Agosto

2005/dia 13- sábado – noite

Ao pretender assim torrencialmente todas as palavras,
Uma a uma ao fim somando muitas
Como se em direção a todas fosse em si possí­vel,
Como se muitas juntas em um belo dia,
De tantas acrescidas,
Uma só total verdade aparecesse.

Aí­ estão palavras mil e mais aquelas
Que de sopetão
E por justeza necessária aos fatos
Vão aparecendo
E mais aquelas que invocamos
E emprestamos aos que
Já por posse, por direito e invenção,
As escreveram e disseram.

Quem sabe assim
Com esse mais e mais exí­guo tempo que me resta
Também exí­guos possam ser os motes, os verbetes,
Os caprichos de uma lí­ngua que é falada
Pela só população de uma habitante.

E pelo exí­guo tempo que me resta,
E com as tantas mas tão poucas coisas que conheço
Só por si só e pelos mais desejos que desejo intensamente
Nas renúncias que povoam o meu dia a dia
Ano após ano
E sempre mais profundamente eu renuncio

Quem sabe um dia
Em total repouso
Fique eu apaziguada
E apaziguado o meu corpo.

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