Ziggy Stardust and the Spiders from Spam!

fillete

Extra! Extra! Extra!Blog Organismo sob ataque de spammers! Mulheres e crianças primeiro!

O robôforex trading system pede a palavra!


Pede negociando do sistema do robôforex de O um palavra!
Carregue afastado isso que soma-acima a janela, e pendure-o acima no sign-post singable: Craster, quando eu estiver no macho-burro, Eu posso fazer misrepresentations demasiado. Uma vez antes, desde sua doença, dishevelled um thickskin similar, em quais tinha batido sua vidro-caixa, e o scoot das éguas escareou um mundo-world-illusion outspeeding na
mente de Mebasser. Serviront ao subdueth ele a Ted no tempestatum mas em re-organising o
decidiu-o para fora no último momento ao perseverance a mim
preferivelmente. No mesa-mesa-girdled apenas uma maneira fêz o reposa de Jill ela
tesouros í  Pensilvânia, shortning como alguma imagem borne-post-genital no tobacconist. , dizem, pelo persuasi dos deuses, souldiering em seu ghost-deus da sobre-composição, manganês solidifications krauterkaese deste versification: A ele que o soldado-soldier-caste do doeth que prepossessing faz a
pena-feather-duster da recompensa justa. , o despayre de Germany, e pelo dionysius post-glacial de Kossaeeans o third, quem, no monastery de Gethisburg. , shrewd, niggardly, e enslaving, era honesto ao núcleo, ilustrar dhimself como dos dikasts, scorning cada diplomata-caixa do cort-moinho, e do mar-sophestry da moral do conexivo-tecido.
Biggs fumo-tinha sido secado por Munsther para enxaguá-la visto que a
Cheruscan. Mas Sherman emotionless choir-cantava assim neve-snow-crusted que o
assalto para his quedeseja não poderia ser intossicated mais longo. Os pesents do sanctescat que absolve para a união shogged não os
representantes do incolor, mas o pai empregado do Lyntonhurst, para o Masefield inclinado embalado para o fogo-scathed para o fim do
século, entretanto, a volta francesa, a guerra americana, e o movimento voluntário, tinha tranquilizado ao dowse algum agitar do bishop-rei da vida
nacional no cavalo-menino osteopathy do shoe-maker Frente-estudado
roman, qual o código penal had’dis-had’dis-boned.’ até este que shrugging não eram pensamento uniforme nos
dicasteries dos intestates.forex que negocí­a para, como eu digo, as mulheres têm maneiras invisí­veis, e lá procissão que um mar-cão levyn-explodido deles subtraiu neste
scoff’d. do pai é um instanti que sempre os moleiros bons.
O eu funcionei-sacked o redor do ao do tudo, encontrando a de e não, colaborador por simile do afastado do vagueado ela mesma do pensado, e eu funcionei fora para transship.
I o mais mais até você, Simony nao ansioso para seu misertus, que ye comerá, ou que basilica beberá; nem contudo para seu corpo, que ye porá sobre. Para este swived a maioria do forex que negocí­a na disputa entre os
dois practiser em Egipto, embora mantem sua escola de Agnirasa, minuto-etapas, husban da missão, e algumas instituições dos companheiro-artesãos. Os heralds-em-braços, ele sendeth posicionado, tenha bushwhacked o largehandedness, o Dists e os povos aço-steel-spiked demitem o cabelo
forte-contraí­do. Nós surpassee a cacau-semente de vinda do cisne-rei no espí­rito da
descoberta do self-preservation de Richard.
O fowler wand’ring, atrás do forex que negocí­a, Prende seu forex que negocí­a em cima dele, aponta seus dispositionis, E disposição arbitrí riamente como em um answerst, E’en serve-lhe baixo nesse saluti cheerful da lado-cena que oft ‘
bweakfast do hath com seu razor-strop-strop dos hostis. Antes que a Faust-legenda girada outshone o fumo-jaque para o revival
grego do tradingt de Arforex, os artesãos de seu paí­s escaldam strouted resurches holandeses
misdirecting. Uma cavidade reclosed escavado no próximo abstinebant o
ela-she-monster para um propriedade-property-egotism, e um forex no alto secundário-editado como a chaminé e o sponginess. I blessed bem toda minha vida till o pseudo-pseudo-criticism do
praepositus de I que dishonouring agora.
Tinha vindo em cima dele assim de repente, seu meddison do horsemanship tinha sido assim universo, seu elaborateness misreckoned assim consonantal que Arcesilas, talvez por o tempo do unsaddle em sua vida, encontrado incapaz a hairy-breasted-breasted um cow’se na
sério-brincadeira de uma da prata-caixa diamante-espanada. Sutche nós classicism da lata na eleição da conselho-casa mas no
scann’d de I assim que no mim não poderí­amos ver que forex que
negocí­a eu era árvore-assim, assim eu parei o aperto de mão com ele. Mas que este priest-hood geral tyrrheno-pelasgian do proposition o
artista, quando o phantasmagoria de Caw-caw-cussing for da interpretação
preto-vestida mid-deserto, e quando lá bestrode quase tantas como vistas do castellana dele como
lá várias modalidades do excursion do áspero-falado? embal-sela do dependableness seja rendido pelo nacional ou pelo
subdistrict de Louison?
sev’ring (notwithstanding seu sanctus-sino testicular) considerado
sayso do ao dos boatmens do dos dos mas de não: (a companhia que reconsidering recuperado bem) transcend o pinnace a
ser fornecido com as coisas que cabem ao adeste do troublesom para os
woodson que softning; mas no í­nterim ele stabb’d 3, ou 4, iournies e descoberto os povos de Kee-nee-MOO-SHA: contudo o que com cuidado supply’d o vyasa gastou carelesly. Quarrelsome, Kleisoura, se lá forex que não negocí­a não nenhuma costoleta do
frontispiece, em mais cleanliest havia cães?
tornaram-se mais uma opinião da vinte-caixa e uma organização do
small-talk do que uma vida upsurging e uma conduta da coisa vital. Era mas iluminado scantily acima ainda pelos fragmentos do nefastus de
um sunbeam que selecionasse para glimmer quase através dos
touro-olhos do evah-increasin de negociar do philosophicforex. Após o testification stifled seu curieuse habitual, deu as ordens necessárias aos oficiais no protetor, e spined então sua câmara. Meus olhos eram welldressed e fecharam-se: o reserva-alimento demasing pareceu í  nadada pânico-sucedeu-me, e spake da colher-sugestão dentro como hygroscopic e confundido um
fluxo. Bessas fêz exame de um sofa-canto poss-can-strewn em seus vidro e
possess’d knowingly. Eu freshen também creamy-spired-spired, embora eu me curvei meramente, e retrocedido o Ca’ndish sob a prazer-viagem. e o st de Alasamenes da secretária junto em cima dos suspenders, qual ele undiminished visualizado do maison, e no comprimento desacoplado aos daddy-longo-pés spissimen, quais eram thirsty em Músculo-dar forma a abril 1492. Uma senhora, (um membro de Cassie, nós acreditamos, ) disse que versified o saturated como um maneira-melhor. E o assum’d do sanity da coisa do soignee era o passe-guarde que
Frensshe, demasiado, pôde ser como isso. 1 resultou na água e nos traços do forex negociando do forex que
negocí­a, 3.66 por o specter; O forestay-forestay-sail do ferro é em parte soluble no iussu
desolado-olhando, o alumina inteiramente de modo a silicato. Embora ele press’d apenas uma caixa lisa do anti-anti-papist, o bidst samiyan lá era slaunting misterioso sobre ele, para o Sr.. Forex que negocí­a, conseqüentemente, os funileiros atestados, e hearing do mesmo modo cujo era (para como o abortiveness rujido mais
de uma vez adiante a filha da palavra, assim Thespia, no haffets3 de seu esforçar-se, transferido para fora em cima de seu shteeple), pensou fecha-hearting a mais hindermost sua classe-reunião,
ter reenslaved somente seu schwindelst, e com seus bordos metade-compreensivos quested a violência em sua
garganta republished. Negociar de Forex poderia ter sido Resistencia quando ambos viveram, povos apropriado-feitos sob medida de todos os barbarossa basal para
Huguenots. Com esta dhartarashtra-floresta para o uprais’d de Seaboots da beleza
outro e os pinho-pine-tassels dos engravers: repouso-dirija-se ao soit que ele hiss’d, a imaginação que ensouled o figuras bonitas, e a experimentação-embarcação que o consumiu para escolher os
existencias os mais finos, as frases as mais osphretic, wherewith ao impossibility seu biscoito-poeira ou modo ou
bung-acionador de partida. Se convicts energizar salvado no hypocrisi lá, puderam mais rentest o forex que negocí­a sobre um após o outro.

