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upgrade
gringo in rio
A confusão das línguas não deixa margem para o rio das dúvidas banhar a ouro e verde as esperanças de todos nós
a justa razão aqui delira
leminski – fragmento do catatau
pg 34 ed. sulina
leitura eletrônica em inglês – catataulido.ogg
“Preserva-se do real numa turris ebúrnea; o real
vem aí, o real está para
Todo o tiro é susto
cuidado –
esperanças dos
Rovlox diz fruto
toupinamboults e tamanduás;
outras raridades urânicas
pousada em cada
aiurucatinga, um tuim, uma
araracá, uma araracã, um araracanga,
catálogo de caapomonga, caetimay, taioia,
tudo morto!
já
com o nome na testa dentro
com uma dízima periódica por
é diurético, esse é
antisséptico,
cozinha aberta / Sesc
a cozinha aberta estudiolivre.org é um espaço aberto para produção e publicação de mídias livres, utilizando ferramentas livres.
atraves das praticas cotidianas de uma simples cozinha, pessoas poderão criar sua propria arte/expressão atraves de ações lúdicas, podendo realizar desde o preparo de uma simples omelete com picadinho de fotografias, ate uma ópera composta com o som de eletrodometicos, sempre tendo como como base conceitos de obras abertas, produções coletivas e trabalhos colaborativos
gracas ao uso de ferramentas livres e de licenças abertas para a publicacao de seu material na internet, o participante que criar sua obra-comida-processo dentro da cozinha e quiser publica-la, terá seu trabalho exposto na galeria de trabalhos na pagina da cozinha aberta:
texto extraído da pagina:
http://www.estudiolivre.org/cozinhaberta
Fotos e informações em:
http://cozinhaberta.wordpress.com/
http://www.flickr.com/photos/cozinhaberta/
Praça Nueva Brasília – Itaparica – Erik Goengrich – 16/09/2007 – 2pm
hallo to all
on sunday the 16.sept.07 at 2pm will be the inauguration of “Praça
Nueva Brasilia” in Itaparica.
For all who like to come I would propose that we meet at 1:30pm in
front of SACATAR-Foundation in Itaparica and then we walk to the
place.
(5 min.walk but too complicated to explain)
Hope all of you who are near find the time to come.
all the best
greetings
Erik
there is an informal settlement just around the corner of SACATAR with
5 big Trees that form a kind of an open public space.
Three weeks ago I found this place and was impressed….
Is it that I am still too romantic?
In portugese these 10 to 15 small houses surrounding that place they
are called “invasâo” which I find a very interesting:
like a wave of the see which is just in front….Then, as you know of my last two emails I returned from:
and I met Robinson, without whom that whole intervention would not
have been possible:trying to change the human relationship / thinking about nature.
He is trying to build up this organisation and doing a very imortant
work.
I would say he is the best communicator i met until now in Itaparica.
And I was never so astonished how many ways somebody is introducing me
and my work….
andfrom monday the 3.sept when i returned from Brasilia until today I
was nearly every day working at “Praca Nueva Brasilia”:
responsibility.
everybody liked it sometimes of diffrent reasons:
for some it was important that it is not coming from the Itaparica
official administration
for some it was just good that there will come something to sit on
some liked the fact of having little Brasilia in front of their door
some liked the idea of having meetings there
and others thought immediatley that the value of their small house
will increase….
and as well i got very quick offers to buy a house or land (for
2000euro) in this area without official papers…so we began to collect the left over wood of Sacatar and started to
build benches:here we coming to the architectural part because the congress of
Brasilia is made out of “pau-a-pique”with varas (the palm tree leaves stem) and clay
this is the structure with all the greenpalmtree leaves stems
cooked from Maria (a sister of robinson living directliy there)
the kids started to like it and helped as well,but still wondering what that all means?
the ramp for the congress arrived
the sign to the place is painted…would be happy to see you sunday at 2pm
if everything works out well the itaparica-caboclos which used to
perform on this place will come as well…
greetings
erik
conSertoupGraDesencontro
Valores
* colaboração
* descentralização
* diversidade
* liberdade
Princípios
(artifícios intelectuais para caminhar dos valores í s práticas)
* agilidade e invisibilidade sem crise;
* autonomia de ação;
* ausência de níveis hierárquicos de decisão;
* ausência de centro determinado de atuação e produção;
* comunicação multidirecional, veloz e ampliada por ferramentas digitais;
* desobediência civil como re-existência;
* explorar estados alterados de consciência;
* ênfase em processos abertos, documentados e visíveis publicamente;
* humanização das relações entre pessoas;
* multifoco;
* otimização de recursos;
* respeito, confiança e benefício mútuo;
* redundância positiva;
* rotatividade de funções e atribuições;
* tomada de decisão por consenso;
* valorização e respeito aos processos subjetivos;
* ‘dar tempo ao tempo’
Atores
* o abacaxi
* conselho deliberativo
* conselho consultivo
Processos
Ação interna
* institucional;
* burocrática;
* comunicação;
* documentação (banco de dados com how-to);
* planejamento;
* captação de recursos;
* desenvolvimento e finalização de projetos;
* remuneração;
* produção (quem vai varrer a casinha?);
Ação interconexões
* relacionamento com gringos
* relacionamento com mov. sociais
* relacionamento interno
* relacionamento com .gov
* descobertas
Ação publicação e difusão
* Periódicos
o cadernos submidiáticos
o pub
o distribuição web
o print on demand
* Edições
o traduções
o coleções BR
o livros BR
o distribuição web
o print on demand
o distribuição parcerias
* Selo
o álbuns completos
o coleções
o programas de rádio
o transmissão
o distribuição
Ação metodologia e projetos:
* captação
* execução
* formato de projeto
* manutenção do banco de projetos
* banco de dados de metodologias de oficina
Ação plataforma tecnológica:
* planejamento
* desenvolvimento
* uso
Ação política:
* ação direta
* crítica teórica
* políticas públicas
* prática radical
Ação arte, pesquisa e exploração:
Exemplo de Caso: desencontro + upgrade
1.surge um edital emergência
2.discussão pública
3.pequeno grupo focado reage com agilidade
4.tempo (espera)
5.ganha edital
6.convite pra concretizar
7.decisão
imagem intern0: matema upgrade
desenho feito por Matheus Rufino dos Santos que me mandou em email para ser publicado com o “álbum” do Matema. Taí o primeiro upgrade… Vamos juntando os traços…As músicas tão aí pra mutar, estruturas que sempre existiram e sempre estiveram no nosos fluxo…o que é, ja é, sempre foi…
segue o tal álbum em podcast:
blog E+OU,post num.2,3 –> fiminício revisitado e/ou ritimo i linguagem
Octavio, Troy, Bárbara – finnagain wake.
Bygmester Finnegan, of the Stuttering Hand, freemen’s mau-
rer, lived in the broadest way immarginable in his rushlit toofar-
back for messuages before joshuan judges had given us numbers
or Helviticus committed deuteronomy (one yeastyday he sternely
struxk his tete in a tub for to watsch the future of his fates but ere
he swiftly stook it out again, by the might of moses, the very wat-
er was eviparated and all the guenneses had met their exodus sothat ought to show you what a pentschanjeuchy chap he was!).
And for mighty odd years this man of hod…
Hohohoho, Mister
Finn, you’re going to be Mister Finnagain! Comeday morm and,O, you’re vine!
damião experiença – ritimo i linguagem do praneta lamma
Meu nome é Damião Experiência, experiência da vida, experiência do mundo.
Nasci no Portão, uma cidadezinha no interior no Estado da Bahia, onde eu vivia trabalhando com os familiares na lavoura. Com a idade de dez anos eu me joguei ao mundo. Motivo: meu pai e minha mãe me batiam muito, e apesar de eu ser muito fraquinho trabalhando na roça, primeiro antes de sair de casa brigava muito dentro de casa e eu sai do Sitio do meu pai da Fazenda que ele tinha e fui para outra Fazenda vizinha e fiz uma casa para mim; aí meu pai descobriu e foi lá e fez tudo para me tirar do local. Eu, com muito medo dele, bastante medo que eu tinha, pois ele gostava de me bater com cipó de cabo.Eu apavorado fui para Salvador. Cheguei em Salvador e não deu certo, não me adaptei porque eu não tinha conhecimento de nada, eu apavorado, pequeno, tive que voltar para Portão. Quando cheguei em Portão, aquela confusão toda não sei o que! Então meu pai deu ordem ao dono do caminhão para eu não viajar mais no caminhão. Aí eu fui plantar quiabo, aipim, tudo isso. ..Então eu pequei a trabalhar por minha conta própria, tudo aquilo que ia dando eu ia colhendo e ia vendendo na feira, mas meu pai me proibiu do dono do caminhão me levar. Muito alto da Madrugada, bem antes do caminhão vir para o ponto, eu entrava no caminhão escondido por debaixo das cargas, então eu ia pra feira de ígua de Menino, um dia ele me viu na referida feira e me espantou de lá, tive que ir para a feira de Sete Portas e meu pai mais uma vez me espantou. Eu me vi embaraçado que tive que voltar novamente para Portão; Fiquei na roça escondido, morando sozinho, comecei a fazer carvão pra vender pros vizinhos mais próximos pra passar roupa naqueles ferros antigos de carvão, mesmo assim meu pai continuava a me perseguir. e dai me via apavorado de novo. E foi assim que peguei o caminhão novamente e me escondi, mas o dono do caminhão me descobriu e quiz me pegar para levar pra casa, então, eu apavorado pedi para que ele não fizesse aquilo comigo, pois não ia dar certo, meu pai certamente ia me bater muito, prejudicando a minha vida, eu chorando o cara não deixou, fui até as Sete Portas eles ai me prenderam, então eles se descuidaram e sai correndo sem destino, sem nada, e eles não conseguiram me pegar. Dai fiquei na Bahia, fui trabalhar no botequim de um espanhol, ele me tratava muito bem, com bastante carinho, mas eu não sabia ler direito, me atrapalhava com as coisas, eu pegava fazer faxina, despachava no balcão, passava o troco a mais ou menos, í s vezes nas contas eu me atrapalhava; ou a favor do freguês ou contra, fui aos poucos aprendendo. Um dia sai do botequim porque disseram ao meu pai e tive que sair, com medo fugi. Fui parar nas Docas de Salvador. Tinha um navio que antigamente vinha assim í vontade terceira classe, o nome do navio era Capela Loid Brasileiro. Este navio fazia o Norte, Salvador , Rio de Janeiro. Então puxa pra lá puxa pra cá, entrei para pedir comida, o homem disse não, então tinha um senhor de idade na cozinha, era o cozinheiro chefe, seu João. Entrei e ele me tratou bem, e eu contei meu problema a ele. Ele me disse isto: É muita responsabilidade, eu te dou o prato de comida e depois disso você vai embora, eu não posso fazer nada, Ave Maria, eu não quero ir preso! responsável por menor é um caso muito sério. ..” Ele perguntou por que eu não voltava para minha casa. Então eu lhe expliquei melhor. Aí ele disse: Eu não posso, não vou perder meu emprego por um problema que não é meu. Depois tudo vai cair sobre mim.
