Achado um Aleph em Curitiba

time machine
Time Machine
Edifí­cio Tijucas, Curitiba, Brasil.
foto: Mathieu Bertrand Struck
Creative Commons License

E sobre arte de encontro com a ciência (e vice-versa):

A Christmas Carol, Charles Dickens

The Anubis Gates, Tim Powers

The End of Eternity, Isaac Asimov.

aleph

En la parte inferior del escalón, hacia la derecha, vi una pequeí±a esfera tornasolada, de casi intolerable fulgor. Al principio la creí­ giratoria; luego comprendí­ que ese movimiento era una ilusión producida por los vertiginosos espectáculos que encerraba. El diámetro del Aleph serí­a de dos o tres centí­metros, pero el espacio cósmico estaba ahí­, sin disminución de tamaí±o. Cada cosa (la luna del espejo, digamos) era infinitas cosas, porque yo claramente la veí­a desde todos los puntos del universo. Vi el populoso mar, vi el alba y la tarde, vi las muchedumbres de América, vi una plateada telaraí±a en el centro de una negra pirámide, vi un laberinto roto (era Londres), vi interminables ojos inmediatos escrutándose en mí­ como en un espejo, vi todos los espejos del planeta y ninguno me reflejó, vi en un traspatio de la calle Soler las mismas baldosas que hace treinta aí±os vi en el zaguán de una casa en Frey Bentos, vi racimos, nieve, tabaco, vetas de metal, vapor de agua, vi convexos desiertos ecuatoriales y cada uno de sus granos de arena, vi en Inverness a una mujer que no olvidaré, vi la violenta cabellera, el altivo cuerpo, vi un cáncer de pecho, vi un cí­rculo de tierra seca en una vereda, donde antes hubo un árbol, vi una quinta de Adrogué, un ejemplar de la primera versión inglesa de Plinio, la de Philemont Holland, vi a un tiempo cada letra de cada página (de chico yo solí­a maravillarme de que las letras de un volumen cerrado no se mezclaran y perdieran en el decurso de la noche), vi la noche y el dí­a contemporáneo, vi un poniente en Querétaro que parecí­a reflejar el color de una rosa en Bengala, vi mi dormitorio sin nadie, vi en un gabinete de Alkmaar un globo terráqueo entre dos espejos que lo multiplicaban sin fin, vi caballos de crin arremolinada, en una playa del Mar Caspio en el alba, vi la delicada osadura de una mano, vi a los sobrevivientes de una batalla, enviando tarjetas postales, vi en un escaparate de Mirzapur una baraja espaí±ola, vi las sombras oblicuas de unos helechos en el suelo de un invernáculo, vi tigres, émbolos, bisontes, marejadas y ejércitos, vi todas las hormigas que hay en la tierra, vi un astrolabio persa, vi en un cajón del escritorio (y la letra me hizo temblar) cartas obscenas, increí­bles, precisas, que Beatriz habí­a dirigido a Carlos Argentino, vi un adorado monumento en la Chacarita, vi la reliquia atroz de lo que deliciosamente habí­a sido Beatriz Viterbo, vi la circulación de mi propia sangre, vi el engranaje del amor y la modificación de la muerte, vi el Aleph, desde todos los puntos, vi en el Aleph la tierra, vi mi cara y mis ví­sceras, vi tu cara, y sentí­ vértigo y lloré, porque mis ojos habí­an visto ese objeto secreto y conjetural, cuyo nombre usurpan los hombres, pero que ningún hombre ha mirado: el inconcebible universo.

10 comments

  1. ====E Deus disse: “Do PÃ?³ vieste, ao PÃ?³ VoltarÃ?¡s”. E o Homem inventou o Reset.===

    Creio que o homem enfrentar�¡, em nossas vidas, ser�­ssimos embates com a quest�£o do tempo, da eternidade, da vida e da morte.

    Certos avan�§os CONCRETOS da tecnologia t�ªm permitido a formula�§�£o de exerc�­cios, simula�§�µes e hip�³teses que, h�¡ pouco tempo pareceriam delirantes ou excessivamente liter�¡rios.

    A conquista da imortalidade atravÃ?©s do abandono do corpo e da permanÃ?ªncia da consciÃ?ªncia – num ambiente virtual via neurocircuitos, por exemplo – Ã?© um desses exercÃ?­cios (francamente luciferiano, por sinal).

    Quando Prometeu se elegeu nosso campe�£o perante os Deuses, pens�¡vamos que quer�­amos apenas o Fogo. Hoje, estamos prestes a conseguir a Ubiq�¼idade. Para quando a Onisci�ªncia?

