aniversário pirata – panetone em infinito pelo infinito

glerm 11mai2008: Oi amigos,
Ja dando o recado mas vou dar de novo várias vezes essa semana.
Dia 17 de maio próximo sábado estamos querendo pilhar a inauguração oficial do espaço 8!8 aqui no água verde.
mapa: http://casa.devolts.org
Aproveitando também que é meu aniversário! 🙂
Vai estar presente também o amigo pan&tone de Porto Alegre com seus brinquedinhos eletrônicos hackeados dialogando com toscolão e toscolissess.
Aliás durante todo o fim de semana vai rolar uma imersão de artesanato de volts, pra quem quiser aparecer.
Queria pedir para amigos que querm fazer um som que tragam instrumentos e amps, pois a tendencia é rolar barulho.
E também pedir se alguem poderia me descolar um projetor, pra gente fazer uma sessão de filmes e afins.
que tal?
claudia 12mai2008: Legal, Seção de filmes!
Seria bom se alguém pudesse emprestar um projetor ou ajudar no aluguel de um, custa R$ 100,00 a diária.
barbara 14mai2008: Glerm, Feliz aniversario pra vc e pro 818 !! Um ano cheio de luz e brisa!!
balbino 15mai2008: ja to acendendo as velas! será que rola uma promoção do avião??
caralha santos dumont


818 17mai2008: caraia glerm e panetone!