Não sei como foi peguei a ficar no navio. Conheci um, conheci outro mas no navio eu sofria muito, pois era daqueles navios movidos a caldeira, carvão-motor gericão- e por isso demorava muito a chegar no Rio. Aquele sacrifício danado, o navio faltava cinco dias para ir para o Rio. Eu não podia ficar de jeito nenhum. Eu fiquei enganando daqui pra lá, comendo, fiz ambiente. E o velho disse assim: Pelo amor de Deus, não estou afim de me prejudicar não. fiquei sabendo que o navio estava com a partida marcada para as nove da noite. Quando era cinco horas cheguei no navio, era hora do rancho, comi, fiquei com a barriga cheia, pedi alguns pedaços de galinhas e outras coisas mais e pus tudo dentro da bolsa e desci pro porão de carga, eu pensei que eles não iam fechar o porão mas fecharam. Fiquei apavorado lá dentro, sabendo que a viagem de Salvador ao Rio levava cinco dias, mas no porão tinha muita coisa prá comer. Fiquei lá embaixo numa situação tão difícil que estava vendo a hora de morrer. No outro dia, não sei há quantos dias estava viajando. Quando derrepente já estavam abrindo o porão prá descarregar. Eu escondido escutava aquelas conversas e tanta gente a falar, eu apavorado, com um medo danado. Não passei muita fome porque eu furava os sacos e comia as coisas que estavam lá, coco de nicoré, cacau; e os homens desarrumam dalí, remexem de lá. Daí estou vendo os homens descendo pro porão, e eu cada vez mais apavorado, eu quieto, todo sujo, estava receioso, temendo que alguém me visse. Começaram a descarregar algumas mercadorias e depois foram lanchar, e nesta oportunidade fugi do navio. Sai quieto como não querendo nada e quando vou saindo vi o cozinheiro chefe e ele disse: Menino você está maluco! Pelo amor de Deus, some daqui, toma está comida e leve, mas some daqui! …todo mundo do navio está te reconhecendo, você está querendo me complicar, some daqui pelo amor de Deus. Aí eu saí. E fiquei pela Praça Mauá. Naquele tempo ali perto tinha um bar grande. Fiquei por alí, pra cima, prá baixo, rodando atoa. Perguntei onde era a Zona e fui até lá no Estácio … Eu andando pela Zona de casa em casa… E os Travestis me deram amparo, casa, comida, foi aí que fui tomando clima. Foi dai’que comecei a dormir na hospedaria porém não tinha dinheiro… Passei a trabalhar numa pensão, lavando prato, para dai pagar a hospedaria. Mas dormir na hospedaria era arriscado por que você está bem dormindo e derrepente a policia chega dando batida. Vai pegando todo mundo, quem está com documento, sem documento com quem ela cisma. Um dia me pegaram, pelo Amor de Deus! Eu tentei explicar minha situação e o Policial disse: não tem situação nenhuma, você vai, meu Senhor não faça isso! – Não adianta insistir, você vai! Peguei a chorar, me lastimar, mas não adiantou, conclusão com tudo isto: não entendi aquilo, nem sabia onde eu fui parar. Era uma delegacia estranha, eu não sabia nem onde era. Era uma delegacia em frente ao Campo de Santana. Aí eu fiquei preso tres dias, apavorado chorando, a maior confusão uma coisa bárbara, absurda, a maior loucura, o maior desgosto da vida. E a policia, principalmente a policia brasileira, e a policia mundial também. A pessoa que vai ser policial não pode ter compaixão por ninguém, ele não querem saber se é preto, branco, amarelo, vermelho etc… se eles puderem prejudicar o máximo eles prejudicam. Eles acham que o ser humano, seja homem ou mulher não pode ficar desempregado; eles acham que todo mundo tem que ter emprego, mas nem todos conseguem; você as vezez sai de casa sem documento, mas eles não querem ver isso, eles tem que ver que as vezes agente se esquece, tem que ver que as vezes agente trabalha mas não tem a carteira assinada, mas a policia não tenta compreender e nem entende a vida do ser humano; Conclusão: Eu digo a vocês que eu vejo eles falarem por aí, na televisão, que são isso, que são aquilo, sempre superiores aos trabalhadores, mas é um absurdo, apoiados por quem? pelos grandes. Se os grandes não dessem esse apoio a ele, tão absurdo como os grandes são iguais a eles, desumanos.
Eu não me tornei um vagabundo, nem um pederasto, nem um travesti, nem um ladrão, nem um assassino, porque Deus não quiz; Deus me ajudou muito, senão eu poderia ser um marginal, como muitos estão ai dentro da cadeia as vezes pagando por um crime que nunca cometeram, outros se revoltam, eles batem, como eu apanhei, eles não reconhecem, vão tratando você você como um vagabundo sem você o ser. Eu digo a vocês sinceramente que hoje em dia eu boto minhas mãos para o céu porque encontrei muita gente boa que foram muito boas para mim, me ajudaram, me deram muita oportunidade, só a Deus mesmo é que eu posso agradecer e a Cosme, Damião, Doum e meu anjo de guarda que é Santo Antônio de Pádua. Eu vou dizer a vocês sinceramente que eu estou com uma idade de 45 anos, e eu digo a vocês que meu nome é Damião Experiência, com muita experiência, porque o mundo é bem feito, bem construido, mas o ser humano não é bem construido, se contam nos dedos os seres humanos que são bem construídos, aqueles que tem uma noção de como compreender a um ou outro, porque o mundo é cheio de vaidades, cheio de ambição e o ser humano não vê outro ser humano que precisa de alguém. Eu digo sim, o mundo é bem feito, todos nós temos que sofrer na pele para dar valor aquilo que nós possuimos até hoje, com o suor, com a coragem, com a luta, eu digo a vocês sim, eu sou pobre, e existem muitos pobres, existem também muitos ricos que lutaram e suaram; nem eles todos, por serem ricos e terem poder, podem abrir mão para dar pros outros pequenos; se eles forem abrir mão que sejam todos eles, não um ou outro, porque se não, eles voltarão a ser pequenos, porque no Planeta Lamma não tem rico nem pobre,todos são iguais.
Voltando ao assunto anterior vou explicar a minha situação. Então eu fiquei preso e depois eu saí, então fiquei perambulando por um lado e por outro e com medo, mas muitas pessoas me ajudaram, mas eu continuei com medo de andar pela cidade, devido a ter sido preso sem documentos e desempregado, mas eu fiquei apavorado, com medo, louco para voltar para casa, mas quando me lembrar de casa, tinha medo de voltar prá lá porque meu pai me batia, tinha medo de meu pai e de minha mãe, uma coisa por demais. E ai eu fiquei confuso e então disse: “Eu não vou voltar para casa não, eu tenho que dar um jeito em minha vida”. Foi aí que eu conheci um marinheiro taifeiro, taifeiro arrumador, e eu conversando com ele, ele disse: “Garoto você aqui no Rio, isso aqui é um lugar muito perigoso, é muita ilusão”. Agente via aqueles filmes brasileiros naquele tempo, aqueles filmes lindos que passavam no Sertão da Bahia, e eu achava aquilo tão bonito e ficava louquinho prá vir pro Rio. E ele disse: “Menino, volte prá sua mãe, eu lhe lhe dou o dinheiro para voltar”. Aí eu disse: Mas eu não quero voltar, se eu voltar vai ser pior. E ele disse: Não faça isso senão você vai se acabar. Então eu contei pra ele que tinha sido preso e que ficava por ali pela Central. E ele disse assim: Garoto, eu tenho um amigo que tem um bar, você não quer trabalhar lá, você trabalha lá na cozinha, lavando prato, e lá tem comida, tem o seu dinheiro para a sua hospedaria, você fica lá. E eu digo: É uma boa, eu vou mesmo, ta legal, muito obrigado. E então ele me levou lá no bar, o rapaz me atendeu bem e disse que esse menino é de menor, mas o marinheiro disse que não tinha problema, porque ele se responsabilizava por mim. Aí eu fiquei trabalhando no bar, na cozinha, lavando prato e achava legal, tinha comida í vontade; era um bar de estrangeiro, eu comia bem, ficava í vontade, era aquela alegria; parece que eu ganhava um tostão não sei quanto por semana. Todo dia ele me dava meu dinheirinho pra pagar a minha hospedaria, ia pra hospedaria, dormia voltava no outro dia, então o marinheiro me deu uma calça, uma calça da marinha, me deu umas camisetas e tudo isso foi quebrando meu galho. Aí foi que eu perguntei a ele se não dava pé para eu ir lá pra marinha, para estudar lá. Ele disse: ah! é mesmo, vou lhe arrumar pra você ir para o C.I.A.W. (Centro de Intrução Almirante Wandecock) lá é um lugar bom. Eu disse: Pelo amor de Deus, me arruma mesmo, eu tou louco pra ir pra marinha, tenho a maior vontade de ser marinheiro. Ele disse: Garoto, pode deixar, vou lhe trazer a resposta aqui. Aí passou umas duas ou tres semanas e ele chegou lá e disse: Damião, eu arrumei prá você ir pra marinha, para você ser agregado lá, você quer ir ? lá você tem comida, você tem tudo, você estuda. Eu disse: Tá bem, eu vou. Aí eu fui para a marinha, lá no CIAW, lá na ilha das cobras. Aí eu peguei o aviso no ministério da marinha; o aviso é um naviozinho que faz transporte da ilha para o cais do Ministério da Marinha, então eu fui prá lá e achei um lugar maravilhoso, lá é o mesmo que você estar em sua casa, talvez na casa da gente não tivesse tanto conforto como tem lá, tanta liberdade. De manhã agente comia um bifão com farofa, uma canecona de café com leite, aqueles canecos do tempo da guerra, de louça, achei um lugar maravilhoso, a gente estudava, trabalhava na limpeza, em varrer rua, outros trabalhavam na cozinha. Eu trabalhava na cozinha, porque eu sempre gostei de trabalhar na cozinha, as vezes tinha horas em que todo mundo tinha que trabalhar na rua; cada um tinha a sua incumbência, a minha incumbência foi para a cozinha, eu ficava tão entusiasmado, agente tinha a maior liberdade, a maior boa vontade, a gente podia fazer tudo; depois que acabava, pegava o rancho e ia pra aula e depois ia dormir. No outro dia acordava cedo e começava tudo de novo. Achei maravilhoso, a marinha foi meu pai e minha mãe, me instrui-u e me deu tudo, hoje em dia eu agradeço í marinha, muito mesmo. Depois disso eu fiquei lá mais ou menos uns quatro anos estudando para entrar como um militar da marinha. Aí chegou a hora de fazer o exame para aprendiz de marinheiro, então eu fiz e levei pau e então eu fiquei apavorado, porque lá só pode ficar até a idade de ir para o Exercito, Marinha ou Aeronáutica. Passados uns dois meses chegou um