ombudsman

Ombudsman é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Designa, nos paí­ses escandinavos, o ouvidor-geral -função pública criada para canalizar problemas e reclamações da população. Na imprensa, o termo é utilizado para designar o representante dos leitores dentro de um jornal. A função de ombudsman de imprensa foi criada nos Estados Unidos nos anos 60. Chegou ao Brasil num domingo, dia 24 de setembro de 89, quando a Folha, numa decisão inédita na história do jornalismo latino-americano, passou a publicar semanalmente a coluna de seu ombudsman.

O jornal assumiu o objetivo de ter seu próprio ombudsman, um profissional dedicado a receber, investigar e encaminhar as queixas dos leitores; realizar a crí­tica interna do jornal e, uma vez por semana, aos domingos, produzir uma coluna de comentários crí­ticos sobre os meios de comunicação -na qual a Folha deveria ser um dos alvos privilegiados.

Para exercer o cargo com independência, o jornal instituiu o mandato de um ano para cada ombudsman, com a possibilidade de apenas uma única renovação de mais um ano. Essa possibilidade, posteriormente, foi expandida, para duas renovações (três anos de mandato). O profissional não pode ser demitido durante o mandato e tem estabilidade de mais seis meses no jornal após deixar a função.

Il fault un noveau monde �  des destins

O Falanstério do Saí­

No século XIX, o desencantamento com os ideais da Revolução Francesa revigorou o pensamento utópico, cujos desdobramentos elegeriam a América como um espaço geográfico propí­cio para experiências até então inusitadas. Saint-Simon, Owen e Fourier foram os principais representantes dessa vertente de pensamento e apresentaram í  humanidade fórmulas de liberação, inventando mundos novos nos quais propunham relações radicalmente inovadoras. Suas propostas encerravam uma concepção messiânica de polí­tica, por este motivo criticadas e denominadas por Marx e Engels de socialismo utópico.
Em janeiro de 1842, cerca de 217 franceses, liderados pelo doutor Benoit Jules Mure, se aventuraram na travessia do Atlântico rumo ao Brasil. Seu destino era um ponto em frente í  Ilha de São Francisco do Sul, a Pení­nsula do Saí­. Ali, longe dos ví­cios das metrópoles européias, pretendiam criar um mundo novo, inspirados nas idéias de Charles Fourier, principalmente naquelas que diziam respeito í s relações do trabalho. Por meio de um sistema econômico baseado na livre associação, tentariam implantar um sistema coletivista.
Diferente de Marx, para o qual a chave da história era o conhecimento dos fenômenos materiais, das profundidades da economia, da relação dos homens no trabalho; para Fourier, a chave da história era o desvendamento da vida afetiva dos grupos, havendo uma correspondência entre o mundo planetário e o mundo social: “o movimento que impulsiona os planetas, assim como os homens, é o amor, a atração passional”.
Com base nessa concepção idealizou o “falanstério”, ou seja, uma habitação coletiva que abrigaria um mundo no qual a harmonia garantiria o bem-estar, a justiça e a liberdade entre seus habitantes. Essa palavra estranha foi criada por Fourier, já que não existia nenhuma na linguagem corrente que definisse a moradia por ele concebida. Falanstério, pois, significa a junção das palavras “falange” e “monastério”, porquanto as pessoas que nele habitassem seriam organizadas em falanges. Cada falange seria composta de 1.620 pessoas, 810 homens e 810 mulheres, e divididas em séries. Por sua vez, a série deveria ser dividida em grupos, segundo o número de trabalhos a realizar e as “atrações passionais” dos falansterianos.
O Dr. Mure foi o responsável pela única tentativa concreta de instalação de um falanstério no Brasil, o chamado Falanstério do Saí­, contemplado no seu projeto com vastas oficinas, salas de refeição, bar e, num futuro próximo, livrarias, museus, gabinetes de fí­sica e um teatro. A cozinha seria comum a todos, bem com o a adega, o armazém e o celeiro.
Quando chegou ao Brasil, Benoit Jules Mure tinha trinta e dois anos. Formado em medicina pela Universidade de Paris, por algum tempo se dedicara a homeopatia na França, na época, uma novidade terapêutica.
Homeopatia e utopia caminhavam juntas nos planos de Mure. Uma escola para formação de homeopatas complementava seu projeto para o Saí­. No entanto, já em meados de 1843, estava de volta ao Rio de Janeiro. Parte de seus planos para a nova prática de curar concretizaram-se naquela cidade com a fundação do Instituto Homeopático do Brasil, não sem antes enfrentar oposição dos médicos tradicionais, que o envolveram em intrigas e dissabores. Desiludido, Mure voltou para a França em 1848.
São controversos os motivos pelo qual Mure desempenhou sua função de “empresário” na pretendida colonização. Fato é que Mure conseguiu aprovação da Assembléia Geral (atual Congresso Nacional) para o adiantamento de 64.000$00 (sessenta e quatro mil réis) destinados í s despesas com a introdução de franceses adeptos das idéias de Fourier, a fim de estabelecerem a “Colônia Industrial do Saí­”.

extraí­do do livro “Muito além da viagem de Gonneville”, editora da UFSC / SC

Vila da Glória

Inspirados nos ideiais libertários de Fourier e dos antepassados vindos para esta baí­a, as crianças se divertem no trapiche da Vila.
Parei.

Ainda sobre as esculturas públicas.

Na mesma Vila da Glória / SC, tem um pescador que resolveu pendurar na árvore em frente a sua casa, vários eletrodomésticos que conseguiu em doação.
Em termos de escultura / instalação, esta representa melhor a comunidade.

Giselle Nienkotter, colaboradora do Organismo, afere a autenticidade da obra.

Haroldo Viegas

Haroldo Viegas é paulista, nascido em Lins.
Fotografa a mais de trinta anos, sempre em slide. Não vive disso.
Organizei sua exposição intitulada “Luz, Lucidez e Alucinação” em 2001 no Beto Batata.
Ele já esteve lá.

vista do Rio de Janeiro a partir de Sta Teresa

iconoclastia sobre os originais. – “só risco os cromos que são ruins, vocês vão ver quando eu começar a riscar os bons!”

sobreposição de slides na favela da Rocinha – RJ

cultura na vila

A querida comunidade da Vila da Glória / SC, foi agraciada, por ocasião do quinto centenário da cidade de São Francisco do Sul, em 2004, com uma maravilhosa escultura em bronze e concreto, que, segundo o relato do ilustre artista, escrito nas placas de inauguração, é uma homenagem aos viajantes franceses que ali aportaram em 1842, com a idéia de estabelecer um falanstério em terras brasileiras.
O eminente escultor invocou os druidas ou Netuno (?, o barbudo em bronze) í  frente de uma adorável coisa de concreto que simboliza a árvore da vida, com um espetacular globo terrestre entre seus galhos, simbolizando o conhecimento, junto com quatro prodigiosas máscaras que simbolizam os quatro elementos. Obra prima!
Parece um magní­fico enfeite de carro alegórico de carnaval da Unidos da Vila Xurupita. Custou aos cofres da prefeitura 150 mil reais!
Pouca ou nenhuma importância tem o fato de a Vila não ter saneamento básico para os seus três mil habitantes, nem posto médico decente – o atual recebe a visita de um médico uma vez por semana, não tem remédios o suficiente e nem maca ou ambulância para remoção dos enfermos.
Fato é que nossa querida comunidade ganha com este regalo mais uma grande demonstração de carinho e bom gosto por parte de nossos governantes.
Arte é coisa rara. Valorizem o artista!