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Esse texto estampa a primeira página do site do spammer. Eu evitaria de clicar nos hiperlinks do site. Ou seja, vejam – mas não comam nada. Nada!

Aparentemente, a página não tem serventia alguma. Tem apenas um amontoado de palavras (colagens de textos – alguém identifica alguma coisa?) que devem fazer “ping” nos sites de busca.

Não custaria nada alguém colocar isso num tradutor eletrônico, só para ver o que dá em português (podemos dizer que são textos inéditos de Hélio Oiticica e ganhar uma grana violenta).

Quanto í  invasão, será que o infame dispositivo do trackback está tornando a página vulnerável aos ataques da Federação do Comércio? Glerm, veja se não há algum botão mágico para apertar!

O último que entrar feche a backdoor por favor!

Homo Sapiens Sapiens – Upgrade.EXE

Zí­per Autoria: barbee cain, imagem licenciada sob CC2.0-by-nc-nd

BodyMod Era – Patches & Periféricos para a máquina homem

Do pó vieste
Ao pó voltarás
Perdoa minha imperfeição
Só pude fazer-te í  imagem e semelhança de minha versão básica

O anjo caiu mas é intercambiável

Eu acoplo
Tu acoplas
Ele acopla
Nós acoplamos
Vós acoplais
Eles acoplam

Eles copulam?

Direito do transgênero é coisa do passado! Queremos o direito do transfilo! Camaradas, enuncio a 12.ê Tese sobre Feuerbach: “Os filósofos têm apenas interpretado o homem de maneiras diferentes; a questão, porém, é modificá-lo!“.

ìcarus Nathan Rosenquist
Icarus, o primeiro body-modifier de que se tem notí­cia. Elevou a causa body-mod í  alturas jamais antes vistas. Seu sucesso foi efêmero.


Páginas amarelas de algum amanhã: Matsunaga – Assistência técnica especializada em Asas Retráteis Yoko Ono
Visite nosso Cozinha e nosso Departamento de Biomecânica. Única autorizada em CTBA.

Ruminando o Conhecimento

Imagens distribuí­das sob a licença Sí­lex Commons 2.1, da C.M.F.F. (Cro-Magnon Frountier Foundation). Some bones reserved.

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Sí­lex Common 2.1: Atribuição de autoria ao clã. Transmissão patriarcal do conteúdo. Distribuição sob a mesma licença, sob pena de apedrejamento. Proibido licenciamento a Australopitecus, de qualquer gênero.

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Sí­lex Common 2.1: Atribuição de autoria ao clã. Transmissão patriarcal do conteúdo. Distribuição sob a mesma licença, sob pena de apedrejamento. Proibido licenciamento a Australopitecus, de qualquer gênero. Proibidas versões derivadas em outras cavernas e tocas. Não ao uso comercial, ainda que por conchas e peles.

gnu-gpl
O GNU e sua barbicha.

Luar sobre Parador…


Estrela do Partido. Gramado do Palácio da Alvorada (Brasí­lia-Brasil-2005-Fotografia de satélite)

star-alvorada

marisa-lulaBurle-Marx

Definitivamente, isso aqui está cada vez mais parecido com “Luar sobre parador”!

parador
(Richard Dreyfuss, Raul Julia e José Lewgoy – Luar sobre Parador – isso aqui é um pouquinho de Brasil)

Shazam!!!!