waking life


Escolha uma cor.
– Azul.
– A-Z-U-L. Escolha um número.
– Oito.
– 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8.
Escolha outro número.
– Quinze.
– 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15.
Escolha outro número.
– Seis.
– Pronto.
“Sonho é destino.”
sonho é destino
Vamos lá.
Rock’n’roll.
Cordas graves. Agora!
Sara, tente aquilo que você tinha me perguntado antes.
Pode tentar com maior definição?
– Experimente. Veja o que acha.
– Aquele assim?
Mas quero que tenha um som rico e quase ondulado por estar ligeiramente desafinado.
– Você quer…
– Ligeiramente dissociado.
Era o que eu estava pensando.
Estamos fazendo…
– Isso. Isso mesmo.
– Está bem.
Caprichado, gente!
Certo, do compasso 20, por favor.
Estamos recomeçando do 20.
Um, dois, três.
Oi, sou eu.
Acabei de chegar.
Achei que filaria uma carona, mas deixa pra lá.
Posso pegar um táxi, ou coisa parecida.
Talvez nos encontremos mais tarde ou algo assim.
Alto lá, marujo! Está preparado para pegar o caminho mais longo?
Precisa de uma carona?
Estava esperando um táxi, mas…
Está bem. Não perca o barco.
– Obrigado.
– Não há de quê.
Içar âncoras!
O que acha do meu barco?
Ele vale pela vista. V-I-S-T-A.
Para se ver com os olhos.
Meu meio de transporte deve refletir a minha personalidade. Voilí !
Esta é a minha janela para o mundo.
A cada minuto, um novo espetáculo.
Posso não compreendê-lo ou concordar com ele…
mas eu o aceito e acompanho a maré.
Siga com a corrente.
O mar jamais rejeita um rio.
A idéia é manter-se em um estado de partida, mesmo ao chegar.
Economiza-se em apresentações e em despedidas.
A viagem não requer explicações, apenas passageiros.
É aí­ que entram vocês.
É como se chegássemos ao planeta com uma caixa de lápis de cera.
Pode-se ganhar a caixa de 8, ou a de 16…
mas o segredo é o que você faz com eles e as cores que lhe foram dadas.
Não se preocupe em colorir somente dentro das linhas.
Pinte por fora das linhas e fora da página! Não queira me limitar!
Nos movemos com o oceano.
Não estamos ancorados!
Onde vai querer descer?
Quem, eu? Sou o primeiro? Não sei.
Qualquer lugar está bom.
Apenas me dê um endereço, alguma coisa, está bem?
Faça o seguinte.
Suba mais três ruas.
Vire í  direita. Mais 2 quarteirões.
Deixe-o na próxima esquina.
Onde é isso?
Não sei, mas é algum lugar.
E determinará o desenrolar do resto de sua vida.
Hora de desembarcar!
OLHE à SUA DIREITA
Me recuso a ver o Existencialismo como apenas mais um modismo…
ou uma curiosidade histórica…
porque ele tem algo importante a oferecer no novo século.
Acho que estamos perdendo as virtudes de vivermos apaixonadamente…
de assumirmos a responsabilidade por quem somos…
de tentarmos realizar algo e nos sentirmos bem em relação í  vida.
O Existencialismo é, í s vezes, visto como uma filosofia do desespero…
mas eu penso que ele é o contrário.
Sartre disse, certa vez, que nunca teve um dia de desespero em sua vida.
O que esses pensadores nos ensinam…
exuberância de sensações.
Como se sua vida fosse a sua obra a ser criada.
Eu li os pós-modernos com interesse, com admiração até.
Mas sempre tenho uma péssima e incômoda sensação…
de que algo essencial está sendo deixado de fora.
Quanto mais se fala sobre o ser humano…
como um construto social ou uma confluência de forças…
ou como fragmentado, ou marginalizado…
abre-se todo um novo universo de desculpas.
Quando Sartre fala de responsabilidade, não é abstrato.
Não se trata do tipo de eu ou de alma de que falam os teólogos.
É algo concreto.
Somos nós, falando…
tomando decisões e assumindo as conseqüências.
Há seis bilhões de pessoas no mundo, é verdade.
No entanto, suas ações fazem diferença.
Servem de exemplo.
A mensagem é: não devemos jamais nos eximir…
e nos vermos como ví­timas de várias forças.
Quem nós somos é sempre uma decisão nossa.
A criação vem da imperfeição.
Parece ter vindo de um anseio e de uma frustração.
É daí­, eu acho, que veio a linguagem.
Quero dizer, veio do nosso desejo de transcender o nosso isolamento…
e de estabelecer ligações uns com os outros.
Devia ser fácil quando era só uma questão de mera sobrevivência.
“ígua”. Criamos um som para isso.
“Tigre atrás de você!”
Criamos um som para isso.
Mas fica realmente interessante, eu acho…
quando usamos esse mesmo sistema de sí­mbolos…
para comunicar tudo de abstrato e intangí­vel que vivenciamos.
O que é “frustração”?
Ou o que é “raiva” ou “amor”?
Quando eu digo “amor”…
o som sai da minha boca e atinge o ouvido de outra pessoa…
viaja através de um canal labirí­ntico em seu cérebro…
através das memórias de amor ou de falta de amor.
O outro diz que compreende, mas como sei disso? As palavras são inertes.
São apenas sí­mbolos.
Estão mortas. Sabe?
E tanto da nossa experiência é intangí­vel.
E, ainda assim, quando nos comunicamos uns com os outros…
e sentimos ter feito uma ligação, e termos sido compreendidos…
acho que temos uma sensação quase como uma comunhão espiritual.
Essa sensação pode ser transitória, mas é para isso que vivemos.
Estuda-se o desenvolvimento humano pela evolução do organismo…
e sua interação ambiental.
A evolução do organismo começa com a evolução através do hominí­deo…
até a evolução do homem, o Neanderthal, o Cro-Magnon.
Ora, o que temos aqui são três eixos.
O biológico, o antropológico, o desenvolvimento das culturas…
e o cultural, que é a expressão humana.
O que se viu foi a evolução de populações, não de indiví­duos.
Pense na escala temporal em questão.
A vida tem dois bilhões de anos, o hominí­deo, seis milhões.
A humanidade, como a conhecemos hoje, tem 100 mil anos.
Percebe como o paradigma evolutivo vai se estreitando?
Quando se pensa na agricultura, na revolução cientí­fica e industrial…
são apenas 10 mil anos, 400 anos, 150 anos.
Vê-se um estreitamento crescente da temporalidade evolutiva.
à medida em que entramos na nova evolução…
ela se estreitará ao ponto em que a veremos no curso de uma vida.
Há dois novos eixos evolutivos, vindos de dois tipos de informação.
O digital e o analógico. O digital é a inteligência artificial.
O analógico resulta da biologia molecular e da clonagem.
Une-se os dois com a neurobiologia.
Sob o antigo paradigma, um morreria, o outro dominaria.
Sob o novo paradigma, eles existem como um grupamento…
cooperativo e não-competitivo, independente do meio externo.
Assim, a evolução torna-se um processo individualmente centrado…
emanando do indiví­duo…
não um processo passivo onde o indiví­duo está sujeito ao coletivo.
Produz-se, então, um neo-humano…
com uma nova individualidade, uma nova consciência.
Esse é apenas o começo do ciclo.
à medida que ele se desenvolve, a fonte é esta nova inteligência.
Enquanto as inteligências e as habilidades se sobrepõem…
a velocidade muda até atingir-se um crescendo.
Imagine, uma realização instantânea do potencial humano e neo-humano.
Isso pode ser a amplificação do indiví­duo…
a multiplicação de existências individuais paralelas…
onde o indiví­duo não mais estaria restrito pelo tempo e pelo espaço.
E estas manifestações desta neo-humana evolução…
poderiam ser dramaticamente imprevisí­veis.
A antiga evolução é fria, é estéril. É eficiente.
Suas manifestações são aquelas da adaptação social.
Trata-se de parasitismo, dominação, moralidade…
guerra, predação.
Essas coisas ficarão sujeitas í  falta de ênfase e de evolução.
O novo paradigma nos daria as marcas…
da verdade, da lealdade, da justiça e da liberdade.
Estas seriam as manifestações desta evolução. Isso é o que nós esperamos.
O homem autodestrutivo sente-se totalmente alienado e solitário.
Ele é um excluí­do da comunidade
Ele diz para si mesmo:
“Eu devo estar louco”.
O que ele não percebe é que a sociedade, assim como ele próprio…
tem um interesse em perdas consideráveis, em catástrofes.
Guerras, fome, enchentes atendem a necessidades bem-definidas.
O homem quer o caos.
Na verdade, ele precisa disso.
Depressão, conflitos, badernas, assassinatos. Toda essa miséria.
Somos atraí­dos a esse estado quase orgiástico gerado pela destruição.
Está em todos nós.
Nos deliciamos com isso.
A mí­dia forja um quadro triste, pintando-as como tragédias humanas.
Mas a função da mí­dia não é a de eliminar os males do mundo.
Ela nos induz a aceitar esses males e a nos acostumarmos a viver com eles.
O sistema quer que sejamos observadores passivos.
Você tem um fósforo?
Eles não nos deram qualquer outra opção, í  exceção do ato…
participativo ocasional e puramente simbólico do “voto”.
Você prefere o fantoche da direita ou o fantoche da esquerda?
É chegado o momento de eu projetar minhas inadequações e insatisfações…
nos esquemas sociopolí­tico e cientí­fico.
Deixar que minha própria falta de voz seja ouvida.
Não me sai da cabeça algo que você me disse.
– Algo que eu disse?
– É.
Sobre a sensação de que você observa a sua vida…
da perspectiva de uma velha í  beira da morte. Lembra?
Ainda me sinto assim, í s vezes.
Como se visse minha vida atrás de mim.
Como se minha vida desperta fossem lembranças.
Exatamente.
Ouvi dizer que Tim Leary, quando estava morrendo, disse…
que olhava para seu corpo que estava morto, mas seu cérebro estava vivo.
Aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral depois que tudo se apaga.
Um segundo nos sonhos é infinitamente mais longo do que na vida desperta.
– Entende?
– Claro.
Tipo, eu acordo í s 10:12h.
Então, eu volto a dormir…
e tenho sonhos longos, complexos, que parecem durar horas. Aí­ eu acordo e…
são 10:13h.
Exato. Então aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral…
podem ser a sua vida inteira.
Você é aquela velha, olhando para trás e vendo tudo.
Se eu sou, o que você seria nisso?
O que eu sou agora.
Quero dizer, talvez eu só exista na sua mente.
Eu sou apenas tão real quanto qualquer outra coisa.
Andei pensando sobre algo que você disse.
Sobre reencarnação, e de onde todas as novas almas vêm ao longo do tempo.
Todo mundo sempre…
diz ser a reencarnação de Cleópatra ou de Alexandre, o Grande.
Não passam de bestas quadradas, como todo mundo.
Quer dizer, é impossí­vel.
A população mundial duplicou nos últimos 40 anos.
Então, se você acredita nessa história egóica de ter uma alma eterna…
há 50% de chance da sua alma ter mais de 40 anos.
Para que ela tenha mais de 150 anos, é uma chance em seis.
Está dizendo que reencarnação não existe? Ou somos todos almas jovens?
Metade de nós é de humanos de primeira viagem? O que você está…?
– Quero dizer…
– Aonde você quer chegar?
Eu acredito que a reencarnação é uma expressão poética…
do que é a memória coletiva.
Eu li um artigo de um bioquí­mico, não faz muito tempo.
Ele dizia que, quando um membro de uma espécie nasce…
ele tem um bilhão de anos de memória para usar.
É assim que herdamos nossos instintos.
Eu gosto disso. É como se houvesse…
uma ordem telepática
da qual nós fazemos parte…
conscientes ou não.
Isso explicaria os saltos…
aparentemente espontâneos, universais e inovadores na ciência e na arte.
Como os mesmos resultados surgindo em toda parte, independentemente.
Um cara num computador descobre algo e, simultaneamente…
várias outras pessoas descobrem a mesma coisa.
Houve um estudo em que isolaram um grupo por um tempo…
e monitoraram suas habilidades em fazer palavras cruzadas…
em relação í  população em geral.
Então, deram-lhes um jogo da véspera, que as pessoas já tinham respondido.
A sua pontuação subiu dramaticamente.
Tipo 20%.
É como se, uma vez que as respostas estão no ar, pudessem ser pescadas.
É como se estivéssemos partilhando nossas experiências telepaticamente.
Pegarei vocês, seus putos, nem que seja meu último ato.
Vocês pagarão pelo que fizeram comigo.
Por cada segundo que eu passar neste buraco do inferno…
farei com que passem um ano vivendo no inferno!
Vocês me implorarão para que eu os deixe morrer. Mas não, ainda não.
Quero que vocês sofram, seus escrotos!
Vou enrabá-los. Ou talvez enfie uma agulha comprida em seus ouvidos.
Ou um charuto quente em seus olhos.
Nada sofisticado.
Um pouco de chumbo quente em seus rabos?
Ou, ainda melhor, aquela coisa dos Apaches.
Cortarei suas pálpebras.
Apenas ouvirei vocês gritando, seus putos.
Que doce melodia será essa.
Faremos tudo no hospital…
com médicos e enfermeiras, para que vocês não morram rápido demais.
Sabem qual é a melhor parte?
A melhor parte é que vocês, veados, terão as pálpebras cortadas…
para que tenham que me assistir fazendo isso a vocês.
Me verão aproximar cada vez mais o charuto dos seus olhos arregalados…
até que estejam quase enlouquecendo. Mas não exatamente.
Quero que dure muito, muito tempo.
Quero que saibam que sou eu! Sou eu quem estou lhes fazendo isso. Eu!
Aquele psiquiatra frutinha, que ignorância incorrigí­vel!
E aquele velho juiz bêbado babaca.
Que bundão arrogante!
Não julgues para não seres julgado!
Todos vocês vão morrer, seus merdas, no dia em que eu sair deste bueiro.
Eu lhes garanto que se arrependerão de terem me conhecido!
Na visão de mundo atual, a Ciência tomou o lugar de Deus…
mas alguns problemas filosóficos ainda nos perturbam.
Livre-arbí­trio, por exemplo.
Esse problema está na praça desde Aristóteles, em 350 a.C.
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino questionavam “como sermos livres…
se Deus já sabe tudo o que iremos fazer?”
Hoje, sabemos que o mundo é regido por leis fí­sicas fundamentais.
Essas leis regem o comportamento de cada objeto do mundo.
Como essas leis são confiáveis, elas viabilizam avanços tecnológicos.
Nós somos sistemas fí­sicos. Arranjos complexos de carbono e de água.
Nosso comportamento não é exceção a essas leis.
Logo, se é Deus programando isto de antemão e sabendo de tudo…
ou se são leis fí­sicas nos governando, não há muito espaço para a liberdade.
Pode-se querer ignorar o mistério do livre-arbí­trio.
Dizer: “É uma anedota histórica, uma inconsistência.
É uma pergunta sem resposta. Esqueça isso.”
Mas a pergunta permanece. Quanto a individualidade, quem você é…
se baseia nas livres escolhas que faz.
Ou pelas quais se responsabiliza.
Só se é responsabilizado, ou admirado, ou respeitado…
pelas coisas que se faz pela própria escolha.
A pergunta retorna sem cessar e não temos uma solução.
Decisões podem parecer charadas.
Imagine só. Há atividade elétrica no cérebro. Os neurônios disparam…
enviando um sinal através dos nervos até os músculos. Estes se contraem.
mas cada parte desse processo…
é governada por leis fí­sicas, quí­micas, elétricas etc.
Parece que o Big Bang causou as condições iniciais…
e todo o resto da História humana…
é a reação de partí­culas subatômicas í s leis básicas da fí­sica.
Nós achamos que somos especiais, que temos alguma dignidade.
Isso agora está ameaçado.
Está sendo desafiado por este quadro.
Você pode dizer: “E quanto í  mecânica quântica? Conheço o bastante…
para saber que é uma teoria probabilí­stica.
É frouxa, não é determinista.
Permite entender o livre-arbí­trio.”
Mas, se olharmos detalhadamente, isso não ajudará…
porque há as partí­culas quânticas e o seu comportamento é aleatório.
Elas são meio transgressoras.
Seu comportamento é absurdo…
e imprevisí­vel. Não podemos estudá-lo com base no que ocorreu antes.
Ele tem um enquadre probabilí­stico.
Será a liberdade apenas uma questão de probabilidade?
Aleatoriedade em um sistema caótico?
Eu prefiro ser uma engrenagem em uma máquina fí­sica e determinista…
que uma transgressão aleatória.
Não podemos ignorar o problema. Temos que incluir pessoas nesta perspectiva.
Não apenas corpos, mas pessoas.
Há a questão da liberdade…
espaço para escolha, responsabilidade e para entender a individualidade.
“Não se pode nada contra o Estado.”
“Morte e impostos. ” “Não fale sobre polí­tica ou religião.”
Isto é equivalente í  propaganda inimiga.
Renda-se, soldado!
Renda-se, soldado!
Vimos isso no século 20. Agora, no século 21, precisamos enxergar…
que não podemos ficar encurralados neste labirinto.
Não devemos nos submeter í  desumanização!
Me preocupa o que está acontecendo neste mundo.
Me preocupa a estrutura, os sistemas de controle.
Os que controlam a minha vida e os que querem controlá-la ainda mais.
Eu quero liberdade!
E é isso que você devia querer!
Cabe a cada um de nós deixar de lado a ganância, o ódio, a inveja…
as inseguranças, seu modo de controle.
Nos sentimos patéticos, pequenos…
e abrimos mão, voluntariamente, da soberania, da liberdade e do destino.
Precisamos nos conscientizar de que somos condicionados em massa.
Desafie o Estado escravo das corporações!
O século 21 é um novo século.
Não é um século de escravidão…
de mentiras e questões irrelevantes…
de classicismo, estadismo e outras modalidades de controle.
Será a era em que a humanidade defenderá algo puro e correto.
Que monte de lixo. Democratas liberais, republicanos conservadores.
Dois lados da mesma moeda!
Duas equipes gerenciais…
brigando pelo cargo máximo da Escravidão Ltda.!
A verdade está lá, mas eles estendem um bufê de mentiras.
Estou farto! E não aceito nem mais um quinhão!
A resistência não é fútil!
Nós venceremos!
A humanidade é boa demais.
Não somos fracassados!
Nos ergueremos e seremos humanos!
Nos empolgaremos com coisas reais!
A criatividade e o espí­rito humano dinâmico que recusa-se a submeter-se!
Bem, isso é tudo o que tenho a dizer.
Está nas suas mãos.
O desafio é o de nos libertarmos do negativo…
que nada mais é do que nossa própria vontade do nada.
Uma vez tendo dito sim ao instante, a afirmação é contagiosa.
Ela explode numa cadeia de afirmações que não conhece limites.
Dizer sim a um instante…
é dizer sim a toda a existência.
O personagem principal é o que chamo de “a mente”.
Sua mestria, sua capacidade de representação.
Historicamente, muito se tentou…
conter experiências que ocorrem í  beira do limite…
nas quais a mente está vulnerável.
Mas creio que estamos em um momento muito significativo da História.
Esses momentos, que poderí­amos chamar de limí­trofes, fronteiriços…
experiências de Zona X, hoje, tornam-se a norma.
Essas multiplicidades e distinções transmitem diferenças, gerando…
grande dificuldade í  velha mente.
E, entrando através de sua essência mesma…
saboreando e sentindo a sua singularidade…
pode-se avançar na direção daquela coisa comum…
que os mantém unidos.
Então o personagem principal é para essa nova mente…
maior, uma mente maior.
Uma mente que ainda virá a ser.
E quando entra-se neste registro…
pode-se ver uma subjetividade radical.
Afinação radical í  individualidade, í  singularidade, í  mente.
Ela abre-se para uma vasta objetividade.
Então, agora, a história é a do Cosmos.
O momento não é apenas um vazio passageiro, um nada. Ainda assim…
é a forma pela qual estas passagens secretas ocorrem.
Sim, é vazio de tamanha completude…
que o grande momento, a grande vida…
do universo pulsa em seu interior.
E cada um, cada objeto, cada lugar…
cada ato, deixa uma marca.
E esta história é singular. Mas, na verdade, é uma história após a outra.
Dissolve-se em partí­culas ligeiras que giram.
Ora me movo rapidamente, ora o tempo o faz. Nunca os dois simultaneamente.
É um estranho paradoxo.
Estou mais perto do fim da minha vida do que jamais estive…
mas sinto, mais do que nunca, que tenho todo o tempo do mundo.
Quando era mais jovem, havia necessidade de…
certeza. Eu precisava chegar ao fim do caminho.
Sei o que quer dizer.
Eu me lembro que pensava…
“Um dia, aos 30 e poucos anos, talvez…
tudo irá, de algum modo, se acomodar, parar. Simplesmente acabar.”
É como se houvesse um platô…
me esperando. Eu estava escalando.
Quando eu chegasse ao topo…
Mas isso não aconteceu, ainda bem.
Na juventude, não levamos em conta a nossa curiosidade.
Isso é que é incrí­vel de sermos humanos.
Sabe o que Benedict Anderson diz sobre a identidade?
Ele fala sobre, digamos, uma foto de bebê.
Você pega uma imagem bidimensional e diz: “Sou eu”.
Para ligar o bebê dessa imagem estranha a você, no presente…
é preciso criar uma história.
“Esta sou eu quando tinha 1 ano.
Depois, tive cabelos compridos…
e depois nos mudamos para Riverdale, e aqui estou.”
Então, a história necessária é, na verdade, uma ficção…
para tornar você e o bebê idênticos.
– Para criar sua identidade.
– O engraçado é que…
nossas células se regeneram totalmente a cada sete anos.
Já fomos várias pessoas diferentes.
E, no entanto, sempre permanecemos sendo, em essência, nós mesmos.

