Estudos para um naufrágio lunar compartilhado

primeiros estudos para o projeto “Esqueci todo esse conhecimento”. Apenas o primeiro diapasão.

(baseado em estudos de violão de Octavio Camargo e estudos para Toscolino de Glerm Soares)

I) Rito da Caverna


Dentro daquela caverna chamava a atenção o fato
De que rabiscos com sangue de porco do mato
Descreviam órbitas em antenas de latão

Nômades sem Satélite…

Um ábaco de barro
e válvulas de carvão
calculava em estalos e faí­scas
O risco da reinvenção

Eis que aproxima-se então
Um ser SEM corpo fechado
Com as tripas saltitando
em Ditongos sincronizando
Suas 3 cordas vocais
pendurados num banjo de bambu

Pousado sobre as tarrachas um urubu
Com cabeça de Uirapuru
Saiu logo latindo, miando e grousnando mais que pí­fano de Caruaru

Na fronte a marca do velho mundo:
‘Processador Turing’s Bite”.

Da sua testa projetou-se um holograma
A imagem da sepultura de um velho bhrama
O amistoso e sorumbático epitáfio:
“Nem tente, fio”.

e Gritou gutural:
– “A dor que deveras mente
apagarei de sua memória!
Junto com toda História
Numerais e Alfabetos
e renascerás entre Naufrágos!”

#shutdown -r now!

(continua…)

Musica pra ninar vizinho e a tal da calma…

Ví­deo gravado por Carlos Kaspchack e postado por Renata Mele.

Alta madrugada í­a na Barreirinha í  dentro. Violão, grunhidos, as cordas vocais reverberando. Lá pelas tantas uma voz da parte baixa do morro, sem sabermos precisar de onde, grita de uma só vez: Vizinho Fanfarrããããão!!! No ato eu, pessoalmente, achei de uma educação suprema. Tanto palavrão pra gritar, o vizinho se limitou a um “fanfarrão”. Entramos na casa do Polaco, fechamos portas, janelas e fizemos, Thadeu, Octavio e eu, esta singela canção de ninar vizinho.(…)

~ por barbarakirchner em Dezembro 10, 2008.
fonte: curitibaneando

e a tal da calma:

(…)”vendo você fazer o SOBROLHO PENSATIVO como se estivesse diante de um morto vivo:
Uma alma penada, sem lembrança do tempo em que foi feliz”(…)

SEM LETRAS

xama_lobo.jpg

bababadalgharaghtakamminarronnkonnbronnt
onnerronntuonnthunntrovarrhounawnskawn
toohoohoordenenthurnuk!

J.Joyce (In: Finnegan`s Wake, 1939)

Pessoas

Falhei em Tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa…

Tabacaria, A.Campos.

pessoa2.jpg

Capa do primeiro número de “Orpheu”

zero

Notas históricas sobre a criação do zero

Tendo em vista o problema na construção dos números como 31 e 301, os hindus criaram um símbolo para representar algo vazio (ausência de tudo) que foi denominado sunya (a letra s tem um acento agudo e a letra u tem um traço horizontal sobre ela).

Dessa forma foi resolvido o problema da ausência de um algarismo para representar as dezenas no número 301 e assim passaram a escrever:

301 = 1 + ? x 10 + 3 x 100
301 = dasa sunya tri

Os hindus tinham acabado de descobrir o zero.

Porém, estas notações só serviam para as palavras e não para os números, mas reunindo essas idéias apareceram juntos o zero bem como o atual sistema de notação posicional.

Um dos primeiros locais onde aparece a notação posicional é um tratado de cosmologia denominado: Lokavibhaga, publicado na data de 25 de agosto de 458 do calendário juliano, por um movimento religioso hindú para enaltecer as suas próprias qualidades científicas e religiosas. Neste texto, aparece o número 14.236.713 escrito claramente:

triny ekam sapta sat trini dve catvary ekakam
três um sete seis três dois quatro um

Escrever tais números na ordem invertida, fornece:

um quatro dois três seis sete um três
1 4 2 3 6 7 1 3

Números como 123.000 eram escritos como:

sunya sunya sunya tri dvi dasa

que significa:

zero zero zero três dois um

que escrito na ordem invertida fornece:

um dois três zero zero zero

No texto existe a palavra hindú sthanakramad que significa “por ordem de posição“.

