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  1. HT: Uma Zona Aut�´noma Tempor�¡ria necessariamente se abst�©m do uso do dinheiro?

    HB: Isso �© dif�­cil em uma situa�§�£o real, mas pode acontecer. O Rainbow Gathering (3), por exemplo, se abst�©m do uso do dinheiro. Isso �© quase que uma garantia de um grau muito maior de autonomia tempor�¡ria para as pessoas que est�£o participando.

    Eles na realidade aumentam seu prazer saindo fora da economia de dinheiro/mercadorias.

    HT: A imprensa ligou o fen�´meno TAZ ao movimento cyberpunk. Voc�ª acha que a Internet �© uma Zona Aut�´noma Tempor�¡ria?

    HB: NÃ?£o. Um mal entendido muito peculiar veio Ã?  tona. A revista Time fez uma matÃ?©ria sobre o ciberespaÃ?§o que me citou erroneamente – o que me deixou particularmente feliz. Se a Time entendesse o que eu estava falando, eu seria forÃ?§ado a reestruturar toda minha filosofia, ou talvez desaparecer pra sempre em desgraÃ?§a.

    Eles diziam que o ciberespa�§o era uma Zona Aut�´noma, e eu n�£o concordo. Enfaticamente n�£o concordo. Eu acho que a liberdade inclui o corpo. Se o corpo est�¡ em um estado de aliena�§�£o, ent�£o a liberdade n�£o �© completa em nenhum sentido. O Ciberespa�§o �© um espa�§o sem corpo. Ele �©, de fato, um espa�§o abstrato e conceitual. N�£o existe cheiro nele, nem gosto, nem sentimento e nem sexo. Se qualquer uma dessas coisas existe l�¡, s�£o apenas simulacros dessas coisas e n�£o elas mesmas.

    A Ã?ºnica coisa que a Internet ou o cIberespaÃ?§o podem ter com relaÃ?§Ã?£o Ã?  Zona AutÃ?´noma TemporÃ?¡ria Ã?© que eles sÃ?£o instrumentos ou ââ?¬Å?armamentoââ?¬Â para alcanÃ?§ar a liberdade. EntÃ?£o Ã?© importante trabalhar para proteger as liberdades de expressÃ?£o e comunicaÃ?§Ã?£o que estÃ?£o abertas neste exato momento pela Internet contra o FBI e Clinton e a ââ?¬Å?Infobahnââ?¬Â (um bom termo em alemÃ?£o para designar a auto-estrada da informaÃ?§Ã?£o). Cuidado para nÃ?£o ser atropelado na Infobahn! Comunicando-se por uma BBS(4), um grupo pode planejar um festival de maneira muito mais eficaz, alguma coisa como um Rainbow Gathering, estruturado nas chances para maximizar o potencial para o surgimento de uma TAZ real. A Internet tambÃ?©m pode ser usada para montar uma rede econÃ?´mica alternativa genuÃ?­na. Trocas e permutas trilhadas na Internet em comunicaÃ?§Ã?µes privilegiadas.

    HT: VocÃ?ª pode explicar o ââ?¬Å?Terrorismo PoÃ?©ticoââ?¬Â?

    HB: Por terrorismo poÃ?©tico eu entendo aÃ?§Ã?µes nÃ?£o-violentas em larga escala que podem ter um impacto psicolÃ?³gico comparÃ?¡vel ao poder de um ato terrorista – com a diferenÃ?§a de que o ato Ã?© de mudanÃ?§a de consciÃ?ªncia. Digamos que vocÃ?ª tem um grupo de atores de rua. Se vocÃ?ª chamar o que vocÃ?ª estÃ?¡ fazendo de ââ?¬Å?performance de ruaââ?¬Â, vocÃ?ª jÃ?¡ criou uma divisÃ?£o entre o artista e a audiÃ?ªncia, e vocÃ?ª alienou de si mesmo qualquer possibilidade de colidir diretamente nas vidas diÃ?¡rias da audiÃ?ªncia. Mas se vocÃ?ª pregar uma peÃ?§a, criar um incidente, criar uma situaÃ?§Ã?£o, pode ser possÃ?­vel persuadir as pessoas a participar e a maximizar sua liberdade. Ã?â?° uma estranha mistura de aÃ?§Ã?£o clandestina e mentira (que Ã?© a essÃ?ªncia da arte) com uma tÃ?©cnica de penetraÃ?§Ã?£o psicolÃ?³gica de aumento da liberdade, tanto no nÃ?­vel individual quanto no social.