BARULHO E SILÃ?Å NCIO

A dúvida tornou-se a nossa narrativa.
A nossa busca era a de uma nova história, a nossa.
Nos agarramos a esta nova história graças í  suspeita…
de que a linguagem comum não poderia contá-la.
Nosso passado parecia congelado, í  distância e, cada gesto nosso…
significava a negação do velho mundo e a tentativa de alcançar o novo.
O modo como viví­amos criou uma situação de exuberância e amizade.
Uma micro sociedade subversiva no coração de uma sociedade ignorante.
A arte não era a meta, mas a ocasião e o meio de localizarmos nosso ritmo…
e as possibilidades enterradas de nossa época.
Tratava-se da verdadeira descoberta da comunicação. Ou a busca disso.
Encontrá-la e perdê-la.
Nós, os inquietos, continuamos procurando…
preenchendo o silêncio com desejos, temores, fantasias.
Movidos pelo fato de que, ainda que o mundo parecesse vazio…
ainda que parecesse degradado e desgastado…
qualquer coisa seria possí­vel.
Dadas as circunstâncias certas…
um mundo novo era tão provável quanto um antigo.
Existem dois tipos de sofredores…
aqueles que sofrem da falta de vida…
e os que sofrem da abundância excessiva da vida.
Eu sempre me posicionei na segunda categoria.
Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana…
são, essencialmente, nada diferentes do comportamento animal.
As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo…
ao ní­vel do super-chimpanzé.
Na verdade, o hiato entre Platão ou Nietzsche e o humano mediano…
é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano.
O reino do verdadeiro espí­rito…
o artista verdadeiro, o santo, o filósofo, é raramente alcançado.
Por que tão poucos?
Por que a História e a evolução não são histórias de progresso…
mas uma interminável e fútil adição de zeros?
Nenhum valor maior se desenvolveu.
Ora, os gregos, há 3.000 anos, eram tão avançados quanto somos hoje.
Quais são as barreiras que impedem as pessoas…
de alcançarem, minimamente, o seu verdadeiro potencial?
A resposta a isso pode ser encontrada em outra pergunta, que é…
qual é a caracterí­stica humana mais universal?
O medo…
ou a preguiça?
O que está escrevendo?
Um romance.
Qual é a história?
Não há história. São só…
pessoas, gestos, momentos.
Fragmentos de sensações.
Emoções evanescentes.
Em resumo…
as maiores histórias já contadas.
Você está na história?
Acho que não.
Mas estou meio que lendo-a para depois escrevê-la.
Foi no deserto, no meio do nada, a caminho de Las Vegas.
Então, sabe, de tempos em tempos, um carro parava para abastecer.
Era o último posto antes de Las Vegas.
Havia uma cadeira e uma caixa registradora. Não cabia mais nada.
Eu estava dormindo e ouvi um barulho.
Sabe, como se fosse na minha cabeça.
Então eu me levantei…
andei até lá fora e fiquei parado na beirada…
onde o posto de gasolina acaba.
Sabe, na entrada de carros.
Esfreguei meus olhos, tentando enxergar o que estava havendo.
E lá longe, do outro lado do posto, havia uns pneus enfileirados…
presos com correntes.
E percebo que há uma van Econoline lá perto.
E um cara sem camisa.
E ele está carregando a van Econoline…
com todos aqueles pneus.
Ele está com os dois últimos pneus nas mãos.
Ele os empurra para dentro da van.
E eu, é claro, digo, “Ei, você!”
O cara então se vira.
Ele está sem camisa. Está suando.
Forte como um armário.
Saca uma faca de 3 centí­metros…
Eu penso…
“Isto está errado.”
Eu entrei…
enfiei a mão atrás do caixa, onde o dono guardava um revólver 41.
Eu saquei a arma…
destravei-a…
e quando me virei, ele estava entrando pela porta. Eu vi seus olhos.
Nunca esquecerei os olhos daquele cara.
Ele tinha maus pensamentos a meu respeito em seus olhos.
Disparei uma vez e acertei nele, bum, bem no peito.
Bang! Tão rápido quanto ele entrou pela porta, ele saiu.
Foi parar entre as duas bombas, comum e aditivada.
Devia estar drogado, com anfetaminas ou algo assim, pois ficou de pé.
Ele ainda estava com a faca e havia sangue cobrindo o seu peito todo.
Ele se levantou e fez isso, só se mexeu um pouco. Fiquei chocado.
Então, segurei o gatilho, bati no tambor, como antigamente…
e o lancei para fora do posto.
Desde então, eu sempre carrego isto.
Uma população bem armada é a melhor defesa contra a tirania.
Um brinde a isso.
Sabe, não uso isto há muito tempo, nem sei se ainda funciona.
Puxe o gatilho e descubra.
Oi, cara. Você deve ter saí­do ou algo do gênero.
Me lembre de te contar sobre o sonho que eu tive. Umas coisas engraçadas.
Falou, cara. Então te procuro mais tarde. Certo.
…na prova de montar em pêlo, Copenhagen William, de Mike Sankey…
Para fazer uma faixa de chapéu, costure por dentro…
Não espero pelo futuro…
ansiando pela salvação, absolvição ou mesmo pela iluminação.
Acredito que esta perfeição falha é suficiente e completa…
em cada momento inefável e singular.
…a abelha loira, o vaga-lume, a cobra…
…o gnomo lunático de macarrão com meu…
…a louvável tradição de feiticeiros, xamãs e visionários…
que aperfeiçoaram a arte de viajar pelos sonhos…
o chamado estado lúcido do sonho, no qual, controlando-se os sonhos…
pode-se descobrir coisas para além da nossa apreensão no estado desperto.
Desfile de Posse de Lyndon B. Johnson
…o vencedor…
Ela conta a ele o que Felix está fazendo.
Um único ego é um ponto de vista absurdamente estreito…
para se abordar esta experiência.
Onde a maioria considera sua relação com o universo…
eu contemplo relações entre os meus diversos eus.
Enquanto boa parte das pessoas com problemas motores mal se movimentam…
aos 92 anos, Joy Cullison está por aí­, vendo o mundo.
Oi, como vão as coisas?
Dizem que os sonhos somente são reais enquanto duram.
Não podemos dizer isso da vida?
Muitos de nós estão mapeando a relação mente-corpo dos sonhos.
Somos chamados onironautas, exploradores do mundo oní­rico.
Há dois estados opostos de consciência…
que de modo algum se opõem.
Na vida desperta, o sistema nervoso inibe a vivacidade das recordações.
É coerente com a evolução.
Seria pouco eficiente se um predador…
pudesse ser confundido com a lembrança de um outro…
e vice-versa.
Se a lembrança de um predador…
gerasse uma imagem perceptiva…
fugirí­amos quando tivéssemos um pensamento amedrontador.
Nossos neurônios serotoní­nicos inibem as alucinações.
Eles próprios são inibidos no sono REM.
Isso permite que os sonhos pareçam reais, mas bloqueia a concorrência…
de outras percepções.
Por isso os sonhos são confundidos com a realidade.
Para o sistema funcional de atividade neurológica que cria o nosso mundo…
não há diferença entre uma percepção ou uma ação sonhadas…
e uma percepção e uma ação na vida desperta.
Um amigo me disse, certa vez, que o maior erro que podemos cometer…
é acharmos que estamos vivos…
quando, na verdade, estamos dormindo na sala de espera da vida.
O segredo é combinarmos as habilidades racionais da vida desperta…
com as possibilidades infinitas de nossos sonhos.
Se soubermos fazê-lo, poderemos fazer qualquer coisa.
Já teve um emprego que odiava e ao qual se dedicava muito?
Depois de trabalhar o dia todo, você chega em casa, deita e fecha os olhos.
Aí­ você acorda e percebe que o dia de trabalho havia sido um sonho.
Já é ruim o bastante que vendamos nossa vida desperta por um…
salário mí­nimo, mas, agora, eles ficam com seus sonhos de graça.
Oi, cara. O que está fazendo aqui?
Tenho a honra de ser catalisador social do mundo dos sonhos.
Ajudo as pessoas a ficarem lúcidas.
Livre-se do medo e da ansiedade e deixe o rock’n’roll te levar.
Ficar lúcido? Quer dizer, saber que se está sonhando?
Assim, pode-se controlá-los. São mais realistas que os sonhos não-lúcidos.
Acabei de acordar de um sonho.
Não foi um sonho tí­pico. Eu parecia estar em um universo paralelo.
É, é real. Tecnicamente, é um fenômeno do sono…
mas podemos nos divertir tanto nos sonhos.
– E todos sabem: diversão é show!
– É.
– O que aconteceu no seu sonho?
– Várias pessoas falavam.
Alguns soavam absurdos, como em um filme estranho.
Quase sempre falavam sobre qualquer coisa, com muita intensidade.
Acordei me perguntando…
– de onde vieram essas coisas?
– Você pode controlar isso.
– Você costuma ter sonhos assim?
– Sempre procuro aproveitar ao máximo.
Para começar, é preciso que você se dê conta de que está sonhando.
Reconhecer isso.
Deve ser capaz de se perguntar:
“Isto é um sonho?”
Quase ninguém se pergunta isso, estando despertos ou adormecidos.
As pessoas sonambulam quando despertas e andam despertas pelos sonhos.
Elas não usufruem muito disso.
O que me fez perceber que eu estava sonhando foi um relógio.
Eu não conseguia ver as horas, como se os circuitos estivessem quebrados.
Se vir um interruptor de luz, veja se ele funciona.
Não se pode fazer isso em um sonho lúcido.
E daí­? Posso voar por aí­, ter uma conversa com o Albert Schweitzer.
Posso explorar novas dimensões da realidade.
Sem contar que posso fazer sexo como eu quiser. O que é muito maneiro.
Não posso acender a luz. E daí­?
Então é isso que você faz para testar se está sonhando ou não?
Você pode se treinar para reconhecer isso.
Teste um interruptor, í s vezes.
Se a luz estiver acesa e não conseguir desligá-la, você está sonhando.
Aí­, você pode ir ao que interessa.
E é ilimitado.
– Sabe o que tenho experimentado?
– O quê?
É bem ambicioso.
Mas estou ficando cada vez melhor.
Você vai curtir isso.
Visão em 360 graus, cara. Posso ver em todas as direções. Maneiro, né?
É! Cara…
Bem, preciso ir, cara.
Tchau. Super perfundo no amanhecer antecipado do seu dia.
Que significa isso?
Nunca consegui entender.
Talvez você consiga.
Um cara sempre sussurra isso no meu ouvido.
Louis. É um personagem de sonhos recorrente.

O MOMENTO SAGRADO

O cinema trata, essencialmente…
da reprodução da realidade, ou seja, a realidade é reproduzida.
Para ele, não é um meio de contar histórias.
Ele acha que…
que o filme… Que a literatura é melhor para contar histórias.
Como quando se conta uma piada:
“Um sujeito entra em um bar…
e vê um anão.”
Mas num filme, filma-se um sujeito especí­fico em um…
bar especí­fico e um anão especí­fico, que tem uma certa aparência.
Para Bazin, a ontologia do filme relaciona-se com…
o que faz a fotografia…
Trata-se então daquele sujeito, naquele momento, naquele espaço.
E Bazin é um cristão, então ele acredita…
em Deus, obviamente, e que tudo…
Para ele, Deus e a realidade são o mesmo.
Então, o que o filme capta é, na verdade, Deus encarnado, criando…
e, neste exato momento, Deus estaria se manifestando.
O que o filme capturaria aqui e agora…
seria Deus nesta mesa, como você, como eu. Deus olhando como nós…
dizendo e pensando o que pensamos, pois somos todos Deus manifestando-se.
O filme, então, é um registro de Deus, ou do rosto sempre mutante de Deus.
Tem um mosquito. Quer que eu…?
– Você o matou.
– Matei?
Hollywood transformou o filme em um meio para contar histórias. Pega-se…
Livros ou histórias, um roteiro e encontra-se alguém que encaixe.
É ridí­culo. Não deveria se basear no roteiro.
Deveria basear-se na pessoa ou na coisa.
Não é í  toa que existe o estrelato.
Trata-se então daquela pessoa…
ao invés da história.
Truffaut disse que os melhores filmes não são feitos…
Os melhores roteiros não geram os melhores filmes.
Eles têm uma narrativa que escraviza.
Os melhores filmes são aqueles que não se prendem a essa escravidão.
Então, para mim, a narrativa parece…
Há capacidade narrativa nos filmes, porque há tempo, como na música.
Mas não se pensa na história da música. Ela surge do momento.
É isso que o filme tem.
Esse momento, que é sagrado.
Este momento é sagrado.
Nós agimos como se não fosse.
Há alguns momentos sagrados, e outros, que não são.
Este momento é sagrado. O filme nos faz ver isso, ele põe isso em quadro.
“Sagrado, sagrado, sagrado”. A cada momento. Mas quem viveria assim?
Pois se eu olhasse para você e o tornasse sagrado, eu pararia de falar.
Você estaria no momento.
O momento é sagrado, certo?
É, eu me abriria.
Eu olharia nos seus olhos…
eu choraria e sentiria coisas, e isso seria falta de educação.
Deixaria você constrangido.
Você poderia rir.
Por que choraria?
Bem, sei lá.
Eu tendo sempre a chorar.
Bem, isso é…?
Vamos fazer isso agora.
Vamos ter um momento sagrado.
Tudo são camadas.
Há o momento sagrado, depois…
há a consciência dele. Como nos filmes, o momento acontece…
aí­ o personagem finge que está em outra realidade. São camadas.
Eu entrei e saí­ do momento sagrado, olhando para você.
É uma das razões pelas quais gosto de você. Você me provoca isso.

