Morro da Palha – Campo Magro-PR

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Morro da Palha (Campo Magro-PR) e pastagens circunvizinhas.
Vista do “Bar do Paulo”, ponto de parada de jipeiros, trilheiros e afins. O Morro pode ser reconhecido em razão de três pinus encravados em uma de suas faces.


Arredores de Curitiba, continuação.

Localizado a Noroeste da capital paranaense, o Morro da Palha é o ponto culminante do municí­pio de Campo Magro. A trilha que acede ao seu topo inicia-se nas proximidades da Estrada da Conceição dos Correas, um belí­ssimo caminho rural, repleto de surpresas (tais como paisagens bucólicas, pequenas plantações, igrejas e casarões antigos).

O topo do morro pode ser atingido em uma caminhada de 30 minutos. A vista é privilegiada e pode-se contemplar, de um lado, o iní­cio da Serra de São Luiz do Purunã e, do outro, um corte lateral da cidade de Curitiba e de seu skyline. Ao fundo, toda a Serra do Mar se descortina. Em outras direções, pode se ver a Cordilheira do Santana, formação geológica localizada na cidade de Rio Branco do Sul e, ao Sudoeste, os arredores da Lapa.

No sopé do Morro da Palha há um simpático e rústico comércio (misto de mercearia com churrascaria, de propriedade de um agradável casal – Marcell e Ana), chamado “Bar do Paulo”, ali instalado desde alguns anos. É parada obrigatória dos jipeiros e trilheiros que por ali passam (cerca de 400 pessoas por final de semana). Da varanda do “Bar do Paulo”, podem ser observados os vôos dos praticantes de paraglider. Um destes, segundo se conta, dali pulou para ir parar em Mafra-SC (!).

Mais adiante, na própria Estrada da Conceição dos Correas, fica o restaurante “Casarão”, instalado em uma antiga edificação local, recentemente reformada. Ao que se noticia, a comida é muito boa.

Há mais de um caminho para chegar lá, mas certamente o mais prático é pela Estrada do Cerne, na continuação da Av. Manoel Ribas, em Santa Felicidade. No nosso caso, voltamos pelo Distrito de Queimadas (muito próximo í  sede da Empresa de íguas Ouro Fino) em direção ao Distrito de Bateias, municí­pio de Campo Largo.

Do alto do Morro, o mais curioso – e assustador – é ver o crescente avanço da massa humana curitibana, em todas as direções. Coisa que haví­amos notado em visita anterior ao bairro da Lamenha Pequena, Almirante Tamandaré e em outros pontos de Campo Magro, pela Estrada do Juruqui.

A conurbação com Curitiba já é realidade em Pinhais, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande e trechos de outras cidades. No Morro da Palha, o celular não pega e há poucos telefones e orelhões. Assim é hoje. Para quando os loteamentos?

Os habitantes locais informam até que “bacanas” da cidade grande andaram fazendo raves no topo do Morro, deixando detritos de todas as espécies e desrespeitando o ciclo dos habitantes e dos animais locais com o tux-tux ensandecido das almas í  deriva.

O Morro vai ficar, mas a vista talvez não. É bom visitar enquanto é tempo.

Fotos e informe: Mathieu Bertrand Struck

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Vista do Morro da Palha, em Campo Magro
(região metropolitana de Curitiba).

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Torres de transmissão em Campo Magro, região metropolitana de Curitiba.
Cercanias do Morro da Palha, ponto culminante da região.

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Estrada da Conceição dos Correas, sentido Conceição dos Túlios.
Campo magro-PR, sopé do Morro da Palha.

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Vista da face noroeste de Curitiba-PR.
Topo do Morro da Palha, Campo Magro-PR.
Ao fundo, a Serra do Mar.
(Altitude: 1080m – distância do centro: app. 30 km)

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Cachorro assiste aula de catequese, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Campo Magro.
(Estrada da Conceição dos Correas, proximidades do Morro da Palha).

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Praticantes de paraglider aguardam condições metereológicas favoráveis para vôo. Precisaram esperar a diminuição da fumaça de uma “queimada”, em um campo próximo. Muitas borboletas no topo.
Topo do Morro da Palha, Campo Magro-PR. (Altitude: 1080m)

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Casa de madeira em Campo Magro-PR, Distrito de Queimadas.
Cercanias do Morro da Palha.

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Fazendola da famí­lia Krüger, em Campo Magro-PR, Distrito de Queimadas. Belí­ssima propriedade, cultivada com carinho e esmero. Na foto, cultivo de feijão.
Cercanias do Morro da Palha.


Local: Morro da Palha – Campo Magro – PR
Altitude: 1080 metros / 3542.4 feet.
Acesso: A apenas 30 km de Curitiba pela BR 277 sentido Ponta Grossa. Passar pelo viaduto de Campo Largo, segundo viaduto (de Bateias) sentido Ouro Fino (até o fim do asfalto), seguir sempre em frente até o campo de futebol da Vila Conceição dos Correa. Pela rod. do Cerne, continuação da rod. Manuel Ribas, seguir sentido Campo Magro até quase o final do asfalto, entrar a direita e seguir até o trevo, manter a esquerda até o campo de futebol.
Clube Responsável / Official Club: Clube de Vôo Livre do Morro da Palha. (www.clubedopalha.com.br)
Recordes: 103km. Leandro, pousando em Mafra – SC (parapente).