    HT: Voc�ª pode fazer algumas sugest�µes especial ao leitor da HIGH TIMES para criar uma TAZ?

    HB: Ok, tudo bem. Eu gostaria de dizer isso ao movimento canabista, e, em um n�­vel mais amplo, eu gostaria de direcionar isto ao movimento libert�¡rio em geral, que �© um aliado pr�³ximo, cruza e tem �¡reas de conting�ªncia com o movimento canabista.

    Se os LibertÃ?¡rios tivessem gasto os Ã?ºltimos quinze anos organizando redes econÃ?´micas alternativas para potencializar a emergÃ?ªncia de uma Zona AutÃ?´noma TemporÃ?¡ria e levÃ?¡-la rumo a uma Zona AutÃ?´noma Permanente, ao invÃ?©s de jogar o jogo fÃ?ºtil das polÃ?­ticas de terceiros, que Ã?© uma posiÃ?§Ã?£o fracassada desde o inÃ?­cio; se o movimento canabista tivesse colocado sua energia nos Ã?ºltimos quinze anos na organizaÃ?§Ã?£o de redes econÃ?´micas alternativas, nÃ?£o necessariamente baseadas em trocas ââ?¬Å?criminosasââ?¬Â de dinheiro por maconha mas nas necessidades e possibilidades bÃ?¡sicas da vida real; se toda essa energia fosse direcionada nesse sentido, ao invÃ?©s do que parece para mim uma quimera total, um fantasma totalmente abstrato chamado ââ?¬Å?poder polÃ?­tico democrÃ?¡tico legislativoââ?¬Â – entÃ?£o eu penso que estarÃ?­amos hÃ?¡ muito no caminho claro da mudanÃ?§a revolucionÃ?¡ria nessa sociedade.

    Nessas circunstÃ?¢ncias, toda essa boa intenÃ?§Ã?£o e grande energia foi mal direcionada em um jogo – um jogo em que a autoridade cria as regras, e nas quais ââ?¬Å?elesââ?¬Â criaram as regras para que pessoas como eu e vocÃ?ª nÃ?£o possam ganhar poder dentro desse sistema.

    Agora isto �© uma cr�­tica anarquista que eu estou fazendo, com os motivos mais camaradas poss�­veis. Eu acho que �© uma trag�©dia essa energia ter sido mal direcionada. Eu n�£o acho que �© tarde demais para acordar e ver o que est�¡ na verdade acontecendo(5) aqui.

    Outro ponto que eu gostaria de falar Ã?© que a HIGH TIMES foi particularmente culpÃ?¡vel durante a Ã?ºltima eleiÃ?§Ã?£o, quando conclamou seus leitores (incluindo uma grande porcentagem de usuÃ?¡rios de maconha nesse paÃ?­s) a votar naquele Clinton filho da puta, baseado em um rumor extremamente suspeito: de que Al Gore, um conhecido mentiroso, hipÃ?³crita e embusteiro, cochichou pra alguns ativistas da maconha que ele estava do lado deles. E por isso, presumivelmente, milhares, se nÃ?£o milhÃ?µes, de fumantes de maconha saÃ?­ram e votaram em um outro bando de filhos da puta, se esquecendo toda a sabedoria do antigo slogan anarquista, ââ?¬Å?nunca vote, isso sÃ?³ encoraja os bastardos.ââ?¬Â

    Eu vou fazer uma aposta agora. Eu como a ediÃ?§Ã?£o da revista em que isto serÃ?¡ impresso se, sob a administraÃ?§Ã?£o Clinton, existirem quaisquer melhoras na lei relacionada ao uso da cannabis por prazer. Pode haver um pequeno abrandamento no uso da maconha medicinal ou comercial. Mas nÃ?£o haverÃ?¡ abrandamento – de fato, somente haverÃ?¡ uma maior regulaÃ?§Ã?£o – no uso da erva por prazer. Ok? E se isso nÃ?£o for verdade, eu como a porra da revista com uma merda de um leite e um aÃ?§Ã?ºcar.