ESTRADA BLOQUEADA
DESVIO

Se o mundo é falso e nada é real, então tudo é possí­vel.
A caminho de descobrir o que amamos, achamos o que bloqueia nosso desejo.
O conforto jamais será confortável.
Um questionamento sistemático da felicidade.
Corte as cordas vocais dos oradores carismáticos e desvalorize a moeda.
Para confrontar o familiar.
A sociedade é uma fraude tamanha…
e venal que exige ser destruí­da sem deixar rastros.
Se há fogo, levaremos gás.
Interrompa a experiência cotidiana e as expectativas que ela traz.
Viva como se tudo dependesse de suas ações.
Rompa o feitiço da sociedade de consumo…
para que nossos desejos reprimidos possam se manifestar.
Demonstre o que a vida é e o que ela poderia ser.
Para imergirmos no esquecimento dos atos.
Haverá uma intensidade inédita.
A troca de amor e ódio…
horror e redenção.
A afirmação tão inconseqüente da liberdade, que nega o limite.
– O que está fazendo?
– Não sei bem.
Precisa de ajuda para descer, senhor?
Não, acho que não.
Velho burro.
Não é pior que nós.
Ele é pura ação, sem teoria.
Nós somos pura teoria, sem ação.
Por que está tão sério, Sr. Deborg?
O que faltava, parecia ser irresgatável.
A extrema incerteza da subsistência sem o trabalho…
fez dos excessos uma necessidade…
e as rupturas foram definitivas.
Para citar Stevenson…
“O suicí­dio levou muitos.
A bebida e o demônio…
cuidaram do resto.”
Ei!
Você é um sonhador?
Sou.
Não tenho visto muitos ultimamente.
As coisas andam difí­ceis para os sonhadores.
Dizem que o ato de sonhar está morto.
Ninguém mais sonha.
Não está morto.
Foi apenas esquecido.
Removido da nossa linguagem.
Ninguém ensina, então ninguém sabe que existe.
O sonhador é banido í  obscuridade.
Estou tentando mudar isso.
Espero que você também esteja…
sonhando todos os dias.
Sonhando com nossas mãos e mentes.
Nosso planeta está diante dos maiores problemas que já enfrentou.
Não se entedie.
Esta é a época mais fascinante em que poderí­amos esperar viver.
E está apenas começando.
Mil anos é um instante.
Não há nada de novo.
O mesmo padrão que se repete.
As mesmas descobertas de antigamente.
Não há nada aqui para mim agora.
Agora me lembro. Isto me aconteceu antes. Por isso eu fui embora.
Está começando a encontrar respostas.
Embora difí­cil, as recompensas serão ótimas.
Exercite plenamente a sua mente, sabendo ser apenas um exercí­cio.
Construa artefatos, resolva problemas, explore os segredos do universo.
Usufrua de todos os seus sentidos.
Sinta alegria, pesar, riso, empatia.
Leve a memória em sua bagagem.
Eu me lembro de onde vim e como me tornei humano.
Porque estive por aqui. Agora, minha partida está marcada.
Saí­da. Velocidade de escape.
Não só a eternidade, mas o infinito.
– Desculpe.
– Desculpe.
mas eu não quero ser uma formiga.
Passamos pela vida esbarrando uns nos outros…
sempre no piloto automático, como formigas…
não sendo solicitados a fazer nada de verdadeiramente humano.
Pare. Siga. Ande aqui. Dirija ali.
Toda comunicação servindo para manter ativa a colônia de formigas…
de um modo eficiente e civilizado.
“O seu troco.” “Papel ou plástico?”
“Crédito ou débito?”
“Aceita ketchup?”
Não quero um canudo. Quero momentos humanos verdadeiros.
Quero ver você.
Quero que você me veja.
Não quero abrir mão disso.
Não quero ser uma formiga, entende?
Sim, não…
Eu também não quero ser uma formiga.
Obrigado pela sacudida.
Tenho andado feito um zumbi…
no piloto automático. Não me sinto como uma formiga, mas pareço uma.
D.H. Lawrence teve a idéia de duas pessoas se encontrarem…
e, ao invés de apenas passarem…
aceitarem “o confronto entre suas almas”.
É como libertar os deuses corajosos e inconseqüentes que nos habitam.
Parece que já nos encontramos.
Estou trabalhando em um projeto.
Pode lhe interessar. É uma novela…
e os personagens são a fantasia dos seus atores.
Então, pense em algo que sempre quis fazer, a vida que gostaria de ter…
algo do gênero.
Colocamos isso no roteiro…
aí­ você interage com outras pessoas como se faria em uma novela.
Eu também gostaria de exibir isso ao vivo, com os atores presentes.
Aí­, uma vez que o episódio tenha sido exibido…
a platéia pode dirigir os atores em episódios subseqüentes, com cardápios.
Trata-se de escolhas e…
de se louvar a capacidade das pessoas de dizerem o que querem ver…
e consumismo, arte, e valores…
e se você não gostar, devolva e receba seu dinheiro de volta…
ou apenas participar, entende?
Fazer escolhas.
E então, você quer fazer?
Sim, parece muito legal.
Eu adoraria participar, mas…
preciso lhe perguntar algo primeiro.
Não sei bem como dizer, mas…
Como é ser um personagem em um sonho? Porque…
não estou acordado agora. Eu não uso relógio desde a 4a. série.
Acho que era esse mesmo relógio.
Não sei se você é capaz de responder essa pergunta.
Estou apenas tentando entender onde estou e o que está havendo.
E quanto a você? Como se chama?
Não me lembro disso agora.
Não consigo me lembrar.
Mas essa não é a questão, se posso resgatar informação sobre…
Tenho a vantagem, nesta realidade, se posso chamá-la assim…
de uma perspectiva consistente.
Que perspectiva é essa?
Basicamente, sou só eu, lidando com várias pessoas…
que estão me expondo a informações e idéias…
que soam vagamente familiares…
Mas, ao mesmo tempo, é tudo muito estranho para mim.
Não estou em um mundo objetivo e racional.
Por exemplo, eu tenho voado…
É estranho, porque não é um estado fixo.
Parece mais com um amplo espectro de consciência.
A lucidez oscila. Neste momento, sei que estou sonhando.
Estamos até conversando sobre isso.
Estou…
o mais em contato comigo e com meus pensamentos que já estive até agora.
Estou conversando sobre estar em um sonho.
Mas, começo a achar que…
isto é algo para o qual não tenho quaisquer precedentes.
É totalmente singular.
A qualidade do ambiente…
e a informação que estou recebendo.
Como a sua novela, por exemplo.
Essa idéia é muito bacana!
Não fui eu quem inventou isso.
Está fora de mim…
como algo transmitido a mim externamente.
Eu não sei o que é isto.
Achamos que somos tão limitados pelo mundo e suas restrições…
mas, na verdade, nós as criamos.
Fica-se tentando entender, mas agora que você sabe que está sonhando…
você pode fazer qualquer coisa.
Você está sonhando, mas está acordado.
Você tem…
tantas opções. E a vida é isso.
Eu estou entendendo o que você diz.
Depende de mim, eu sou o sonhador.
É estranho.
Tanto dessas informações…
que as pessoas têm me passado…
tem uma conotação tão pesada.
Bem, como você se sente?
às vezes me sinto meio isolado.
Quase sempre, sinto-me comprometido, engajado em um processo ativo…
O que é estranho. Quase todo o tempo estive passivo, sem responder…
exceto agora.
Me deixei ser lavado pela informação.
Não responder verbalmente não é, necessariamente, ser passivo.
Estamos nos comunicando em tantos ní­veis simultaneamente.
Talvez você esteja percebendo diretamente.
Quase todas as pessoas que encontrei e as coisas que quero dizer…
é como se elas as dissessem por mim, quase na minha deixa.
É completo em si mesmo.
Não é um sonho ruim.
É um sonho ótimo.
Mas…
é tão diferente de qualquer outro sonho que eu já tive.
É como se fosse “o” sonho.
Como se estivesse sendo preparado.
“Nesta ponte,” adverte Lorca…
“a vida não é um sonho.
Cuidado e…
cuidado e cuidado.”
Tantos crêem que porque o “então” ocorreu, o “agora” não está ocorrendo.
Eu não comentei? O “uau” contí­nuo está se dando neste mesmo instante.
Somos todos co-autores desta exuberância dançante…
na qual até nossas incapacidades se divertem.
Somos os autores de nós mesmos, criando um romance de Dostoyevsky…
estrelando palhaços.
Isto em que estamos envolvidos, o mundo…
é uma oportunidade de demonstrar como a alienação pode ser fascinante.
A vida é uma questão de um milagre…
formado de momentos perplexos por estarem na presença uns dos outros.
O mundo é uma prova…
para testar se podemos nos elevar í s experiências diretas.
A visão é um teste para saber se podemos ver além dela.
A matéria é um teste para a nossa curiosidade.
A dúvida é uma prova para a nossa vitalidade.
Thomas Mann escreveu que preferiria participar da vida que escrever.
Giacometti foi atropelado por um carro, certa vez.
Ele lembra-se de ter caí­do em um desmaio lúcido…
um prazer repentino…
ao perceber que algo estava lhe acontecendo.
Assume-se que não se pode compreender a vida e viver ao mesmo tempo.
Não concordo inteiramente. Ou seja, não exatamente discordo.
Eu diria que a vida compreendida é a vida vivida.
Mas os paradoxos me perturbam.
Posso aprender a amar e fazer amor com os paradoxos que me perturbam.
E em noites românticas do eu…
saio para dançar salsa com a minha confusão.
Antes que saia flutuando, não se esqueça…
ou seja, lembre-se.
Porque lembrar é muito mais uma atividade psicótica que esquecer.
Lorca, no mesmo poema, disse…
que o lagarto morderá os que não sonham.
E, quando se percebe…
que se é um personagem sonhado no sonho de outra pessoa…
isso é consciência de si.
Você ainda não conheceu a si mesmo.
Mas a vantagem de conhecer os outros, enquanto isso…
é que um deles pode lhe apresentar a si mesmo.
Examine a natureza de tudo o que você observa.
Por exemplo, você pode se descobrir…
caminhando por um estacionamento sonhado.
E, sim, estes são pés sonhados dentro de seus sapatos sonhados.
Parte do seu eu sonhado.
E então, a pessoa que você parece ser no sonho…
não pode ser quem você é realmente.
Esta é uma imagem…
um modelo mental.
– Você se lembra de mim?
– Não, acho que não.
algumas vezes.
Eu me lembro disso, mas não lembro de ter sido você.
Tem certeza?
Talvez não.
Eu estava sentada…
e você estava me olhando.
Meu pequeno amigo, não sonhes mais.
Realmente chegou.
Chama-se Efferdent Plus.
No inferno, afunda-se. No paraí­so, ascende-se í  completude do amor.
Depressa! Ande, entre no carro.
Vamos.
A história é assim: Billy Wilder encontra Louis Malle.
Foi no fim dos anos 50, começo dos 60.
Malle fizera seu filme mais caro, que custou 2,5 milhões de dólares.
Wilder lhe perguntou sobre o que era o filme.
Malle disse: “É um sonho dentro de um sonho”.
E o Wilder: “Acaba de perder US$2,5 milhões “.
Sinto uma certa apreensão.
Durante anos, a noção de que a vida é um sonho…
foi um tema recorrente entre filósofos e poetas.
Não faz sentido que a morte também seja envolta pelo sonho?
Que, após a morte, a vida consciente continue em um corpo de sonho?
Seria o mesmo corpo de sonho que aquele da vida cotidiana…
mas, no estado pós-morte, não se poderia voltar a despertar.
Nunca mais se poderia retornar ao corpo fí­sico.
à medida que a complexidade aumenta, deixar-se levar não é o bastante.
Como é que é, jacaré?
– Você também dirige um carro-barco?
– Um o quê?
Você me deu uma carona em um carro que também era um barco.
Não, não tenho um “carro-barco”.
Não sei do que está falando.
Deve ser a noite do universo paralelo.
Sabe o cara que acabou de sair?
Ele chegou aqui e eu disse: “Como é que é?”
Ele pôs um burrito no balcão, olhou para mim e disse…
“Eu retornei do vale dos mortos.
Eu respiro misticamente os odores da vida.
Eu vi o esquecimento. Eu fermento o desejo de me lembrar de tudo.”
E o que você respondeu?
Bem, o que eu poderia dizer?
Disse: “Se puser isso no microondas, faça furinhos no plástico…
porque eles explodem e estou cansado de limpar burritos.”
Os pimentões ressecam.
Parecem rodinhas.
Quando acabou, eu só conseguia pensar em como…
toda esta noção de eu…
do que somos…
é apenas uma estrutura lógica.
Um lugar para abrigar momentaneamente todas as abstrações.
Era tempo de adquirir consciência…
de dar forma e coerência ao mistério.
E eu tinha participado disso.
Foi uma dádiva.
A vida girava ao meu redor e cada momento era mágico.
Eu amava todas as pessoas, lidando com tantos impulsos contraditórios.
Era isso que eu mais amava, me ligar í s pessoas.
Em retrospecto, era só isso que importava realmente.
As últimas palavras de Kierkegaard foram: “Varra-me de uma vez.”
– Oi, cara.
– Oi.
Você não estava no carro-barco?
Um cara de chapéu me deu uma carona…
numa espécie de carro-barco.
Você estava no banco de trás.
Não estou dizendo que você não sabe do que está falando…
mas eu não sei do que você está falando.
Vocês me deixaram em um lugar especí­fico que você sugeriu.
Desci e acabei atropelado por um carro.
Aí­, eu acordei. Eu estava sonhando.
Depois, descobri que ainda estava sonhando, sonhando que tinha acordado.
Falsos despertares.
Eu costumava tê-los sempre.
Mas eu ainda estou nisso.
Não consigo sair.
Parece estar durando para sempre.
Fico acordando dentro de outro sonho.
Estou ficando assustado, andei até falando com gente morta.
Uma mulher na TV me diz que a morte…
é uma espécie de tempo de sonho, que existe fora da vida.
Estou começando a achar que estou morto.
Deixe eu lhe contar um sonho que tive.
Quando alguém diz isso, costuma significar alguns minutos de tédio.
Mas o que se pode fazer?
– Li um ensaio de Philip K. Dick.
– No seu sonho?
Não, eu o li antes do sonho.
Era o preâmbulo.
Era sobre aquele livro:
Flow My Tears, the Policeman Said.
Simplesmente fluiu. Ele sentiu como se o estivesse psicografando.
Quatro anos depois, ele estava em uma festa.
Ele conheceu uma mulher com o mesmo nome que a mulher do livro.
Seu namorado tinha o mesmo nome que o namorado do livro.
Ela havia tido um caso com um delegado de polí­cia.
Ele tinha o mesmo nome que o delegado de seu livro.
Tudo o que ela dizia parecia estar saindo de seu livro.
Isso o deixa muito assustado, mas o que ele pode fazer?
Pouco tempo depois, ele foi pôr uma carta no correio…
e viu um sujeito meio estranho em pé, ao lado de seu carro.
Mas, ao invés de evitá-lo, ele disse: “Posso ajudá-lo?”
O sujeito disse: “Fiquei sem gasolina”.
Ele lhe deu algum dinheiro, coisa que jamais teria feito.
Ele chega em casa e pensa…
“Ele não conseguirá chegar ao posto.
Ele está sem gasolina.”
Então, ele volta, acha o sujeito e o leva ao posto de gasolina.
Enquanto estaciona, ele pensa:
“Isto também está no meu livro.
Este mesmo posto. Este mesmo sujeito. Tudo.”
Bem, este ocorrido é um tanto assustador, certo?
Ele resolve contar a um padre que escreveu um livro…
e que quatro anos depois, tudo isso aconteceu.
E o padre diz: “Este é o Livro dos Atos”.
Ele diz: “Mas eu nunca o li”.
Então ele lê o Livro dos Atos e é estranhamente familiar.
Até os nomes dos personagens são iguais aos da Bí­blia.
O Livro dos Atos se passa em 50 d.C.
Então, Dick criou uma teoria segundo a qual o tempo é uma ilusão…
e estamos todos em 50 d.C.
O que o levou a escrever o livro foi que ele, de algum modo…
atravessou esse véu do tempo.
O que viu ali foi o que acontecera no Livro dos Atos.
Ele se interessava pelo gnosticismo e pela idéia de que um demônio…
teria criado essa ilusão do tempo para nos fazer esquecer…
que Cristo retornaria e o reino de Deus adviria.
Alguém está tentando nos fazer esquecer que Deus é iminente.
Isso define o tempo e a História.
Esta espécie de devaneio ou distração contí­nuos.
Eu li isso e pensei: “Que estranho”.
E naquela noite, eu tive um sonho.
Tinha um homem que, supostamente, era um vidente.
Mas eu pensava:
“Ele não é mesmo um vidente”.
Então, de repente, começo a flutuar, levitando até atingir o teto.
Quase atravesso o telhado e digo:
“Está bem, eu acredito em você”.
E flutuo de volta. Quando meus pés tocam o chão…
o vidente vira uma mulher usando um vestido verde, Lady Gregory.
Lady Gregory era a patrona de Yeats, uma irlandesa.
Mesmo nunca tendo visto a sua imagem…
eu tinha certeza de que esse era o rosto de Lady Gregory.
Então, Lady Gregory vira-se para mim e diz…
“Deixe-me explicar-lhe a natureza do universo.
Philip Dick está certo quanto ao tempo, mas errado quanto a ser 50 d.C.
Na verdade, só existe um instante, que é agora. E é a eternidade.
É um instante no qual Deus está apresentando a seguinte pergunta…
‘Você quer fundir-se com a eternidade, você quer estar no paraí­so?’
E estamos todos dizendo: ‘Não, obrigado. Ainda não’.”
Logo, o tempo é apenas o constante “não” que dizemos ao convite de Deus.
Isso é o tempo. Não estamos em 50 d.C., como não estamos em 2001.
Só existe um instante.
E é nele que estamos sempre.
Então ela me disse que esta é a narrativa da vida de todo mundo.
Por detrás da enorme diferença, há apenas uma única história…
a de se ir do não ao sim.
Toda a vida é: “Não, obrigado. Não, obrigado”.
E, em última instância é: “Sim, eu me rendo.
Sim, eu aceito. Sim, eu me entrego”.
Essa é a jornada.
Todos chegam ao sim no final, certo?
Certo.
Então, continuamos a andar e meu cachorro corre em minha direção.
Fico tão feliz.
Ele morreu anos atrás.
Estou fazendo carinho nele e há um troço nojento…
saindo de seu estômago.
Olho para Lady Gregory, e ela tosse.
Ela diz: “Me desculpe”.
E vômito escorre por seu queixo.
O cheiro é horrí­vel.
E eu penso:
“Isto não é só cheiro de vômito.
É cheiro de vômito de gente morta”.
Então é duplamente horripilante.
Percebo que estou no mundo dos mortos.
Todos a minha volta estão mortos.
Meu cachorro morrera há 10 anos, Lady Gregory há muito mais tempo.
Quando acordei, pensei:
“Aquilo não foi um sonho.
Foi uma visita í quele lugar, o mundo dos mortos.”
E como conseguiu finalmente sair de lá?
Foi como uma daquelas experiências que transformam a vida.
Eu nunca mais voltei a ver o mundo do mesmo jeito.
Mas como é que você finalmente saiu do sonho?
É esse o meu problema.
Eu estou aprisionado.
Fico achando que estou acordando, mas ainda estou em um sonho.
Quero acordar de verdade.
Como se acorda de verdade?
Não sei.
Não sou mais tão bom nisso.
Mas se é o que está pensando, você deve fazê-lo, se puder.
Porque, um dia, não será capaz.
Mas é fácil.
Sabe, simplesmente acorde.
em memória de: John Christensen
(super perfundo no amanhecer antecipado do seu dia)

