Estudos para um naufrágio lunar compartilhado

primeiros estudos para o projeto “Esqueci todo esse conhecimento”. Apenas o primeiro diapasão.

(baseado em estudos de violão de Octavio Camargo e estudos para Toscolino de Glerm Soares)

I) Rito da Caverna


Dentro daquela caverna chamava a atenção o fato
De que rabiscos com sangue de porco do mato
Descreviam órbitas em antenas de latão

Nômades sem Satélite…

Um ábaco de barro
e válvulas de carvão
calculava em estalos e faí­scas
O risco da reinvenção

Eis que aproxima-se então
Um ser SEM corpo fechado
Com as tripas saltitando
em Ditongos sincronizando
Suas 3 cordas vocais
pendurados num banjo de bambu

Pousado sobre as tarrachas um urubu
Com cabeça de Uirapuru
Saiu logo latindo, miando e grousnando mais que pí­fano de Caruaru

Na fronte a marca do velho mundo:
‘Processador Turing’s Bite”.

Da sua testa projetou-se um holograma
A imagem da sepultura de um velho bhrama
O amistoso e sorumbático epitáfio:
“Nem tente, fio”.

e Gritou gutural:
– “A dor que deveras mente
apagarei de sua memória!
Junto com toda História
Numerais e Alfabetos
e renascerás entre Naufrágos!”

#shutdown -r now!

(continua…)

Musica pra ninar vizinho e a tal da calma…

Ví­deo gravado por Carlos Kaspchack e postado por Renata Mele.

Alta madrugada í­a na Barreirinha í  dentro. Violão, grunhidos, as cordas vocais reverberando. Lá pelas tantas uma voz da parte baixa do morro, sem sabermos precisar de onde, grita de uma só vez: Vizinho Fanfarrããããão!!! No ato eu, pessoalmente, achei de uma educação suprema. Tanto palavrão pra gritar, o vizinho se limitou a um “fanfarrão”. Entramos na casa do Polaco, fechamos portas, janelas e fizemos, Thadeu, Octavio e eu, esta singela canção de ninar vizinho.(…)

~ por barbarakirchner em Dezembro 10, 2008.
fonte: curitibaneando

e a tal da calma:

(…)”vendo você fazer o SOBROLHO PENSATIVO como se estivesse diante de um morto vivo:
Uma alma penada, sem lembrança do tempo em que foi feliz”(…)

Buracos no jardim

Como sem a mí­nima condição de definir – o som que soa, % de um sí­mbolo que significa, sem fugir. Estes fazem o que fazem, quase dejetos em impuras escavações. Sí­ntese de tesouros escondidos pelas mãos dos que pretendiam (ou preferiam) guardar as sobras. Degenerar e regenerar, magneto de pólos sombrios, frios como geada congelada. Faltam algumas palavras pra por na risca o x da questão: agora não tem mais volta. Se novamente perguntassem o porque de tanta obsessão. Que perseguição. Ei, diga lá! Faz deduzir como causa um escrito – só falta agora achar o bilhete – como a agulha do palheiro. Frame enterrado, um palito de fósforo talvez, enferrujado até o pó como faí­sca que ilumina estas criaturas. Se fosse jogo serviria como pino de boliche, se fosse o tempo seria o foi. Banda garagaica: inúmeros bombardinos e abstrações, figas da mãe, já grisalhas das luas cheias, tantas e tantas voltas pelo tonto lugar – bóias pra imaginação. O vento toca uma música, faz voar todas as anotações, cérebro obtuso, catatônico de tanta cisma. Mal da vida.

Guerreira da noite vai e volta sem se perder, sem se encontrar – “mesmo assim o labirinto é longo e escuro” disseram. Grito: sussuro na curva da prostração com o rabo em meio a cova, sinuca de bico, vai e volta pra santa hora do veneno, três vezes ao dia ou mais – amolação pelo troco da feira, moeda perdida, amuleto da mais desgraça. Sem meios pra se retratar, eis mais um acorde dissonante, dessa vez na ponta do quebra galho, puro cacoete passado pela aflição do só pra variar. Simples como cartilha, onde o que falha leva a culpa de brinde, decoreba desse mal estar: um suspiro pregado pelas marteladas rí­tmicas, truculentos cruzamentos nessa afiada música. O caráter anda mal das pernas, pode crer, engarrafado no meio do oceano, nadando contra a corrente pelo ensejo de se perder perder perder – triângulo amoroso, trí­plice aliança – sangrado e mofanado – corpo éter sem dó nem beira. Acorda cedo e esvai trabalhar. Necrotério e saliva do fundo da garganta, em voz alta e bom tom: VAI DE TORTA LINHA RETA!