Observamos que tal notação posicional já era então conhecida no quinto século de nossa era por uma grande quantidade de cientistas e matemáticos.

Para escrever este material, usamos alguns tópicos do excelente livro: “Os números: A história de uma grande invenção”, Georges Ifrah, Editora Globo, 3a.edição, 1985.

Notação Posicional

O sistema de numeração posicional indiano surgiu por volta do século V. Este princípio de numeração posicional já aparecia nos sistemas dos egípcios e chineses.

No sistema de numeração indiana não posicional que aparece no século I não existia a necessidade do número zero.

Notação (ou valor) posicional é quando representamos um número no sistema de numeração decimal, sendo que cada algarismo tem um determinado valor, de acordo com a posição relativa que ele ocupa na representação do numeral.

Mudando a posição de um algarismo, estaremos alterando o valor do número. Por exemplo, tomemos o número 12. Mudando as posições dos algarismos teremos 21.

12 = 1 × 10 + 2
21 = 2 × 10 + 1

O zero foi o último número a ser inventado e o seu uso matemático parece ter sido criado pelos babilônios. Os documentos mais antigos conhecidos onde aparece o número zero, não são anteriores ao século III antes de Cristo. Nesta época, os números continham no máximo três algarismos.

Um dos grandes problemas do homem começou a ser a representação de grandes quantidades. A solução para isto foi instituir uma base para os sistemas de numeração. Os numerais indo-arábicos e a maioria dos outros sistemas de numeração usam a base dez, isto porque o princípio da contagem se deu em correspondência com os dedos das mãos de um indivíduo normal.

Na base dez, cada dez unidades é representada por uma dezena, que é formada pelo número um e o número zero: 10.

A base dez já aparecia no sistema de numeração chinês.

Os sumérios e os babilônios usavam a base sessenta.

Alguma vez você questionou sobre a razão pela qual há 360 graus em um círculo? Uma resposta razoável é que 360=6×60 e 60 é um dos menores números com grande quantidade de divisores, como por exemplo:

D(60) = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, 30, 60}

Os indianos reuniram as diferentes características do princípio posicional e da base dez em um único sistema numérico. Este sistema decimal posicional foi assimilado e difundido pelos árabes e por isso, passou a ser conhecido como sistema indo-arábico.

Nosso sistema de numeração retrata o ábaco. Em cada posição que um número se encontra seu valor é diferente.

O Sistema Romano de Numeração

O sistema de numeração Romano é um sistema decimal, ou seja, sua base é dez. Este sistema é utilizado até hoje em representações de séculos, capítulos de livros, mostradores de relógios antigos, nomes de reis e papas e outros tipos de representações oficiais em documentos. Estas eram as primeiras formas da grafia dos algarismos romanos.

Tal sistema não permite que sejam feitos cálculos, não se destinavam a fazer operações aritméticas mas apenas representar quantidades. Com o passar do tempo, os símbolos utilizados pelos romanos eram sete letras, cada uma com um valor numérico:

Letra I V X L C D M
Valor 1 5 10 50 100 500 1000
Leitura Um Cinco Dez Cinquenta Cem Quinhentos Mil

Estas letras obedeciam aos três princípios:

  1. Todo símbolo numérico que possui valor menor do que o que está à sua esquerda, deve ser somado ao maior.

    VI = 5 + 1 = 6
    XII = 10 + 1 + 1 = 12
    CLIII = 100 + 50 + 3 = 153

  2. Todo símbolo numérico que possui valor menor ao que está à sua direita, deve ser subtraído do maior.

    IX = 10 – 1 = 9
    XL = 50 – 10 = 40
    VD = 500 – 5 = 495

  3. Todo símbolo numérico com um traço horizontal sobre ele representa milhar e o símbolo numérico que apresenta dois traços sobre ele representa milhão.