desafio intermodal em curitibabilônia


Bicicletada-Curitiba realiza segunda edição do Desafio Intermodal

Diga lá: entre o ciclista, o motorista de carro, o de moto, o usuário de ônibus e o pedestre, quem é mais rápido? Quem polui menos? E quem se estressa mais? Para desvendar esse mistério, o grupo Bicicletada-Curitiba, em parceria com o Programa Ciclovida da UFPR, irá realizar a segunda edição do Desafio Intermodal no dia 28 de maio, í s 18h. O percurso é o mesmo do ano passado: saí­da da ciclofaixa da Rua Augusto Stresser, Câmara de Vereadores como ponto intermediário e chegada na Prefeitura de Curitiba.

Nesta edição, serão mais participantes: um ciclista atleta, um ciclista master (com mais de 50 anos), um ciclista que utilizará bicicleta dobrável e ônibus, um ciclista urbano com uma roda-fixa, outro ciclista urbano, um pedestre, um corredor, um skatista, um usuário de ônibus, um de táxi, um motorista de automóvel e um motociclista.

No ranking, além do tempo, serão levados em consideração quesitos como poluição, despesa, energia gasta, dióxido de carbono e ruí­do emitidos, para constatar qual é o veí­culo mais eficiente. Há também outro ranking com quesitos subjetivos, onde são analisados, pelos usuários de cada transporte participante do desafio, critérios de praticidade, segurança, conforto e conflito.

O primeiro Desafio Intermodal foi realizado no dia 10 de outubro do ano passado. Na ocasião, uma das bicicletas participantes venceu a corrida. E ainda: os resultados finais do desafio mostraram que, além de mais rápida, a bicicleta é o veí­culo mais eficiente a ser usado na cidade em horário de pico, quando milhares de curitibanos ficam presos no trânsito. Para o grupo, os resultados não demonstram, necessariamente, a supremacia da bicicleta, mas a inviabilidade de se planejar a cidade tendo o carro como prioridade.

Engana-se quem pensa que comprovar que a bicicleta é sempre a melhor opção seja a intenção da Bicicletada-Curitiba ao realizar o Desafio Intermodal. O objetivo é mostrar a necessidade de uma polí­tica urbana de mobilidade que dê ao transporte não-motorizado a devida atenção.