    HT: Isso seria um ato de terrorismo po�©tico?

    HB: Heh, heh.

    HT: Voc�ª acha que o movimento canabista �© contraproducente em alguns aspectos?

    HB: Antes de qualquer crÃ?­tica, eu preciso enfatizar que eu pertenÃ?§o a uma religiÃ?£o em que a maconha Ã?© um sacramento, e eu sou um defensor vitalÃ?­cio de aÃ?§Ã?µes prÃ?³-maconha. Eu uso o termo ââ?¬Å?aÃ?§Ã?£oââ?¬Â ao invÃ?©s de ââ?¬Å?legalizaÃ?§Ã?£oââ?¬Â por uma razÃ?£o muito especÃ?­fica, na qual eu vou chegar. DaÃ?­ eu ofereÃ?§o crÃ?­tica em um espÃ?­rito construtivo. Eu quero que isso fique bem claro, como Nixon costumava dizer.

    Nos anos em que v�ªm existindo um movimento pela legaliza�§�£o da maconha, todas as leis desse pa�­s ficaram piores e mais opressivas. No tempo em que v�ªm existindo um movimento de legaliza�§�£o da maconha, o pre�§o da erva ficou proibitivamente caro por causa da Guerra � s Drogas. Existe a�­ uma rela�§�£o direta entre a Guerra � s Drogas e o movimento pela legaliza�§�£o da maconha? Provavelmente n�£o muita. Por�©m, tagarelar tudo todo o tempo e fazer tudo aberto, deixando as estat�­sticas e listas de discuss�µes dispon�­veis para as ag�ªncias de intelig�ªncia e outras n�£o �© uma t�¡tica boa quando voc�ª est�¡ na verdade lidando com uma subst�¢ncia ilegal.

    Eu acho que temos um complexo de mÃ?¡rtir nessa situaÃ?§Ã?£o. Existem pessoas que querem confrontamento contra uma projeÃ?§Ã?£o psicolÃ?³gica do que eles acham que Ã?© a ââ?¬Å?autoridadeââ?¬Â. Em outras palavras, contra quem Ã?© relativo Ã?  autoridade de um jeito autoritÃ?¡rio. Simplesmente por desafiarem abertamente essa autoridade, eles estÃ?£o se definindo como criminosos e vÃ?­timas do estado.

    HT: Voc�ª acha que eles poderiam usar um pouco de terrorismo po�©tico?

    HB: Eu acho que eles poderiam usar um pouco de clandestinidade sensata e um pouco do senso do terrorismo po�©tico, sim.

    HT: Voc�ª escreveu extensamente sobre os tongs(6), as sociedades secretas Chinesas. Voc�ª diria que a economia underground da maconha �© organizada de forma semelhante aos tongs?

    HB: Absolutamente, Ã?© organizada como uma soma, como uma… bem, nÃ?£o Ã?© organizada como uma soma de tongs, e Ã?© isso que Ã?© o problema. O ponto Ã?© que um tong Ã?© uma sociedade secreta. E isto, novamente, Ã?© algo que nÃ?£o Ã?© somente uma fantasia; Ã?© algo real. Um grupo de amigos com afinidades que se junta para intensificar seu prazer e liberdade por meios que nÃ?£o sejam reconhecidos como legais pela sociedade criou inconscientemente uma tong. O que eu acho que eles poderiam fazer Ã?© conscientemente criar uma tong. O que nÃ?³s precisamos aqui Ã?© uma estÃ?©tica e uma tradiÃ?§Ã?£o de sociedades clandestinas nÃ?£o-hierÃ?¡rquicas.

    Como n�³s organizamos verdadeiras redes secretas de permuta? Mas tamb�©m, como n�³s criamos uma po�©tica desta situa�§�£o, como n�³s fazemos disto algo que funcione n�£o somente num n�­vel econ�´mico pr�¡tico, mas tamb�©m num n�­vel imagin�¡rio, onde os cora�§�µes das pessoas est�£o comprometidos?