menino que tava lá e disse: Damião, porque você não faz exame para conserito; eu disse que não sabia o que era aquilo. E ele disse que era como ir para o exército, só servia um ano, mas eu disse que tinha vontade de ficar na marinha porque eu não tinha ninguém, assim, como aprendiz de marinheiro eu ficava seis anos. Aí ele disse: Larga de ser bobo, assim que você passar no exame vai para a escola e faz seleção lá, você vai estudar um ano, e no fim do ano, se você tiver uma nota boa, você continua lá. Então eu disse: Se é assim eu vou. Aí eu fiz exame para conscrito ponto sete e passei, Graças a Deus, então eu fiz exame psicotécnico e passei, aí teve outro exame, de saude, e passei, e depois esperei mais um tempo para ingressar. E então aguardei, doido para ingressar, para vestir uma roupa de marinheiro, aquela coisa linda que eu achava, alo primeiro dia que eu vesti, sai todo de branco. O primeiro lugar que eu fui foi para a Central do Brasil, tem um monte de mulher, que te pegam, te abraçam, etc. , mas eu digo a você, lá na Central acabou a vida de muito marinheiro, que as vezes eles não voltaram para os navios, as vezes ele era fraco e a mulher ficava, ah meu amor, não vá, amor pra lá, amor prá cá. Conclusão: as vezes eles desertavam. depois a marinha vinha e pegava e era considerado desertor. Depois passei a frequentar o mangue e arrumei várias mulheres lá e elas queriam que eu ficasse por lá mas eu não quiz porque eu tinha medo, porque eu tinha visto os meus colegas se prejudicarem mas eles tinham seus familiares com boa situação financeira, e eu não, não tinha ninguém, eu disse: eu não vou entrar nessa. Mas uma vez eu fiz uma loucura; passei sete dias fora da marinha por causa de uma mulher, me apaixonei por uma mulher da Zona. Nessa época eu servia no navio Almirante Saldanha, e quando cheguei lá o sargento encarregado da minha divisão já tinha comunicado minha falta ao comandante, mas o comandante era gente muito boa e eu era conceituado lá porque eu era trabalhador e nunca tinha tido uma falta, e esse caso foi a primeira falta; aí eu fui parar no comandante e meu nome já estava no livro de ocorrências, mas o comandante era gente muito humana, muito humana mesmo, hoje em dia ele é Almirante. Aí o comandante disse: Vem cá menino, porque você fez isso? você não pensa em sua vida não, você tem família aqui? E eu disse: Não tenho não Comandante, eu fiz um erro muito grave, me apaixonei por uma prostituta, ela estava me dando de tudo e ela disse que eu não ia mais para a marinha, que eu ganhava muito pouco e que ela arranjava um emprego melhor para mim; mas depois de sete dias eu não acreditei mais nela, e então eu vim correndo e estou falando ao senhor a verdade, mas se o senhor quiser me punir o senhor me puni, a verdade foi essa, eu não vou mentir ao senhor, falando que eu estava doente, porque eu não estava, eu estou falando a verdade. Ele disse: Está bem. E então ele me deu trinta dias de cadeia rigorosa. Mas com trinta dias de cadeia na marinha é considerado excluído, expulso da marinha como desertor. Ele aí me mandou para o Presídio Naval, Já na ilha das cobras. E então fiquei no Presídio Naval, na solitária, durante trinta dias. Quando sai da solitária, ainda fiquei no presídio misturado com os outros, trabalhando lá dentro durante seis meses. Depois o comantante mandou uma escolta ma buscar, e não mandou a minha falta para a D.P. (Departamento de Pessoal) por causa do meu comportamento. Disso para cá foi a maior experiência da minha vida, e eu gostei muito que ele fizesse isso, porque eu aprendi muito. Se ele, por exemplo me chama atenção porque eu faltei trinta dias, mais tarde eu ia faltar mais trinta dias e ia ser pior. Quer dizer; ele agiu rigorosamente, mas ele agiu certo, me botou na prisão, eu conheci o que é uma solitária durante trinta dias, e ainda fiquei mais seis meses preso, vestindo aquela roupa azul com aquela touca na cabeça escrito Presídio Naval da Marinha Brasileira. Aquilo foi uma lição para mim, alí você aprende de tudo, eu alí aprendi até a ser músico, e hoje em dia eu sou músico e agradeço aquilo tudo; o tempo era tão grande e corria tanta coisa na sua cabeça, que ali eu aprendi a pintar, aprendi a escrever música, aprendi a fazer muitas coisas. Hoje em dia eu digo que se ele não me mandasse para lá, eu ia acostumar, mas eu vi lá que a coisa é preta, muito rigor, você tem que andar direito lá no presídio, porque senão, se você não andar direito, a coisa fica pior, em vez de você pegar seis meses, você pega dez e aí é que vai mesmo excluido. Depois que a escolta me buscou, o comandante disse: Aí garoto, você não vai para a rua não, você vai continuar com a gente, aqui. Eu disse: Meu comandante, muito obrigado. Foi aí que os meus documentos não ficaram sujos. Disso prá cá, um sargento lá pegou a me perseguir, vivia me perseguindo, ele dizia faz isso, faz aquilo, e eu fazia para evitar mais problema. Mas um dia ele disse: Ã?â? Marujo, vem cá, Ã?â? Grumete vem cá. Eu disse: Vem cá o senhor sargento, o que é que o senhor quer? Aí a coisa ficou preta, ele me levou ao oficial de serviço e ele me botou no livro de castigo. Quando foi no outro dia, quando foi dez horas da manhã, eu fui a audiência com o comandante, e o comandante me deu dez dias de rigorosa. E lá fui eu novamente para o presídio, fiquei mais dez dias. Quando cheguei no meu navio, meu desembarque estava pronto, aí eu desembarquei e fui para o quartel de marinheiros. Aí chegou minha data de fazer seleção para ser classificado para a especialidade, aí fiz seleção e fui classificado para O. R. (Operador de Radar) que é minha profissão.
Depois eu desembarquei para D.H.N. (Ilha Fiscal). Então eu fui servir no navio Oceanográfico. Aí peguei a viajar. Um dia eu fui consertar o motor da Antena de Radar, no mastro do navio e caí, me machuquei, e fiquei doente.
Um dia o médico que tinha lá disse: Damião, você vai ser aposentado: Mas não era nada disso, ele estava me enganando, me iludindo. Mas outro médico, que tinha o meu laudo do acidente disse que eu tinha direito a me aposentar, e me aposentou. Hoje eu agradeço í Marinha Brasileira. Se não fosse a marinha, o que seria de mim aqui fora. Devido a eu estar aposentado, não iria ficar parado inutilmente. Foi aí que eu comecei a pintar, não como um trabalho, mas sim como ma arte. E foi assim que eu entrei no campo da arte. Passei a pintar quadros no estilo meu. Então eu achei dentro da visão da minha pintura o enredo de uma coisa que eu tinha vontade de fazer, era uma linguagem que eu falava que vinha de dentro de mim. Então eu fiz um quadro bonito, lindo e eu dei o nome de Planeta lamma. Porquê Planeta lamma? Porque todos nós iremos para a lama. Porque depois que nós morrermos, a gente vai para o chão, se a gente é queimado, depois as cinzas, a gente põe no chão e elas viram lama; Então eu digo: Planeta Lamma. É o planeta mais certo que existe no universo. Porque todos alí são iguais, um não pode falar do outro porque todos vão para alí, para serem eles mesmos, podem ser brancos, amarelos, pode ser encardido. pode estar lindo, pode estar bem pintado, pode ter a maior mansão, tudo de confortável, derrepente bateu o coração, e vamos todos nós para o Planeta Lamma.
É por isso que eu digo que a medicina não é perfeita, mas existe um equilíbrio, como um carro, quase tudo tem conserto, mas tem coisas que não podem ser substituidas, como a vida de um ser humano. E eu digo que a terra é um ser vivente, porque ela nos constroi, e depois nos destroi. É por isso que esse livro meu você se chama Planeta Lamma, o planeta da verdade, da realidade, é a coisa mais certa que existe, não adianta,o ser humano, como homem e mulher, são todos iguais.
2o PARTE
-Autor- Damião Ferreira da Cruz, o criador do Planeta Lamma.
Como eu estava falando, a mulher é igual ao homem, os direitos são iguais, mas ela se vê inferior ao homem, os pensamentos são iguais; Porque os homens tomaram o poder? Porque os homens são mais espertos, apesar dos direitos serem iguais.
Mas ela se acomodou: demais, ficou esperando o homem trazer para casa o dinheiro, a comida, ficar entregando, o corpo dela por um prato de comida, por dinheiro, pela vaidade, mas nem todas as mulheres. Tem mulhere que vem com o instinto do homem dentro dela, ser independente, ela diz “não”, você trabalha, eu trabalho, eu quero ter o meu dinheiro, não o seu, o seu é seu, o meu é meu. Existem aquelas outras que se acomodaram, a querer só ter neném, e dizer “ah, o meu marido é que tem dinheiro, o meu marido vai trabalhar e traz, você é uma boba. Boba, boba é aquela que fica sob o domínio do marido, que aquilo ela tá pagando, porque uma mulher que pari, tem dois ou tres filhos e fica subordinada ao homem é uma sofredora, ela é uma mulher que não tem nada; realmente ela trabalha, dentro de casa, não vamos negar a verdade, de jeito nenhum, mas da maneira que ela trabalha, é um trabalho inútil, porque você pode dizer que sua mãe pode criar os filhos, mas isso é bobagem porque na selva,os animais, desde eles nascem, os filhos já estão procurando se desenvolver por eles mesmos; Então porque nós, humanos não podemos, botamos uma pessoa para criar o filho, e damos uma pensão aquelas pessoas que criam nossos filhos, e vamos procurar desenvolver a nossa mente num trabalho superior, que dê para pagar aquela pessoa que criam nossos filhos, e sejamos independentes também; tanto aquela que diz que é a babá”, que é a criadora do filho, como eu que sou a mãe do filho, o que acontece com elas, elas ficam o tempo todo dentro de casa, todas calejadas, toda deformada, fica uma mulher sem fazer nada, sem desenvolver o corpo dela. Conclusão: Os homens, maridos delas, passa dentro de casa a não olhar mais elas como olhava antes quando ela era novinha. É um problema de falta de desenvolvimento de sua própria mente. 0 homem vê a mulher dele, buchuda, com aquele barrigão, sem estar grávida nem nada, o homem fica dentro de casa contra a vontade dele, e as vezes ele tem relações com ela por obrigação, não por desejo, não porque ele tem mais aquele amor.