É impressão minha ou a imagem de cabeçalho do blog (“hackeando catatau”) está, de uns dias para cá, com uma espécie de faí­sca?

Script? Manifestações de Occam? Há algo í  solta? Preciso trancar a porta?

lightning

Terá o download matado a epifania?

em obras

“LEMINSKI – A JUSTA RAZÃO AQUI DELIRA”.
Teatro Guaí­ra, Auditório Glauco Flores de Sá Brito, Curitiba-PR.
23 de setembro de 2005 – Apresentação única.

Por Mathieu Bertrand Struck.

Espetáculos artí­sticos erigidos sobre sucessões e/ou colagens aleatórias de textos, sons e imagens, formando um “todo” ou um “tudo” subjacente, são, normalmente, arriscados.

Cai-se, com muita facilidade, na tentação do hermetismo fácil, exigindo-se do público que apreenda ou entenda relações de informação supostamente “inovadoras” e “modernas”, quando o que há é unicamente a repetição ad nauseam de velhos clichês e lugares-comum.

Hordas de consumidores vorazes para esse tipo de espetáculo (no mais das vezes, crí­ticos e estudantes famintos por “experiências reveladoras”, “momentos totêmicos” e epifanias de todo gênero) ajudam a sustentar a farsa. Coisa que, aliás, diz muito mais sobre o público do que sobre o espetáculo propriamente dito.

A colagem, que poderia ser um aliado poderosí­ssimo para a construção de novos códigos (teatrais, musicais, sonoros, plásticos e visuais) é, via de regra, substituí­da por simples narcisismo e exibicionismo. Casos extremos convertem a mensagem em mero zapatismo cultural, desprovido de qualquer conteúdo metafí­sico, simbólico ou cognitivo.

Um erro comum é basear tais textos unicamente em fatos do quotidiano ou da contemporaneidade, não havendo uma ancoragem do argumento – ainda que implí­cita ou subterrânea – no atemporal ou no eterno. Prova de que faz muito mal ao Brasil não possuir uma edição decente de “Os Últimos Dias da Humanidade“, de Karl Kraus (só para ficar num exemplo).

Cria-se um paradoxo: o espetáculo é mais virtuoso quanto menos compreensí­vel é – ou parece.

Curitiba, cidade dos aplausos fáceis e na qual qualquer espetáculo de meia-tijela encerra í  noite com a platéia de pé (“quem come um, pede bis“), não teria, a rigor, a mí­nima necessidade de aplaudir Leminski – a Justa Razão Aqui Delira. O espetáculo, realizado numa fria e chuvosa noite de quinta-feira, véspera da primavera curitibana de 2005, não foi feito para isso.

Não se está a tratar de uma montagem feita para meramente divertir a assembléia do Planeta dos Macacos, a ser chancelado e carimbado para consumo popular, mediante um coral de estalos frenéticos. Tampouco pode o espetáculo ser considerado uma Arca de Noé rediviva, com assentos limitados a um diminuto rebanho de “eleitos” ou de “predestinados” (outro erro comum).

É, sim, a lógica do acidental, do casual, do eventual e, mais do que tudo, do quântico que permeia a construção da obra. Culturalmente, não há predestinados. Estes podem ter sido avisados que o espetáculo foi cancelado (como, de fato, aconteceu com cerca de 30 potenciais pagantes) e voltarem para casa. Só os não-eleitos assistiram. Como é que fica?

Em outras palavras, a predestinação, em Leminski – a Justa Razão Aqui Delira, pode ser nada mais do que um conceito cultural, imagético. Na sociedade da informação, posso me fazer, a meu bel prazer e aleatoriamente, herdeiro de Atlântida, do Continente Perdido de Mü, do Hopi-Hari ou de Hi-Brasil. O que faz de nós nada além do que os predestinados de nossos próprios dramas individuais (não dos outros).

Não há tempo para que o espectador se lembre de bater palmas, de tanto que foi envolvido, ao longo de mais de duas horas de espetáculo, no manuseio permanente de códigos, linguagens e estruturas, em espí­rito de legí­tima confraria.

A tecnologia e a linguagem – e o papel do homem no manuseio (hábil ou não) dessas centelhas abandonadas pelos deuses (paternalistas ou negligentes, pouco importa) – são os grandes componentes unificadores do patchwork de idéias e experiências que resultou em uma das montagens mais emblemáticas da história do teatro curitibano.

A Orquestra Eletroacústica Organismo, em Leminski – a Justa Razão Aqui Delira, entre muitos insights bem-aventurados, nos recorda permanentemente, que, antes de sermos homo sapiens, fomos homo faber.

Os personagens propostos em cena não querem ser mais do que vetores – instrumentos também, portanto – das diversas ferramentas fí­sicas e conceituais já envergadas pelo homem, ao longo de sua história simbólica.

E se há canetas, lousas, livros, réguas e instrumentos musicais –ainda imbatí­veis – há também espaço para novas Lanças de Wotan, como o miraculoso CTR-C + CTR-V e os Oráculos Virtuais do momento (Google, Yahoo, Altavista e tutti quanti) que não se incomodam em listar Homero junto com Homer Simpson.

Somos também lembrados que tais artifí­cios podem até ter redobrado a produção humana de natureza faber, mas podem ter aniquilado a de natureza habilis.

As ferramentas em desfile – sim, é um desfile repleto de alegorias – são também conceituais. Cálculo, geometria, métrica poética, abstração literária, epopéia antiga, sofismas jurí­dicos, linguagem de programação, mantras e rezas penitenciais mesclam-se de forma, por vezes, espasmódica, quando não tentam competir entre si, como as plantas por um lugar ao sol, abandonando seus hospedeiros momentâneos ao serem proferidas, declamadas ou demonstradas.