    HT: Uma comunidade.

    HB: Eu iria al�©m, ao usar o termo de Paul Goodman, communitas, para mostrar que n�³s estamos falando sobre algo que �© mais que um arranjo a esmo, mas realmente um objetivo pela qual n�³s estamos nos esfor�§ando.

    Eu vejo a Zona Aut�´noma Tempor�¡ria como o florescimento tempor�¡rio do sucesso dessas redes. O que n�³s estamos esperando �© que as estruturas n�£o hier�¡rquicas atuais maximizem seu potencial para o surgimento de uma TAZ.

    Vamos falar sobre as redes como uma espÃ?©cie de subsolo rico em micÃ?©lios que sÃ?£o por si sÃ?³ o corpo verdadeiro da planta. E ele pode se espalhar por milhas, como vocÃ?ª sabe. Os cogumelos que aparecem, os frutos – eles sÃ?£o como uma Zona AutÃ?´noma TemporÃ?¡ria, esses sÃ?£o as florescÃ?ªncias da rede, se eu consigo fazer aqui minha metÃ?¡fora botÃ?¢nica.

    Uma das formas mais Ã?³bvias de florescimento Ã?© o festival: a rave, o Rainbow Gathering, os festivais Zippies(7) e coisas como o festival Burning Man(8) em Nevada – esses tipos de festivais espontÃ?¢neos, nÃ?£o regulados, nÃ?£o mercantilizados, que aparecem.

    HT: Mas talvez eles tenham vidas, ââ?¬Å?vidas de prateleiraââ?¬Â(9) – sÃ?³ uma certa quantidade de tempo quando eles podem criar e florescer.

    HB: Existem algumas coisas que s�£o inerentemente tempor�¡rias. E existem outra coisas que s�£o tempor�¡rias somente porque n�£o somos fortes o suficiente para faz�ª-las permanentes. Digamos que voc�ª se instala por alguns meses em um lugar bonito perto de uma floresta, na beira de um lago, no ver�£o, com alguns amigos e voc�ª tem uma TAZ verdadeira. Erotismo e beleza natural e liberdade pra correr pelado por a�­ e fumar maconha ou fazer o que voc�ª quiser. Mas como isto tudo �© movido pelo dinheiro que as pessoas t�ªm que fazer no mercado onde elas vendem o trabalho, isto pode durar somente um certo tempo. N�³s gostar�­amos de fazer isto durar para sempre, transformado a TAZ em uma PAZ, uma Zona Aut�´noma Permanente (Permanent Autonomous Zone). N�³s n�£o temos o poder econ�´mico para fazer isto. �� tempor�¡rio somente porque nos falta o poder para fazermos isto mais permanente.

    Outras coisas sÃ?£o claramente temporÃ?¡rias, e devem ser apreciadas pela sua temporalidade. Quando a essÃ?ªncia saiu delas nÃ?³s devemos perceber isto, e deixar esta forma em busca de outras formas. EntÃ?£o uma certa quantidade do que vem sendo chamado de ââ?¬Å?trabalho de flutuaÃ?§Ã?£oââ?¬Â Ã?© necessÃ?¡rio. VocÃ?ª tem que estar sintonizado com onde a liberdade e o prazer estÃ?£o sendo potencializados e onde nÃ?£o estÃ?£o, para que vocÃ?ª possa espontaneamente se manter flutuando e ficar Ã?  frente desse fenÃ?´meno. Isso Ã?© exatamente o que hordas de pessoas estÃ?£o fazendo por aÃ?­: velhos camaradas em rvÃ?´s(10), caras novos viajando clandestinamente, estÃ?¡ tudo acontecendo. NÃ?£o estou descrevendo um esquema utÃ?³pico, Ã?© o que estÃ?¡ acontecendo de qualquer jeito. Tenhamos consciÃ?ªncia disso. Vamos perceber que isso Ã?© um verdadeiro valor, porque faz algo por nossas vidas, diferentemente de todo essa jogatina polÃ?­tica estÃ?ºpida.