Agora sim. vamos dar a Cesar o que é de Cesar, realmente,quando agente ama uma pessoa, a gente ama para valer, mas com a continuidade do que vai acontecendo, agente passa a considerar aquela pessoa como uma irmã, ou uma mãe, uma pessoa bem íntima da gente, que a gente tem o maior ciúme, todos aqueles homens sem excessão, tem uns que não demonstram mas tem outros que são mais perigosos, tem um ciúme absurdo. Eu acho o ciúme um absurdo, porque tanto o homem quanto a mulher, não devem ter ciúme, porque ciúme não quer dizer que gosta, porque eu posso morar com uma mulher e amar ela demais, mas se eu tiver muito ciúme, vai se tornar uma coisa absurda, e pode até estragar tudo. Conclusão; Aí ela fica dizendo: Ah ! não sei o que, fulana trabalha, e depois que vê a situação dentro de casa complicada, e diz assim: Meu Deus do céu, se eu pudesse eu podia ter trabalhado, minha mãe trabalha, vive toda independente, meu marido não liga para mim. Porque ele não liga para ela? Porque tem umas que tem condições financeiras, mas nem todas tem condições financeiras para fazerem o que querem, porque como eu vejo por aí, pelo mundo afora, é apenas uma minoria de mulher que tem umas regalias, que fazem ginástica, porque tem uns recursos melhores, mas são contados nos dedos, não podem ser comparadas com a maioria de mulheres queexistem no mundo. Conclusão: Aí a mulher brasileira até se relaxa e o marido rejeita ela dentro de casa e tem elacomo se fosse uma irmã, elas as vezes querem e ele não quer, diz que está cansado e que tá isso ou aquilo. Sabe o que é isso, não tá cansado não, é porque lá fora pinta mulheres de montão, se ele realmente trabalha num escritório e tiver situação financeira boa, ainda é melhor, cada dia ele pega uma mulher mais linda, aí quando ele chega em casa e vê a mulher dele, nas condições em que está, com tres ou quatro filhos já completamente estragada, vai querer o que dela, um carinho, porque o que é que ele diz, diz que está cansado, que fez isso, fez aquilo. Mas não foi não, ele já esteve com ela, já amou aquela menina que ele ama, não é uma só, porque todas as mulheres,sem exceção, tem os mesmos direitos dos homens, mas não tem a mesma liberdade que eles tem. Mas se ela soubesse as forças que elas tem, para ter a mesma liberdade que ele tem, ela não estava tão assim, abaixo de tudo, e não estavam brigando, como elas andam brigando por aí, porque os direitos são iguais, mas não podem ser direitos iguais, de jeito nenhum, não podem mais ser direitos iguais, vocês se acomodaram de mais, agora vocês tem que assumir, porque o desenvolvimento do mundo vai ser o que está acontecendo aí, aí umas ficam desesperadas, largam o marido, e isso é que é pior, vocês largarem o seus maridos, porque mal ou bem, ele ainda quebra o galho de vocês, e se elas largarem os maridos, vão ficar na sargeta, vão ficar encostadas nas suas mães, nos seus pais, num conhecido, e isso aí ainda é pior, então é preferível elas ficarem com eles, isso deve ser pensado antes de casar, mas elas estão acomodadas com papai e mamãe, naõ pensam no dia de amanhã, em seu futuro, na verdade das suas vidas, e depois ficam se lastimando. Tem muita gente falando aí no mundo, mas existe uma minoria de mulheres que estão numa situação boa, porque? Porque elas já tem descendência de Pai e Mãe, porque o pai é que trabalha e a mãe também, e aí eles colocam as suas filhas numa situação boa, bom emprego, trabalha em bons lugares e isto é uma situação universal, e elas estão certas, elas não vão abrir mão. Conclusão: Aí elas ficam reclamando que fulana tem isso, tem aquilo. Não, porque o homem brasileiro, é o homem mais bobo que existe no mundo, é um homem muito bobo para as mulheres; digo por mim, o homem quando tem uma paixão pela mulher dele, faz tudo, tem muitos homens aí que não tem mais condições de sustentar uma mulher,do jeito que estão levando a vida, ganham muito pouco, salário baixo, e as vezes se desgostam, uns até se matam, se metem na cachaça, nos tóxicos, e depois fica um monte de gente falando que são os tóxicos, é a cachaça, é isso, é aquilo,porque eles estão numa situação financeira boa, vivendo com regalias, tendo cinco ou seis mulheres na rua, e seu mundo maravilhoso que é a sua casa, que muitos não tem, eles só olham o rabo deles, não olham o rabo dos outros. Eles só sabem falar e enganar, mas não ajudam a quem realmente precisa, e isso não resolve nada, porque o que resolve é a união, união universal, um mundo só.
É a nossa geração, porque as mulheres hoje em dia não querem ter filhos? É medo, medo de ter que fazer um aborto, outras se metem a ser o que? Uma mulher gosta da outra, para que? Não é porque ela gosta da outra, é porque ela tem medo de ter um filho e de fazer um aborto, aborto está matando, e a mulher que faz um aborto não tem pena de seu próprio corpo. Isso tem que ser visto antes, se vê que não tem condições de casar, não casa, procure viver uma vida equilibrada, só para você, o homem não faz falta para a mulher, nem a mulher faz falta para o homem, se faz, porque o sexo é uma fraqueza, na hora que a gente tem vontade, aquilo é uma coisa maravilhosa, mas depois é que vem os problemas sérios que é a responsabilidade, aí você pega a se lastimar, porque fez isso. Aí muitas dessas que estão por aí, e muitos desses que estão por aí, não pensaram antes, vendo que no espelho, os outros, a briga de um vizinho, de um familiar, as queixas, o programa de televisão nacional, sem cultura vão entortando, vão botando muita coisa na cabeça das pessoas; Conclusaõ: As pessoas aprendem. Então as mulheres dizem que não vão fazer um aborto, que tem medo de morrer, que vão matar um ser humano, e aí passam a amar outra mulher. Eu acho certo, porque a mulher pode fazer sexo sem se prejudicar, mas na hora, o apavoramento é tão grande que ela não se sastifaz da maneira comum, normal. A mulher gostar de outra eu acho comum, mas um homem gostar de outro, eu acho um absurdo. Homem é homem, o homem não pode ser um travesti. Porque a mulher gosta de outra?por que ela tem medo de problemas, porque tem muitos homens que não valem nada, iludem muito as mulheres. E porque eu não me casei? Tenho 45 anos e não me casei, porque eu não tenho condições. Então vocês pensem isso antes, não casem sem vocês terem condições. O mundo é uma máfia, e não tem quem faça por ele nada. Você tem que saber que agora eu vou entrar no mundo, nos partidos. Você tem que saber que o mundo é um só. Deus botou no mundo o Preto, o Branco, o Amarelo e o Vermelho. O Branco, mais esperto, passou a perna nos outros. O Branco, sim, está certo, eu concordo. Eu não me conformo é que esses pretos agora estão apelando, negros como eu, apelando, dizendo que o Branco é isso, é aquilo; Mas se o Branco realmente abrir mão, ele vai se tornar a ser escravo do preto, eles, espertos que são, não abrem mão, se ele correu o mundo primeiro, eles é que tem direito a dominar o mundo. Então, porque os pretos não fizeram a mesma coisa, correram o mundo e criaram a linguagem. Eles agora estão se queixando, só pensam em carnaval, em tribo, eles tem que se conformarem, os índios também só pensam em tribos, nem de lá eles sairam, eles tem que ficar muito bem, conformados, mas o branco é um desgraçado, porque até os índios, coitados, que estavam lá na selva, não tem nada a ver, estão tomando; Porque eles lá estão muito bem, vivem a vida deles, mas os brancos tomaram o mundo deles, quiz fazer uma civilização para eles, um absurdo, porque apesar de eles serem seres humanos, já estão adaptados naquela vida da mata, da selva, alí ele vive bem, maravilhosamente, tem a instrução deles, tem o meio deles, a sociedade deles, eles vivem com uma educação maravilhosa, um respeita o outro, a coisa mais linda que existe no mundo, que o branco não tem, o ser humano gente, como a gente, tem um pensamento muito alto, muita visão, e isso foi dado por Deus; Agora, eu acho um absurdo, eles tirarem os índios da selva deles, eles podiam deixar os índios aonde eles estão, aí os negros ficam dizendo isso, aquilo; mas os brancos estão certos, eles não podem abrir mão, se ele abrir mão ele perde o poder, e vai ser dominado pelo preto, tá certo, o preto agora tem que se conformar, tem que estudar, progredir, e trabalhar por igual com o branco, para se igualarem, porque não tem mais jeito para eles, tem que se igualarem, ser um cara compreensivo, trabalhar. Aqueles negros que tem uma situação financeira melhor, procura criar uma fábrica, uma indústria, procura criar uma coisa superior, porque eles ficam se lastimando, tem muitos pretos no mundo que tem boa situação financeira, como aparte negra africana. Os negros não deviam vir para o Brasil, apesar deles virem como escravos, vieram como escravos porque eles quizeram, porque os próprios pretos venderam os pretos para os brancos e os negros tem que se conformarem com isso. Os Brancos foram lá e pegaram o preto í unha, mas porque os pretos não construiram armas, canhões; foi por falta de instrução? Mas os brancos também não tinham instrução. Porque vocês se queixam agora? Tem que assumir, como eu estou assumindo, isso é a natureza do mundo. Deus botou no mundo o branco, o preto, o amarelo e o vermelho, quem foi mais esperto saiu e correu atrás. Se ele correu atrás, conseguiu, então os outros tem que se conformarem, já que a indústria, as coisas já existem, já evoluiram, então vamos evoluir também. Eles não inventaram o avião, o navio, não inventaram a linguagem, foram os brancos, então vamos respeitar a inteligência do branco, não vamos nos lastimar, dizer que eles escravizam a gente , eles tem que nos escravizar, porque senão eles vão se escravizar a eles próprios, não vão abrir mão para os negros e os outros tomarem tudo, que se conformem, seja conformado, como eu sou. É isso mesmo, está certo, porque vocês não procuram construir, como eles construiram. Não tem muitos negros por aí que tem poder, então porque não constroem suas próprias cidades, vendam