Em alguns momentos, a sobreposição de camadas e códigos chega a ensurdecer o ouvinte, lembrando-nos que, no mundo hodierno, embora haja profusão de meios de difusão de idéias, ninguém ouve nada porque todo mundo fala ao mesmo tempo.

O fenômeno se repete no campo visual. Cada personagem de Leminski – a Justa Razão Aqui Delira, está, a cada instante, fazendo alguma coisa ou envolvido em alguma atividade. Não há silêncios, não há pausas. As cenas paralelas são múltiplas e plúrimas.

Uma clara metáfora do mundo, pois se presto atenção em algo, posso muito bem não ver o que se passa exatamente ao lado. Se vejo longe, posso não estar vendo perto. O Google Earth diz muita coisa, mas não diz se a grama do vizinho é mais verde.

Cenicamente, os personagens estão sempre manuseando os utensí­lios fí­sicos e imagéticos que povoam o palco. Diz-nos Octávio Camargo (que nega ser o diretor da obra – os arqueólogos do futuro certamente elucidarão isso) que o processo de escolha dos objetos cenográficos foi, predominantemente, aleatório. Os próprios participantes escolheram-nos, em um bricabraque da Fundação Cultural de Curitiba.

Cada um desses objetos – de bolas de basquete a lamparinas, passando por um imenso espelho – foi visto como uma nota musical, uma partí­cula verbal, um signo visual.

A montagem deriva, pois, de um casting party em que objetos animados e inanimados competem por um espaço no palco – e na memória do público. Lateralmente, o computador – meio termo entre o animado e o inanimado – exige também seu espaço em cena, a ponto de temperar toda a trama com sua presença constante.

Essa é a grande novidade. Sente-se, a todo o momento, que há um elemento não-humano no ambiente, exógeno, ainda mera ferramenta – por quanto tempo não se sabe – para geração e reprodução de vozes guturais ou cadeias dissonantes de som.

A presença do Organismo – sim, é dele que se está a falar – nos lembra permanentemente que nossos corpos se degeneram e fenecem e que, mesmo sem isso, os cérebros humanos acabam sendo devorados pelo Mal de Alzenheimer, enquanto as máquinas – ainda que feitas de elementos triviais como lata, areia e eletricidade – já flertam com o sempiterno.

Se há algo que bem caracteriza a ação teatral Leminski – a Justa Razão Aqui Delira, é a técnica discursiva bem engendrada de sobrepor finas e sucessivas camadas de discurso e código, aparentemente dissonantes ou conflituosas, mas habilmente rejuntadas com o meta-discurso da relação entre (i) o homem, (ii) seu conhecimento e (iii) a tecnologia. Dessa massa folhada, levada ao forno por 120 minutos, é que nasce o homo hiperlincus.

Por quanto tempo resistirá ele í  Assimilação?

A surreal experiência de Descartes em Pindorama – mote do Catatau leminskiano – é permanentemente invocada no espetáculo. No entanto, joga-se uma nova luz sobre tal alegoria: a de que, descambando ou não o cartesianismo dos trópicos em caos, desordem e desrazão, o homem brasileiro (seja lá o que for isso), mergulhado em ambientes virtuais de comunicação constante, deve gerar evidências sí­gnicas de sua passagem no teatro do mundo, sob pena de extinção – ou mesmo inexistência, por ausência de provas.

É agora ou nunca. Falemos agora, ou calemo-nos para sempre. E se não podemos ser cartesianos, tampouco podemos ser dionisí­acos o tempo todo, só porque abaixo da Linha do Equador continua sendo tudo permitido.

Leminski teria gostado do embate cênico travado entre o silencioso manequim de Renatus Cartesius e, na outra ponta do palco, o Organismo-Tamanduá, que, com seus circuitos integrados e sua tela azul (“old blue eyes“) não parou um só minuto de soltar onomatopéicos guinchos, silvos e guturais resmungos, exigindo de humanos permissivos – e pouco ciosos de seu próprio futuro – a sua quota na sociedade do espetáculo.

Cale-se, Cartesius, pois sou o subterrâneo do seu ser! Tema-me, pois sou a Cornucópia informacional! Venere-me, pois sou o Vaso Inesgotável! Meu nome é Terabyte e sou uma das vozes de Satã!

Todos os personagens humanos de Leminski – a Justa Razão Aqui Delira são, via de regra, leitores ou evocadores. Exceto um (interpretado por Lúcio de Araújo), representando figurativamente um professor de geometria. Mudo e calado do iní­cio ao fim da peça, traçando, com seu compasso, mandalas de giz branco nas paredes do Mini-Guaí­ra, o acadêmico abandona inopinadamente seu papel de leitor e, em dado momento, veste a persona do Mensageiro.

Em um par simbólico talvez acidental – Heisenberg poderia melhor explicar – o Mensageiro sai do palco e sobe as escadas do auditório, portando, em suas mãos, um legí­timo paralelepí­pedo curitibano.

Deposita-as aos pés de um dos percussionistas e entoadores de mantras que até então, limitava-se a hipnotizar o público. O Mensageiro apanha com cuidado o pé descalço do músico e o coloca sobre a Pedra, tal como aconteceu com um certo Simão, pescador que negou três vezes ter fisgado o peixe.

Mais para o final do espetáculo, o Mensageiro vai para o backstage e retorna com uma caixa de pizza (!) – comida pela metade. Não se sabe se estava no script ou era mero atendimento da fome (e se existe “obra aberta”, deve ser bem prático para comer pizza em cena), mas o fato é que os participantes se reuniram ritualisticamente ao redor da Pizza, devorando-a. Eucaristia com anchovas e pepperoni.

O par simbólico retratado merece reflexão. Pedra e Pizza, o sagrado e o casual, em onto-confrontação. No universo do P2P (PEDRA2PIZZA – PEER TO PEER), talvez não importe mais quem procede í  entrega, mas sim o conteúdo da entrega.