Goura

www.bicicletadacuritiba.org
www.bicicletadacuritiba.wordpress.com

Eu não estou ouvindo música: signos evidentes por si mesmos, por incrível que cresça e apareça – multiplicai-vos

[MEDIA=3]

“Dai-me agora um som alto e sublimado, um estilo grandiloqüo e corrente… Dai-me uma fúria grande e sonorosa, e não de _______ avena ou ____________ ruda, mas de ________ canora e belicosa que o peito ascende e a ____ ao gesto muda. Dai-me igual canto aos feitos da famosa Gente vossa, que a Marte tanto ajuda; Que se espalhe e se cante no universo, Se tão sublime preço cabe em verso.”

|

[MEDIA=4]

galerias subterraneas

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A L E R I A S S U B T E R R Â N E A

Galerias Subterrâneas é um projeto de arte de intervenção urbana em Curitiba a realizar-se entre 09/05 a 01/06/2008, em 6 terminais de ônibus da cidade, especificamente naqueles que possuem passagens subterrâneas: Cabral, Campina do Siqueira, Campo Comprido, Capão Raso, Pinheirinho e Hauer.

O objetivo da iniciativa é proporcionar um encontro experimental entre arte contemporânea e um grande e diversificado público, instaurando situações artí­sticas inusitadas em um ambiente comumente percebido somente como lugar de passagem.

Os terminais de ônibus são lugares de destaque na capital paranaense, constituindo-se como elementos arquitetônicos estratégicos da cidade e um dos signos de sua singularidade urbaní­stica. São locais de grande fluxo populacional, com centenas de milhares de pessoas transitando por eles diariamente. Dentre os 21 terminais situados exclusivamente no municí­pio de Curitiba, os 6 em questão são atravessados por passagens subterrâneas para pedestres, estruturas que facilitam o acesso do público a todos os trajetos oferecidos em cada terminal.

Os artistas e coletivos de artistas foram convidados a inscreverem seus trabalhos a partir de situações originadas ou adaptadas í s especificidades do lugar e de seus fluxos humanos. Os deflagradores de cada intervenção temporária têm histórico associado í  arte no espaço público: Rubens Mano (SP), Alexandre Vogler (RJ), Marssares (RJ), Lourival Cuquinha (PE), e os coletivos de artistas Bijari (SP), InterluxArteLivre (PR) e e/ou (PR).

Os trabalhos propostos – Marco (Mano), Anamorfose: Base para unhas fracas (Vogler), Re-Paisar (Marssares), Orelha Pública (Cuquinha), Natureza Urbana (Bijari), Ocupação (Interlux) e Descartógrafos (e/ou) abarcam diferentes intenções relacionais com o lugar e o público, investindo em questões como participação, identidade coletiva e individual; distorções da representação da perspectiva aplicada í  arquitetura; mí­dia e publicidade no espaço urbano contemporâneo; o espaço expositivo interior e exterior; paisagem sonora; o público e privado; cartografia como representação e memória do espaço existencial do indiví­duo e da coletividade; o espaço público como local de apropriação, criação e manifestação coletiva, a cidade como inspiração e suporte para a experimentação da arte contemporânea. Algumas reflexões sobre esses assuntos serão abordadas no bate-papo com os artistas a realizar-se na sala Scabi do Solar do Barão, na sexta-feira dia 09/05, í s 19h (Rua Carlos Cavalcanti, 533, Centro, fone (41) 3321 3240.

Galerias Subterrâneas é 1 das 4 propostas selecionadas da Região Sul (entre 36 no Brasil) para receber financiamento de produção através do edital Conexão Artes Visuais promovido pelo do MinC (Ministério da Cultura), Funarte (Fundação Nacional de Arte) e Petrobras. A proposta conta também com os fundamentais apoios da Prefeitura de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, URBS e BrasilTelecom, além de apoios complementares do Green Life Restaurante Naturista, Cozinha da Ritinha, Diamante Transportes, e/ou e epa!

Goto (epa!)

visite o rio

se essa rua se essa rua fosse nossa…

Em meio ao bairro ígua Verde (ígua Podre), considerado por muitos dos moradores como um bairro ‘nobre’ de Curitiba, no cruzamento das ruas Santo Amaro com a Dom Pedro I, existe o que restou do entroncamento de dois córregos – cujos nomes são desconhecidos.

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Alguma semelhança com o grito do Ipiranga? Mas porque Curitiba homenagearia o imperador com tamanha moléstia, nem sequer com uma rua pavimentada?

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Onde já não é permitido o lazer, nasce um novo ecossistema… onde cadáveres boiam nas margens deste malcheiroso ambiente.

somenteratazana

E não poderia ser diferente: Ratos e ratazanas são os verdadeiros donos desta cidade.

talvez algumas sementes de girassóis, um punhado delas espalhadas ao longo destas margens – a voltar-se para o sol e incansavelmente respirar…

como falsificar assinaturas

Tipos de Falsificações

A falsificação é um tipo de fraude documental, que se subdivide nos tipos elencados a seguir:
1. Falsificação sem Imitação

A falsificação sem imitação, é a reprodução de assinatura, sem se procurar dar a forma da legí­tima, que se desconhece.

É o processo de falsificação usado por falsários eventuais ou primários.
2. Falsificação de Memória

A falsificação de memória é aquela em que o falsário, estando familiarizado com a assinatura de sua ví­tima, procura reproduzi-la sem ver o modelo, valendo-se da memória.

Neste tipo, o falsário, guarda de memória os gestos mais aparentes da assinatura que vai reproduzir, como as letras iniciais, maiúsculas, as cetras – traços ornamentais que arrematam as assinaturas – , mas não memorizam o conjunto todo.

O traçado dessas falsificações é hí­brido, há traços morosos, aqueles que estão sendo reproduzidos pela memória e outros mais rápidos, que são resultantes da própria escrita do falsário.
3. Falsificação por Imitação Servil

A falsificação por imitação servil é o mais pobre dos processos: o falsário, fiel a um modelo, o reproduz no documento que está forjando.

A tarefa de copiar um lançamento não é fácil. Depois de cada gesto produzido, o falsário é obrigado a parar e olhar o modelo, voltando a fazer outro trecho do lançamento.

Como conseqüência desse fato, além do lançamento ficar moroso, arrastado, apresenta paradas do instrumento escrevente em sí­tios que no modelo não ocorrem. Para realizar alguns movimentos o falsário vacila, resultando um traço hesitante e trêmulo.

A comparação do produto de uma imitação servil com a assinatura legitima mostra flagrante diferença na qualidade do traçado e tal discrepância dos elementos genéticos.
4. Falsificação Exercitada

Este é o tipo mais perigoso e difí­cil de falsificação. O falsário se apossa de um modelo autêntico e, depois de cuidadoso treino o reproduz. Dependendo da habilidade do falsário ele consegue um lançamento mais ou menos veloz. O confronto de uma falsificação exercitada com o modelo mostra relativa coincidência na qualidade do traço, mas discrepâncias nos elementos genéticos. Quanto aos elementos formais, pode haver certas semelhanças, sobre tudo nos gestos mais aparentes.

Cabe salientar que, alguns fatos gráficos que, embora possam parecer ao leigo indicadores de falsidade , informam justamente o contrario, dentre os mais comuns são: a utilização de instrumento gráfico defeituoso – o falsário procura munir-se de instrumentos gráficos em boas condições, que não lhe dificultem a delicada tarefa de imitar grafismos estranhos. Assim , quando os defeitos derivam das condições precárias do instrumento, grande será a probabilidade da escrita ser autêntica; tintas relativamente apagadas, ou muito pastosas – o falsificador não gosta de chamar a atenção sobre seu trabalho. Por isso, busca imprimir aspecto normal í  escrita, não reclamando para ela esforço maior de leitura; instrumento gráfico e tintas extravagantes – o emprego de tinta vermelha, ou de lápis, não se justifica em alguns documentos. Sua utilização revela descuido, quase inadmissí­vel no trabalho de um falsário; borrões e borraduras – são praticamente inadmissí­veis em um trabalho fraudulento, revela incúria incomum no falsário; retoques ostensivos, recoberturas descuidadas – se esses adendos são necessários, constituem, em regra, í­ndices de autenticidade. Se desnecessários, podem aparecer no caso de simulação de falso, de qualquer maneira, fogem das caracterí­sticas do trabalho do falsário, no qual, como já se esclareceu, predomina o espirito de não chamar a atenção, ou o de mascarar a fraude, quanto possí­vel; repetição inútil da firma – não havendo necessidade, dificilmente esse trabalho seria executado pelo falsificador; indicações como cruzetas ou ponto do lugar onde assinar – em regra, o falsário sabe bem onde assinar, sem precisar de indicação; firmas em lugares impróprios – o falsificador normalmente sabe onde apor as assinaturas, não colocando-as em pontos inadequados.

http://br.geocities.com/marciobasilio/Falsificacoes.html

há ainda:

Há cinco tipos de falsificações de assinaturas, de acordo com o Instituto de Criminalí­stica do Paraná: aleatória, simples, auto – falsificações, servil e falsificações habilidosas ( Murshed, 1995).

* Falsificação aleatória: são caracterizadas por ter uma forma gráfica e linhas totalmente diferentes com relação í  assinatura original de algum escritor. Neste tipo de falsificação, o falsificador não se preocupa com o nome, propriamente dito, desenho e/ou formato da assinatura, nem mesmo se o nome é o mesmo. A Figura 2.1 apresenta um exemplo de falsificação aleatória.

* Falsificação simples: o falsificador escreve o nome da pessoa de quem ele vai falsificar a assinatura, porém não se preocupa em imitar o desenho e/ou formato da mesma, ou seja, a falsificação foi feita a partir do conhecimento do nome do escritor que terá sua assinatura falsificada. Muitas vezes este tipo de falsificação é considerada como aleatória.

* Auto – falsificação: este é o tipo de falsificação feita pela própria pessoa, com o intuito de negar sua veracidade.

* Falsificação servil: semelhante í  falsificação simples, porém com o falsificador olhando a imagem da assinatura que ele vai falsificar. Esta falsificação é feita traço a traço, o que traz linhas de má qualidade.

* Falsificação habilidosa: é aquela em que o falsificador consegue imitar de modo muito semelhante a assinatura original.

Como Abrir uma Porta Usando um Cartão de Crédito

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Algum dia, vai acontecer… Fique Clamo…

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É natural estar irritado ou nervoso, mas isto não vai ajudar, e certamente não vai fazer você chutar melhor.

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Seja humilde, entenda que você não tem o controle da situação

* Se você achar que pode precisar usar esta habilidade em algum momento, pratique em alvos seguros e fáceis primeiro. Isto vai lhe ajudar a firmar seu golpe, e a golpear sem se machucar.
* Pode ajudar exalar com vontade ou até gritar ao acertar o chute. Isto pode parecer bobo, mas realmente ajuda a concentrar mais força. Um “UH” alto ou algo parecido vai ajudar a concentrar-se no momento do impacto.
* Se tiver alguma prática com o chute lateral, você pode acertar com mais força ao dar um pequeno pulinho antes de chutar. Não salte no ar – simplesmente jogue seu outro pé em direção da porta e pule antes de encostar. Não faça isto sem antes avaliar a distância, pois é mais fácil cair se fizer da maneira errada.

– puts!!! O cara vai perceber que alguém veio aqui quando ele chegar e perceber que a porta esta destrancada!!

