados” a ser reprocessado a cada ação.

3. Desconstruindo a percepção de “lar”, faremos música com eletrodomésticos como liquidificadores, batedeiras, aspiradores de pó, abajures, ventiladores; que devem ser pintados como telas brancas e cobertos de escritos com trechos poéticos, desenhos e instruções técnicas para as ações. Os eletrodomésticos devem ser trocados entre os locais distintos e ficarão nas cozinhas. Estes eletrodomésticos poderão ser controlados remotamente via Intenet, por um website.

4. Serão programados rituais de “cozinha” no mesmo horário entre as cidades, considerando fusos, onde participantes preparam comida enquanto a ação é gravada em som e video, desenhada, fotografada, escrita e este registro interage com os outros locais no mesmo instante pela internet recombinando e transformando dados. Esta “realimentação” de dados no espaço da cozinha causa uma sensação de simultaniedade e a cozinha passa tornar-se um local único que vence barreiras geográficas tornando os dados repertórios comuns de construção de realidades. Estas influenciarão ações diretas e relacionamentos entre esta rede. Os processos desencadeados pela “cozinha” também devem ser registrados e reprocessado em novos rituais de cozinha e futuras ações.

5. Tempere a gosto e leve ao forno.

6. Estimula-se o uso rí­tmico da cozinha, leitura de textos e poemas, musicalização do ato de cozinhar e da refeição. Pede-se o uso de diferentes lí­nguas e sotaques ao fornecer os dados. Depois da refeição deve-se digerir os dados e consumir sua energia em ações diretas pelas ruas.

——————–> english:

Cooking Pure Data

Blenders and Electric-Appliances for Collective Modelling

Working with the formation of a group open to any kind of participation, mediated only by the intersection of social and aesthetic searches, whose actions develop according to the convergence of collective networks (mainly by Internet), the “Orquestra Organismo” group has a way of production where the process of “molding speeches” is taken from the beginning as the real “object” to be generated. Group work is the “product of actions modulating through time” where the intentions of interacting individuals (as well as their function as catalysts of relational dynamics) are the object “on scene”, operating as a live search for equilibrium between group performance and individual being (beyond any artistic or social analysis). Pieces are interactively built and sculpted through processes that foster a mutation of meanings produced through actions that seek to function as part of a space molded by institutionalizations like “music”, “theater”, “film”, “galleries”, “bar”, “home” or “streets”; while always reinforcing the lucid situation that stimulated human relationships than all those generated as “objects” or “signs”.

The purpose of “Cooking Pure Data” should be seen as a continuation of Orquestra Organismo and their most recent performances – “Desafiatlux” and “A justa Razao aqui Delira” – and has its genesis in the actions of “Surface Tension_Curitiba”. These ideas stem from recognizing that we live in an age of overloaded information and possibilities of connection over networks formed by shared speech that is beyond territorial and linguistics borders. On the other hand, the Cartesian and systematic organization of this DATA tends to be dissolved into the space where it takes form by institutionalized functions (from arts to engineering; from activism to social theory). Nevertheless, those flowing identities are touched by subjectivity before they lose strength – through this process of intervening within such functions and spaces they will produce contradictions even while acquiring an “institutional” meaning. Our effort is for all “DATA-processed-speeches” to be perceived as a chaotic dance of entities, sculpted into symbolic rituals, “cruelty theaters” and aesthetics of direct action, leading forms of practice and ethics to an immediate perception of human dimension. This is the ambition of making projects.

In “Cooking Pure Data” we work in the kitchen of the exhibition space, which will be connected to other participants through Internet anywhere in the planet. The kitchen functions to incubate the anthropological concept of the “Raw and Cooked” worked out by Lí¨vi-Strauss: the creation of ritual processes that marks the dialogic way in which “raw” DATA that at first is without “function” becomes able to assume (at the end of the meeting) various meanings, as long it helps to converge the intention of multiple “cooks”. The kitchen should be emphasized as a space where we always get together in rituals of “feeding” (and all our processes are about “feedback”). Using this meaning, we aim to build a metaphor of the kitchen as a space of alchemy where dialetics boils the collectivist intentions and the “starvation” (or gluttony) is the anxiety that brings us back to the human dimension.

Plans for staging events:

1. The installation should be built in the kitchen of the exhibition place, with drafts, drawings, annotations, personal audio/video recordings, mainly objects brought from “home”, included as participants, the organizers and visitors who wish to interact. This has to be done without turning the kitchen into a “gallery”, the focus rather is to collect material so as to generate “DATA cooking”. This procedure may transform the kitchen into a common space for the participants, for informal meetings that will facilitate bringing them to a “temporary autonomous zone” inside the space where data are “boiled”.

2. Simultaneously to the place of exhibition, we intend to articulate similar structures in various cities of Brazil: Curitiba, Belo Horizonte, Sao Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas, Belem, Porto Alegre, Recife, Brasilia and Florianopolis, and possibly cities in other countries. This action will be scheduled over Internet, being sensitive to its process of articulation as an important part of the “data recipe” scope.

3. Deconstructing the perception of “home”, we will make music with electric appliances such as blenders, vacuum cleaners, fans, multiprocessors and others that should be painted as a canvas and covered with diagrams, annotations, poetry and impressions about the actions. The appliances should be traded between places to reside in different kitchens. These appliances will be controlled by participants remotely through a website.

4. Cooking “Rituals” will be scheduled at the same time, where participants prepare food as the action is recorded on video, sound media, drawings, and streamed through Internet, interacting with people doing whatever they want in the space, recombining feedbacks of data from other kitchens at the same time. This “feed-back” and mirroring of data will cause the sensation of simultaneous presence and the kitchens will become a place passing through geographic borders taking the repertoires as a common database for reality constructions. This will influence direct action and relationships through the network. The processes caused by the “kitchen” should also be registered and reprocessed in new rituals and future ideas.

5. Season as you like and put it in the stove.

6. We stimulate the rhythmic use of the kitchen, spoken words, musicalization of cooking acts. We ask for the use of different languages and accents as you cook this data. After the dinner, one should digest the data and expend the consequent energy through direct actions in the streets.

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