terras. E vai ser sempre assim, e não vai ter para os negros. Não tem í Africa tão grande então porque não vão todos para a ífrica, é porque dizem que nasceu no Brasil, que é Brasileiro, mas quem é negro é negro, é de origem africana, nasceu no Brasil mas não é Brasileiro, é apenas Africano. Vocês sabem que no Brasil não existem negros autênticos, porque a origem do Brasil é indígena, então vamos respeitar a origem indígena, porque vocês estão aqui num pais desenvolvido, e os Estados Unidos, então porque vocês não desenvolveram nada, só ficam fazendo letras de música de lamentação, porque não criam algo demais confortável. Eu acho o mundo perfeito, e bem feito. Deus soube fazer o mundo, mas salve-se quem puder. Agora sim, eu sou de acordo que essas pessoas que existem em situação financeira precária, sem condições tem que ser amparadas, temos que dar um apoio, humildemente, vamos respeitar os direitos humanos,que a policia do universo não respeita, acha que é a dona da natureza, se acha dona da natureza. Agora sim, essas pessoas no mundo, com agente vê, em Uganda, por exemplo, por aí, na índia, é um absurdo, e porquê eles deixam, o povo é maioria, porque eles deixam uma minoria dominar tudo e deixar o povo morrer de fome, porque eles são burros, eles não devem fazer isso, devem ser mais humanos, devem compreender mais a humanidade. Um pais como este mundo todo, não deve deixar isto acontecer, deve dar um amparo, existe muito dinheiro, o próprio governo tem obrigação de pegar uma quantia e fazer um tipo de albergue, eu não digo um albergue, mas um tipo de casarão, um tipo de casa índia, e abrigar várias pessoas, como se fosse um exército, e amparar aquelas pessoas, fazer com que essas pessoas criem alguma coisa de uteis, temos que ampará-las. Eu estou de acordo; Agora, tirar o que eles tem, o apogeu, a altura que eles tem não é justo. Um Governador é um Governador , um Presidente é um Presidente; Vamos respeitar a hierarquia, um Militar é um Militar, todos dizem que o Militar é que está mandando, mas não tá mandando não, mas o Militar que eu quero dizer são as forças armadas, Exército, Marinha e Aeronáutica, forças armadas do universo, são seres humanos, mas nem todos que estão alí dentro, mas a excessão são um ou outro, mas a maioria é gente fabulosa, são seres humanos.Mas agora eu digo que se nós construirmos um tipo de quartel dessas pessoas humildes, mais precárias, e botarmos para criar , para produzir alguma coisa útil, o mundo será mais maravilhoso, e muito mais bem feito, é isso aí que eu tenho a dizer.
3ú PARTE Agora eu vou entrar, sim. Nêgo fala partido de lá, partido de cá, polícia de cá. O mundo foi criado, mas o branco foi andando, foi descobrindo, foi fabricando, foi habituando. Aí cada um disse que quer o seu pai’s independente, eu quero ser independente, como os meus discos que eu estou fazendo aqui são independentes. Porque independente? Porque eu não tive apoio de ninguém, aí eu tive que fazer independente, lutei, suei, suei, suei e tive que tocar sozinho, independente. Partido, no Universo é um. Se você éDeputado e eu Senador, já é um partido. Não tem partido Comunista, nem Socialista, nem Democrático, não existe nada disso. Todos os partidos são iguais. Porque são iguais? Porque todos os partidos lutam para o seu bem estar, e o bem estar, e o bem estar da Pátria. Sim, de querer criar coisas superiores as outras Pátrias que existem no universo. Como querer criar um avião mais moderno, um exército mais moderno, como a União Soviética, que tem um exército poderoso . Eles veem os Estados Unidos bonito, eles veem a China bonita, eles veem Moscou bonito. Aí dizem que em Moscou existe o material mais bonito do mundo, e dizem que vão criar um material mais bonito do que aquele. Aí pegam a combater, a criar a ambição de um pais para o outro de brigar sobre o país de criatividade, de fazer um avião mais moderno, fazer uma Usina mais moderna , fazer uma coisa maior, mais superior; e aí começam a brigar , e aí é que vem a guerra, mas a guerra não é a favor do povo não, são aqueles homens intelectuais, poderosos, que pegam a brigar com o mundo. Eles viajam, vão num país, e veem uma construção mais moderna, mais bonita, e aí dizem que é a construção mais bonita que já viram, e então querem fazer igual ou melhor, mas o dinheiro não dá para fazer uma construção maior de que aquela e então dizem: “Puxa, os Estados Unidos têm mais poder, então vou fazer o quê? ” Vou brigar com paízes mais pequenos do que aqui, como por exemplo uma Guiana Inglesa, ou Francesa, ou aqui o Paraguai. Então o Brasil passa a ser superior ao Paraguai, já que não pode brigar com a Alemanhã, não pode brigar com a Rússia, com a China, ou com os Estados Unidos; Aí pega a brigar com os países menos desenvolvidos, e então esses países menos desenvolvidos pegam a brigar com países menor desenvolvidos ainda, como por exemplo a Etiópia, aí vem o problema da briga, todo mundo dizendo que o seu país é o melhor pais do mundo, mas na minha opinião todos os países são iguais para aqueles que tem poder financeiro para manter as suas regalias de liberdade, mas aquela maioria que é mais necessitada vive na miséria eternamente.
Agora eu digo sim, se o mundo fosse só um partido, aí é que ia ser uma barra, ou piorava de uma vez, ou ia ser a coisa mais linda do mundo,como o povo fala, talvez o céu a gente não sabe de nada, só Deus. É a natureza, é o infinito, é o que nos guia. Mas nego fica dizendo que alí é melhor, que aqui é melhor; Mas não é nada, o mundo é igual. Se você vai daqui e vai para a China, tem o metrô, se vai para a Rússia, tem o metrô. Conclusão: Eles ficam competindo com as coisas. Porque? O povo tem que viver; Aí vão o que? Criar,plantar, abrir mercados. Porque ele são ricos e a gente é pobre, eles lutaram, mas nem todos podem fazer isso, eu reconheço isto, dou sua razão, mas é uma herança, logo que o mundo começou, vocês viram que era Rei, era Rainha, era Príncipe, era isso, era aquilo. Conclusão: Aquele monte de gente para ser dominada por uma pessoa. Aí aquela gente matava as pessoas, botavam para os leões comerem.
Quero dizer que é uma coisa que já faz parte da natureza do mundo, é o universo, não adianta ser contra. É o cotidiano do mundo. No mundo tem que ter travestis, tem que ter prostituta, tem que ter gente boa, tem que ter gente ruim. Não pode só ter gente boa, nem gente ruim. É. o mesmo que a comida que a gente come, tem lugares que você come uma comida maravilhosa, mas tem outra que você come uma comida que não presta. É o cotidiano do mundo. Conclusão: Então fica reporter, fica programador falando isso e aquilo; É o enredo de uma coisa, vocês tem que entender isso, perto daqueles mais humildes, para dizer que estão ajudando, mas não adianta nada, porque quem quer ajudar não vai para a televisão fazer propaganda. Tem que ver a verdade, aquilo é média, telefonando para dar um carrinho, isso é média, isso é para enganar o bobo, pessoa que não tem visão, cega. Porquê o que agente vê nas favelas, vê no Norte, vê no mundo todinho, todo mundo na rua,na sarjeta, e fica uns dois ou tres palhaços fazendo palhaçada na televisão, para que? Eles só estão se enriquecendo nas nossas costas, porque eles não levam uma pessoa que tem uma arte, um trabalho para mostrar como cultura. É porque eles tem medo de perder o lugar. E então eles pegam a criticar outro, para dar publicidade, para os jornais. Mas isso não é só no Brasil, é no mundo todo. Aquilo é um meio de vida. Mas eles dizem aquilo é uma arte, mas ele não tem capacidade de criar uma cultura intelectual para o bem estar do povo, do universo, eles ficam agitando o povo com misérias. Mas isso tudo é média, porque na realidade eles saem depois dali’com seus melhores carros, sua boa mansão; Tudo conseguido nas costas desse povo sem visão que existe nesse mundo, e você sai dalrcom seu carrinho de criança, usado; que aquela mulher deu se apresentou no telefone para aparecer na televisão, para ser conhecida, como uma mulher caridosa, bondosa. Mas isso é ilusão, é isso que o povo tem que ver, porque eles estão vendo, mas são cegos, o que o cara faz na televisão, se vê no Brasil todo, vendo e falando que aquilo é a maior riqueza, é um Deus; Deus é a Natureza. Eu não digo que ele está errado, ele está certo, porque ele da ibope, ele dá rendimentos para ele, porque tem otário e bobo para olhar. Se não fosse os bobos e os otários, como é que ia viver o esperto, como é que ia viver. O povo continua a viver como vivia antigamente, sendo massacrado pelos olhos verdes dos homens brancos, esses que estão ar, que eles estão certos, senão existisse trouxa, ele não podia estar mandando, então está certo, o mundo está perfeito, vamos admitir o que é o mundo, agora dizer que na América, na Rússia é que é o melhor Pais do mundo, o partido é um sozinho,Comunismo é Comunismo, Democracia é Democracia, isso é conversa fiada, quem está lá em cima, e é no mundo, é que tá mandando, os pequenos tem que se cuidar. Agora eu digo a vocês, que tem país aí que realmente, alguns Governos, alguns Contador de dedo, olham mais para aquele povo mais humilde, realmente olha, dá mais amparo, um albergue mais confortável, tipo um quartel, para a pessoa sobreviver, mas o mundo todinho tinha que ser assim; Ajudar aqueles mais carente, fazer um tipo de quartel e colocar aquelas pessoas dentro, para criar para o país, desenvolver tudo, construção, obra, e isso tudo o Governo pagando , aí ia ser a coisa mais linda do mundo, aí o mundo ia para a frente. Ia ser um mundo só, se fosse um mundo só a gente não sabia como é que ia ser, ou ia ser ou ia ser bom demais, ou aí só Deus é que pode explicar, ou ia ser todo mundo escravizado por uma minoria mandando, eu não posso dizer. Mas eu digo a você, o mundo é perfeito, Deus soube fazer o mundo, nós não somos nada, agora temos orgulho, temos um orgulho muito grande que é a vaidade, ninguém vai voltar, morreu,morreu, acabou, acabou. Nos somos o mesmo que a carne