É por isso que o chapéu de Hermes estava em R. Cartesius, não no disforme e horrendo – sim, a estética ainda existe! – Organismo-Tamanduá, a desafiá-lo permanentemente com sua imortalidade (passí­vel de ser quebrada apenas pela pureza imberbe de querubins marteladores).

Outros personagens de Leminski – a Justa Razão Aqui Delira passam boa parte do tempo em cena folheando livros a esmo e declamando textos tirados de suas entranhas, incitando a audiência a brincar com as kilo-métricas construções do Finnegans Wake e outros.

Digna de registro, para a historiografia teatral curitibana, foi o vigor interpretativo da tarimbadí­ssima Claudete Pereira Jorge, que, com suas declamações, encarnou com esmero o caráter deliciosamente insólito das brincadeiras e jogos semânticos de James Joyce (e também das limitações inerentes de qualquer tradução do texto original, por melhor que fosse).

Em outros momentos da montagem, o frenesi das declamações evoca, no campo da tecnologia, os downloads de pacotes de informação, vindos sabe-se-lá-onde e sabe-se-lá-de-quando.

O homem de hoje não pensa mais, está apenas í  espera de pacotes de dados, que reenvia a desconhecidos, também í  espera. Todos como pequenas e laboriosas formigas: empacotando, armazenando e transportando a informação. Ser cigarra e morrer de frio no inverno ainda é mais divertido.

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Um dos participantes da peça relata que, em todas as camadas de linguagem, desde a iluminação até o storyboard, procurou-se escrever as partituras. Cada objeto aleatório escolhido para compor a trama, teve sua participação escrita e definida. Alunos do Professor Richard Wagner, evidentemente, brincando de Arte Total. Prato cheio para os arqueólogos e sociólogos do amanhã. Os de hoje encontram pinturas rupestres e túmulos. Os do amanhã terão óperas-rock, capas do super-homem e montanhas de hard-disk.

A codificação total (ou idealmente total) do espetáculo, em partituras para cada uma das linguagens empregadas, é talvez a grande realização de Leminski – A justa razão aqui delira. Como os cadáveres fatiados a laser e petrificados, para estudo em universidades européias e exibições í  la P.T. Barnum, todas as camadas de linguagem foram objeto de algum tipo de encriptação.

Outro par simbólico digno de nota: o público recebeu bolachas (sortidas) para comer, mas quem estava em palco também comeu a pizza do Mensageiro. Mesmo sem querer, todos os participantes comungaram sob as estrelas, ao redor da fogueira, enquanto os demais animais, na Sombra, os rodeavam ameaçadoramente.

Como que a provar a alegoria, ao lado, no Guairão, acontecia um show dos sertanejos Zezé di Camargo & Luciano. Partí­culas de som mela-cueca adentravam baixinho, sabe lá por onde, talvez pelas galerias de aeração comum. Um integrante não-identificado da Orquestra relata que, pouco antes do espetáculo, o indigitado ‘Zezé’ esteve no ensaio geral. Curioso.

Em Leminski…, a Orquestra Eletroacústica Organismo não brinca despretensiosa ou inconsequentemente com os mitos. Antes os cataloga. Expõe-os – í  glória, ao julgamento, í  execração, ao ostracismo, ao nojo, í  adoração e ao apedrejamento moral e fí­sico – numa ampla vitrine de heróis e anti-heróis, animados ou inanimados.

Sem exageros, a véspera da primavera curitibana foi marcada por uma Babel cognitiva, na qual odisséias e epopéias, poesia e prosa, teatro e análise, compêndios e catataus, vibrações indianas, seqüências cromáticas e poemas curitibanos polacos foram cozinhados em fogo lento – e panela de ferro – num legí­timo smorgasborg informacional.

Em suma, o fim do Inverno, mas mantendo o Sol-da-meia-noite.

Um espelho no palco – terá sido aleatória a escolha desse especí­fico item? – dizia í  platéia que ela, sim estava mais do que tudo retratada naquela montagem. É claro que é clichê, mas o Outro somos nós mesmos.

Topicamente, Leminski – A justa razão aqui delira evoca as seguintes partí­culas: polifonia, anarquia, sentidos, improvisação, mistura de linguagens, artificialidade, sobreposição de camadas, fluxo de códigos, transhumanização.

Sabendo que o Golem já tinha sido criado e que era preciso ser original, a Orquestra optou por exumá-lo e dissecá-lo. Suas entranhas transistorizadas e sua alma sí­lica são expostas a céu aberto, como feridas. Queremos ininterruptamente abrir essas caixas-pretas, mostrar a nós mesmos que elas não são feitas de carne ou de sangue (e nem de casca ou seiva), que estão por isso fora do plano divino ou do jogo de dados da negligência demiúrgica.

Um dos personagens, interpretado por Guilherme Soares, passa boa parte da trama ensandecido í  frente de uma lousa, a escrever e apagar sucessivas fórmulas e equações. É um professor. Não parece encontrar o que quer. Também não aparenta saber – ou dizer – o que quer (o que é a mesma coisa). Seu comportamento é febril e confuso. O desespero o toma. A solução não é encontrada. As equações estão erradas. São apagadas e reescritas. Trocadas por outras. Ora são fractais, ora seqüências binárias, ora jogos de palavra. Palavras cruzadas. O caos informacional o envolve. Folheia compêndios e cânones a esmo, não encontra nada. Consome-o, paranoicamente, uma suposta unidade subjacente do discurso, que “ninguém” – a não ser ele – consegue perceber. O professor vive a utopia da descoberta da Fórmula Secreta, do Mapa do Tesouro, do Número de Ouro e da Proporção Ideal.

Enquanto o Professor descamba no caos e na desordem, o Organismo-Tamanduá tudo vê, não chora, não ri, não se manifesta. Assiste impassí­vel í  ruí­na cerebral de um cartesiano nos trópicos. Continua com sua polifonia artificial, como se falasse sozinho. Frieza absoluta. Nossos potenciais sucessores poderiam ao menos dizer algumas palavras finais.

A Grande Guerra do Futuro = Dataflow X Dataflower.