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POTENCIA ZERO DE ZERO – o BUG da MATEMíTICA



Cálculo: Quanto vale zero elevado a zero?

A expressão matemática 0º é muitas vezes considerada como uma forma indeterminada em Matemática. Outras vezes esta expressão é considerada, por convenção, como sendo igual a 1. Por exemplo, ela aparece quando se calcula o limite:

Lim f(x)g(x)

quando x tende a 0 e Lim f(x)=Lim g(x)=0.

Uma forma indeterminada é o valor numérico que pode ser atribuído ao limite de uma função h=h(x) quando se substitui a variável x pelo valor numérico onde o mesmo será calculado, sem haver um trabalho mais aprimorado com a expressão envolvida com a função h=h(x).

As principais formas indeterminadas são:

0/0,  0.inf,  inf/inf,  1inf,  inf-inf   e  0º

onde inf significa “infinito”.

Várias destas formas indeterminadas podem ser estudadas com o auxílio da Regra de L’Hôpital.

A função real f(x)=xx possui uma descontinuidade em x=0, razão pela qual não é óbvio que se tenha que

f(0) = Lim f(x) = Lim xx

quando x tende a 0.

Pode ser que, até mesmo este limite:

  1. seja determinado e igual a 1 (uma escolha natural),

  2. seja indeterminado, ou

  3. nem mesmo exista.

Quando estamos calculando

Lim f(x)g(x)

com x tendendo a 0 e lim f(x)=Lim g(x)=0, devemos fazer algumas exigências sobre as funções f e g.

Como a Regra de L’Hôpital tem íntima relação com o fato de uma f função ter desenvolvimento em série de potências (f ser analítica) em torno do ponto onde se calcula o limite, fica claro que quando esta propriedade é satisfeita nas vizinhanças deste ponto, então quase sempre é possível garantir que 0º=1.

Sem esta propriedade sobre o fato que a função deve ser analítica, nada podemos afirmar.

O fato citado acima pode ser observado se tomarmos a função definida por f(x)=exp(-1/x) se x>0 e f(x)=0 se x<0. (que não tem desenvolvimento em série de potências em torno de x=0) e g(x)=x.

Lim f(x)=0 e Lim g(x)=0 quando x tende a 0, mas:

Lim f(x)g(x) = Lim [exp(-1/x)]x = 1/e = 0,3679…

que obviamente não é igual a 1.

Substituindo o número e de Euler por 2, obteremos um resultado diferente, significando que poderemos obter o limite que desejarmos, assim, este limite é indeterminado.

Concluímos que, se x tende a 0 e Lim f(x)=0=Lim g(x), o limite

Lim f(x)g(x) é indeterminado

e nem mesmo podemos afirmar que 0º possa ser 1.



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http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/naturais/naturais1.htm

Relativo ao Carbono 14

Carbono 14

Calendário
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Para outros significados de Calendário, ver Calendário (desambiguação) .

Um calendário é um sistema de medida para longos perí­odos de tempo. Calendários geralmente definem unidades de espaço em termos de dias, com unidades maiores para múltiplos dias. Essas unidades recebem nomes ou números para facilitar a lembrança de eventos ou acontecimentos históricos e planejar eventos futuros. A palavra calendário é usada também para descrever o aparato fí­sico (geralmente de papel) para o uso do sistema (por exemplo, calendário de mesa), e também um conjunto particular de eventos planejados.

Um momento é um perí­odo muito curto de tempo (o quanto não importa, já que é menor que o menor perí­odo de tempo). Um dia é um conjunto de momentos; normalmente, um dia tem 24 horas. Uma data é um nome de um dia, de acordo com algumas convenções. Um calendário é uma convenção nominal de dias.

