O que estamos realizando?
Qual é o limite?
O que estamos realizando?
Qual é o limite?
Como sem a mínima condição de definir – o som que soa, % de um símbolo que significa, sem fugir. Estes fazem o que fazem, quase dejetos em impuras escavações. Síntese de tesouros escondidos pelas mãos dos que pretendiam (ou preferiam) guardar as sobras. Degenerar e regenerar, magneto de pólos sombrios, frios como geada congelada. Faltam algumas palavras pra por na risca o x da questão: agora não tem mais volta. Se novamente perguntassem o porque de tanta obsessão. Que perseguição. Ei, diga lá! Faz deduzir como causa um escrito – só falta agora achar o bilhete – como a agulha do palheiro. Frame enterrado, um palito de fósforo talvez, enferrujado até o pó como faísca que ilumina estas criaturas. Se fosse jogo serviria como pino de boliche, se fosse o tempo seria o foi. Banda garagaica: inúmeros bombardinos e abstrações, figas da mãe, já grisalhas das luas cheias, tantas e tantas voltas pelo tonto lugar – bóias pra imaginação. O vento toca uma música, faz voar todas as anotações, cérebro obtuso, catatônico de tanta cisma. Mal da vida.
Guerreira da noite vai e volta sem se perder, sem se encontrar – “mesmo assim o labirinto é longo e escuro” disseram. Grito: sussuro na curva da prostração com o rabo em meio a cova, sinuca de bico, vai e volta pra santa hora do veneno, três vezes ao dia ou mais – amolação pelo troco da feira, moeda perdida, amuleto da mais desgraça. Sem meios pra se retratar, eis mais um acorde dissonante, dessa vez na ponta do quebra galho, puro cacoete passado pela aflição do só pra variar. Simples como cartilha, onde o que falha leva a culpa de brinde, decoreba desse mal estar: um suspiro pregado pelas marteladas rítmicas, truculentos cruzamentos nessa afiada música. O caráter anda mal das pernas, pode crer, engarrafado no meio do oceano, nadando contra a corrente pelo ensejo de se perder perder perder – triângulo amoroso, tríplice aliança – sangrado e mofanado – corpo éter sem dó nem beira. Acorda cedo e esvai trabalhar. Necrotério e saliva do fundo da garganta, em voz alta e bom tom: VAI DE TORTA LINHA RETA!
Icone inédito, mal falado e embolorado.
———- Forwarded message ———-
From: Alexandre Freire <freire@gmail.com>
Date: May 17, 2007 5:20 PM
Subject: sonhos de uma noite paulista
To: glerm soares <organismo@gmail.com>, simone <lucidasans@gmail.com>, Lúcio de Araújo <lucio.matema@gmail.com>
queridos,
escrevo pra contar pra vocês um sonho que tive ontem a noite.
como sabem, nunca fui pra curitiba, mas desse ano não passa. ontem sonhei que estava por ai, com vocês, paseando pelos espaços da cidade.
em particular, lembro de pegar um onibus nesses pontos doidos que tem por ai, e ir a um museu.
no museu, o lúcio estava com uma mostra, e o grande lance era uma caixa enorme (uns 6 metros de altura) de sucrilhos, só que totalmente alterada, não se via o tigre nem o sucrilhos, ao invés disso, um monte de coisas que, de longe, pareciam fazer parte da caixa normal, mas de perto percebia-se como recortes de jornal, colagens, stickers e stencils, todos com mensagens politicas e artisticas, uma coisa bem doida mesmo. falhei por nao anotar as lembranças frescas logo ao acordar, era uma loucura.
no mesmo museu, saimos pra passear, e encontramos um grupo de pessoas que propunha um desafio, montar uma máquina que fizesse desenho elipticos que se cruzassem em um piso de gelo. alguem ai patina no gelo? sabe aquele passo de andar pra trás cruzando as pernas? era mais ou menos isso, fazer uma maquininha que simula-se esses passos e deixa-se duas minhoquinhas se cruzando num zig-zag atrás dela.
com dois motores de floppy, madeira, moedas, uma lata de nescau e solda, conseguimos montar uma paradinha que ligava no USB de um laptop e saia rodopiando e pintando o gelo. fiquei muito feliz.
na sequência, depois de muitas conversas por lá, com esse pessoal estranho (tinha um amigo meu do colegial no meio, designer que não vejo desde que se casou) e mais contemplação da enorme caixa de sucrilhos (q não era, mas que a tv veio filmar e achava que era, enquanto o lúcio declamava poesia pra câmera e eu, glerm e simone riamos nos bastidores) resolvemos ir conhecer mais da cidade.
eu queria nadar, e vcs me levaram pra um complexo aquático, com várias piscinas cobertas, aquecidas, uma delícia.
chegando lá, acho que algumas pessoas do grupo estranho acompanharam, e quando fui nadar parei pelo salão e comecei a fazer uma performance. somente de sunga e de nariz de palhaço eu simulava altos saltos, só que em vez de cair na água me espatifava no chão. tudo isso era filmado e fotografado por uma menina, que não tenho a mínima idéia de quem seja.
só me lembro de, por mais que me machucava um pouco ao cair no chão, estava me divertindo horrores, dando saltos pra uma platéia desacreditada, de sunga e nariz de palhaço, tentanto fazer uma foto na qual parecesse mesmo que estava me lançando em uma piscina. quando cansei, fui com a menina nadar na piscina de verdade, e acostumado como estou de me trocar antes de cair na água, tirei a única peça de roupa que estava usando, e só fui perceber que estava pelado quando fui mergulhar na água de verdade. fiquei meio sem graça, e rapidamente achei minha sunga, pra visti-la antes de nadar..
na saida, levamos a máquina que escrevia no gelo no onibus, e lembrei da mimosa de salvador, que no primeiro upgrade deu rolê dentro do busão.
acordei feliz, e certo que desse ano, curitiba não passa!
abraços e beijos
ale
ps. glerm, sei q já até chato insitir, mas cara, falei com o kon hj sobre o navalha quando ele pediu pra eu distribuir uns cartazes do simposio brasileiro de computacao musical. e ele sugeriu que vc fizesse um poster pra conferência! a data de submissao é dia 3 de junho, e um poster seria tranquilo, um A2 com imagens e poucos textos explicando o trampo do navalha.
http://gsd.ime.usp.br/sbcm/2007/portugues/index.html
sei que a academia é um velho dinossauro que insiste em evitar a extinção, mas enquanto existe, vale a pena tentar infiltrá-la. o navalha é um puta dum trampo, e poder divulga-lo no simposio pode ser muito bom pra atrair colaboradores que manjam da parada. enfim, sem querer ser chato, mas só pq acho que é uma boa oportunidade mesmo.
x
pps. o lúcio falou que não era sonho, e pra publicar aqui, então to hackeando o catatau 😉