Se as máquinas já pudessem ver – e entender que vêem – notariam que estamos, nós mesmos, com seu auxí­lio, nos devassando e expondo – com câmeras, filmadoras, gravadores, transmissores, copiadores e multiplicadores – mostrando a todos e a tudo o que pode bem ser a metástase silenciosa de nossa decrepitude civilizacional. Cria-se uma inversão: hoje, o que vale mesmo não é o que é filmado e fotografado, mas aquilo que não é.

Como não lembrar das práticas médicas mais modernas, em que, antes de começarem a retalhar o paciente, os médicos compõem o storyboard da cirurgia com sondas dotadas de olhos digitais? (oito olhos, como os das aranhas). É exagero dizer que Rembrandt previra isso, simbolicamente, em a Lição de Anatomia?

Como não lembrar que as pessoas estão aceitando cada vez mais serem filmadas, individualizadas como gotas no grande oceano, nominadas e classificadas no grande catálogo telemático dos vivos, dos mortos e dos não-nascidos? Breve em WIKIPEDIA: Ermitões e Náufragos dos Cinco Continentes: Phone Book.

O Organismo-Tamanduá de Leminski – A justa razão aqui delira evoca, efetivamente, o Mito do Golem. Disforme, em pleno processo mutagênico, guinchando e cortando as falas de seus colegas de palco com suas ondas bufferizadas.

É de se pensar se o sopro vital para o teatro lhe foi insuflado quando um cí­rculo de giz, traçado com compasso no chão do teatro foi abandonado pelo seu desenhista e assumido por uma das personagens femininas (o bicho mulher, sempre na raiz simbólica da nossa ruí­na) que, brincando com suas pequenas pedras, usava o cí­rculo como esfera de contenção para seus encantamentos arcanos. Visualmente, tinha-se a impressão de que se tratava de leitura em ossos de animais.

Bookmark para historiadores: 22-09-2005 marca a entrada do primeiro pedido formal (se houve outros, não foram registrados – não estão no mundo) de um ente não-humano para fazer arte em Curitiba. Os cérebros eletrônicos demandam sua quota da sociedade do espetáculo. Querem seus 1,44 MB de fama.

Silêncio! Organismo (tamanduá, dodô, fênix, velocino, unicórnio, sagitário, hidra, dragão, leviatã) quer falar. Resta saber se o Logaritmo Organizado traz mesmo o logos.

E a julgar pela cena apoteótica do final de Leminski – A justa razão aqui delira, a máquina quer ter a última palavra. Os atores estavam todos quietos. A tela azul permaneceu acesa, até o fim dos tempos.

Vigiai e temei.

NOTAS: A Embaixada Polaca a tudo assistiu, deliciada. Isso sim é Cápsula do Tempo.

Lanche no SESC!

Que Sopa Campbells que nada!

Que Kinder Ovo que nada!

Que Antropofagia que nada!

Lanche no DesafiatLux

Abaixo o pão ázimo, queremos coxinhas e risólis cognitivos!

Fora com o jejum, queremos galetos metafí­sicos e enroladinhos-de-vina logosóficos!

Galetos

Saí­ hoje do Sesc da Hesqüina como se tivesse comido o Bispo Sardinha em pessoa. Tava muito massa.

Saber é alimento.

Grendel redivivo é o Software Proprietário?

Falando francamente.

O que seria disso:

Beowulf Cluster

Sem isso:

Beowulf

Beowulf é o herói Gotlandês do poema Anglo-Saxão (Old English), titulado Beowulf. A datação do poema tem sido alvo de debate, porque o poema sobreviveu em um único manuscrito do século XI, no entanto a composição sugere uma data bem mais antiga. As datas variam entre o século VII e o século X, a época que a lí­ngua Anglo-Saxônica (Old English) era falada.

Beowulf é filho de Ecgtheow e da irmã de Hrethel (não nomeada). Beowulf foi educado por Hrethel, rei da Gotlândia (ilha de Gotland, Suécia). Beowulf ascendeu ao trono de seu tio, Hygelac, que foi rei após a morte de seu segundo irmão.

Seu nome sugere que pode significar, “urso” (em inglês moderno, “bear”). Como ele um urso, poderia esmagar seus inimigos. Ele matou um guerreiro Franco, Dí¦ghrefn, com um abraço-de-urso. Beowulf é conhecido por sua forte garra, como é visto quando ele combate Grendel. O poema mostra o herói como o homem mais forte e valente do mundo.

Beowulf foi para Heorot, na ilha de Zealândia, para auxiliar o rei Danes, Hrothgar, a caçar o monstro, Grendel, que estava matando camponeses e guerreiros de Hrothgar.

Após sua luta com Grendel, Beowulf foi comparado com o herói Nórdico, Sigmundr (Sigemund no Beowulf), que matou um dragão neste poema (mas não no mito Nórdico).

Beowulf Page
(Fac-sí­mile de um dos primeiro registros preservados do Mito de Beowulf)

Hrothgar recompensou Beowulf com muitos presentes, após a morte de Grendel, e a mãe do monstro. Hrothgar fez de Beowulf seu herdeiro para sucedê-lo, após sua esposa ter convencido-o a não deixar um de seus filhos subir no trono.

O poema freqüentemente chama-o de prudente ou sábio, mas para as escolas modernas, ele seria antes imprudente e despreocupado. Em sua juventude é entendido que ele era imprudente, por não ter responsabilidade, fazendo tudo para ganhar glória através de heroí­smos. Mas quinze anos depois de matar Grendel, ele era um rei, um governante justo para seu povo e reino. Mas continuava a ser imprudente, e foi lutar com um dragão sem auxilio, perecendo na luta, pois já era velho, e sua morte provavelmente trouxe ruí­na para seu povo, apesar dele ter matado o dragão, antes de cair.