Icone inédito, mal falado e embolorado.

Eu não estou ouvindo música: signos evidentes por si mesmos, por incrível que cresça e apareça – multiplicai-vos

[MEDIA=3]

“Dai-me agora um som alto e sublimado, um estilo grandiloqüo e corrente… Dai-me uma fúria grande e sonorosa, e não de _______ avena ou ____________ ruda, mas de ________ canora e belicosa que o peito ascende e a ____ ao gesto muda. Dai-me igual canto aos feitos da famosa Gente vossa, que a Marte tanto ajuda; Que se espalhe e se cante no universo, Se tão sublime preço cabe em verso.”

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[MEDIA=4]

como numa brincadeira das crianças do bairro

pensável
Setembro 18th, 2007 by poeticasexperimentaisdavoz

Não tentei arruinar o sentido da sentença, tampouco o da metáfora: pelo contrário, tentei torná-los mais fortes. Atacar o sentido rebelando-se contra a sentença não significa que a mesma seja destruí­da. Pelo contrário, ela é preservada porque um caminho para o outro sentido foi aberto. Tudo isso me parece como se eu tivesse sido confrontado por dois discursos opostos igualmente persuasivos. Isso resulta na impossibilidade de privilegiar um em detrimento do outro, o que, por sua vez adia constantemente o controle do sentido sobre a sentença. Talvez o impensável seja pura e simplesmente a suspensão mútua de dois pensamentos opostos e definitivos.

Pessoas

Falhei em Tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa…

Tabacaria, A.Campos.

pessoa2.jpg

Capa do primeiro número de “Orpheu”

Na Casa da Claudete

Casa da Claudete (para Claudete Pereira Jorge, Octávio Camargo, Luiz Felipe Leprevost e todos que frequentam a casa da Claudete)

na casa da Claudete
os cristos são descrucificados.
religiões são formadas,
reformadas e destruí­das.
legiões e batalhões de idéias
são postas em sentido em versos
conservados em vodka.

na casa da Claudete
o marxismo também é tomado com coca-cola
o stalinismo cuspido pra fora da janela
e homero lido a marteladas
de mais ou menos 5.000 palavras.

na casa da Claudete
o incrí­vel Hulk é um adorável covarde
o jantar é a luz de velas pela falta de pagamento
os mestres são amigos do peito
que carinhosamente
mandamos para aquele lugar.

na casa da Claudete
um uno mil pára no meio do caminho
e í  pé buscamos o combustí­vel
num posto da rua de baixo.
lá não se cala a boca, se fala mais alto.
lá, adormecer é um ato de revolta.
é uma pausa para a volta triunfal.

“aliás, a casa dela
definitivamente não é a minha”
foi o que eu pensei
a última vez que adormeci
num dos cantos
da casa da Claudete.

alexandre frança

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BEAB� de Waldemar Cordeiro 1968

beaba

Este programa foi concebido como um primeiro passo para gerar “palavras” ao acaso. A forma mais simples de gerar “palavras” ao acaso, seria sortear conjuntos de letras de vários comprimentos (por ex., conjuntos de cinco letras). Os conjuntos gerados teriam pouca semelhança com palavras de uma lí­ngua, se bem que, por acaso algumas das “palavras” geradas poderiam existir. Para gerar “palavras” com sonoridade semelhante í  de uma determinada lí­ngua, devemos descobrir algumas de suas regras caracterí­sticas . No caso do português, definimos as seguintes regras para nossas primeiras tentativas:

a) As “palavras” teriam seis (6) letras .

b) As “palavras” alternariam vogais (v) e consoantes (c).

c) As probabilidades da escolha dos conjuntos vc e cv deveriam refletir as probabilidades com que estes conjuntos aparecem na lí­ngua portuguesa.