    NÃ?³s somos constantemente seduzidos a colocar nossas forÃ?§as e nosso amor e nossa criatividade em objetivos que sÃ?£o imediatamente reocupÃ?¡veis e cooptÃ?¡veis e mercantilizÃ?¡veis por ââ?¬Å?elesââ?¬Â. Isso devia parar.

    HT: Eu vejo pessoas tendo problemas para comunicar-se com outras porque elas est�£o acostumadas a se falar pela televis�£o. Ent�£o, quanto voc�ª est�¡ trabalhando em uma comunidade, o primeiro passo para criar uma TAZ seria a comunica�§�£o.

    HB: Absolutamente. As pessoas est�£o alienadas pela m�­dia. Isso �© algo que tem que ser repetido constantemente. Quanto mais voc�ª se relaciona com os meios, menos voc�ª se relaciona com outros seres humanos em sua proximidade f�­sica. Novamente, isso n�£o �© uma grande teoria, isto �© algo que simplesmente est�¡ acontecendo. Voc�ª gasta mais tempo vendo TV, voc�ª gasta menos tempo se relacionando com seus amigos. E quando isto se espalha em n�­vel social, voc�ª come�§a a ver algumas coisas muito estranhas ocorrendo. A corrente tem mais for�§a que qualquer participa�§�£o individual na corrente. Existe uma sinergia negativa, um efeito de realimenta�§�£o negativa por meio do qual sua aliena�§�£o de outras pessoas est�¡ sendo causada por televis�µes e r�¡dios e filmes e jornais e livros. Eu certamente n�£o isento os impressos dessa cr�­tica. E subitamente voc�ª descobre que n�£o �© somente uma quest�£o de aliena�§�£o, �© uma quest�£o de miserabilidade. Essa separa�§�£o de voc�ª da realidade f�­sica est�¡ fazendo voc�ª miser�¡vel.

    Muitas pessoas chegaram a esse ponto. Eles n�£o sabem o que fazer porque n�³s n�£o estamos dando a eles uma dire�§�£o. Digo, radicais fumantes de maconha n�£o est�£o dando a eles uma alternativa clara e realista, mas ao inv�©s disso est�£o sonhando acordados com v�¡rias merdas de New Age e estilo de vida.

    HT: Onde as pessoas podem achar Zonas Aut�´nomas Tempor�¡rias � s quais voc�ª estaria disposto a dizer quando e onde encontrar?

    HB: Eu nÃ?£o posso – porque elas nÃ?£o existem precisamente em mapas com coordenadas cartesianas. Existem outras dimensÃ?µes que nÃ?£o os mapas onde as Zonas AutÃ?´nomas TemporÃ?¡rias podem ser achadas. Eu gosto de metaforizar estas dimensÃ?µes como dimensÃ?µes fractais, o que traz toda a questÃ?£o de caos e complexidade. E uma das razÃ?µes pelas quais eu nÃ?£o posso te dar nenhum indicativo Ã?© porque essa Ã?© uma situaÃ?§Ã?£o fractal carregada de complexidade. A qualquer momento uma TAZ pode ocorrer. Em um nÃ?­vel mÃ?­nimo, um jantar na casa de alguÃ?©m pode repentinamente evoluir em uma TAZ. NÃ?£o qualquer jantar, mas o potencial estÃ?¡ lÃ?¡ porque Ã?© organizado de uma maneira nÃ?£o hierÃ?¡rquica, para convivÃ?ªncia. E, em um nÃ?­vel mÃ?¡ximo, vocÃ?ª teve Zonas AutÃ?´nomas TemporÃ?¡rias que duraram muito mais, onde a festa na realidade continuou por alguns anos. Quando estamos falando sobre a Zona AutÃ?´noma TemporÃ?¡ria, per se, como nodos realmente intensos de consciÃ?ªncia e aÃ?§Ã?£o, Ã?© possÃ?­vel que os seres humanos nÃ?£o possam aguentar muito disso. Talvez dezoito meses ou dois anos de festa contÃ?­nua seja tudo que alguÃ?©m pode aguentar.

