As fotografias que seguem foram capturadas com câmeras Holga.
Considerando-se apenas os padrões industriais vigentes, trata-se de um aparato fotográfico extremamente rudimentar e grosseiro, fabricado em plástico barato e que surgiu na China comunista dos anos 80 como uma opção pragmática para a fotografia de massas.
As máquinas Holga (e outras similares), que usam filme de 135 mm, logo se tornaram obsoletas e certamente teriam sido esquecidas, não tivessem sido recentemente revivificadas, em todo o mundo, por um séquito de cultistas, justamente pelo que costumava ser tido como uma série de defeitos objetivos (intensa distorção cromática, brilho intenso em certas partes do fotograma etc.).
A holgamania ou lomomania (nome derivado das máquinas soviéticas Lomo, quase idênticas) é hoje um fenômeno crescente. Comunidades na internet se dedicam a experimentos originalíssimos com as mesmas, testando seus limites tecnológicos e os próprios limites objetivos da fotografia convencional, o que é excelente em tempos de tantas traquitanas e engenhocas caras (e inúteis!).
As imagens que seguem são, nesse sentido, muito eloqüentes (a do ícone de Jesus, por sinal, foi linkada a uma fotografia de Haroldo Viegas que já circulou em Hackeando Catatau, em razão da proximidade simbólica destas linguagens e tendo em vista o notório foco da obra de Viegas na pura mensagem pictórica-fotográfica, muito mais do que a forma fotográfica convencional).
HOLGA HISTORY
Holga�s history is the thing of myth and legend. Some say that the camera is
made by the same people who brought us the Diana (a popular all-plastic camera
manufactured in the early 1960�s.) Others say the Holga was designed
specifically to fill the gap left by the Diana�s departure.
The truth is something very different. Holga is not related to Diana, and the
Holga was not designed with the Diana in mind. In fact, the people who manufacture
the Holga were not even familiar with the Diana or its substantial following.
Designed and engineered in a factory in China, the Holga was initially introduced
to China in 1982 as an inexpensive camera using the most popular film
format in the country at that time, 120 size film. China was just beginning to
open its doors to the world and photography was skyrocketing in popularity.
Unfortunately for the Holga, no one could have predicted the quick and overwhelming
dominance that 35mm film would have on the Chinese market and
after only a few short years the Holga was overrun by its 35mm competitors.
But by then, word of a special, all-plastic camera called the Holga had spread
to the West and its popularity was growing. Since then, over a quarter of a million
cameras have been sold in 20 different countries with almost no change in
it�s original design. Then in 2000, the original Holga 120S was joined by the
120SF version which featured a built-in flash.
What�s in a name? Quite a lot it seems, because everyone is wondering where
the name “Holga” came from. The answer is related to the Holgaââ?¬â?¢s oriental heritage.
The name is derived from the Cantonese term ho gwong, which means
“very bright.” A nip and a tuck and a western twist and you get the European
name: “Holga.”
HOLGA SENSIBILITY
A Holga is a study in imperfection, and to use it is an exercise in breaking free
from dependence on technology, precision, and “uber-sharpness.” The slight
softness of images, uncontrollable vignetting and peculiar light leaks create a
partnership between you and the Holga. These “flaws” accompanied by your creative choices result in a quasi-serendipitous art.
A Holga stretches our visual perception. Using a Holga adds a facet to the way we see the world. We notice more things and thus we evaluate their status. A Holga is a rule breaker. To use a Holga is to utterly change the terms of reference most people use to interpret photography.
(From the Holga Manual)
CAMERAS LOMO !
?Corria o ano de 1982 e o mundo ainda estava em plena Guerra Fria. Na URSS, o general Igor Petrowitsch Kornitzky, do Ministério da Indústria e da Defesa Soviético, ordenou ao director da empresa LOMO, Michael Pantiloff, a produção maciça de máquinas fotográficas pequenas, robustas e fáceis de usar. O general amante da fotografia, Tinha-se deixado encantar por uma pequena máquina japonesa, muito resistente e cujas lentes eram de qualidade excepcional. A ideia era produzir Lomos baratas para que estas se tornassem verdadeiros instrumentos de propaganda, Com todas as famílias da URSS a documentarem amplamente, graças a elas, o estilo de vida soviético.
A Lomo Kompact Automat foi produzida em série e vendida não só na União Europeia, mas tembém em países como o Vietname, a Alemanha de Leste e Cuba.
A “Lomomania” propriamente dita começa em Praga em 1991, quando dois jovens vienenses, de férias na capital da República Checa, descobriram a máquina Lomo. Começaram então a fotografar tudo, muitas vezes sem sequer olhar através da objectiva. De regresso a casa, o fascínio dos dois fotógrafos pela cor, a luz e a qualidade das imagens ( focadas ou desfocadas) foi tão contagioso que rapidamente a moda das Lomo se espalhou entre os jovens da cidade.
Em 1995 nascia em Viena, na íustria, a Sociedade Lomográfica e a primeira LomoEmbaixada, com o objectivo de impedir o desaparecimento das pequenas máquinas fotográficas russas, uma vez que a fábrica de São Petersburgo tinha acabado com a produção. A Sociedade Lomográfica organizou uma série de vendas de Lomos no âmbito de diversos eventos culturais, que serviram para afirmar o valor artístico da Lomografia.
A arte de fotografar com uma Lomo consiste em fotografar ao acaso, de forma imprevisível. A Lomografia não é uma fotografia encenada, produzida; é uma fotografia do quotidiano.
Um dos grandes projectos da Sociedade Lomográfica em colaboração com as várias embaixadas espalhadas por mais de 50 cidades em todo o mundo, É a constituição do LomoWordArchive, um registo visual, í escala mundial, graças í s fotografias do lomógrafos de todo o mundo.
Desde o lançamento da Lomo em Lisboa a 11 de Dezembro de 2000 já foram organizadas várias exposições, festas, concursos lomográficos, workshops, publicações e website, perpetuando a imagem colorida e descontraída deste género fotográfico. Lomomania, Lomografia, Lomógrafo tornaram-se expressões correntes nesta nova forma de fotografar.?
Veja também: Interiores com câmera precária.
onde compra, mo�§o?
uma r�¡pida pesquisa na internet em p�¡ginas como a do Mercado Livre etc. mostra que as Holgas ou Lomos j�¡ est�£o inflacionadas.
O ideal seria ach�¡-la em um bricabraque ou loja de m�¡quinas usadas (S�£o Paulo �© pr�³diga nisso). �� l�¡ que est�£o as oportunidades.
A Ã?ºltima opÃ?§Ã?£o Ã?© uma estratÃ?©gica passada pela RepÃ?ºblica Checa…Se vocÃ?ª for, avise-nos.
se conseguir, abaste�§a-se fartamente com filme 135 mm, que j�¡ �© item em extin�§�£o!