Assim as palavras seriam do tipo cvcvcv ou vcvcvc.

Para atribuir as probabilidades, deveriamos fazer um estudo detalhado das probabilidades com que, por ex., os vários pares cv e vc (ou trí­ades cvc e vcv) aparecem na lí­ngua purtuguesa, particularmente nas palavras com seis letras. Por simplicidade, verificamos num dicionário quantas linhas eram usadas para palavras que se iniciavam com os pares ab, ac, ad ….az,….eb,ec,…..ub, uc,…..uz,ba,be,…..zu.

De posse dessas probabilidades, sorteamos, usando uma rotina de números ao pseudo-acaso, séries de números que foram usados para escolher trí­ades de pares cv e vc.

Os conjuntos mais comuns na lí­ngua portuguesa, como CA, BO, AL, ES etc., apareciam mais freqüentemente do que os conjuntos raros como ZU, UX etc.

Assim, algumas possí­veis palavras seriam por ex. CACETE, BOLADA, ACABAC etc. (não havia censura para possí­veis “palavrões”!).

As palavras geradas tinham uma sonoridade claramente semelhante í  sonoridade das palavras realmente existentes na lí­ngua portuguesa. Uma fração das “palavras” geradas existia realmente.

Posterirmente foi atribuido um número que indicava se a palavra era formada por conjuntos de alta ou baixa probabilidade de existir na lí­ngua portuguesa. Se verificou que se o número era grande (alta probabilidade), era de fato mais provável que a “palavra” realmente existia.

Foram realizadas algumas listagens de palavras e, por ocasião da Exposição de 1986 no MAC/USP, foi programado um micocomputador para reproduzir o “BEAB큔 e os visitantes podiam levar uma folha pessoal, com palavras geradas pelo micro, que era diferente de qualquer outra.

Waldemar Cordeiro / Giorgio Moscati, USP
Beabá, 1968
press out put, 10 páginas: 40 x 28 cm
cópia xerox
Coleção Famí­lia Cordeiro

Desfaça-se a LUZ que eu quero passar!

we’re nothing but PIXELS

ceci n’est pas une helio leites





viu. é por isso que ando preocupado com essas questões estéticas do pano. quando estendo meu pano penso na liberdade das pessoas se expressarem. mas o que elas farão com esta liberdade? saberão elas quando estão caindo em armadilhas de seus próprios preconceitos ou inércias? penso isso diaramente quando ando pelas ruas destas redes.

o-artista-quando-o-tal

—–

A SOCIEDADE DO ESPECTíCULO

CAPITULO I

A SEPARAÇÃO ACABADA

E sem dúvida o nosso tempo… prefere a imagem í  coisa, a cópia ao original, a representação í  realidade, a aparência ao ser… O que é sagrado para ele, não é senão a ilusão, mas o que é profano é a verdade. Melhor, o sagrado cresce a seus olhos í  medida que decresce a verdade e que a ilusão aumenta, de modo que para ele o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.

control C + control V

Caro (a),

Leminskilink,
perhapsrap
,
alhures

ou alheios, aliás,

evoco a memória do POETA e invito

os
aquiness presentes

a
miracionar
essa
lembrança,

incorporar
a
situssintonia
cria-cole-tiva
,

JÁ!
+:
Nowounão,
in progress…

Penso,
pois, pois, in algo do além, spirit,
sopro
de translíngua entorpecida
,

da
vida e cultura
re:he!INVENTIVA’s.
Sonhos dos quais “o bandido que sabia latim”
carregava consigo,
comoumkoan.

céus,
fumaças, vapores, névoas, neblinas,
no
blues / nublados
paisagens
tortas,

gerundiando
concretudes nestenetnicho minifesto

acolhendo
occamsionais
obs

d’outras
inquietas almas.

Home(page)nagem,
dedicatória,
offerRe:nda.

Ouautrecosa,
lógico.

Lança-se
a
propdesincroleitura:
CATATAU.

Saudactions,

Artzschewski

24/08/2005