Corte Raso

navalha-occam

Navalha na liga

(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)

Nada pode tudo na vida.

Por que toda estrela pisca no céu
E o cometa risca?

Por que você não se arrisca, meu bem
E vem, belisca e petisca?
Por que teu beijo faí­sca?

Valha navalha na liga
Nada na barriga
Valha navalha

Não se escandalize, não
Tudo isso a gente pensa
Quando entra em transe
Quando sai da crise

Vou dizer não, não, não, não, não, não
Tantas vezes até formar um nome
Até formar seu nome

Valha navalha na liga/nada pode tudo na vida

Falta de sorte
Fui me corrigir
Errei

+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

O Macaco e a Viola
Um dia o macaco foi í  casa dum barbeiro fazer a barba. No momento de fazer a barba, o barbeiro cortou-lhe um pedaço do seu rabo.

– Me dá o pedaço do meu rabo, disse-lhe o macaco, ou eu te tomo a navalha.

O barbeiro recusou e o macaco tomou-lhe a navalha e fugiu.

Indo por um caminho, encontrou uma mulher escamando peixe com um pedaço de pau.

– Toma, aí­ tens uma faca para escamar o peixe, disse-lhe e deu-lhe a navalha.

Passado alguns dias voltou e pediu de volta a navalha.

– Não a tenho mais, disse a mulher, escondendo a navalha.

– Me dá a navalha de volta ou te tomo uma sardinha.

A mulher não cedeu e o Macaco tomou-lhe uma sardinha e fugiu. No caminho, avistou um padeiro comendo pão seco í  porta da padaria.

– Toma, aí­ tens um peixe, disse-lhe e deu-lhe a sardinha.

Depois de algum tempo voltou e reclamou a sua sardinha.

– Comi-a, respondeu o padeiro.

– Se não me deres a sardinha eu te tomo um barril de farinha, disse-lhe.

O padeiro não cedeu e o macaco tomou-lhe um barril de farinha e fugiu. No caminho, encontrou uma escola de meninas. Disse í  professora:

– Toma esta farinha; fazei bolos para as vossas meninas, e lhe deu o barril.

Voltando depois de certo tempo, reclamou seu barril.

– Não o tenho mais, respondeu a professora; fiz bolos para as meninas.

– Me dá a minha farinha ou eu carrego a mais bonita menina da escola.

A professora não cedeu e ele pegou uma das meninas e fugiu. No caminho encontrou uma lavadeira que estava sozinha lavando a roupa. Disse-lhe:

– Toma, aí­ tens uma menina para ajudar-te. E deixou a menina.

Algum tempo depois, voltou e reclamou a menina. A lavadeira escondeu a menina atrás duma árvore e respondeu:

– A menina! Não tenho mais: ela afogou-se no rio.

– Me dá a menina ou eu te tomo uma camisa.

A lavadeira não deu e ele tomou uma camisa de homem e fugiu. No caminho, encontrou um fabricante de instrumentos musicais, trabalhando em sua loja, sozinho e amarrotado. Disse-lhe:

– Aqui tens uma camisa nova, e lhe deu a camisa.

Algum tempo depois voltou e reclamou a camisa.

– Não posso devolvê-la, ela está toda rasgada.

– Me dá a minha camisa ou te tomo uma viola.

O violeiro não deu a camisa e o Macaco tomou-lhe uma viola e fugiu.

Subiu com sua viola ao teto da casa e se pôs a cantar:

Do meu rabo, fiz navalha;
Da navalha, fiz sardinha;
Da sardinha, fiz farinha;
Da farinha, fiz menina;
Da menina, fiz viola;
Dum! Dum! Dum!
Vou-me embora!

Jangada Brasil

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.