Praticamente todos os sistemas de calendário utilizam uma unidade coloquialmente chamada de “ano” que se aproxima do ano tropical da Terra (ou seja, o tempo que leva um completo ciclo de estações) para facilitar o planejamento de atividades agrí­colas. Muitos calendários também usam uma unidade de tempo chamada ” mês” baseado nas fases da Lua no céu; um calendário lunar é aquele no qual os dias são numerados dentro de cada ciclo de fases da Lua. Como o comprimento do mês lunar não se encaixa em um divisor exato dentro do ano tropical, um calendário puramente lunar rapidamente se perde dentro das estações. Os calendários lunares compensam isso adicionando um mês extra quando necessário para realinhar os meses com as estações.

No ocidente, o calendário juliano baseado em anos foi adotado. Ele numera os dias dentro dos meses, que são mais longos que o ciclo lunar, por isso não é conveniente para seguir as fases da Lua, mas faz um trabalho melhor seguindo as estações. Infelizmente, o ano tropical da Terra não é um múltiplo exato dos dias (é de aproximadamente 365,2422 dias), então lentamente cai fora de sincronia com as estações. Por essa razão, o calendário gregoriano foi adotado mais tarde na maior parte do ocidente. Por usar um sistema flexí­vel de ano bissexto, pode ser ajustado para fechar com as estações como desejado.

Calendários podem definir outras unidades de tempo, como a semana, para o propósito de planejar atividades regulares que não se encaixam facilmente com meses ou anos.

Calendários podem ser completos ou incompletos. Calendários completos oferecem um modo de nomear cada dia consecutivo, enquanto calendários incompletos não. O primeiro calendário romano — que não tinha tinha nenhum modo de designar os dias dos meses de inverno que não fosse agrupar todos juntos como “inverno” — é um exemplo de um calendário incompleto, enquanto o calendário gregoriano é um exemplo de calendário completo.

Calendários em uso na Terra são freqüentemente lunares, solares, luni-solares ou arbitrários. Um calendário lunar é sincronizado com o movimento da Lua; um exemplo disso é o calendário islâmico. Um calendário solar é sincronizado com o movimento do [[Sol]; um exemplo é o calendário persa . Um calendário luni-solar é sincronizado com ambos os movimentos do Sol e da Lua; um exemplo é o calendário hebraico. Um calendário abritrário não é sincronizado nem com o Sol nem com a Lua. Um exemplo disso é o calendário juliano usado por astrônomos. Há alguns calendários que parecem ser sincronizados com o movimento de Vênus, como o calendário egí­pcio; a sincronização com Vênus parece ocorrer principalmente em civilizações próximas ao equador.

Calendários podem ser pragmáticos, teóricos ou mistos. Um calendário pragmático é o que é baseado na observação; um exemplo é o calendário religioso islâmico. Um calendário teórico é aquele que é baseado em um conjunto estrito de regras; um exemplo é o calendário hebraico. Um calendário misto combinas ambos. Calendários mistos normalmente começam como calendários teóricos, mas são ajustados pragmaticamente quando algum tipo de assincronia se torna aparente; a mudança do calendário juliano para o calendário gregoriano é um exemplo, e o próprio calendário gregoriano pode ter que receber algum ajuste próximo ao ano 4000 (como foi proposto por G. Romme para o calendário revolucionário francês revisado). Houveram algumas propostas para a reforma do calendário, como o calendário mundial ou calendário perpétuo. As Nações Unidas consideraram a adoção de um calendário reformado por um tempo nos anos 50, mas essas propostas perderam muito de sua popularidade.

O calendário gregoriano, como um exemplo final, é completo, solar e misto.
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Sistemas de calendário

* Calendário asteca
* Calendário chinês
* Calendário egí­pcio
* Calendário gregoriano
* Calendário hebraico
* Calendário islâmico
* Calendário juliano
* Calendário maia
* Calendário romano
* Calendário solar
* Calendário lunar

DE_deMOlir


Segundo os Rosacruzes, diz-se de um corpo cuja densidade é ainda inferior à do corpo vital e por meio do qual o homem exerce suas faculdades emocionais. Tal corpo amadurece no homem apenas na puberdade e tem a forma de uma esfera achatada, que circunda o corpo denso, sendo preso a este por meio do fígado. Após a morte, este corpo adquire a mesma forma do corpo denso durante a vida terrestre e permanece vivo por cerca de dois terços do tempo em que o indivíduo tenha vivido no mundo físico.