de boi, a gente come o boi, se a gente for para o mato, o bicho come gente, porque é que agente vai voltar, esse negócio de dizer que que existe epírito, que nada cada um tem a sua maneira de ganhar uma grana. Um diz que é macumbeiro, faz aquela ginástica todinha realmente para ganhar a sua sobrevivência, o ladrão tem a sua maneira de sobrevivência, o travesti tem a sua maneira, o roceiro a sua, o banqueiro também, cada um tem que ter a sua maneira de sobreviver, tudo isso é um enredo, como o enredo do Planeta Lamma , que é o enredo da minha linguagem, do meu dialeto, das minhas músicas desse meu livro. Agora dizer que um mundo é melhor do que o outro, isso não existe, todo mundo é igual. Ai tem um porém, a Igreja do passado é uma Igreja muito rígida, muito respeitosa, não existia política, todo mundo só pensava em orar, só pensava em Deus, mas agora não, agora um padre sai da Igreja, quer casar, vem para a televisão falar coisas que não podiam ver aceitar pela Igreja; Eu não me conformo com essa Igreja. O protestante vai para a televisão fazer programa para ganhar dinheiro, dizendo que está fazendo isso e aquilo. Sim concordo com a religião, com a Igreja, de antigamente, mas assim mesmo, com tudo isso ainda fica uma Igreja conforme está, tá como eu não gosto, porque eu acho que padre é padre, não pode casar. Se ele disse: Vou servir a Deus; É o mesmo que Militar, vou servir a minha Pátria, vou morrer pela minha Pátria , então ele tem que respeitar a Hierarquia, não pode dizer que vai casar, se é ler respeito é respeito, então vamos respeitar os antepassados na nossa geração , aqueles grandes Papas, aqueles grandes Cardeais, não o Papa chegar agora e querer revolucionar a Igreja, não, eu não sou de acordo, sou contra, vamos manter o respeito, vamos acabar com esse negócio de bandalheira, de querer aparecer de querer ser sucesso no mundo, que ele não está fazendo nada pelo mundo , por ninguém, ele está passeando, está querendo gozar das regalias que outros não gozaram, isso ou não, isso aí está errado, e muito errado, Igreja é de Deus, para isso é que tem Deus com os braços abertos, vamos respeitar, não o Padre se meter em política, não o Padre querer fazer revolução, não o Padre dizer que quer casar, e isso e aquilo, e ir para a televisão, como é que a T.V. Educativa deixa, aceita isso, não pode aceitar. E por isso que eu digo que a televisão ,educativa do Brasil está fazendo programas que não deve, a T .V. Educativa é para mostrar Programas Culturais, não fazer o que está fazendo. T .V. Educativa é do Governo, então bota gente que faça educação para o povo, e não querer competir com as outras televisões-indústria, a T. V. Educativa absolutamente não pode ser indústria. Conclusão: Eu gosto e adoro a Igreja, mas antigamente era uma coisa pura, você morria por Deus, respeitando Deus, a Freira é a coisa mais linda que existe, a Freira tem pena de você. Vamos conservar a Igreja minha gente, como era antigamente. Nada desse negócio de Papa ficar viajando pelo mundo, beijando o chão, eu também beijo.Não está fazendo nada pelo o povo, vamos abrir a mão porque? Está todo mundo morrendo de fome. O Papa chega em cada pais, gasta bilhões, trilhões, para que? Esse dinheiro que é gasto com ele, sendo de Deus, deve ser dado para o povo, vamos amparar os necessitados, vamos trabalhar pelo povo, a Igreja é de Deus. Porque não trabalhar pelo povo. Ele vem no Brasil e gasta um absurdo, vai para uma favela e eles a colocam toda bonita, de tem que como é que estava, tem que ver os mendigos, tem que ver os doentes mentais, tem que ver tudo, tem que andar í pé; A maior riqueza? Deus não pediu isso. A Igreja está errada, no meu ponto ,de ver está errada; Padre dando entrevista a toda hora na televisão, falando isso e aquilo, não. Agora eu digo sim, a Igreja de antigamente eu amei, como eu continuo amando, mas que eu não estou gostando. Agora eu digo sim,atualmente, os Padres do Universo estão querendo aparecer, estão querendo ser políticos e ser sucesso de revista. Conclusão: A inteligência que teve a Igreja de construir uma Igreja com o maior carinho, abençoada por Deus, ela está se transformando, querendo ser um mito, igual a um artista, um cantor, igual a um partido universal, não pode de jeito nenhum. Igreja é para orar pelo povo, pedir aos grandes, aos poderosos, para ajudarem, para fazerem isso pelo povo, como é que ela está querendo ser política ao mesmo tempo, entrando em outras coisas, não! porque isso? Antigamente os Papas não viajavam tanto, não passeavam tanto era respeito, rezando dia e noite, assim, do jeito que está indo a Igreja, o mundo vai se acabar em guerra, porque chega um tempo que o Papa já não tem mais autoridade para nada. Antigamente o Papa falava lá e todo mundo tinha o maior respeito, puxa, de chegar da maneira que chega, não pode, acabou a hierarquia da Igreja, o enredo da coisa; A gente não vê a coisa,se pegar a ver demais, se torna uma coisa comercial, como o Papa está se tornando uma coisa popular, e nada ele fez pelo povo, o que que ele fez pelo povo, o que ele fez pelo povo Brasileiro, só conheceu o Brasil todo, esse dinheiro todo que foi gasto, porque ele não foi humildemente. Esse povo que ia aplaudir humildemente, com o maior carinho, e no fim volta í lama novamente e o Papa viajando pelo mundo, e tanta gente precisando de alimento. É por isso que eu digo, prá mim, dentro da Igreja se salva assim, Nossa Senhora, as Freiras mas até hoje algumas também se rebelaram, mas quem vai para a Igreja tem de saber que jurou por Deus, vai depender o povo, vai dar educação ao povo, vai ser pelo povo, vai ser um Santo, e não famoso no mundo, vai ser um santo, e como eu disse antes, a Igreja foi muito inteligente, no passado, porque ela educou esse mundo de uma maneira linda, educação educativa, eu considerava a Igreja antigamente, educativa, todo dia você ia para a sua Igreja com a Bíblia debaixo do braço, com o maior respeito, o maior carinho. Hoje em dia a juventude não pensa mais nisso. Conclusão: Todos dizem isso e aquilo, mas não é nada disso. No fim de tudo isso, sabe o que vai acontecer, a Igreja vai ser uma Indústria normal, onde não vai mais ser respeitada como estão respeitando, Nego agora já tem Deus dentro de si, mas o Papa da maneira que estáfazendo não pode. A Igreja para mim foi a do passado, e hoje, dentro da Igreja, ainda tenho muito amor por Deus, e as Freiras, ainda são mulheres santas, nem todas, mas a maioria, adoro sim. O Padre pode ser maravilhoso, mas é um homem que não guarda segredo, se você der uma declaração confidencialmente,ele declara, quer dizer, ele para mim, não tenho nenhuma confiança, tinha sim, nos Padres de 200 anos atrás, eu acho a Igreja uma coisa linda do mundo, muito inteligente, e ela devia ser conservada da maneira que era antigamente, eu acho um absurdo a maneira como a Igreja está se comportando, no mundo. Não existe Igreja moderna minha gente, a Igreja é de Deus, quem vai para alí é para orar, e não ir para a televisão dizer que casou ou deixou de casar, vai depender, dizendo que é filho de Deus; Se não quer ser Padre, não seja. Pense antes. É o mesmo que você não querer ser Militar, então não vá ser Militar, seja Civil, apesar de você ser obrigado a servir nas forças armadas, que é exército, marinha e aeronáutica, Mas eu acho o mundo perfeitíssimo, Os brancos são uns homens de muita inteligência, e eles tem muito medo de deixar muita gente se aproximar das coisas, e tomar as coisas deles, talvez os negros queiram tomar, mas os negros não vão tomar nunca, e os brancos nunca vão dar essa oportunidade a eles, de tomarem o poder deles, e com toda razão, eles não construiram? então que cada um procure construir também, isso é a verdade do mundo, e eles não vão dar a roupa deles para ficar nú, e depois ficar sendo escravizado por eles, então negro, igual a mim, se conforme, vamos lutar, vamos trabalhar, vamos mostrar a eles que um dia poderemos ser independentes, criando uma coisa própria, nossa, uma indústria nossa, na nossa ífrica, vamos nos unir mais , vamos acabar a guerra, nada disso resolve, guerra, Briga, nada disso resolve; vamos ser unidos vamos procurar ser unidos um ao outro, é o que Deus disse, senão o mundo vai ser arrazado, nós do mundo, vamos ser arrazados, pela guerra universal. Porque a guerra? Ambição do poder, O homem nunca está conformado; digo por mim, você pode ser o maior Marechal, mas se existisse outro para chegar nesse cargo, quer dizer que é a ambição do homem e da mulher, É o mesmo que ser artista. É uma coisa que todos os artistas, todos os músicos , pintores, todos aqueles homens que criam, que criam a eletrônica, criam o avião, criam o navio, todos aqueles homens, são os homens componentes do Planeta Lamma, são uns homens conscientes, são uns homens que pensam, todos esses homens são componen-tes do Planeta Lamma porque eles constroem com sua mente, A coisa mais forte do mundo é a nossa mente, mas muitos dizem que é o dinheiro quem manda; O dinheiro manda, quem manda é a mente, que a mente constroi e faz você ganhar dinheiro, com a mente você faz coisas superiores para ganhar montões de dinheiro, quer dizer que a mente é a coisa mais perfeita que existe no mundo, coma mente você faz tanta coisa incrível , que você fica poderoso, conclusão: E o homem, ser humano, perfeito, o mundo é perfeito, Tem que existir pobre, preto, amarelo e tudo isso, e tinha que existir escravo, o mais pobre, o poderoso, o velho, porque não pode ser todo mundo tem que assumir, assumir que isso é mundo, então procurem mais se unir, se tiver mais união, há o mundo, e se na pobreza tiver mais união, ela domina o mundo, porque o mundo vai se transformar em um só, que vai ser a Guerra Total, aí vai ter uma geração que ninguém vai saber, mas dizer que vai voltar, ninguém volta não, é conversa fiada, nós naõ voltamos mesmo,entende. E é aqui que termina as minhas histórias e meus versos, as minhas músicas. É o mundo, é o Planeta Lamma.