    HT: Bem, eu conheÃ?§o algumas pessoas…

    HB: Claro! Mas n�³s podemos falar de Zonas Aut�´nomas Permanentes, voc�ª sabe, o que �© um conceito diferente.

    HT: Voc�ª chamaria o Rainbow Gathering de Zona Aut�´noma Permanente?

    HB: Eu chamo ele de Zona Aut�´noma Peri�³dica, o que �© ainda outra varia�§�£o dessa id�©ia. Existem certas Zonas Aut�´nomas que voc�ª n�£o pode manter o tempo todo, mas que voc�ª pode realizar com uma certa freq�¼�ªncia constante, e os festivais anuais s�£o os exemplos. O que n�³s temos que fazer �© evitar a mercantiliza�§�£o. Preciso dizer algo mais desse assunto? Ok?

    O festival �© um momento intenso, mas peri�³dico. �� moment�¢neo, mas peri�³dico. Assim como no Rainbow, n�£o �© realmente necess�¡rio ser dono da propriedade, como eles inteligentemente descobriram. Qualquer grupo de pessoas na Am�©rica pode fazer isso. Voc�ª n�£o precisa se juntar � s tribos Rainbow e seguir seu estilo de vida (que eu particularmente n�£o acho atrativo). Voc�ª s�³ faz um encontro em uma floresta nacional e monta sua tenda fora da linha de vis�£o, ou voc�ª pega um lugar onde tenham poucos ursos.

    No festival Burning Man, o guarda florestal mais prÃ?³ximo estÃ?¡ a 75 milhas de distÃ?¢ncia, e eles converteram ele a um amigo e defensor do festival, de qualquer jeito. Ã?â?° organizado por alguns artistas da CalifÃ?³rnia que vÃ?£o para a pior parte do deserto de Nevada, sÃ?³ um mar de areia preta atÃ?© onde a vista alcanÃ?§a, e eles fazem uma estÃ?¡tua gigantesca de um homem de vime, entÃ?£o no Ã?ºltimo dia do festival eles ateiam fogo a ele e todo mundo bebe um monte de cerveja e vÃ?ª ele queimar. Ã?â?° um tremendo sucesso e estÃ?¡ sendo repetido sempre com uma periodicidade anual. As pessoas amam isto. Um jornal Ã?© impresso no lugar, uma mini estaÃ?§Ã?£o de rÃ?¡dio FM Ã?© montada cada ano e todos os tipos diferentes de pessoas vÃ?ªm, de caras que moram isolados em rvs a ciclistasa hippies, o pessoal ââ?¬Å?flowerââ?¬Â e o pessoal Rainbow e os hobos(11) e artistas da CalifÃ?³rnia. E todo mundo se diverte muito, e entÃ?£o eles arrumam as malas e vÃ?£o embora e esse Ã?© o fim daquilo, e o guarda florestal nÃ?£o incomoda eles porque estÃ?¡ a 75 milhas de distÃ?¢ncia e ele gosta daquilo de qualquer jeito porque eles deixam o lugar limpo. EntÃ?£o qualquer um pode fazer isso. VocÃ?ª nÃ?£o precisa esperar pela permissÃ?£o de alguma autoridade tribal.

    HT: Criar uma TAZ �© quase como criar o seu pr�³prio espa�§o aut�´nomo livre em voc�ª mesmo.

    HB: Eu fico repetindo a frase ââ?¬Å?maximize o potencial para o aparecimentoââ?¬Â. Eu sei que Ã?© uma frase meio grotesca e complicada, mas ela precisa ser sempre inserida em qualquer frase que nÃ?³s falemos aqui. VocÃ?ª nÃ?£o pode declarar uma TAZ. Ou, se vocÃ?ª pode, vocÃ?ª Ã?© um mÃ?¡gico muito mais eficiente do que eu. VocÃ?ª simplesmente nÃ?£o pode decidir ter uma TAZ. Uma TAZ Ã?© algo que acontece espontaneamente. Quando de repente vocÃ?ª diz, uau, sabe, tem N pessoas aqui, mas tem N mais N energia, excitaÃ?§Ã?£o, prazer, liberdade, consciÃ?ªncia. Certo? Esse momento de sinergia de corrente cruzada acontece quando um grupo de pessoas estÃ?¡ tendo algo mais de uma situaÃ?§Ã?£o que a soma do que os indivÃ?­duos estÃ?£o colocando nisto. VocÃ?ª nÃ?£o pode prever isto. Tudo o que vocÃ?ª pode fazer Ã?© maximizar o potencial para o aparecimento.