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….. dúvidas

A histeria é uma estrutura psíquica que mais se aproxima da feminilidade. O desejo no caráter histérico é, como todo o desejo humano, um desejo que se mantém eternamente insatisfeito.

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Analogias – Analogias

Em Bucareste havia duas políticas, uma de demolir tudo que pudesse ser demolido (inclusive monumentos de importância histórica ou obras-primas arquitetônicas), como o Monastério VÃcÃreÃ?Ÿti, o Monastério Sfânta Vineri, o Palácio da Justiça – construído pelo principal arquiteto da Romênia, Ion Mincu – (marcado para demolição no início dos anos 90 de
acordo com os documentos de sistematização), a outra de abandonar e negligenciar as construções que não pudessem ser demolidas e deixá-las em tal estado que seria necessário demoli-las. Mesmo a Gara de Nord, uma das mais belas estações de trem do mundo, listada entre a Lista dos Patrimônios Arquitetônicos Romenos, estava marcada para ser demolida e substituída por uma nova no início de 1992. Quer a negligência sistemática ou a demolição total que tenham afetado 70% da Bucareste histórica, incluindo áreas como Magheru-Universitate (o coração de Bucareste), Lipscani, Halelor, Domenii, a Catedral de São João, Grivitei e a Gara de Nord, a sistematização só foi interrompida pela Revolução de 1989. Muitos dos marcos Bucareste têm sido desde então parcialmente reparados e consolidados, começando com a Gara de Nord em 1993, o Palácio da Justiça em 1997 e a Universidade em 1999, mas a maioria das construções está em séria necessidade de reconstrução até hoje.

 ———  a negligência sistemática ou a demolição total?

Inutensílio

Inutensí­lio – Paulo Leminski

A ditadura da utilidade
A burguesia criou um universo onde todo gesto tem que ser útil. Tudo tem que ter um para quê, desde que os mercadores, com a Revolução Mercantil, Francesa e Industrial, substituí­ram no poder aquela nobreza cultivadora de inúteis heráldicas, pompas não rentábeis e ostentosas cerimônias intransitivas. Parecia coisa de í­ndio. Ou de negro. O pragmatismo de empresários, vendedores e compradores, mete preço em cima de tudo. Porque tudo tem que dar lucro. Há trezentos anos, pelo menos, a ditadura da utilidade é unha e carne com o lucrocentrismo de toda essa nossa civilização. E o princí­pio da utilidade corrompe todos os setores da vida, nos fazendo crer que a própria vida tem que dar lucro. Vida é o dom dos deuses, para ser saboreada intensamente até que a Bomba de Nêutrons ou o vazamento da usina nuclear nos separe deste pedaço de carne pulsante, único bem de que temos certeza.