Funciona mesmo, testei com 3 cadeados diferentes aqui em casa.
Viva a tecnologia.
Aprenda você também.
Isso é a “ferramenta” que vamos copiar com a lata de aluminio.
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Material nescessario para reproduzir o abridar de cadeado:
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Abra a lata (literalmente) usando uma tesoura ou algo semelhante, e pegue somente a parte do meio (onde fica escrito coca, kaiser, kuat, etc..) corte no tamanha adequado. (varia de acordo com o cadeado)
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Faca essas divisoes para ter uma nocao de tamanho.
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Faca o mesmo na lata e divida ao meio (pontilhando, fazendo traco do jeito que quizer)
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Faça um “M” (a parte do meio do “M” será onde vai entrar no cadeado, manerem no tamanho)
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Corte:
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Dobre uma vez para as laterais nao quebrarem.
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Dobre de novo pra ficar biito.
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Voalá, aqui está sua replica.
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Encaixe em um cadeado visando a parte dele que abre.
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force um pouquinho e pronto, o cadeado abrira.
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Em muitos casos, os bandidos deixam a ví­tima trancada no porta-malas do carro, para que possam escapar sem problemas. Aprender a abrir o porta-malas pelo lado de dentro pode ser de grande valia nessas horas.

COMO ARROMBAR UM COFRE

Neste artigo, examinaremos os fundamentos desta rara habilidade e mostraremos os detalhes do arrombamento de cofre.

Apesar do design testado e aprovado do cofre, ele contém um ponto fraco fundamental: todo cofre deve ser acessí­vel a um chaveiro ou outro profissional no caso de mal funcionamento ou travamento. Este ponto fraco é o princí­pio do arrombamento de cofre.

Para compreender o arrombamento de cofres, você precisa primeiro entender os mecanismos básicos usados para protegê-lo. Há uma grande variedade de tamanhos e formatos de cofres que são especí­ficos para uso doméstico ou comercial. A maioria dos cofres se encaixa em duas categorias: cofre anti-incêndio e cofre anti-arrombamento. A construção de um cofre é especí­fica para a função que se pretende. Dependendo das necessidades do proprietário, um cofre pode ser montado na parede, encaixado ligeiramente abaixo do piso ou simplesmente preso ao chão.

Os cofres anti-incêndio são reforçados com materiais retardantes de fogo, mas fazem pouco para realmente proteger contra invasões. O cofre anti-arrombamento caracterí­stico é construí­do para resistir a um grande ataque. Mas devido a suas estruturas de aço reforçado e revestimento de ferro, esse cofre tende a agir como um forno, efetivamente cozinhando o conteúdo quando exposto ao calor ou chama.

O método mais popular de arrombamento de cofre é simplesmente roubar o cofre inteiro e levá-lo até algum local onde o arrombador tenha tempo e ferramentas para abrir o cofre e remover seu conteúdo. Porém, quando o design ou as circunstâncias não permitem isso, o arrombador tem que lutar com o mecanismo de trava da fechadura.

Fechaduras de combinação
A fechadura de combinação continua o método número um para manter uma porta de cofre segura. Existe uma variedade de fechaduras de combinação disponí­vel. As fechaduras de combinação para cofres têm duas classificações: grupo 1 e grupo 2.

As fechaduras de combinação do grupo 2 são os tipos mais comuns, encontrados atualmente em residências. Elas oferecem combinações de um, dois ou três números.

As fechaduras do grupo 1 fornecem um grau mais elevado de proteção, já que oferecem combinações de até seis números. Estas fechaduras também são mais robustas e têm mais engrenagens em seu mecanismo. Isto reduz muito a probabilidade até mesmo de um profissional habilidoso arrombar o cofre.

Agora, vamos dar uma olhada no que acontece dentro de uma fechadura de combinação.

O principal recurso da trava central de um cofre de combinação é a caixa de engrenagens: um conjunto coletivo de dispositivos que funcionam juntos para “descobrir” a combinação. Apesar dos fabricantes de cofres apresentarem inúmeras variações sobre a caixa de engrenagens para deter o arrombamento, todas elas são projetadas de acordo com o mesmo princí­pio.

Uma caixa de engrenagens

A caixa de engrenagens abrange um botão de combinação que está anexado a um eixo. Dentro da fechadura, o eixo roda através de várias engrenagens e um came de acionamento. O número de engrenagens em uma caixa é determinado pela quantidade de números existentes em uma combinação: uma engrenagem para cada número. Quando você gira o botão, o eixo gira o came de acionamento. Anexado ao came de acionamento está o pino de acionamento. à medida que o came gira, o pino de acionamento faz contato com uma pequena saliência na engrenagem adjunta chamada de pêndulo da engrenagem.

Cada engrenagem tem um pêndulo em cada uma de suas laterais. O pino de acionamento gira a primeira engrenagem até que ela faça contato com a engrenagem adjacente. Isto continua até que todas as engrenagens estejam girando. Isso é conhecido como engate das engrenagens. Cada engrenagem no eixo tem um entalhe. Quando a combinação certa é discada, todas as engrenagens e seus entalhes se alinham perfeitamente.

Logo acima das engrenagens está a proteção. A proteção é uma pequena barra de metal anexada a uma alavanca. A proteção evita que a porta do cofre seja aberta sem que a combinação seja discada. Ela faz isto permanecendo sobre as engrenagens e bloqueando o caminho do pino que prende a porta do cofre.

Quando todas as engrenagens se alinham, seus entalhes também se alinham para formar uma abertura. A proteção cai nesta abertura com a força de seu próprio peso. Sem a proteção, o pino pode deslizar livremente e o cofre pode ser aberto.

Quando todas as engrenagens da caixa de engrenagens estão nas posições corretas, seus entalhes se alinham para formar uma abertura. Com a força de seu próprio peso, a proteção cai dentro da abertura, permitindo que o cofre seja aberto.

Apesar deste design ser relativamente simples, ele é poderoso em sua simplicidade. O projeto da caixa de engrenagens tem sido usado por quase 100 anos e permanece difí­cil de ser superado até mesmo pelos mais habilidosos arrombadores de cofre. Mas ele não é infalí­vel. Nas próximas seções, veremos as várias maneiras pelas quais os arrombadores de cofres desafiam esse projeto.

Comece pelo simples
A maneira mais fácil de abrir um cofre é saber a combinação. Apesar disso parecer extremamente óbvio, conhecer a combinação é a maneira mais comum pela qual os arrombadores abrem os cofres. Mas eles estão realmente arrombando o cofre se conhecem a combinação? De uma certa forma, sim. A dedução da combinação é o primeiro passo para um arrombador tentar abrir um cofre.

Todos os cofres são enviados pelo fabricante com combinações de teste. O ideal é o proprietário zerar a combinação de teste após a compra. Isto não acontece com a freqüência que você pode imaginar. Muitos proprietários de cofre simplesmente compram e usam a combinação de teste, o que torna seus cofres uma presa fácil para os arrombadores. As combinações de teste da maioria dos cofres são um padrão da indústria, amplamente conhecidas tanto por chaveiros quanto por arrombadores de cofres. Se isso significa não ter que usar métodos mais complicados para abrir o cofre, os poucos segundos gastos com o teste de algumas das combinações de teste mais comuns economizam bastante tempo do arrombador.

O tempo é o inimigo número um dos arrombadores de cofre. Com isso em mente, descobrir a combinação é o outro método preferido de arrombamento. Além das combinações de teste, os arrombadores podem fuçar ou pesquisar um pouco para conseguir ou adivinhar o número antes de preparar as ferramentas.

Surpreendentemente, muitas pessoas escrevem a combinação próxima ao cofre, se não no próprio cofre. Uma simples busca pelo cômodo do cofre é o suficiente para o arrombador obter os números de que precisa. Muitos proprietários rabiscam a combinação em uma parede ou a escrevem em um papelzinho qualquer.

Numerosas empresas mantêm seus cofres no que os chaveiros chamam de fechadura do dia. Discando todos os números da combinação, os usuários das empresas destravam o cofre da companhia. Mas, ao fechá-lo, não cancelam a combinação. Isso significa que alguém pode abrir o cofre simplesmente abrindo a porta ou, no máximo, inserindo o último número da combinação. Se um arrombador tiver sorte o suficiente para encontrar um cofre nestas condições, o pior que pode acontecer é ele precisar adivinhar o último número.

O arrombador de cofres profissional pesquisa bem o tipo de cofre que ele deseja arrombar e o tipo de pessoa que o utiliza. Mas quando a dedução falha, o arrombador tem que arregaçar as mangas e tentar vencer o cofre ou fechadura.

Vamos dar uma olhada em como os arrombadores fazem isso.

Manipulação da fechadura
A manipulação da fechadura requer um certo ní­vel de perspicácia que outros métodos de arrombamento não requerem. Você deve conhecer aquela história de pegar o caminho mais fácil ou o mais difí­cil. Entre muitos arrombadores, a manipulação de fechadura é considerada como “o caminho mais fácil”. Isso porque a manipulação de fechadura representa o arrombamento em sua forma mais pura. Tecnicamente, a manipulação de fechadura é o processo de abrir um cofre trancado sem perfurá-lo ou danificá-lo de alguma forma. Como o nome diz, você usa a fechadura contra ela mesma para descobrir a combinação.

Esse método é ideal porque requer poucas ferramentas, e é até o momento a forma mais discreta de arrombar um cofre. Entretanto, este método requer muita paciência. O arrombador também deve possuir um claro entendimento das ações mecânicas das fechaduras nas várias formas que assumem e/ou algum conhecimento das caracterí­sticas do proprietário do cofre.

A arte da manipulação da fechadura é baseada amplamente na abordagem cientí­fica, criada em 1940, por Harry C. Miller. Assim como ocorre no cinema, o arrombador usa o som para descobrir a combinação. Mas o que você não vê no cinema é que o arrombador precisa de mais de alguns segundos e um bom ouvido para conseguir isso.

Arrombamento de cofres no cinema
Existem dezenas de filmes que destacam a arte do arrombamento de cofre em sua ação. Eis alguns destes filmes:

  • The Italian Job (Uma saí­da de mestre), 2003
  • Safe Men (Ladrões de cofre)
  • Sexy Beast
  • Welcome to Collinwood (Tudo por um segredo)
  • Ocean’s Eleven (Onze homens e um segredo)
  • Absolute Power (Poder absoluto)
  • The Score (A cartada final)
  • Die Hard (Duro de matar)
  • Hudson Hawk (O falcão está í  solta)
  • Thief
  • The Master Touch
  • Thunderbolt and Lightfoot (A última golpada)

http://casa.hsw.uol.com.br/arrombamento-de-cofre.htm

Jardim de Volts encontra Jardinagem Libertária

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Desenrolando algumas tentativas de sugerir rituais, carnavais ou qualquer tipo de liturgia-comunhão que pudessem dar conta de simbolizar e sensibilizar para questões sobre relações entre tecnologia, sociedade e corpo que há alguns anos temos discutido em nossas redes,
tentei conceituar já há quase dois anos uma brincadeira-manifesto que foi batizada de Jardim de Volts.

Jardim de Volts busca encontrar uma forma de entendermos a tecnologia (e a “ciência” que a tornou possí­vel) como algo que não é uma magia da indústria e sim fruto da inteligência humana em observar a natureza. Então porque tudo se descontrolou tanto? Aquilo que poderia ajudar a humanidade a construir um mundo melhor ainda serve quase exclusivamente para gerar um consumo sem sentido, sem a menor responsabilidade social e sem medida da destruição do nosso instinto de integração com todo ecossistema.

Escrevi um rascunho de idéia que ao meu ver ainda continua muito crua:
( http://estudiolivre.org/tiki-index.php?page=JardinDeLosVolts )

Durante o encontro Submidiologia 2 a bricadeira foi tomando mais forma:
( http://pub.descentro.org/submidialogia_o_estudo_da_subversao_dos_meios )

Apesar de até hoje não ter elaborado melhor uma reflexão sobre a proposta tenho comentado aqui e ali e isso acabou rendendo alguns encontros.