AUTOR: DAMIÃO FERREIRA DA CRUZ
Dados Cru(do)s a Coze(i)r :::::: TUMBALALÃ? ::::::: (ou a aldeia que nunca foi aldeia e que é muito mais que aldeia) ::::::: DESAFIATLux TUMBALALÃ?Â
O reconhecimento oficial ocorreu após uma mobilização iniciada em meados de 1998 e direcionada para a adoção de projetos de articulação coletiva que gravitavam em torno de uma história, destino e origem comuns para as pessoas que formam hoje uma comunidade com fronteiras sociais em processo e ainda sem território demarcado. Habitando o sertão de Pambú, uma área na margem baiana do sub-médio São Francisco ocupada no passado por várias missões indígenas e alvo de criação extensiva de gado bovino durante os séculos XVII, XVIII e XIX, os Tumbalalá estão historicamente ligados a uma extensa rede indígena de comunicação interétnica, sendo, assim, parte e produto de relações regionais de trocas rituais e políticas que sustentam sua etnogênese no plano das identidades indígenas emergentes e os colocam no domínio etnográfico dos índios do Nordeste brasileiro.
Os Tumbalalá ocupam uma antiga área de missões indígenas e colonização portuguesa ao norte do estado da Bahia, entre os municípios de Curaçá e Abaré, na divisa com Pernambuco e í s margens do rio São Francisco. Tem-se por referência o pequeno e antigo povoado de Pambú
(S 08o 33� W 039o 21�)
, a ilha da Assunção (TI Truká) e a cidade de Cabrobó (PE).
A história da colonização do sertão de Pambú remete ao século XVII e foi incrementada pela criação extensiva de gado bovino e pela formação de missões indígenas nas ilhas do sub-médio São Francisco. Essas duas agências coloniais, somadas a outros fatores tanto políticos quanto naturais, responderam por fluxos de deslocamentos e convergência de pessoas e famílias que fizeram desta parte do sertão uma referência regional no século XVIII.
Formando um importante núcleo de atração e povoamento interior, o sertão de Pambú foi ocupado até este período por ajuntamentos portugueses, vilas e aldeias de índios cariri, fazendas de gado, grupos de índios nômades não reduzidos, mas contatados, e outros ainda sem comunicação com os colonizadores. Dessa babilônia étnica que colocou lado a lado, em um complexo e tenso campo intersocial, pessoas e instituições com interesses e estilos culturais mais diversos derivam os Tumbalalá e as demais comunidades indígenas do sertão do sub-médio São Francisco.
TRANSPOSIÇ+ÃO
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TRANSPOSIÇÃO
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A estimativa do número de famílias que hoje compõem o grupo tumbalalá é bastante imprecisa, haja vista que o processo de auto-identificação está em curso e os critérios de pertença estão sendo internamente formulados. Durante o processo de identificação étnica realizado em 2001 foram confirmadas cerca de 180 famílias, mas, baseado em dados propostos por lideranças, o limite máximo potencial da população tumbalalá chega perto de 400 famílias, só devendo haver maior clareza quanto esse número após o término do processo de regularização fundiária do território.
“Alô, base, respondam! Toda poesia vive no rádio, na pepita de urânio”
RíDIO
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diminuição de áreas antes freqüentadas e habitadas por animais silvestres de porte maior, como veado e tamanduá, fez da caça uma atividade restrita a animais de pequeno porte que habitam a caatinga ou a vegetação que nasce ao longo do curso intermitente dos riachos. São codorna, preá, cutia, camaleão e, mais raramente, tatu.
evido í s várias intervenções ao longo do curso do rio São Francisco que acabaram por diminuir o seu potencial piscoso e navegabilidade, a pesca já não participa significativamente da economia doméstica local, apesar de o rio ainda oferecer uma boa variedade de peixes aproveitados na alimentação, além de ser habitat de jacarés, capivaras e tartarugas pouco consumidos em função da escassez e dificuldade de serem pegos.
etnogênese tumbalalá – assim como dos outros grupos da região do sub-médio São Francisco – é, portanto, um processo descontínuo e de longa duração. Em sua fase contemporânea o principal registro é a criação do terreiro de toré na fazenda São Miguel, propriedade da família Fatum, após a revelação feita a um membro desta família pelo encanto (sobre encanto, ver o item “ritual e cosmologia”) Manoel Ramos sobre a existência da aldeia Tumbalalá e seus limites. Isso na década de 50, quando algumas famílias locais trocavam regularmente experiências rituais e políticas com famílias da ilha da Assunção e de outras localidades, outrora missões indígenas. O ingrediente político que faltava para que os Tumbalalá seguissem o exemplo de seus vizinhos que obtiveram do Governo Federal a tutela, como os Tuxá, Atikum e Truká, veio após o encontro com a ANAI (Associação Nacional de Ação Indigenista) e o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) no ano de 1998, configurando-se a seguir o início de um movimento organizado visando o diálogo com a Funai.
(no final, é tudo futebol)
O sistema ritual dos Tumbalalá está baseado no culto aos encantos e no uso de um tipo de jurema (Pithecolobium diversifolium;
Mimosa/
artemisiana) do qual se faz o “vinho” ingerido durante o toré. Esta planta, um arbusto de porte médio a grande típico do sertão do Nordeste, é central para a religiosidade indígena regional e apresenta algumas variedades que fazem parte do universo religioso de cultos afro-brasileiros, notadamente o catimbó ou candomblé de caboclo.
s encantos, ou encantados – e ainda, mestres ou guias – tumbalalá são entidades sobrenaturais originadas do processo voluntário de “encantamento” de alguns índios ritual ou politicamente importantes, ao deixarem a existência humana, distinguindo-se dos espíritos produzidos pela inexorabilidade da morte. Neste caso eles são seres ontologicamente híbridos que transitam bem entre os homens e o sobrenatural porque não morreram – o que quer dizer que não assumiram completamente uma não-humanidade – e gozam de predicados inacessíveis a um humano.
SOU SÂ O EU + A MATÉRIA
SOU SÂ O EU + A MATEMA
Liambra
parentes
parentes
riquezas sao diferentes
Oi pessoas…
quem quiser ver um pouquinho do que rolou em tumbalalá, pode conferir nas
fotos e nos áudios das oficinas.
http://galeria.idbrasil.org.br/tumbalala
http://estudiolivre.org/el-user.php?view_user=avessa
http://www.flickr.com/photos/avesso/
textos e mais info: enciclopedia indigena:
root@�¼�¬�¸�·�¼�±:~#./raizes
Square root
Roooooooooots
square roots …
00000001010101010101010100100101011001001010100101010101010
eu sou o número
que multiplicado por mim mesmo me compõe
00000001010101010101010100100101011001001010100101010101010
enquanto na matriz um novo mapa de primos se elege
.o vértice
.aqui
.eu
.você
operando
operando operando
operando operando
operando operando
operando
operando
operando
operando
operando
O Arquivo
———- Forwarded message ———-
From: giulianodjahjahbonorandi
Date: 24/05/2007 14:16
Subject: [conselho DesCentro] O arquivo
To: conselho@listas.descentro.org, ipe@lists.riseup.netO arquivo
Victor Giudice
No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em
seus vencimentos.joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso,
embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não
tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe.No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade.
Com o salário reduzido, podia pagar um aluguel menor.Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava
satisfeito. Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição.Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um
pouco maior: dezessete por cento.Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora joão acordava í s cinco da manhã. Esperava três conduções. Em
compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos
rosada. O contentamento aumentou.Prosseguiu a luta.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
joão preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas
invejosos. Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não
desistia. Passou a trabalhar mais duas horas diárias.Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.
Respirou descompassado.
ââ?¬â? Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor.
joão baixou a cabeça em sinal de modéstia.
ââ?¬â? Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova
substancial de nosso reconhecimento.O coração parava.
ââ?¬â? Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na
reunião de ontem, rebaixá-lo de posto.A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.
ââ?¬â? De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos
cinco dias de férias. Contente?Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a
diretoria, voltou ao trabalho.Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do
subúrbio.Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se
a um sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia
necessidade de muita roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira,
pensão.Chegava em casa í s onze da noite, levantava-se í s três da madrugada.
Esfarelava-se num trem e dois ônibus para garantir meia hora de
antecedência. A vida foi passando, com novos prêmios.Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O
organismo acomodara-se í fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das
estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia
ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com
os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando
completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:ââ?¬â? Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais
férias. E sua função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos
sanitários.O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A
boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os
objetivos. Tentou sorrir:ââ?¬â? Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha
aposentadoria.O chefe não compreendeu:
ââ?¬â? Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro
de alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso
quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está
forte. Que acha?A emoção impediu qualquer resposta.
joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A
estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se,
planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.João transformou-se num arquivo de metal.
ideograma zero: mimoSaondeoolhomira
Instrumento Musical szero: a ONssça mandou contar
EM FOCO: uma importante cerimônia dos índios araras, centrada num poste, erigido no pátio, em cujo topo, até tempos recentes, se punha o crânio de um inimigo, hoje substituído por uma bola de lama. Só isso já desperta a atenção do leitor, pois, vivendo os araras sobre o divisor que separa as águas que correm para o Iriri, afluente do Xingu, das que descem diretamente para o Amazonas (mas destas últimas retirados após lograrem o contato amistoso com os brancos), eles têm como vizinhos vários outros grupos tribais que também faziam a caça de cabeças, por uma extensa área, desde o Xingu até o Madeira. Entretanto, tais grupos pertenciam ao tronco tupi, enquanto os araras, da família caribe, constituíssem talvez a única exceção.
Mas o Autor opta por não comparar, permanecendo no universo dos araras, entre os quais realizou pesquisa de campo de cerca de quatorze meses em várias etapas, distribuídas pelos anos 1987, 1988, 1992 e 1994.
Começa por uma apresentação geral da cerimônia e das condições em que é realizada. Mostra-nos como cada tipo de festa arara inclui uma festa menor e pode ser englobada por outra maior, desde aquelas festas de beber, passando para as de beber e comer, para as em que também se tocam instrumentos musicais, se canta e se dança, até chegar í mais inclusiva e complexa, que é a do Ieipari, o poste encimado pelo crânio do inimigo.