Além da utilidade
O amor. A amizade. O conví­vio. O júbilo do gol. A festa. A embriaguez. A poesia. A rebeldia. Os estados de graça. A possessão diabólica. A plenitude da carne. O orgasmo. Estas coisas não precisam de justificação nem de justificativas.
Todos sabemos que elas são a própria finalidade da vida. As únicas coisas grandes e boas, que pode nos dar esta passagem pela crosta deste terceiro planeta depois do Sol (alguém conhece coisa além- Cartas í  redação). Fazemos as coisas úteis para ter acesso a estes dons absolutos e finais. A luta do trabalhador por melhores condições de vida é, no fundo, luta pelo acesso a estes bens, brilhando além dos horizontes estreitos do útil, do prático e do lucro.
Coisas inúteis (ou “in-úteis”) são a própria finalidade da vida.
Vivemos num mundo contra a vida. A verdadeira vida. Que é feita de júbilo, liberdade e fulgor animal.
Cem mil anos-luz além da utilidade, que a mí­stica imigrante do trabalho cultiva em nós, flores perversas no jardim do diabo, nome que damos a todas as forças que nos afastam da nossa felicidade, enquanto eu ou enquanto tribo.
A poesia é u principio do prazer no uso da linguagem. E os poderes deste mundo não suportam o prazer. A sociedade industrial, centrada no trabalho servo-mecânico, dos USA í  URSS, compra, por salário, o potencial erótico das pessoas em troca de performances produtivas, numericamente calculáveis.
A função da poesia é a função do prazer na vida humana.
Quem quer que a poesia sirva para alguma coisa não ama a poesia. Ama outra coisa. Afinal, a arte só tem alcance prático em suas manifestações inferiores, na diluição da informação original. Os que exigem conteúdos querem que a poesia produza um lucro ideológico.
O lucro da poesia, quando verdadeira, é o surgimento de novos objetos no mundo. Objetos que signifiquem a capacidade da gente de produzir mundos novos. Uma capacidade in-útil. Além da utilidade.
Existe uma polí­tica na poesia que não se confunde com a polí­tica que vai na cabeça dos polí­ticos. Uma polí­tica mais complexa, mais rarefeita, uma luz polí­tica ultra-violeta ou infra-vermelha. Uma polí­tica profunda, que é crí­tica da própria polí­tica, enquanto modo limitado de ver a vida.

O indispensável in-útil
As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. O serviço militar. Dar lucro. Não enxergam que a arte (a poesia é arte) é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade. As utopias, afinal de contas, são, sobretudo, obras de arte. E obras de arte são rebeldias.
A rebeldia é um bem absoluto. Sua manifestação na linguagem chamamos poesia, inestimável inutensí­lio.
As várias prosas do cotidiano e do(s) sistema(s) tentam domar a megera.
Mas ela sempre volta a incomodar.
Com o radical incômodo de urna coisa in-útil num mundo onde tudo tem que dar um lucro e ter um por quê.
Pra que por quê?

In ANSEIOS CRIPTICOS, Ed. Criar, Curitiba, PR, 1986, p. 58-60.

NOTA: Este ensaio foi acrescido ao final do ensaio ARTE IN-ÚTIL, ARTE LIVRE? e publicado com pequenas modificações sob o tí­tulo A ARTE E OUTROS INUTENSíLIOS no jornal Folha de S. Paulo, caderno Ilustrada, p. 92, 18/10/1986, e apresentado como primeira aula do curso POESIA 5 LIÇÃ?â?¢ES ministrado por Leminski na Fundação Armando ílvares Penteado, em São Paulo em 20/10/1986.

http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/kamiquase/nindex.htm

Rettraço de RTMZ

qual a diferença de linguas cheias de consoantesssssssssssss

e linguas cheias de v

oooooooooooooo

gais

Use as bandeiras ao lado pra traduzir os textos pra outros sintomas:

AS BANDEIRAS ALI EM CIMA NÃO ESSAS – EU NÃO TENHO UM DEDO PRA APONTAR – MAS SÃO AS BANDEIRAS QUE ESTÃO ALI ALI ALI DO LADO – EM CIMA A ESQUERDA… E NÃO SÃO ESSAS ACIMA MAS SÃO BEM PARECIDASSSSSSSSS. í¨ só clicarR nas bandeiras. As de cima

Cata tapuia Paulo
Não se abate a tapir.
Cata tapuia Paulo
Só teme fugir.

salveO

enquanto isso nos bastidores do projeto A-atonal:

Mal tenho lapso de fugir pelas vias de fato, já se antecipam a minhas medidas de urgentes inseguranças, bananescamente, os predadores de mim! Cui haec pudet videre, omnia linces licet, nisso atento, atentado considere-se, pelo menos nos mí­nimos detalhes. Seja lá como fôr, faça por onde sê-lo, que é por aí­ que se passa ao que só narro se já souberes. Vai entrando milagros adentro da substância, cerimônias não quadram bem com as voltas que o assunto dá, nesta roda em que compadres dão o pão í s malvadezas dos companheiros de história, í  reviravolta sua revelia faz girar a falta. De miudezas não se argua, que só se prezam por recheio e muito no entanto são por onde se conduz o ligeiro trânsito da vida. Quem nato em pecunha, leito de vicunha, trono de Polonha, desdenha cavalo a quem se ordena, vaca a que se ordenha sem comprar, por um tiro a êsmo no mapa em prol de qualquer Sardenha? Nenhuma outra vem sendo minha môsca. Gera quem não gala, joga quem nega que vai dizer lá fora.