Recentemente recebi um convite do pessoal que em Curitiba tem organizado uma ação direta muito esperta e divertida, que foi batizada de “Jardinagem Libertária”. Nesta o grupo celebra a busca por consciência ecológica promovendo encontros, bicicletadas, caminhadas e outras buscas onde revitalizam o espaço urbano plantando árvores pela cidade. O grupo chegou a criar uma praça num abandonado terreno baldio, que foi batizada de “Praça PIrata”…
( http://jardinagemlibertaria.wordpress.com/ )

Por duas vezes seguidas este ano, em Fevereiro e Março de 2008, tentei de alguma maneira conectar a proposta com a idéia do Jardim de Volts, e curiosamente fui surpreendido por contratempos que me fizeram refletir sobre o próprio processo que eu estava querendo trazer como discussão.

Da primeira vez uma chuva impedia que minha proposta de tirar energia de limões, usando computador pra transformar poéticas sonoras recombinadas de arquivos mandados para mim se realizasse. Da segunda, um HD com problemas atrasava toda a preparação do sistema para o tal.

Enquanto preparava o HD pra tentar realizar aquilo que eu imaginava como uma colaboração, eu fui aos poucos refletindo sobre o ritmo que eu mesmo me encontro agora, depois de tantos anos vivendo em função da internet e sua promessa de informação e comunicação total.

Pensei também na minha paranóia de “eficiência”, também parte de um sintoma de todo esse prometido “progresso”, que eu queria criticar com uma retórica tão metida a eloqüente.

Curiosamente no sábado de manhã eu fui aos poucos conseguindo deixar o sistema pronto, mesmo tendo freado um pouco meu ritmo, influenciado pela reflexão.

Chegando no lugar, me deparei com dezenas de pessoas, fazendo intervenções num muro de tapume de um outro terreno baldio (uma nova Praça Pirata?), e fui visitar a já citada e arborizada primeira Praça Pirata.

O fato é vendo a naturalidade com que a piazada tava lidando com aquilo, me caiu a ficha que toda aquele meu processo metódico de determinismo pra fazer um tipo de “demonstração” de expressões da eletrônica fora do processo industrial ainda estavam muito viciados na ilusão de “ter tudo sob controle” como prega nosso cego processo civilizatório.

Ao invés de imediatamente influenciar todo aquele esforço manual que estava acontecendo ali pra prestar atenção em algo completamente desviante que eu estava preparado pra fazer, eu decidi tentar ajudar nas intervenções, entender, compartilhar os processos e tentar pensar um pouco daquilo que o Jardim de Volts estava propondo a partir daquela experiência.

Naquele exato momento percebi o quanto as pessoas estavam aparelhadas com suas tintas, pás, estiletes, canetas, máquinas fotográficas, instrumentos musicais, impressos e outros utensí­lios que além de ferramentas super úteis para a ocasião, também contribuiram para o giro de toda uma economia industrial.

Todo aquele belo romantismo de desenhos nos tapumes do terreno baldio e plantar árvores no quarteirão em volta estava ali inevitavelmente sujeito a um processo industrializado que vai culminar num eminente uso do terreno pelo seu proprietário. Talvez toda a revitalização do quarteirão até ajude na especulação imobiliária do terreno.

Obviamente que toda essa reflexão pelo viés pessimista cai numa perspectiva totalmente radical de encarar o processo civilizatório do qual somos indissociáveis avatares, como em teorias do Anarco-Primitivismo ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarco-primitivismo ) .

Não é dí­ficil presumir porque reflexões tão profundamente realistas sobre a incapacidade do homem usar sua incrí­vel inteligência para uma comunhão mais saúdavel com o planeta podem cair em surtos de violência irracional como a desesperada ação do Unabomber ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodore_Kaczynski )…

No entanto, como pensar uma maneira não-violenta em que de dentro pra fora possamos redesenhar nossa função em construir uma “ciência” mais alinhada com as necessidades do mundo, e não apenas com o egoí­smo consumista e imediatista que nos surge pelos tradicionais simulacros com a idéia de progresso e prosperidade?

Obviamente a resposta não é nada simples, mas acredito que ali na Jardinagem Libertária, entre algo de uma energia bastante pueril e ingênua de jovens querendo afirmar seus traços, haviam também esforços extremamente responsáveis, bravos e inteligentes de fazer sua parte para criar um mundo melhor e menos alienado do que está a sua volta.

Quanto aos Volts, aos poucos eles vão encontrando maneira de entoar mantras nos Jardins, buscando entender como esse conhecimento sobre a energia pura e canalizada pode ser menos destrutiva e mais esperta.

Por enquanto, fico bastante feliz em poder ver crescer o pé de limoeiro que plantamos ali ao lado da calçada naquele dia. Espero que ele possa um dia dar frutos. Que estes possam ajudar para que por trás dos tapumes ao invés de ignorantes templos de consumo apareçam mais Jardins Libertários.

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Inserir título curioso aqui.

PROPOSTA:

Apresentação performática-de-sombra-presente da Orquestra Organismo a partir de estudo do repertório de 3 anos de publicações poéticas na revista eletrônica Hackeando Catatau.
www.organismo.art.br/blog

por simone bittencourt, glerm soares, lucio de araujo, octavio camargo e occam.

(…)Pronto. Sopro a fumaça, sofro a pressão,
mais um pouco e nada mais terá acontecido, tudo será
o que fôr, e o que der e vier – seja lá o que será?
O
nó, cego, surdo e mudo: atravessuras! O poliglota
analfabeto, de tanto virar o mundo, ver as coisas e
falar os papos, parou para pensar ao pé de uma
montanha. Assaltaram-no dois pensamentos. Um na
lí­ngua materna, outro em lí­ngua estrangeira. O
primeiro fêz a pergunta, o outro respondeu.
Resultado: sou pai de minhas perguntas e filho de
minhas respostas. Sei um signo. A regra diz: responda
sim ou nunca responda, indefinitus et inexplicabilis
sermo.
Preciso acrescentar í  pergunta o que lhe
falta.
Está faltando um signo. Logo o comprendido.
Nada posso representar, o jôgo pára. (…)”

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Desprendido de imagens que se rompem a um capricho dos deuses,

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te regressas ao que, fora do tempo,

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é tempo infinito

(…)

no secreto semblante da verdade.

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Poema de Carlos Drummond de Andrade, na cédula de 50 cruzados novos.

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destino das Oito/Fate at Eight/Schicksal um acht – chico mello

It was a good luck that the festival MaerzMusic had two promising focal points – the human voice and the Brazilian music. Especially in Brazil the experimental and most involved musicians often are getting in touch with popular music. Chico Mello lives in Brazil and in Germany. He created his own style of music theatre. Here he is combining the for the Brazilians very important form of TV soap opera, the ââ?¬Å¾Telenovela”, with Bossa Nova. The result heââ?¬â?¢s calling TELEBOSSA. His piece, with the title ââ?¬Å¾Destino das Oito/ Fate at Eight”, was first performed in a marvelous light and ironic-imaginative production by Christina Tappe at the Berlin festival MaerzMusik.
The dramatic basis gave the British author Caryl Churchill. On the other side Chico Mello discovered with his own son how important repetitions are for narrating stories.
For this reason Mello was able to reflect in a light and ironic way the stupid and at the same time abysmal rituals of every day rituals, constantly served by TV soap operas.
Musically Mello connected the cool sensuality of Bossa Nova. He permitted the singers and musicians just to use certain notes and rhythms. The result was a sound on the golden mean in-between Alban Berg and Joao Gilberto. Rarely contemporary music theatre as Chico Mellos DESTINO DAS OITO – without falling in cynicism – offers so much ground for laughing and reflection.

Volker Michael, Deutschlandradio Kultur, Berlin

The play

A family waits for the return of the daughter. Captivated in the vacuum of every-day rituals the couple Brian and Alice repeats together with aunty Maisie again and again the same procedures. Change lies in commonness with trivial problems: misunderstandings, conflicts with the wayward drunk son, feelings of guiltiness, fear, old secrets, affairs, addictions, absurd encounters, departure, death. Will the daughter arrive? Will she bring the redemption from the deadlock?

ââ?¬Å¾Destino das Oito – Fate at Eight – Schicksal um Acht” is the setting to music of the drama ââ?¬Å¾Heartââ?¬â?¢s Desire” (1997) by the famous British Author Caryl Churchill. Caryl Churchill, born 1938, is one of the leading British dramatists. Her plays are extremely political and deal with social alienation and mechanisms of power. Very effectively she combines formal dramatic experiments with exciting political issues
In ââ?¬Å¾Heartââ?¬â?¢s Desire” the realistic situation of waiting for the daughter becomes a dramatic unrealistic elaboration – the story of waiting is narrated in a non-linear way. The dramatic development constantly is interrupted and restarts from the beginning. In a situation of a reset the story gets a new possible development. Every reset, every repetition includes musical and scenical variations. The result: an absurd and funny, constant perplexity of references in time and space.

The grotesque play with repetitions and interruptions get in the musical setting of Chico Mello a new dimension. Every beginning brings new variations and events and clears up the exciting patterns of the dramatic play.

The concept
The narrow patterns of family, the family issues themselves are very similar to the dramatic constructions of popular TV soap operas, of the famous Brazilian ââ?¬Å¾Telenovelas”. The action itself seems to be realistic, full with social and psychological situations of the brasilian every day life. This genre of soap opera gives a high emotional identification for a huge audience. For a big part of the brasilian population the main protagonists are as close as family members. The everyday life is dedicated to the world of Telenovelas – the Telenovela copies problems of the common life.

The formal and dramatic constellation of ââ?¬Å¾Heartââ?¬â?¢s Desire” gives an ideal basis for an investigation of this entanglement. Similar as is in a TV setting the audience can experience how the protagonists fall into their own soap opera. For this reason the play ââ?¬Å¾Heart`s Desire” becomes a free interpretation in the fictional telenovela ââ?¬Å¾Destino das Oito – Fate at Eight – Schicksal um Acht”.

By linking together different possibilities of action and dramaturgic developments in one series, by the scenic interaction of real action and telecasting, by mixing pictures from real telenovelas and live-videos arises a performance where the borders of TV and reality, of real and artificially produced experiences fade away.

The most important Brazilian telenovela is daily broadcasted at eight o�clock: a collective fate, broadcasted at eight, played by fictional protagonists, experienced by the majority of a huge tv-audience.

The music

The musical composition takes this dramatic structure and works with it�s patterns of repetition and variation. The recurrent basic situation is taken for a musical fundament and opens many possibilities for the exploration of an own musical language. The composer develops a special musical vocabulary. This he adds to the harmonies of the vocals of the English text. The result will be a fine grid of melodies, that are not motivated in a psychological or affective way, but offer an artificial construction for the naturalistic scene. In this exciting combination of Chary Churchill`s excellent composed text, the artificial vocal inflection and a naturalistic scene the rich diversity of the play becomes evident. The funny absurdity and the complexity of trivial daily scenes become even more obvious.

The clear language patterns made the composer develop an own “alphabet” of pitches directly out of the vocals and consonants of each syllable of each word. Chico Mello constructed an own system of composition that gives every figure it`s special character, and of course repeating í­ non harmonic – melodies to each reply. The basis of the work is the entire text.

Each singer-actor has 1 or two 2 accompanying instruments, as follows:

Brian + Bariton Saxophon + Contrabass
Alice + Clarinet + Viola
Susy + Celesta
Maisie + Oboe + Violine
Lewis + Tuba + Contrabass
Official + Percussion

Similar as in previous compositions (“Amarelinha” and “do lado de lá” for orchestra), Chico Mello works with ââ?¬Å¾decontextualisation” of Boss Nova. The “Tele”-“Bossa” is a combination of brasilian Telenovela and the musical genre of ââ?¬Å¾Bossa Nova”. In both forms strong emotions are produced by repeating patterns. The difference is the melo-dramatization of emotions in telenovelas to the static condition of happiness and sadness in the Bossa.

In the new music-dramatic form of ââ?¬Å¾Telebossa” the dramaturgy of telenovelas is so to speak ââ?¬Å¾bossanized” – an exciting contradiction, intensified by the scenic action.