Praça Santos Andrade, Curitiba-PR. Vista das colunas da UFPR.
(Santos Andrade Square, Curitiba-Brasil. Taken from Paraná Federal University columns)
Photo: Mathieu Bertrand Struck
Os índios paranaenses, coletores de alimentos, tinham o pinhão como um alimento por excelência e acabavam atuando como propagadores das florestas de pinheiros. Para a colheita, os índios botucudos tinham flechas especialmente adaptadas para derrubar as pinhas ainda presas. A tal flecha chamava-se “virola”.
O inglês Thomas Bigg-Wither que, no século retrasado, passou pelos campos do Paraná, registrou: “0 pinhão fruta oblonga, de cerca de uma polegada e meia de comprimento, com um diâmetro de meia a três quartos de polegada na parte mais grossa, tem uma casca coriácea, como a da castanha espanhola. 0 paladar é, entretanto, superior ao desta última e, como produto alimentício, basta dizer que os índios muitas vezes só se alimentavam dele, durante muitas semanas. Pode ser comido cru, mas os índios habitualmente os assam na brasa até partir, quando fica em condições. 0 sabor ainda melhora quando cozido, mas este é um sistema que os índios não praticam. 0 estágio mais delicado do pinhão é quando ele começa a germinar, fazendo aparecer um pequenino grelo verde numa extremidade. Nada excede a guloseima desse fruto em tal estado. Os coroados costumam guardar esse fruto para comê-lo mais tarde: Isto eles fazem enchendo diversos cestos de pinhão, colocados dentro da água corrente durante quarenta e oito horas. No fim desse tempo os cestos são tirados fora e o conteúdo é espalhado para secar ao sol. Assim conservados, os frutos ficam secos e sem gosto, perdendo sem dúvida grande parte de suas propriedades nutritivas”.