    Gloss�¡rio

    1. Bolas de Templo Nepalesas (Nepalese Temple Balls) – nome dado para pelotas de haxixe.

    2. Airstream – Tradicional marca americana de trailers e motor-homes, pertencente Ã?  Thor Industries. Seu website Ã?© http://www.airstream-rv.com.

    3. Rainbow Gatherings – festival-encontro dos participantes da ââ?¬Å?FamÃ?­lia Arco-Ã?ris da Luz Vivaââ?¬Â(Rainbow Family of Living Light), que na realidade nÃ?£o Ã?© uma organizaÃ?§Ã?£o, mas diferentes pessoas que pregam a construÃ?§Ã?£o de pequenas comunidades, nÃ?£o violÃ?ªncia, estilo de vida alternativo, Paz e Amor, e tradiÃ?§Ã?µes indÃ?­genas americanas. Esse encontro, que acontece anualmente, tem por objetivo rezar pela paz no planeta.

    4. BBS – Bulletin Board System, um termo de informÃ?¡tica que designa uma base de dados de mensagens acessÃ?­vel pela Internet, ou melhor ainda, um mural de recados eletrÃ?´nico.

    5. No original, ââ?¬Å?I donââ?¬â?¢t think that itââ?¬â?¢s too late to wake up and smell the coffee here.ââ?¬Â

    6. Tong – sociedade secreta chinesa, do cantonÃ?ªs tong, ââ?¬Å?assemblÃ?©ia de todosââ?¬Â.

    7. Festival Zippy – encontro das pessoas da cultura zippie – que se definem, em parte, como hippies tecnolÃ?³gicos, que acreditam em funÃ?§Ã?µes religiosas na tecnologia. O nome vem de hippies com zip. Retirado de http://www.fiu.edu/~mizrachs/Zippies.html

    8. Festival Burning Man – festival que reÃ?ºne anualmente cerca de vinte e cinco mil pessoas, e envolve mÃ?ºsica, arte e comunidade. Retirado de http://www.burningman.com/

    9. Vida de Prateleira – extensÃ?£o de tempo que um produto, especialmente alimento, pode permanecer na prateleira de uma loja antes de se tornar imprÃ?³prio para uso; prazo de validade.

    10. RV (recreation vehicles) – veÃ?­culos como trailers e motor-homes.

    11. hobo – AlguÃ?©m que viaja de lugar a lugar procurando por lares e empregos temporÃ?¡rios. Retirado de http://www.hobotraveler.com/hobo.shtml

    Traduzido e revisado por Guilherme Caon em 20/03/2002.

    Esta tradu�§�£o, bem como qualquer uma de suas partes, n�£o pode ser utilizada para nenhum tipo de fim comercial, a n�£o ser com a expressa autoriza�§�£o do tradutor.

    Fonte: http://hakimbeydasilva.cjb.net

  2. http://www.newscientist.com/article.ns?id=dn8718

    Robot moved by a slime mould’s fears

    The slime mould – pictured on the screen in the experimental set-up – causes a robot to naturally avoid the light (Image: Klaus-Peter Zauner)
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    The slime mould – pictured on the screen in the experimental set-up – causes a robot to naturally avoid the light

    The six-legged hexapod robot is remotely-controlled by slime (Image: Klaus-Peter Zauner)
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    The six-legged hexapod robot is remotely-controlled by slime (Image: Klaus-Peter Zauner)

    A bright yellow slime mould that can grow to several metres in diameter has been put in charge of a scrabbling, six-legged robot.
    NS Forum
    How far will building robots around life forms go?
    Discuss this story >>

    The Physarum polycephalum slime, which naturally shies away from light, controls the robot’s movement so that it too keeps out of light and seeks out dark places in which to hide itself.

    (…)

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