    Algumas quest�µes que se colocam no debate a respeito da transhumaniza�§�£o e da perman�ªncia da consci�ªncia por tempo indefinido no tempo e, talvez n�£o mais tanto no espa�§o:

    – A eternidade do “ser” serÃ?¡ a regra ou seres Eternos e nÃ?£o-eternos compartilharÃ?£o a ExistÃ?ªncia? A longo prazo, que diferenÃ?§as na forma de apreensÃ?£o da Realidade surgirÃ?£o entre os grupos? Para os Eternos, a palavra “ser” continuarÃ?¡ a fazer sentido ou abrirÃ?¡ espaÃ?§o para o “estar”?

    – Se, hipoteticamente, os Eternos passassem a conviver com nÃ?£o-eternos (ambos cientes de forma transparente, das exatas e precisas diferenÃ?§as entre os grupos). Haveria compatibilidade existencial entre os grupos? Como permitir a troca de discursos?

    – Se a Eternidade se impor como padrÃ?£o, quais os revezes para a Identidade e a Individualidade? HaverÃ?¡ espaÃ?§o para esses conceitos? Como ficam as questÃ?µes da Liberdade e da Igualdade?

    – Se pudermos transformar a consciÃ?ªncia em informaÃ?§Ã?£o pura, optaremos por criar um ambiente onde os seres sÃ?£o “pacotes” individualizados de informaÃ?§Ã?£o ou vigirÃ?¡ a desconstruÃ?§Ã?£o do ser em pacotes menores de dados para recombinaÃ?§Ã?£o aleatÃ?³ria. Estaremos prontos para trocar o Vaso Cheio de nossa MisÃ?©ria por uma realidade mais assemelhada a um Moedor Bittorrent?

    – Se mais nenhum ser “morre”, haverÃ?¡ serventia ou sentido em novos seres serem criados ou “nascerem”? Se nÃ?£o, nos adaptaremos a um grupo fechado, por maior que seja? E depois que a Ã?rvore GenealÃ?³gica da Humanidade estiver disponÃ?­vel na internet, terminarÃ?¡ por nos transformar em Pedras e Rochas a Eterna Monotonia?

    O espa�§o n�£o �© mais um problema. Acabaram-se ou contam-se nos dedos as grandes quest�µes. A tend�ªncia �© imperar o controle de conting�ªncias. No que se refere ao espa�§o, precisamos de burocratas, n�£o de artistas.

    O problema que cresce �© o tempo.

  2. Espero que no fim nos demos melhor do que se deu Prometeu.

    N�£o conhecia o termo Ubiq�¼idade. Gostei. A internet n�£o seria por exel�ªncia a ferramenta de Ubiq�¼idade epif�¢nica?

    Intrigante a foto. Bel�­ssima e intrigante.

    ae

  3. postei a foto em tamanho maior (achava que n�£o caberia). deu uma cortadinha, mas o link leva para a vers�£o �­ntegra.

  4. DÃ?ª um pulo no Tijucas, SÃ?¡lvio, fui atÃ?© o Ã?ºltimo andar (pelo elevador da torre comercial) e desci tudo de escada, percorrendo tambÃ?©m os andares de cabo a rabo, do inÃ?­cio ao fim do corredor (mas voltando para a escada originÃ?¡ria, atÃ?© o estranho local da foto, quando passei a ter duas opÃ?§Ã?µes para descer – essa escada sÃ?³ se inicia apÃ?³s descer diversos andares).

    Essa foto, na realidade nÃ?£o Ã?© da escada principal (torre comercial, cujo acesso Ã?© aquele mais prÃ?³ximo Ã? s lojas americanas), mas de uma espÃ?©cie de limbo aquitetÃ?´nico entre a torre comercial e a residencial (que fica de frente para a XV). Ao que tenho notÃ?­cia, o complexo do Tijucas nÃ?£o foi construÃ?­do ao mesmo tempo (o residencial veio primeiro e o comercial teve sua construÃ?§Ã?£o paralisada, mais de uma vez). HÃ?¡ diferenÃ?§as substanciais entre andares que parecem similares num primeirto olhar. Notei cantos cegos, corredores mais ou menos compridos, com Ã?¢ngulos diferentes, janelas num andar, paredes noutro. Uma velhota simpÃ?¡tica me confidenciou que o apartamento dela tem um acesso Ã?  Ã?¡rea comercial “desconhecido” do restante do condomÃ?­nio, que ela usa secretamente para sair de madrugada, para evitar os [segundo ela] sinistros e imprevisÃ?­veis corredores da ala residencial [“onde acontece de tudo”].

    De qualquer forma, Monsieur Divinorum, o local dessa foto fica num andar (8.Ã?º, acho) em que as torres se comunicam de forma assaz curiosa (similar ao 7Ã?º 1/2 andar de “Quero ser John Malkowich”).

    Vale a pena dar uma conferida. Vou postar algumas outras fotos de lÃ?¡, algumas ‘curiosidades’ lÃ?¡ coletadas aleatoriamente.

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