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Bananeiras e Araucárias. Sincretismo vegetal do Paraná. Campo Magro-PR.

8 comments

  1. PALHaÃ?§Ã? o NO MORRO DA PALHA – Campo Magro – PR

    Dia > 20/11/2005 (domingo)� s 08:59 Hs

    Sa�­da > Pra�§a do homem nu

  2. Breve relato do PalhA�§�£o:

    Por influxos do Mathieu pareceu grato ao Paulo sugerir que subÃ?­ssemos (escalÃ?¡ssemos?) o Morro da Palha, em Campo Magro, cercanias da Ouro Fino. Dirigimo-nos entÃ?£o, – o Paulo, eu e o JoÃ?£o – de automÃ?³vel atÃ?© o bar do Paulo (outro Paulo) sugerido pelo Mathieu. Aproximava-se jÃ?¡ a hora do almoÃ?§o. AlmoÃ?§o, cervejas, papos-fora e fomos.

    A previsÃ?£o que nos deram Ã?© de que poderÃ?­amos alcanÃ?§ar o topo do Palha em 56 minutos. IlusÃ?£o, talvez seja possÃ?­vel se contar-se somente do sopÃ?© do morro atÃ?© o cume. Afora termos empreendido a caminhada muito, muito antes da base da montanha, erramos o caminho. Quem erra um caminho erra duas vezes – ida-e-volta. A distÃ?¢ncia, os percalÃ?§os e descaminhos, o sol a pino etc. retardaram bastante a chegada no Ã?¡pice do morro, mas chegamos. Chegamos Ã? s 17:00, acho.

    Chegados, sentÃ?­amos-nos cansados, encalorados. PorÃ?©m, o prazer da vista liada Ã?  sensaÃ?§Ã?£o de realizaÃ?§Ã?£o nos retardou muito lÃ?¡ em cima. Num primeiro momento nos unimos Ã?  algumas pessoas que preparavam o ‘pente’ que sustentaria um duplo salto que estava por acontecer. Saltou quem tinha que saltar, os outros foram-se embora. Ficamos os trÃ?ªs como que enfeitiÃ?§ados pelos orixÃ?¡s aos quais rendemos antes alguma fumaÃ?§a, ou por algum espÃ?­rito da montanha. Nos demoramos bastante lÃ?¡ em cima.

    Por fim chegou uma senhora-mo�§a, s�³, no cume. Todas as outras pessoas que estavam l�¡ haviam chegado atrav�©s de motos ou algum tipo de tra�§�£o mec�¢nica, aquela senhora-mo�§a parecia ter vencido o morro como n�³s, fiada em si. Ou porque j�¡ estiv�©ramos um longo tempo l�¡ em cima ou porque a presen�§a da mo�§a-senhora nos inquietasse um pouco (ela parecia estar fazendo yoga ou algo que o valha) iniciamos a descida.

    Logo ap�³s a partida, pra surpresa nossa, a senhora-mo�§a nos alcan�§a. Cumprimentos da praxe e ela aproxima-se do Paulo e entabula uma longa conversa. Eu e o Jo�£o guardamos dist�¢ncia e ficamos observando os dois naquela conversa entusiasmada entre escorreg�µes no ch�£o arenoso da estrada em declive forte. Era bonito ver.

    Descida a parte mais inclinada, eis que numa encosta estava um carro estacionado. Era o marido da senhora-mo�§a que a aguardava. O marido, um tanto reticente, nos ofereceu carona para o resto do percurso. Declinamos, e continuamos tenazes a marcha. Bem mais �  frente, passava por n�³s um pequeno caminh�£o com v�¡rias adolescentes na carroceria. As meninas fizeram o motorista parar e nos oferecer carona. Relutantes, acatamos o impulso do Jo�£o e subimos.

    As adolescentes, que por certo habitam a regiÃ?£o e tem aquele aspecto bucÃ?³lico, mostraram que de tÃ?­midas nÃ?£o tinham nada. Ficaram tirando conosco, nos chamado de tios. O JoÃ?£o tentou reagir ao epÃ?­teto mas… em vÃ?£o.

    Voltamos ao bar, duas cervejas e nos encaminhamos para Curitiba prometendo-nos repetir os andantes. Conclu�­mos que se faltou algo foi uma maior presen�§a dos amigos. Propus que para evitar afugent�¡-los dever�­amos intentar andantes menos radicais e em hor�¡rios mais prop�­cios. Seria �³timo se algu�©m apresentasse alguma sugest�£o de hor�¡rio e/ou itiner�¡rio.

    Faltou relatar que o caminho errado que pegamos acabava em uma planta�§�£o de tomates. N�£o tive coragem de apanh�¡-los, mas ainda posso sentir o sabor daqueles tomates que o Jo�£o e o Paulo, menos t�­midos, saboreavam regozijados.

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