catatau

Genêse de fetos bigodudos

go_to_goto
to listaleminski
More options Jul 12 (3 days ago)

acabei de achar aqui nos meus arquivos…


O sonho é realidade / As reservas impostas ao prazer excitam o prazer de viver sem reservas / Sejamos cruéis! / Tenho algo a dizer, mas não sei o quê / Todo o poder abusa. O poder absoluto abusa absolutamente / O agressor não é aquele que se revolta, mas o que afirma / Ser livre em 1968 é participar / Um homem não é estúpido ou inteligente: ele é livre ou não é / Nós somos ratos (talvez) e mordemos. Os enraivecidos / Não me libertem, eu encarrego-me disso / A poesia está na rua / Façam amor e recomecem. / Gozem sem entraves. Vivam sem tempos mortos. Fodam sem cenouras / A ação não deve ser uma reação, mas uma criação / Corre camarada, o velho mundo está atrás de ti / Sob a calçada, a praia *./ A vontade geral contra a vontade do General / A Revolução tem de deixar de ser para existir / Abram o vosso cérebro tantas vezes como a braguilha / E se queimássemos a Sorbonne? / Proibido proibir / Quando a assembléia nacional se transforma num teatro burguês, todos os teatros burgueses devem transformar-se em assembléias nacionais. / Sejamos realistas, exijamos o impossí­vel / O álcool mata. Tomem LSD / A liberdade é o crime que contém todos os crimes e a nossa arma absoluta! / Fodam-se uns aos outros senão eles foder-vos-ão / Abramos as portas dos asilos, das prisões, e outras Faculdades / A barricada fecha a rua mas abre o caminho / Trabalhador: tu tens 25 anos, mas o teu sindicato é do outro século. Para mudar isso, vem ver-nos / Não reivindicaremos nada. Não pediremos nada. Conquistaremos. Ocuparemos / Tomem os vossos desejos pela realidade / Não é o homem, mas sim o mundo que se tornou anormal / Enfureçam-se! / A arte morreu. Não consumam o seu cadáver! / Quanto mais faço amor, mais vontade tenho de fazer a Revolução. Quanto mais faço a Revolução, mais vontade tenho de fazer amor / Venho-me na calçada / Violem a vossa Alma Mater / A Humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista / A sociedade é uma flor carní­vora / Quando ouço o termo “cultura” saco os meus CRS / Abolição do trabalho alienado / As realizações, mesmo as mais modestas. O Poder tinha as Universidades; Os estudantes tomaram-nas. O Poder tinha as fábricas; Os trabalhadores tomaram-nas O Poder tinha a ORTF; Os jornalistas tomaram-na O Poder tem o Poder; Tomemo-lo / Não é uma revolução, Senhor; é uma mutação / A vida está alhures / Não vão í  Grécia este Verão, fiquem na Sorbonne / Não consumamos Marx / A imaginação no poder [1]

* (referência í  areia posta a descoberto depois de levantados os paralelepí­pedos para fazer barricadas) /

[1] Essas frases de Maio de 68 foram retiradas das seguintes fontes: www.mai68.net ; http://www.dhnet.org.br/desejos/revoluc/maio68slg.htm ; e dos livros I.S Situacionista. Teoria e prática da revolução. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2002 ; I.S., BERENSTEIN JAQUES, Paola (org). Apologia da deriva. Escritos situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003 ; e COELHO, Teixeira. Guerras Culturais. São Paulo: Iluminuras, 2000.

..aperte o botão marrom…