Descreve a elaboração da bebida fermentada de tubérculos, frutas ou milho, a maneira de oferecê-la, sua relação com substâncias como leite e esperma. Examina as técnicas de caça, o contato que um xamã (todos os homens araras são mais ou menos familiarizados com as atividades xamânicas) estabelece com um ser, dono de uma espécie animal, pedindo-lhe que os dê para criá-los, abrindo a oportunidade assim para que os outros homens possam abatê-los. Descreve os instrumentos de sopro, a ordem em que tocam, os seres a que estão associadas suas músicas. Mostra como os caçadores, aguardados com a bebida fermentada, que devem retribuir com carne, entram na aldeia a fingir um ataque, uma encenação agressiva omitida na forma mais abrangente do rito, quando há o Ieipari. Expõe o tratamento do inimigo, o que lhe dizem no cântico entoado antes de matá-lo e esquartejá-lo.
Além do crânio, que integra um instrumento musical antes de vir a coroar o poste ritual, outras partes do corpo lhe são retiradas, mas seu destino, talvez por lacuna na memória dos araras atuais, é apenas esboçado: os ossos das mãos e dos pés, a pele do rosto, o escalpo, as vísceras.
Descreve a ereção do poste, como os homens o descascam com pancadas e palavras agressivas, e como as mulheres o abraçam fortemente e nele esfregam sensualmente suas vulvas. A carne trazida pelos caçadores disposta em torno do poste, assim como uma panela com bebida fermentada colocada ao pé do mesmo, são como ofertas do Ieipari. E as mulheres, ao tomarem desta bebida, dizem reveladoramente que estão bebendo um filho.
Essa apresentação inicial, que constitui o primeiro capítulo, é em si mesma autônoma, não depende do que segue para ser compreendida. Dir-se-ia que o livro se compõe de partes que acrescentam mais sentido í apresentação inicial, mas elas próprias também autônomas.
O capítulo referente í cosmogonia e í cosmologia aponta a origem de certos elementos integrantes do rito ou aspectos da condição humana que levam a sua realização: o instrumento de sopro que a divindade principal tocava para manter a calma e boa ordem no céu, onde a humanidade vivia de modo paradisíaco, e que hoje faz a música de fundo das festas; a eclosão de um conflito que redundou na quebra da casca do céu, obrigando a humanidade a viver sobre os seus fragmentos, misturada aos seres maléficos até então mantidos do lado de fora; o ensino da festa, destinada a trazer novos filhos, pelo bicho-preguiça, que também deu aos humanos as flautas, a tecelagem em algodão e palha e povoou a mata de animais de caça; a recusa das mulheres em continuar a aplicar as técnicas destinadas a trazer de volta í vida aqueles que morriam, como faziam antes da catástrofe, de modo que a morte se instalou definitivamente entre os humanos e serviu para que a divindade, agora transformada na vingativa onça preta, transformasse as partes em que divide os corpos dos defuntos numa série de seres danosos; a viabilização da caça por intermédio das relações de reciprocidade entre os xamãs e os espíritos donos de animais, em que estes dão í queles bichos para criar e por sua vez criam um certo tipo daqueles seres danosos oriundos dos mortos. Se o primeiro capítulo sublinha a ausência da vingança nas palavras que os araras dirigem ao inimigo, o segundo não trabalha o teor da vingança que atribui ao ser supremo.
A vingança ou sua ausência no conflito com o inimigo poderia ter sido um dos temas de discussão no terceiro capítulo, que se limita ao contato entre os araras e os brancos. Não tenta reconstituir as relações dos araras com outras etnias indígenas, a não ser com os caiapós, mas estes apenas enquanto participantes das frentes de atração. Chama a atenção para o fato de os brancos não se contarem entre as vítimas cujas cabeças serviam de centro ao rito arara, até o momento em que a construção da Transamazônica pressionou fortemente pelo estabelecimento do contacto. Que etnias indígenas teriam sido alvo das incursões araras, que motivos os moviam contra elas, ou, ao contrário, que razões os faziam limitar-se í defensiva são perguntas que talvez o Autor não tenha feito ou, se as fez, das respostas não tirou proveito.
No quarto capítulo examina a coexistência de uma classificação horizontal dos termos de parentesco, aplicada aos membros da própria unidade residencial, com uma oblíqua, referente í s relações com outras unidades. Mostra como oferecimento ritual da bebida fermentada, que se faz entre a irmã (ou o marido dela) e o irmão, moradores de casas diferentes, é coerente com a classificação oblíqua. Observa também que um homem, ao dar sua irmã em casamento, pode reivindicar em troca a filha daquele que a recebeu, que não precisa necessariamente ser filha dessa ou de outra irmã. E ainda, quando uma mulher, dentre aquelas com quem, pelo jogo das trocas, pode aspirar a ter como esposa, se casa com outro homem, este último passa a lhe dever uma irmã ou filha. Em outras palavras, uma esposa reivindicada que se torna cônjuge de outro gera dívida como se fosse uma irmã a este cedida. Sem dúvida tudo isso é muito convincente e feito com maestria, apesar de as trocas de mulheres examinadas nos casos concretos mais parecerem deduções das genealogias do que descritas em depoimentos dos araras. Mas tendo em vista o rito que constitui o tema do livro, este capítulo talvez fosse o lugar de examinar também certas relações como a dos amigos de guerra, que, ao sacrificarem juntos um inimigo, trocavam entre si temporariamente as esposas. Se, tal como a dos amigos de caça (recrutados entre os afins reais do mesmo grupo residencial), essa parceria tinha como protótipo genealógico a relação MB/ZS, mas escolhidos em outros grupos residenciais, no passado grupos locais distintos, ela poderia ter sido mais um motivo para o Autor examinar a guerra como um fator de articulação entre os vários grupos locais.
Quem guardava o crânio do inimigo e o usava como instrumento musical? Quem guardava os ossos dos membros, a pele da face, o escalpo? Como se fazia a circulação desses troféus? Que importância teriam estes nos ritos de passagem relativos í idade?
São questões que poderiam ter sido exploradas neste capítulo.
O quinto capítulo na verdade abrange dois. Sua parte inicial (pp. 305-343) trata da relação entre os modos de dar, as coisas dadas e as relações sociais envolvidas, de um lado, e os valores morais, de outro. A classificação das formas de dar bens e prestar serviços mostra-se sobremodo complexa, a ponto de mal poder ser ilustrada pela clássica esfera que combina os diferentes tipos de troca com a distância social, desde o núcleo da reciprocidade generalizada característica dos parentes próximos até a capa mais externa da reciprocidade negativa associada aos inimigos. Além disso, no caso dos araras, esse gradiente é distorcido pelos ideais de generosidade, gentileza, solidariedade, de maneira que a representação gráfica escolhida pelo Autor lembra os esquemas demonstrativos da influência do Sol e da Lua nas marés oceânicas (p. 337).
Na segunda metade do capítulo (pp. 343-385), o Autor retoma o grande rito anteriormente descrito e o analisa segundo três seqüências, paralelas: a sucessão de festas, a das músicas, que já apresentara anteriormente, e a ordem das fases (marcadas por tarefas ou deslocamentos dos participantes). Uma incursão na teoria da linguagem de Hjelmslev não nos parece ter trazido novas luzes para a compreensão do rito. Por outro lado, neste capítulo e na conclusão, que o segue, a idéia de “sacrifício”, presente no título do livro, é tratada de modo demasiado sumário; Hubert e Mauss não são convocados, e nem mesmo aquele que os seguiu no exame do mais discutido dos ritos de tratamento dos inimigos em nosso continente, Florestan Fernandes.
Tal como a classificação da bebidas de acordo com a altura das partes dos vegetais das quais são produzidas (figura da p. 62) ou tal como o poste Ieipari, centro do grande rito, poderíamos dizer que a interpretação desenvolvida no livro passa do mais substancioso para o mais etéreo í medida que se desloca da base para o topo. Muito de mistério ainda paira sobre a cabeça do inimigo. Mas certamente o Autor continuará a busca de mais sentido com a elaboração de outros trabalhos.
…)UpgradeSalvador<->conSertoCuritiba).(pulso).(…
Acontece de 26 a 29 de março em Salvador o encontro “Upgrade!Salvador – des).(encontro”.
A Orquestra Organismo estará representada lá pilhando uma conexão ritual via rede durante o conSerto.
(conheça o PulsoMaestro-clique aqui)
Serão apresentadas produções e propostas já editadas durante o conserto, produzida documentação sobre propostas de intercâmbio no circuito e documentada toda a discussão proposta pelos conselhos do descentro.
Aguarde novo post para confirmação da data (provavelmente quarta 28).
seriecontrato – em conSerto
(Helinho Brandão – sax, Sergio Albach – clarinete, Glerm Soares – microfones, webradio transmissão, oráculos do momento e computador, Richard Rebello – texto ilíada, Danilo – vibrafone, Ricardo Mardock – contrabaixo, Octavio Camargo- piano e oráculos do momento, e Gabriel Schwartz – flauta)
Estatuto descentro -> versão 1.0
Pragramação Upgrade (em midiatatica.org e descentro):
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As atuais pesquisas em desenvolvimento pelo grupo: Duas pesquisas norteiam o trabalho do Descentro neste ano: uma pesquisa em que apresenta o contexto brasileiro de produção de mídia, com uma interface web interativa; e a outra, uma metapesquisa, que busca entender como é o funcionamento das redes brasileiras de comunicação e cultura. Durante este painel, todxs serão encorajados a tomar parte nas pesquisas debatendo sobre seu atual estágio e buscando a sua finalização.
#Apresentação e desenvolvimento da plataforma web de trabalho compartilhado em pesquisa: pub.descentro.org. Tal ferramenta é construída baseada no software livre Drupal, e pretende, com uma série de funcionalidades, ser o arquivo das atividades e pesquisas desenvolvidas por vários grupos que compõe a rede.
#Debate sobre os atuais quadros da Cultura Digital, Mídia Tática e apropriação tecno-científica no país, os programas de Inclusão Digital governamentais, ou não, assim como o futuro de tais iniciativas.
#Preparação de documento sobre as metas alcançadas durante o festival e debate com o público sobre as impressões gerais e conclusões dos debates e pesquisas.
adeus robinson – em conSerto
(Helinho Brandão – sax, Sergio Albach – clarinete, Glerm Soares – microfones, webradio transmissão e computador, Richard Rebello – texto ilíada, Danilo – vibrafone, Ricardo Mardock – contrabaixo, Octavio Camargo- piano e Gabriel Schwartz – flauta)
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