As janelas mudaram de cor e ainda são incompreensíveis os ventos que sopram os nimbos nos últimos seis meses. Faz frio e as tormentas são noturnas. Um entrecortado de vazios entorpece e como que pára este tempo. Lugar de sombras ou de profundo amor. Ponta de precipício ou beirada de túmulo. Flores murchas e o odor úmido do decompor atravessam as horas presas nas carnes quase usufruídas como prostituição, puramente. Arremetidas. Retido. Flores fadadas í secura e í escuridão segundo grita um oco lá do infinito das gavetas de memórias e instintos. Embora felizes com as passagens velozes de quase amor, os dias de ausência cobrem as pernas de veias. O envoltório da Alma repetirá o destino destas murchas e ensimesmadas pétalas de mãos dadas. As pequeninas, por não poderem andar, restarão presas ao vaso mal cuidado, sua terra velha semi-árida e as beiras com lascas adquiridas ao longo dos tratos. Flores e Alma a sentirem o aroma da morte. Sem pernas na beirada de um túmulo, murcharão, por destino, inevitavelmente, jazendo simplesmente como margaridas esquecidas que são. O corpo, em pó esmaecido, padecerá do suplício eterno da constatação de que quanto mais antigo o túmulo, mais sozinho.