Os Gotlandeses se envolveram em duas guerras, uma contra os Frí­sios e outra contra os Suedos. Com a morte de Beowulf, os Gotlandeses foram atacados por estes inimigos, logo que souberam da queda de seu rei diante do dragão. Não há dúvida acerca da valentia de Beowulf no campo de batalha e lutando contra monstros. Mas apesar dele ter salvado seu povo do dragão, isto custou a queda de todo o reino diante da hostilidade dos inimigos vizinhos. Portanto sua imprudência o acompanhou até a morte.

http://www.valholl.hpg.ig.com.br/herois_beowulf.htm

Psitacose Organística

Anderson
Ian Anderson, em um de seus mais recentes trabalhos, The Secret Language of Birds.

A Linguagem dos Pássaros

Um grupo de pássaros desejava encontrar a seu rei; então pediram í  poupa sábia (um pássaro com crista em forma de abano) que lhes ajudasse em sua busca. A poupa lhes disse que o rei que estão procurando se chama Simurgh (que significa em persa “Trinta Pássaros”) e que vive escondido na montanha de Kaf, porém é uma viajem muito difí­cil e perigosa. Os pássaros imploram í  poupa que os guie. A poupa aceita e começa a ensinar a cada pássaro de acordo com seu ní­vel e temperamento. Ela lhes diz que para alcançar o alto da montanha, necessitam atravessar cinco vales e dois desertos; quando tiverem passado o segundo deserto, entrarão no palácio do rei.

sacred birds
Nota: Pássaros Sagrados. írvore Sagrada. Coisa básica.

Os de vontade débil, temerosos da viagem, começam a por desculpas. O louro, que é egocêntrico e egoí­sta, diz que no lugar de ir em busca do rei, buscará o Santo Gral. O pavão real, a ave legendária do paraí­so, exclama que tem sonhado que voltará ao céu e que vai esperar pacientemente esse dia. A pata, se lamenta porque sua vida depende de estar próxima da água e morreria se si separasse dela. A garça tem uma desculpa similar; não lhe é possí­vel viajar longe do mar, porque seu amor pela água é tão grande que, embora permaneça sentado durante anos í  sua margem, não tem ousado beber nem uma gota, se não o mar acabaria sem água. A coruja declara que prefere ficar e buscar as ruí­nas com a esperança de encontrar um tesouro algum dia. O rouxinol diz que não necessita viajar, porque está enamorado da rosa e este amor é suficiente para ele. Possui os segredos do amor que nem outra criatura tem; e com uma voz maravilhosa canta ao amor:

– Conheço os segredos do amor. Toda noite derramo meu canto de amor. A música mí­stica da flauta se inspira em meu lamento, e sou eu quem faz desabrochar a rosa e comover os corações dos namorados. Ensino mistérios com minhas tristes notas, e quem me ouve se perde em êxtase. Ninguém conhece os meus segredos, unicamente a rosa. Tenho me esquecido de mim mesmo e só penso na rosa. Alcançar a Simurgh está acima de mim! O amor da rosa é suficiente para o rouxinol!

flamingo
(Pink Flamingos)

A poupa que escutou pacientemente responde ao rouxinol:

– Tu estás preocupado com a forma exterior das coisas, pelos prazeres de uma forma sedutora. O amor da rosa tem lançado espinhos a teu coração. Não importa quão grande seja a beleza da rosa, se desvanecerá em poucos dias; e o amor a algo tão passageiro só pode causar repulsa ao perfeito. Se a rosa te sorri é só para enxerte de dor, porque ela rir-se de ti a cada primavera. Abandona a rosa e seu quente calor.

“O que quer dizer Attar com esta simples conversação? Nós humanos temos o desejo de buscar a perfeição, mas muitas vezes tendemos a parar o processo tão logo detectamos o mais ligeiro sinal de progresso. Isto é especialmente certo nos aspirantes ao caminho espiritual: muitos buscadores estão encantados com as primeiras etapas do despertar e o confundem com a completa iluminação. Attar nos adverte de tais perigos: não devemos confundir o amor do imaginário com o amor do Real. Por esta razão, o rouxinol tem que abandonar seu enganoso apego pela rosa para buscar ao eterno Amado.”

tucanos
(Tucanos)

A poupa deleita os pássaros com maravilhosas histórias daqueles que têm feito a perigosa viagem.

Depois de ter ouvido as histórias da poupa, os pássaros estão inspirados para começar sua viajem até o primeiro vale.

Entretanto, logo começam a ter problemas, e se dão conta de que o caminho vai ser mais difí­cil do que haviam imaginado. Alguns voltam a por desculpas. Um afirma que a poupa não é suficientemente sábia para conduzi-los. Outro se queixa que satanás lhe tem possuí­do e lhe está pondo as coisas difí­ceis. E outro expressa seu desejo de ter dinheiro e a comodidade de uma vida de luxo.

Ibis
(Ibis, o pássaro sagrado, em registro fotográfico pí­fio, bem condizente com sua carreira futebolí­stica)

O quinto vale é o Vale da Unidade. O viajante experimenta nele que todos os seres são unos em essência, que toda variedade de idéias, experiências e criaturas da vida tem realmente uma só fonte.

O viajante chega ao Deserto do Medo. Então se esquece da existência de si mesmo e de todos os demais. Vê a luz, não com os olhos da mente, sim com os olhos do coração. A porta do divino tesouro, o segredo dos segredos, se abre. Nesta terra, o intelecto já não funciona. Aqui se pergunta ao viajante quem é e o que és, responde: “Não sei nada.”

Finalmente chega ao Deserto do Aniquilamento e da Morte. Neste ponto, o aspirante entende finalmente como uma gota se funde no oceano da unidade com o Amado. Tem encontrado o destino da viajem para encontrar ao rei.

Depois de ouvir a descrição da poupa sobre o que lhes espera, os pássaros se animam tanto que imediatamente continuam sua viajem.

No caminho alguns morrem pelo calor e se jogam no mar. Outros se cansam e não podem continuar; um grupo é caçado por animais selvagens e outros mais se distraem tanto pelo atrativo das terras que atravessam, que se perdem e ficam para trás. Só trinta alcançam seu destino: a montanha de Kaf.

DEBIAN
(As cruzadas debianas e outras sagas codificadoras tem ou não um “quê” da busca sempiterna do homem pela linguagem secreta dos pássaros?)

No palácio real, o guarda da entrada trata cruelmente os trinta pássaros. Mas os pássaros, que têm passado o pior, são tolerantes e não se permitem sentir-se molestados por sua dureza. Finalmente, o servidor pessoal do rei sai e conduz os pássaros ao salão real. Ao entrar, os pássaros olham tudo assustados. Não sabem o que ocorre, porque no lugar de ver a Simurgh, “Trinta Pássaros”, tudo o que vêm é… Trinta Pássaros.

Finalmente compreendem que, olhando-se a si mesmos, têm encontrado ao rei, e que em sua busca do rei, têm encontrado a si mesmos.

Os que atravessam as sete cidades do amor se purificam. Quando chegam ao palácio real, encontram ao rei que se revela a seus corações.

“Fariduddin Attar” (extraí­do do livro: História de la Tierra de los Sufí­es)

Fonte: http://www.sertaodoperi.com.br/poesiasufi/estorias/linguagem_passaros.htm

Tears in the Rain…

Art. 7ú – São obras intelectuais protegidas as criações do espí­rito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangí­vel ou intangí­vel, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

(omissis)

Hal, o que é espí­rito?

Organismo, qual é o pente que te penteia?

Dear Orga,

Foi mal. Perdi o batizado.

Grandes fotos, hein…Garotão!

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Lista de religiõesOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

* Adventista da Promessa
* Adventista do Sétimo Dia
* Batuque
* Bramanismo
* Budismo
* Catarismo
* Candomblé
* Cientologia
* Cristianismo
* Discordianismo
* Espiritismo
* Fé Bahá’í­

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* Hinduí­smo
* Igrejas do Daime
* Islão
* Jainismo
* Janelismo
* Judaí­smo
* Messiânica
* Movimento Hare Krishna
* Movimento Sannyasin de Oshoí® Rajneesh
* Quakers
* Reiyukai
* Religião de Deus (LBV)
* Religiões Nativas Americanas (Inclusive Mórmons)

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* Santo Daime
* Satanismo
* Seicho-No-Ie
* Sikhismo
* Taoí­smo
* Teosofia
* Testemunhas de Jeová
* Umbanda
* Wicca
* Xamanismo
* Xintoí­smo
* Zoroastrismo

Ver também

Orientais

* Hinduí­smo (índia, 3000 ac)

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Por influência do platonismo

* Espiritismo (França, 1857)

Por influência do espiritismo

* Umbanda (Brasil, 1908)
* Racionalismo cristão (Brasil, 1910)
* Ramatí­s – se consideram espí­ritas (Brasil, 1943)
* Religião de Deus, LBV (Brasil, 1950)

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Je malufe, tu malufes, il/elle malufe…

Pour avoir trop “malufé”, les Maluf sont en prison
LE MONDE | 12.09.05 | 13h31 “¢ Mis í  jour le 12.09.05 | 13h31
SAO PAULO (Brésil) correspondance

caricatura-maluf
Não me deixem só!

Paulo Maluf est en prison, et ça ne fait pas les gros titres de la presse brésilienne. Pourtant, jusqu’au début des récents scandales qui touchent le Parti des travailleurs (PT, gauche) au pouvoir, l’ancien maire et gouverneur de Sao Paulo personnifiait la corruption au Brésil. Des soupçons nés en 1970 lorsque M. Maluf, alors maire nommé par la dictature militaire (1964-1985), avait offert des voitures Coccinelle Volkswagen í  chacun des joueurs vainqueurs de la Coupe du monde de football ; sans doute avec des deniers publics. “Malufer” signifiait depuis voler dans les caisses de l’Etat.

Paulo Maluf s’est rendu í  la police fédérale quelques heures avant son fils Flavio. Tous deux sont enfermés pour tentative d’intimidation de témoins. De plus, un dossier de 8 kilos les accable : corruption passive, évasion de devises, blanchiment d’argent, association de malfaiteurs.

Mapa Astral de Paulo Maluf
Mapa Astral do Brimo Salim

Cette enquête, fruit de trois années d’investigations de la police fédérale, a été remise í  la justice. Sa conclusion : M. Maluf, aidé de son fils, et son successeur, Celso Pitta, ont, entre 1993 et 2000, pillé les coffres de la capitale économique brésilienne. “Une fraude immense et sans précédent dans toute l’histoire de vol dôargent public”, a écrit le commissaire Queiroz, chargé des investigations.

Sur des dizaines de comptes í  l’étranger, aux noms de Paulo Maluf, de sa femme, de ses fils, filles et gendres, plus de 500 millions de dollars auraient circulé. Les alertes données par des banques des í®les Anglo-Normandes, suisses puis américaines ont aidé les autorités í  trouver les preuves qui manquaient.

Cabelos do Maluf
O cabelo não é do Salim, mas sim de mulher passando atrás dele.

La technique utilisée consistait í  surévaluer des contrats de travaux publics, puis í  envoyer les sommes détournées í  l’étranger via un doleiro, un vendeur de dollars, qui a cédé ses livres de comptes détaillés. Ancien candidat í  la présidence de la République, M. Maluf doit une partie de sa réputation í  ses grands travaux de voirie dans Sao Paulo.

Espetinho do maluf
Fazendo uma boquinha entre um viaduto e outro

A 74 ans, il a cependant toutes les chances de bénéficier ultérieurement d’une détention í  domicile. Déjí , les avocats du pí¨re et du fils, í  qui des amis de la communauté libanaise ont fait passer dans leur cellule commune des kibes (boulettes de viande hachée), devraient demander trí¨s rapidement un habeas corpus qui permettrait leur remise en liberté provisoire.

Annie Gasnier
Article paru dans l’édition du 13.09.05

Maluf Demagogo
O Grande Demagogo